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domingo, 20 de março de 2011


Edição 121-Fevereiro/2011
Carta anônima teria sido escrita pelo Prefeito Nenen da ASA

Em 2008, depois das eleições e diplomação dos eleitos, na calada de uma noite de dezembro e por outras noites e dias – circulou na cidade mais uma carta apócrifa (carta anônima). A prática em Brumadinho é antiga, já tendo, inclusive, mudando resultados de eleições, como em 2000. Como nas anteriores, era um escrito cheio de maldades, cheio de malidicências, acusações sem prova alguma, insinuações; há calúnias, difamações, ataques do mais baixo nível às pessoas e suas famílias; pessoas chamadas de “viado”, de “chifrudos”, mulheres de destaque em nossa sociedade são acusadas de adultério.
Ninguém escapava das baixarias, centradas em autoridades, personalidades e pessoas públicas do município. Desde o pároco, acusado de receber R$ 17 mil reais, até a juíza da comarca, acusada de receber R$ 350 mil, o criminoso panfleto anônimo acusava policiais, o prefeito Tunico da Bruma, o delegado Dr.Wilson Gouveia, o ex-vereador João Moreira, o candidato Tunico Brandão, a ex-secretária de Educação Andreia Olinda, o ex-procurador geral e atual da OAB de Brumadinho, Fernando Porfírio, dentre inúmeros outros. Em denúncia feita na Câmara Municipal, Cláudio Teixeira solicitou providências ao Presidente da Casa, Leônidas Maciel (PMDB), no sentido de apurar os fatos e fazer um desagravo a dois vereadores da época, que foram “duramente caluniados”, Marta de Deus Boaventura, a Marta da Maroto; e Reinaldo Fernandes.

Autor seria Nenen da ASA
     
A denúncia de que os originais da carta anônima tinham sido encontrados e que estavam em poder do delegado local, Bel.: Otávio Luiz de Carvalho, que preside o inquérito policial 014/09, que trata do assunto, foi feita pelo o ex-Secretário Geral da Câmara e ex-coordenador da campanha eleitoral de Nenen da ASA (PV), Cláudio Augusto Teixeira, também em 10 de fevereiro.  
Cláudio Teixeira faz uma acusação gravíssima. Teixeira garante, com todas as letras, que a carta foi escrita pelo prefeito eleito Nenen da ASA (PV). Em entrevista ao jornal de fato, no dia 3 de março, ele disse: “É claro que precisamos do exame grafotécnico para fazer prova legal mas tenho certeza que a letra é de Nenen. Deixei a amostra de caligrafia de Nenen na delegacia de polícia. Dele eu tenho certeza absoluta que é”, garantiu Cláudio Teixeira. Segundo ele, “há outras duas pessoas e que não tenho certeza de quem são as letras, muito embora no inquérito há suspeição de quem sejam”, completou.

Originais

O jornal de fato teve acesso aos supostos originais da carta anônima. São três documentos. Eles estão digitados, com escritos à mão. Nos escritos à mão se vê nitidamente mais de uma caligrafia, mais de uma letra. O primeiro documento foi modificado por um segundo e o segundo por um terceiro, quando o autor – ou autora ou autores – foi (foram) acrescentando novas calúnias, mais detalhes, nomes de mais pessoas, mais coisas absurdas. De “CARTA À POPULAÇÃO”, no primeiro, o título mudou para “CARTA À POPULAÇÃO – ESCLARECIMENTO PARA A NOVA ADMINISTRAÇÃO”, e, no terceiro mudou para “ESCLARECIMENTO PARA A NOVA ADMINISTRAÇÃO” que ainda foi riscado para ser substituído por “PRESENTE DE NATAL P/ NOVA ADMINISTRAÇÃO”, título que aparece manuscrito e mostra o cinismo do autor (autora ou autores), uma vez que a famigerada “carta” foi distribuída às vésperas do natal.     

Onde os originais foram encontrados

O jornal de fato procurou saber de Cláudio Teixeira como ele teve acesso aos originais “ou semi originais” do documento apócrifo denominado “Presente de Natal para a nova administração”, uma vez que um mandado de intimação da Polícia Civil local, datado de 15 de dezembro de 2010, mandava que sua esposa entregasse os documentos às autoridades.  “Eu encontrei na sala de transição de governo”, explicou o ex-coordenador da campanha eleitoral de Nenen da ASA (PV), que já era o Secretário Geral da Câmara nesta época. “Acho que foi em 18 de dezembro de 2008”, disse ele. A sala da Equipe de Transição de governo era usada, segundo Teixeira, pela ex-secretária geral da Câmara e atual Secretária de Administração, Iracema Aparecida da Silva; pelo então Presidente da Câmara e vice-prefeito eleito, Antônio Vieira dos Santos, o Toninho da Rifel (PP); pelo Nenen da ASA (PV), pelo Alcimar Barcelos, o Cid, responsável pelo Comitê Financeiro Municipal Único do PV e Secretário Municipal de Governo e por Flávio Capdeville de Meira, o Flavinho, sócio da CAP – Consultoria Deville Ltda – proibida de firmar contratos com o Poder público por causa de uma condenação por improbidade administrativa.  
“Vi os manuscritos e reconheci que era letra do Nenen, de quem eu já tinha visto coisas escritas, artigos que publiquei em jornal”, explicou ele. “Só fiquei sabendo que ia ser publicada quando vi publicada, dias depois”, completou o ex-coordenador de campanha.

Prefeito nega acusação

A reportagem do jornal de fato entrou em contato com o prefeito Neném da ASA (PV) para esclarecer sobre as acusações feitas pelo ex-coordenador de sua campanha. Através de sua Assessoria de Comunicação, o Prefeito Neném da ASA disse que desconhece a origem dessa carta. “Esse tipo de situação, de fazer carta anônima, nunca foi sua postura, não é de sua índole”, garantiu. Quanto às acusações do seu ex-coordenador de campanha, a Assessoria informou que o prefeito disse que “já está tomando as devidas providências junto aos seus advogados”. 

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