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terça-feira, 14 de dezembro de 2021

 Edição 248 – Novembro 2021

Prefeitura promove o “Natal Sem Água


É inacreditável! Em pleno séc. XXI, Brumadinho, que fornece água para milhões de pessoas da Região Metropolitana de Belo Horizonte deixa sem água seus filhos. Enquanto, Brasil afora, pessoas preocupadas com os irmãos promovem o famoso “Natal Sem Fome”, nossa vergonhosa e incompetente administração municipal, aliada à COPASA, promove o “Natal Sem Água”.  Quando Brumadinho completa seus 83 anos, é esse o presente que o prefeito Nenen da ASA dá à população de Casa Branca. Mas na casa do Prefeito não falta água, nem para encher de água limpinha a bela piscina.

 Pesquisa Sensus: Lula vence no 1º turno

Lula tem 42,6% dos votos, totalizando 50,8% dos votos válidos, o que garante sua eleição em 1ºturno. bolsonaro ficou com 24,2% das intenções de votos. Sergio Moro está com apenas 7,5%, Ciro Gomes tem somente 5,3% e João Doria sequer chega a 2%, ficando com 1,8%.

PT aprova PL para revogar aumento da Taxa de Esgoto

O PT apresentou uma proposta para obrigar a COPASA a voltar atrás no aumento da Taxa de Esgoto.  A COPASA aumentou absurdamente o valor da Taxa de Esgoto de 50 para 74% do valor da água. A proposta já foi aprovada na CCJ da ALMG.

Indígenas Kamakã Mongoió retomam terra em Brumadinho

Lideranças Kamakã Mongoió realizaram uma Retomada em uma localidade situada no vale do Córrego Areias, entre Casa Branca e Piedade do Paraopeba, em Brumadinho.

 A mineração e o jogo de cena

Brumadinho se insere na história da mineração na década de 30, quando se instalaram na região as primeiras mineradoras. Para permanecer tanto tempo presente, se evidencia uma importância não só econômica, mas histórica, política e social, do extrativismo mineral. A minério-dependência é a base que sustenta este cenário.

 

Inhotim mostra arte de negros

O Inhotim sedia um museu dentro de si e abre a mostra Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra,  projeto que compreende 4 atos e que se inicia com a exposição "Primeiro Ato: Abdias Nascimento, Tunga e o Museu de Arte Negra".


 

 PF indicia 19 pessoas, Vale e TÜV SÜD por crimes da mineração

A Polícia Federal indiciou 19 pessoas e duas empresas, a VALE e a TÜV SÜD, no inquérito que investiga o rompimento da barragem da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, MG, que deixou 273 pessoas mortas em janeiro de 2019.

Edição 248 – Novembro 2021

Editorial:

É preciso punir a bandidagem!

Penso que a bandidagem tem que ser punida! Nada de dar mole pra essa turma! Mas sou contra a morte para eles, como mata muitas vezes o Estado, com o apoio da população. Exemplo foi o assassinato de 26 pessoas recentemente, no sul de Minas: o Estado matou, a população achou bonito.  

A humanidade, desde uns seis mil anos atrás, descobriu que a maior punição que se pode dar a um bandido é tirar-lhe a liberdade. É um acordo mundial, todas as culturas aceitam isso, embora em todas as culturas haja pessoas que defendam o assassinato de bandidos.

A propósito, assassinato foi o que cometeram, aqui em Brumadinho, diretores, consultores, engenheiros, gerentes da mineradora VALE e da TÜV SÜD. Sendo assassinos, são bandidos!  Sendo bandidos, devem pagar.  

Essa turma da VALE e da TÜV SÜD precisa ser julgada rapidamente. Precisa ser condenada, trancafiada nos presídios. Precisa pagar pelo assassinato de 273 pessoas. Acelerar o processo, fazer o julgamento (garantido o direito de defesa... embora do indefensável!) e prendê-los é papel da Justiça. Nosso papel é cobrar que isso seja feito. E rápido!

Reinaldo Fernandes
Editor
Queremos Auxílio Emergencial e reparação, é verdade. Mas precisamos de Justiça! Se não houver Justiça, se não forem presos, se não pagarem pelos assassinatos que cometeram, as 273 mortes terão sido em vão! E elas continuarão matando, porque, para eles, mata-se pelo lucro. Todos os assassinos entrincheirados dentro das minerações precisam pagar pelos seus crimes! A nós, atingidos, cabe cobrar da Justiça. Cobrar sempre. Em todo dia 25. Em todos os dias do ano. Até que sejam presos.

Feliz natal a todas e a todos!      

