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sábado, 10 de outubro de 2009



Edição 106 – Setembro/2009
Brumadinho no roteiro do FID



“Gostei. Achei diferente, um espetáculo que eu nunca tinha visto, uma mistura de comédia, dança, música, cultura”, disse à reportagem do de fato a professora Neide Ferreira de Oliveira. Ela acabara de ver “He, She or it?”, com Tuca Pinheiro.
A cidade de Brumadinho foi contemplada, mais uma vez, com espetáculo do FID, o Fórum Internacional de Dança, que acontece há 13 anos. Organizado em quatro programas – Território Minas, FIDinho e Conexão Internacional - o FID inaugurou sua edição “FID Circulando Grande BH”. No dia 27 de setembro, com início às 16 horas, o espetáculo “He, She or it?” foi apresentado no Inhotim – Centro de Arte Contemporânea (Rua B, 20, Galeria da Praça – Brumadinho/MG).
Em 1998, o FID conquistou o prêmio Mambembe do Ministério da Cultura, como melhor evento artístico do ano. Quatro anos depois, foi finalista do Prêmio Multicultural Estadão (Jornal O Estado de São Paulo) como fomentador de novas ações.
Entre os dias 21 de setembro e 4 de outubro, espetáculos de dança, vídeos-documentários e oficinas foram oferecidos para o público, nas cidades de Belo Horizonte, Brumadinho e Viçosa.

He, She or It? (Vou ficar até a festa acabar...)

He, She or It? (Vou ficar até a festa acabar...), apresentado em Brumadinho, com duração de aproximadamente 60 minutos, é um espetáculo que tem como proposta do trabalho discutir as relações entre corpo e pensamento e seus desdobramentos, tendo como ponto de partida várias indagações que percorrem e habitam o assunto. Essa dialética é um exercício mediado por sensações ou uma ação intelectual? A trajetória de um corpo pode ser reconhecida pelos padrões de movimento que esse mesmo corpo produz? Memórias e histórias vividas pelo corpo constituem dados suficientes para certificar-nos da realidade e, ao mesmo tempo, legitimar e discutir sua existência? O corpo vê a si próprio? Corpo-matéria. Corpo-coisa. "Penso? Logo, existo?". Em caso de dúvida, dê um beliscão em si mesmo! Doeu?
Larissa Alves Fernandes, de 11 anos, disse ao de fato que o beliscão não doeu. “Eu dei em cima da calça”, contou ela. Já sobre o espetáculo que ela viu sentada na primeira carreira de cadeiras da Galeria Praça, ela disse: “Achei muito envolvente. No começo, me senti meio “penetra”, porque não sabia aonde ele (se referindo ao dançarino Tuca Pinheiro, solo de He, She or It?) queria chegar. Mas depois deixei que ele me contagiasse.”
Pelos aplausos, de pé, que Tuca recebeu, parece que ele contagiou a todos com um espetáculo em que, não apenas o dançarino pensou mas fez toda a plateia pensar, falar e dançar.

Tuca Pinheiro

O espetáculo te m concepção, coreografia e direção de Tuca Pinheiro. Tuca Pinheiro é dançarino e coreógrafo de fama nacional e internacional. Trabalhou na Meia Ponta Cia de Dança, Zikzira Physical Theatre, Benvinda Companhia de Dança, Primeiro Ato Grupo de Dança, Ballet Teatro Guairá e Cia de Dança do Palácio das Artes. Entre suas montagens coreográficas estão “Double Face”, da Flux Cia de Dança (2008), "Do Contrário Assim Seria o Mesmo", “Coreografia de Cordel", "Solilóquio", da G2 Cia de Dança do Teatro Guairá (2004); "Entre o Silêncio e a Palavra", "Sem Lugar", "Pare. Pense e faça alguma coisa.", "Barrocando", "Beijo nos olhos na alma e na carne" e "Desiderium".
Como Professor convidado de dança contemporânea e oficinas de criação participou do Grupo Camaleão, Flux Companhia de Dança, CINEPORT 2007 - João Pessoa (PB), FID 2006 (Barragem Santa Lúcia), Mimulus Cia de Dança, Move Berlin 2005 (Hochschule flir Schauspielkunst Ernst Busch-Alemanha), Festival de Inverno da UFMG 2005, Cia de Dança do Palácio das Artes, Meia Ponta Cia de Dança, Ballet Teatro Guairá, G2 Cia de Dança, Primeiro Ato Grupo de Dança, Cose Cia de Dança (Juiz de Fora), Grupo Corpo, Festival de Dança de Joinville 2000, Festival de Dança de Recife 2001, Festival de Dança de Cascavel (2002) e Festival Plurielles – Teatro Saragosse 1998 (França).

Espetáculo gratuito

Com patrocínio da Petrobrás e lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, o próprio panfleto do espetáculo avisava que a entrada era gratuita, bastando chegar antes, e retirar o ingresso, das 15 às 16 horas, ou até quando durassem. Bastante coerente porque, segundo os organizadores, o “FID Circulando Grande BH” tem como objetivos viabilizar o acesso, a inclusão e troca com áreas distantes dos equipamentos de cultura, da informação e da agenda de programações culturais da cidade. Ainda segundo eles, a primeira etapa do Fórum sempre se compromete a trabalhar pela difusão, reflexão e formação de novos públicos e criadores no campo da dança contemporânea, sempre buscando incorporar novos sentidos e investigações na dança como produção de conhecimento. No entanto, houve confusão por parte do anfitrião Inhotim.

Constrangimento

Quando chegamos ao local e procuramos a recepção, fomos informados de que deveríamos pagar a entrada no Museu para poder ver o espetáculo. Avisamos que, de acordo com o release que recebemos dos organizadores, a entrada era franca. Desinformadas sobre a questão, as recepcionistas chamam alguém. Telefona aqui, telefona ali, e outra pessoas, do outro lado da linha, sendo informada de que éramos da imprensa, “liberou”. Fomos indicados a uma entrada mas que estava fechada e voltamos à recepção. Mais algum telefonema e fomos conduzidos à porta da frente depois de termos reclamado do constrangimento a que estávamos sendo submetidos. Mas o pior constrangimento veio mais tarde.
Mais duas pessoas, talvez as únicas brumadinenses no espetáculo além de nossa reportagem, também foram “barradas”. Só conseguiram entrar sem o pagamento de entrada depois de avisar às recepcionistas que tinham se informado com o jornal de que a entrada era gratuita. Se fossem as primeiras pessoas a serem barradas, por desinformação, como aconteceu conosco, ainda era mais perdoável. Mas serem barradas depois que nós já tínhamos sido e tínhamos explicado que a entrada era realmente gratuita?

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