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sábado, 20 de fevereiro de 2016

Edição 182 – Janeiro 2016
Editorial
Quaresma é tempo de reflexão: que tipo de prefeito queremos?

“A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte.” Não é um luxo, é direito. Todos temos direito à diversão. E ao carnaval também!
E não houve a carnaval em Brumadinho. Quer dizer, não houve carnaval “oficial”, preparado pela Prefeitura. Já em cidade vizinhas como Moeda e Bonfim, a folia comeu solta! Em Bonfim teve início em 17, depois 24 e 31 de janeiro. E nos outros cinco dias, de sexta a terça-feira. Em Moeda também!
Apesar da Prefeitura, setores da sociedade brumadinense não deixaram o carnaval passar em branco por aqui. Na Av. do Bananal, ali ao lado da Bruma, Alex do Lino, André Gomes e Celton armaram o MotorHome (um ônibus-casa), colocaram som mecânico e quem quis comer um tira-gosto, beber uma cerva e brincar teve sua oportunidade. No bairro Progresso, o bar do Jesinho levou samba, pagode e “pagonejo” três dias ao vivo. Ainda houve folia em pelo menos mais dois locais, no Aurora Clube e em Casa Branca.
Estive na Av. do Bananal na noite do sábado, comendo churrasco com meu filho, sentado no meio-fio. Fiquei observando a reação de pessoas que passavam por ali e não viam a Avenida cheia. Mostravam-se decepcionadas. Um pessoal que veio de Betim, e parou o carro para perguntar, não queria acreditar quando expliquei que não tinha o carnaval dos anos anteriores.
Mas por que não houve carnaval da Prefeitura? Alguns poderiam acreditar na alegação da Administração de que a culpa seria da “crise” econômica. Mas vejamos:
A crise existe para todos, e não apenas para Brumadinho. Nossa cidade teve uma receita – em plena crise - de em torno de 180 milhões em 2016. A previsão feita pela própria Prefeitura para 2016 é de arrecadar próximo aos R$ 183.000.000,00 (cento e oitenta e três milhões de reais). Ora, a receita da vizinha Bonfim (que fez carnaval durante 8 dias!) foi de menos de R$ 12 milhões em 2014, R$ 18 em 2015, o mesmo valor que a Prefeitura de lá pretende arrecadar em 2016. É uma arrecadação 10 (dez!) vezes menor do que a Brumadinho. Outro exemplo é a cidade de Moeda: arrecadação 12 vezes menor do que a de Brumadinho (R$ 14.500.000,00 e R$ 15.236.696,58 para 2015 e 16, respectivamente) e carnaval durante cinco dias.       
Reinaldo Fernandes
Editor
Em 1999, depois da cassação do ex-prefeito Gibiu, a Prefeitura resolveu que não faria o carnaval na Avenida do Bananal. Então, o PT, Partido dos Trabalhadores de Brumadinho, decidiu realizá-lo. Foram cinco dias de Avenida do Bananal enfeitada, dez barracas vendendo, policiamento até às 4 da manhã e som mecânico. E a avenida lotada! E ainda houve um matinê no domingo!
A questão não é falta de dinheiro. A questão é não respeitar o sagrado direito da população de ter seu carnaval. Com um orçamento de mais de R$ 180 milhões – ou com apenas R$ 15 milhões – pode-se fazer um belo carnaval. Mas precisamos ter na Prefeitura um Prefeito compromissado com a população e seus direitos. Precisamos de um prefeito competente, criativo, inteligente. O problema não é a crise econômica, é a falta de compromisso com os brumadinenses, é a incompetência. Para termos certeza disso, estão aí Bonfim e Moeda, para citarmos apenas duas vizinhas.
Mas nem tudo está perdido. As eleições de outubro estão aí! Se quisermos confetes e serpentinas em 2017, vamos ter que fazer a coisa certa em 2016. Ou então, daqui a um ano, vamos ficar apenas “chorando as pitangas”: ao invés de carnaval, apenas quarta-feira de cinzas.   

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