 

Edição 248 – Novembro 2021

PT aprova projeto de lei para revoga aumento da Taxa de Esgoto

O PT – Partido dos Trabalhadores - apresentou um projeto de lei para obrigar a COPASA a voltar atrás no aumento da Taxa de Esgoto.  A COPASA, que não trata o esgoto de Brumadinho, aumentou absurdamente o valor da Taxa de Esgoto de 50 para 74% do valor da água. Diante disso, o PT, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais – ALMG – apresentou o projeto. A proposta já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, deve passar por outras comissões e ir à Plenário.

“É o PT sendo PT”, comentou Reinaldo Fernandes, Presidente do Partido em Brumadinho. “Nosso Partido tem essa preocupação com a população. Tem gente que diz que nós gostamos de pobreza. Não! Nós queremos acabar com a pobreza! Num momento de inflação altíssima, gás de cozinha a 120 reais, luz que sobe quase todo mês e gasolina já a 8 reais, não tem cabimento mais esse aumento”, completou o petista.   

Edição 248 – Novembro 2021

Brumadinho – 83 anos

Casa Branca clama por água

O absurdo continua acontecendo em Brumadinho: em pleno século XXI, milhares de pessoas ficam sem água enquanto prefeitura e COPASA se mantém paradas

fotos: kenia tinoco

 

É inacreditável! Em pleno séc. XXI, o município que fornece água para milhões de pessoas da Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH – deixa sem água seus filhos.

Enquanto, Brasil afora, pessoas preocupadas com os irmãos promovem o famoso “Natal Sem Fome”, nossa vergonhosa e incompetente administração municipal, aliada à COPASA, promove o “Natal Sem Água”.  Quando Brumadinho completa seus 83 anos, é esse o presente que o prefeito Nenen da ASA dá à população de Casa Branca. Mas na casa do Prefeito não falta água, nem para encher de água limpinha a bela piscina.

Buscando solução para seus problemas, moradores do Jardim Casa Branca e dos bairros Parque das Águas I e II promoveram, no dia 4 de novembro,  mais uma audiência pública. A COPASA apareceu, falou dados, admitiu que não cumpre o contrato e as leis, tentou convencer os moradores que a falta de água era culpa deles, e nada resolveu. E a Prefeitura?

Prefeitura mostra seu descaso com a população e nem aparece em Audiência e vereadores dão banana para a população

Nenen da ASA (PV) foi o candidato mais bem votado em Casa Branca nas eleições de 2020. Em “agradecimento”, o prefeito nega água à população. A Prefeitura sequer apareceu na Audiência Pública.  

Da Câmara Municipal, dos 13 vereadores, somente dois apareceram, um deles o vereador Gabriel Parreiras (PTB), requerente da audiência e que a presidiu. Mas desses não se pode esperar nada, a não ser que instituam, a cada dia, mais mordomias para si mesmos na Câmara Municipal. A outra foi Alessandra do Brumado (Cidadania), que, a propósito, está tentando cassar o mandato de Gabriel de forma espúria e totalmente ilegal.

Nem os vereadores da área rural, como Ricardo da Tejucana, Valcir “Rambinho” e Geada apareceram: todos os três tentando cassar o mandato de Gabriel Parreiras. Guilherme Morais (PV), também obteve muitos votos em Casa Branca. Mas “deu uma banana” para a população que votou nele e não apareceu. Guilherme Morais é aquele que foi acusado de patrocinar festinha com aglomeração em plena COVID-19, inclusive com bebidas alcoólicas e menor de idade. Foi acusado também de assédio sexual a menor de idade, mas  foi livrado pelos colegas vereadores.

Guerra infinita

Há pelo menos 14 anos, os brumadinhenses travam uma batalha por água, em meio a ingerência e descumprimento de leis por parte da Copasa, Governo de Minas e a própria Prefeitura de Brumadinho que não faz valer as cláusulas do contrato firmado em 2008.

Moradores da região chegam a ficar até 15 dias sem água. O drama se repete também em outras localidades do município.

Pelo contrato estabelecido entre a Prefeitura e a Copasa, em 2008, 14 anos atrás, a empresa já deveria estar realizando o abastecimento total e o tratamento do esgoto em todas localidades do município. A água deveria ter chegado até 2010!

Nota de repúdio

Associações comunitárias de Casa Branca publicaram uma nota de repúdio em conjunto após a audiência. No texto, os moradores reafirmam a indignação de todos sobre o descaso da Copasa, com a falta de informações claras de projetos e obras que começaram a ser executadas na região, além das promessas vazias. A nota diz também que a população está consternada com a ausência e a falta de interesse da prefeitura de Brumadinho em buscar esforços para resolver de vez a situação.

Edição 248 – Novembro 2021

Retomada Indígena Kamakã Mongoió em Brumadinho, MG: obra do Grande Espírito

Por Alenice Baeta e Frei Gilvander Moreira

 

Cacique Merong Kamacã Mongoió na Retomada
no vale do Córrego de Areias, Brumadinho, MG
fotos: alenice baeta

Em outubro de 2021 famílias indígenas lideradas por lideranças Kamakã Mongoió realizaram uma Retomada em uma localidade situada no vale do Córrego Areias, entre Casa Branca e Piedade do Paraopeba, emoldurada pela belíssima Serra da Moeda, no município de Brumadinho, MG.

