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sexta-feira, 6 de julho de 2012


Edição 137-Maio/2012
Opinião:
 controle do poder

Walter Matosinhos

Hoje, lamentavelmente, o objetivo primeiro de quem assume o poder é o de se reeleger ou fazer o sucessor. Antes de se preocupar com objetivo maior que é o de melhorar a vida das pessoas, busca a administração se equipar e se instrumentalizar de forma a manter o poder no pleito seguinte.
Primeiro, trabalha-se para  trazer para o lado, os próceres mais destacados da oposição, fazendo propostas mirabolantes, oferecendo cargos importantes e bem remunerados a eles e às pessoas da família e outras facilidades para acessar despudoradamente o caixa da Fazenda Pública.
Adota-se o empreguismo desenfreado, criando cargos e funções de confiança, inchando a máquina pública com um número incontável de pessoas, sem ter o que fazer, simplesmente com o compromisso do voto da família. Os resistentes aos generosos apelos são chantageados, ameaçados, afastados de cargos, mudados de função, transferidos para bem longe. O aceno a cargos e a outras oportunidades de ganho fácil e desonesto, sensibilizam pessoas que não cultivam os sadios princípio éticos e morais e  que tampouco nutrem o mínimo de respeito às leis. São pessoas sem pudor e dispostas a qualquer coisa.
Neste trabalho nem mesmo se cogita nos limites da decência e mandam “às favas os escrúpulos” como dizia o nefasto Jarbas Passarinho, quando da edição do famigerado ato institucional nº 5.
De imediato as Secretarias de maior destaque e os principais cargos de confiança são distribuídos às pessoas da família, parentes, correlegionários e amigos do peito. Forma-se  aquilo que  a sabedoria popular denomina de “Igrejinha”. Busca-se também o assessoramento de gente desqualificada, aquelas pessoas dispostas a tudo, sem freios, sem caráter, sabidamente velhacas, “pau pra toda obra”  e algumas até mesmo com folha corrida desabonadora.
Aplica-se o dinheiro dos remédios e das escolas em festas mirabolantes, contratando grupos sem constituição legal onde o manejo de notas frias é o procedimento constante.
De outro lado atua-se na imprensa de forma a dominar a comunicação e esgrimindo-se com astúcia diabólica, assume o controle de rádios comunitárias ilegais e de jornais após chantagear  dirigentes e os proprietários com o abuso do poder econômico.
Depois controla-se os serviços de transporte e o segmento de prestações de serviços e para isso, frauda-se as licitações, matéria a ser agitada pelo articulista na próxima edição do jornal.
Outra forma de manter o controle do poder é o de oferecer várias espécies de vantagens, para cooptar eleitores: cestas básicas, materiais de construção, protecionismo no transporte, doações, etc.
Também é prática comum a perseguição odiosa às oposições, que atingem até pessoas da família sem nenhuma vinculação política, apenas por serem parentes do político odiado.
Utiliza-se da publicidade oficial de forma desavergonhada, usando ilicitamente o dinheiro público para autopromoção.
Outra prática condenável e largamente utilizada é aquela de apregoar de forma insistente, através dos múltiplos meios de comunicação, a realização de obras e  serviços de obrigação do poder público e que são apresentados como resultado da excelência da administração.
Não dispensa, na trilha da manutenção do poder,  os bajuladores de plantão, aqueles presentes em todas as solenidades, batendo palmas sincronizadas e a urrar nas festas particulares e públicas em louvor ao chefe.
No conjunto, amealhando uma quantidade de recursos financeiros absurdos através de empresas próprias em nome de testas de ferro que monopolizam obras, transportes, comunicação e prestação de serviços, municia-se um espectro imenso de pessoas com benesses e favores, de forma a palmilhar o caminho da recondução ao poder.
Nem sempre o objetivo é atingido, principalmente agora, quando há fortes indícios de que o povo atingiu a consciência necessária para separar o joio do trigo e não permitir que tais procedimentos possam continuar sendo a tônica da prática política e do exercício da administração.

Walter Matosinhos, Advogado, foi vice-prefeito na gestão do Dr. José Ernesto de 82/88

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