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sábado, 10 de outubro de 2009

Edição 106 – Setembro/2009
Saúde Mental de Brumadinho em Brasília

No dia 30 de setembro esteve em Brasília uma caravana de profissionais e usuários dos serviços de Saúde Mental de Brumadinho. A saída foi no dia 29, à noite, e, em Belo Horizonte, a caravana de Brumadinho se juntou a outras centenas de pessoas. Na capital federal, encontraram outros militantes da Saúde Mental, de todas as regiões brasileiras. A ida em Brasília foi um ato em defesa do serviço, que defende e aplica a tese de que os portadores de sofrimento mental devem ser tratados, sim, serem medicados sempre que necessário, mas que precisam ser integrados à sociedade. O “outro lado”, representado pela iniciativa privada especialmente, não admite esse avanço no tratamento dessas pessoas, e ainda resistem pela volta dos manicômios, muito usados no Brasil até poucos anos atrás e que ainda resistem aqui e ali.

A luta antimanicomial

“Antimanicomial refere-se a uma luta iniciada contra os manicômios e contra a lógica que o sustenta desde a sua criação, a saber: a lógica da exclusão. Cidadania é qualidade ou estado de cidadão, sendo cidadão o individuo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com este, ou seja, cidadania é exercício de direito e dever. No entanto, manicômio e cidadania estiveram sempre em lados opostos. O manicômio excluía a subjetividade dos portadores de sofrimento mental e os impossibilitava de vivenciarem a cidadania. Daí a importância de se falar em cidadania ao falar de luta antimanicomial”, defende Camila Silveira Lemos Rios, psicóloga graduada pela PUC – Minas. A luta antimanicomial iniciou na Itália, na década de 1960, com um movimento idealizado pelo psiquiatra Franco Basaglia, que propunha o fim dos manicômios e da lógica excludente do tratamento dispensado aos portadores de sofrimento mental nessas instituições. Tal movimento nasceu e cresceu do desejo de se renovar o espírito do tratamento, humanizá-lo, e, mais que isso, substituir a lógica manicomial por uma outra lógica que possibilite a criação de um sistema mais eficaz, preocupado com a inclusão ou reinserção social do portador de sofrimento mental. Esse movimento teve uma experiência principal, liderada por Basaglia, a experiência da cidade de Trieste, que produziu resultados positivos na substituição dos manicômios por serviços setoriais de saúde mental, e consequentemente a confiança na possibilidade da mudança.

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