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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Edição 186 – Maio 2016
Editorial

O cenário nacional e a influência nas eleições em Brumadinho

O cenário político federal é um tanto confuso. Veja-se que uma Presidenta legitimamente eleita, com quase 55 milhões de votos (8.369 em Brumadinho), foi retirada do cargo enquanto seus algozes diziam combater a corrupção. E, menos de um mês de governo interino depois, já caíram dois ministros acusados de corrupção, além de ter o envolvimento em denúncias – agora com pedido de prisão pela PGR - dos maiores nomes do PMDB e do PSDB, os dois principais partidos responsáveis pelo Golpe de Estado contra a Presidenta.
A questão é se o cenário nacional interferirá nas eleições locais.
Todos estão vendo o atual governo interino e a que ele serve. Em menos de um mês de governo, as conquistas populares dos últimos anos foram duramente atacadas, como o fim dos ministérios da Reforma Agrária; da Cultura; da Igualdade Racial; das Mulheres e dos Direitos Humanos; da Comunicação, para citar alguns. E o fim da CGU – Controladoria Geral da União - principal órgão de combate à corrupção, o que mostra claramente que a verdadeira intenção do Golpe de Estado contra a Presidenta foi para barrar a Operação Lava Jato e o combate à corrupção que vinha sendo feito por seu governo. As conversas de Sérgio Machado, ex-senador do PSDB, com o primeiro ministro interino que caiu, Romero Jucá, e depois com Sarney e Renan Calheiros (os três com pedidos de prisão) provam isso.
Esse governo interino não dura, tem enfrentado a oposição dentro do governo e nas ruas dias após dias, todos os dias.
Em relação à interferência nas eleições em Brumadinho, vejo dois aspectos. Num primeiro, para a maior parcela da população, o que importa é a política local. O cidadão quer saber dos problemas locais, se o candidato tem solução para a escola de seu filho, para a saúde, para a questão do hospital municipal, quer um quebra-molas na sua porta, quer solução para o trânsito etc. Por isso, essa parcela vai se preocupar com a política local, e não dará a mínima para as questões nacionais.
Outra parcela, creio que bem menor da população, se lembrará sempre das questões nacionais. Ora, qual era o discurso da grande imprensa para derrubar a Presidenta? Que o PT tinha inventado a corrupção e era responsável por ela. E o que está se vendo com a divulgação das gravações, todas feitas antes do dia da votação da admissibilidade do impeachment? As gravações provam que a única intenção era tirar Dilma a fim de parar a Lava Jato e o combate à corrupção, “estancar a sangria”, como disse o Senador Jucá (daí o pedido de prisão da PGR). A parcela da população que estava a favor de derrubar a Presidenta agora percebe que realmente era um golpe de estado o que estava por trás do chamado impeachment.
Nesse sentido, quem será muito beneficiado em Brumadinho? O beneficiado será o candidato (ou candidatos) dos partidos aliados da Presidenta. Primeiro, porque caiu por terra o discurso da grande mídia, do PMDB, do PSDB e dos partidos que apoiaram o golpe de que queriam combater a corrupção.
Segundo, porque a população de Brumadinho conhece, e reconhece, quem são as pessoas honestas do Município. A população sabe exatamente quem se enriqueceu com a política, quem teve ou ainda tem envolvimento em questões obscuras. A população sabe exatamente quem responde a processos e a inquéritos do Ministério Público, por “improbidade administrativa”, o nome bonito para “corrupção”, ou roubo do dinheiro do brumadinense.
Reinaldo Fernandes
Editor
A população sabe, também, quem sempre combateu a corrupção, quem ajudou a retirar do governo dois ex-prefeitos acusados de corrupção e combateu outros corruptos. Sabe quem defende os privilégios dos políticos e quem os combate.
Aliás, a recente prisão do ex-presidente do PSDB, Nárcio Rodrigues, pai de Caio Nárcio, ambos os deputados mais votados em Brumadinho, também ajuda a desmascarar quem combate a corrupção e quem participa dela ativamente.
A população sabe quem pode andar de cabeça erguida nas ruas; quem pode entrar nas casas das pessoas, porque não deve nada, nunca foi acusado de nenhuma corrupção. E conhece os que deveriam se envergonhar até mesmo de frequentar locais públicos, tamanho envolvimento em corrupção e roubo.
Por fim, as eleições são sempre um momento de esperança da população, que já mostrou que gosta de fazer a troca dos políticos, com aquele sentimento que se apossa dela quando sai de casa para votar: “Agora vai dar certo!”. 


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