Edição 177 – Agosto 2015
Lado
obscuro da internet esconde crimes, fraudes e negociações anônimas
Pesquisadora explica que área que
garante sigilo dos usuários é utilizada de forma criminosa para venda de armas,
negociação de drogas e pedofilia
O uso da Internet tem
crescido ao longo dos anos no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Brasileira de
Mídia, realizada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República,
indica que 76% das pessoas acessam a rede mundial de computadores todos os
dias, com uma exposição média diária de 4 horas e 59 minutos de segunda à
sexta-feira e 4 horas e 24 minutos nos fins de semana.
De acordo com o estudo, 67%
dos internautas buscam informações, 38% utilizam para passar o tempo e 24% em
estudo e aprendizagem. Porém, o que a maioria dos usuários não sabe é que há áreas
sombrias da rede mundial de computadores, na qual é garantido o sigilo das
informações de quem são as que navegam nesta região, explica a professora de
Engenharia Elétrica e Computação, Pollyana Mustaro, da Universidade
Presbiteriana Mackenzie.
Para ela, a deep web
constitui a parte da internet que pauta-se no anonimato, ou seja, não é
indexada pelos motores de busca, sendo que a proposta do software The Onion
Router (TOR) é promover a liberdade de expressão em diferentes âmbitos, dentre
os quais se destacam o jornalístico, o científico e o político.
Segundo a especialista,
neste cenário surgiram então as “darknets”, redes privadas para
compartilhamento de informações sigilosas criptografadas. “Contudo, esta
proposta também pode ser utilizada para contravenções e atividades ilegais como
terrorismo, pedofilia, experimentos humanos, contratação de assassinos de
aluguel, comércio de armas, compra de remédios e venda de dados de cartões de
crédito. Assim, ao mesmo tempo em que se propicia a livre expressão do
pensamento, também se estabelecem mecanismos para o funcionamento do crime
organizado digital, mas fica a questão, o que o usuário pode fazer para se
proteger?”, cogita.
Cartões de crédito
A professora Pollyana
detalha que uma das medidas específicas em relação a cartões de crédito, por
exemplo, é atentar para o tipo de anexos que são enviados em e-mails, pois
podem conter arquivos maliciosos que possibilitam abrir portas no sistema
operacional para o monitoramento das atividades do usuário, permitindo capturar
o número do cartão e o código de segurança. Da mesma forma, também se deve
observar a certificação digital em sites de comércio eletrônico e atentar para
os casos em que se recebe, por exemplo, um telefonema da suposta operadora de
cartões para obtenção de informações por meio de engenharia social. Tais
práticas podem permitir a obtenção de dados que, posteriormente, sejam vendidos
e/ou veiculados nas “darknets” ou utilizados para outras finalidades.
Por Jéssica Almassi, in
EcoDebate, 21/07/2015
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