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terça-feira, 9 de julho de 2013

Edição 151 – Junho/2013
Editorial
“Só não está confuso quem está mal informado.”

Já disseram por aí: “Só não está confuso quem está mal informado.” A frase cai como luva para o atual momento histórico brasileiro. As manifestações trouxeram uma série de dúvidas nas cabeças mais pensantes desta sociedade, daqueles que acompanhavam o dia a dia das manifestações. Uma amiga de longa data, de muitos anos de luta, com quem já convivi em momentos históricos diferentes e intensos veio perguntar: “E aí, o pessoal tá perguntando se deve ir às manifestações. Deve?”
Elas começaram no dia 6 de junho em São Paulo, depois do aumento de 20 centavos no preço do transporte público na cidade administrada pelo PT. A PM sob as ordens do PSDB reprimiu fortemente a manifestação, ferindo até jornalista e prendendo manifestantes. O “Movimento pelo Passe Livre”, que iniciara tudo, voltou às ruas, agora com muito mais gente, duas, três, quatro vezes. Parecia que agora era a manifestação pelo direito de manifestar-se! “Não é pelos 20 centavos!”, virou, então, o mote das manifestações.  Mas nos dias seguintes, as manifestações alastraram-se pelo Brasil afora, contra tudo ao mesmo tempo: gastos da Copa, PEC 37, PEC 33, aumento de passagens, contra partidos, contra corrupção, contra taxas, contra decretos, contra a Globo, contra governos, por saúde, educação, por maconha mais barata etc etc etc.
Caminhadas, passeatas, rosto pintado e rosto coberto, quebrando bancos, concessionárias, telefones, prédios públicos e privados. Gente organizada fazendo assembleias para discutir rumos do movimento (qual?) e gente na farra: “virou Esquenta!”, disseram membros do MPL de Florianópolis.
Entre tanta confusão, duas chamaram a atenção: a primeira, a aversão a bandeiras de partidos. Como assim? Mas quem não gosta de partidos não é a Direita, a Ditadura Militar? A segunda, a ausência nas reivindicações de questões estruturais, antigas e de suma importância para o Brasil, como a Reforma Agrária, o fim da impunidade, o fim da reeleição em todos os níveis, a Reforma Política. 
E as manifestações chegaram em Betim, Bicas, Sarzedo, Mário Campos e ... até Brumadinho. Aqui, em três momentos, as manifestações não conseguiram reunir mais de 30 pessoas, mesmo com gente boa e bem intencionada no meio. Enquanto no Brasil inteiro as manifestações eram por várias bandeiras de luta, em Brumadinho os opositores do Governo Brandão tentaram tirar proveito partidário, acharam que podiam usar do momento para fazer política direcionada contra o Governo Municipal. Nas palavras de internautas: “Dançaram... “, “mais um fracasso”, “É isso que acontece quando se tenta usar o povo como boi de piranha!”, “Bem feito!”
Enfim, apesar da confusão, e ainda em meio às manifestações, fica registrada uma movimentação popular “nunca antes vista na História do Brasil”. Com ou sem confusão, os políticos, os governos, a mídia, e o Poder Econômico terão que prestar atenção na voz que vem das ruas. Se é possível ter alguma certeza no momento, eu diria: nada será como antes!

Reinaldo Fernandes
Editor
   





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