Nos últimos anos, houve inúmeras denúncias e algumas reuniões na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e Mesas de Negociação junto ao Governo do estado de Minas Gerais para tratar do descaso e do abandono que os indígenas em situação urbana sofrem. Sem solução, após uma série de discussões e reivindicações não atendidas, os indígenas que moram nas cidades e que possuem inúmeros problemas ligados à moradia, risco social, carência alimentar, hídrica e dificuldade de acesso às políticas públicas têm iniciado, desde 2018, processos de Retomada de territórios. 

Como vivem os índios

É preciso levar em consideração a realidade na qual os indígenas em contexto urbano estão inseridos. Os motivos que os levaram à migração para as cidades pode ser, às vezes, voluntária ou, quase sempre, forçada e, em muitas situações, envolve violação de direitos humanos dos Povos Indígenas, motivada pela expulsão de suas terras de origem, fuga de conflitos, ameaças, inseguranças econômica e alimentar, falta de trabalho, ausência ou precariedade de serviços básicos, tratamento de saúde, comercialização de artesanato, estudos, dentre outras tantas razões.

As Lutas de Retomadas de territórios são consideradas pelas lideranças indígenas e Xamãs como algo sagrado de recuperar a terra e a vida que lhes foi tirada pelos invasores colonizadores e pela expansão dos empreendimentos degradantes, como a mineração devastadora.

Segundo o Cacique Merong Kamakã Mongoió, ele, guiado pelo Grande Espírito, sentiu que precisava voltar às terras ancestrais na região de Brumadinho protegendo-as da destruição que a assola e a ameaça constantemente. Comentou que na Serra da Moeda “há sinais dos povos ancestrais, e que é preciso respeitar a memória que a Mãe Terra guardou para nos ensinar a respeitá-la e o bem viver comunitário. Importante retomar a vida e o respeito aos seres em sua plenitude.”

Os indígenas, acompanhados de apoiadores

Proteção da mãe-natureza

Já plantaram mudas de plantas medicinais e frutíferas na localidade. Esta Retomada em Brumadinho está sendo um importante marco para a história indígena em Minas Gerais e na Serra da Moeda, mas necessita do apoio da sociedade organizada e de moradores da região, em geral, além de doações de alimentos e mantimentos. Unamo-nos na Retomada Kamakã Mongoió e na proteção das terras, das serras, das suas águas sagradas, que emanam para todos nós!

Videorreportagem de Frei Gilvander sobre a Retomada, gravado em 15/11/2021:

 

Alenice Baeta  é Doutora em Arqueologia pelo MAE/USP; Pós-Doutorado Antropologia e Arqueologia-FAFICH/UFMG; Historiadora e Membro do CEDEFES, do Movimento Serra Sempre Viva, do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios-ICOMOS/Brasil. E-mail: alenicebaeta@yahoo.com.br

Gilvander Moreira é Frei e padre da Ordem dos Carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália; agente e assessor da CPT/MG, assessor do CEBI e Ocupações Urbanas; prof. de Teologia bíblica no SAB (Serviço de Animação Bíblica), em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com  – www.gilvander.org.br  

 

Mineradora VALE ataca indígenas

Há pouco menos de dois meses integrantes da etnia Kamakã Mongoió ocuparam um território que, segundo uma pesquisa feita no Sistema de Cadastro Rural (SICAR) pertence ao município de Brumadinho. Lá está a Cachoeira Córrego de Areia.

A região não tem qualquer estrutura pra receber turistas e o local acumula muito lixo deixado pelos visitantes. O processo de retomada começou do outro lado do rio, e a Secretaria do Meio Ambiente de Brumadinho foi ao local com 3 técnicos para saber sobre a situação e dar encaminhamento nos trâmites governamentais de apoio, junto à Assistência Social.

Entretanto, na ocasião os indígenas foram notificados e foi solicitado que saíssem dali pois, segundo os técnicos, o local, para a surpresa de todos, pertenceria a uma imobiliária. Os Kamakã se deslocaram para um terreno bem próximo, que, de acordo com os vizinhos, foi comprado pela mineradora VALE. No dia 3 de dezembro, seguranças da VALE, acompanhados pela Polícia Militar foram ao local e registraram um Boletim de Ocorrência, alegando invasão.

Apoios

Os Kamakãs têm recebido muitos apoios e visitas amigáveis, inclusive da Polícia Ambiental. O cacique da Aldeia Kamakã, Merong Kamakã, juntamente com apoiadores, conseguiu contato com o Secretário Adjunto do Meio Ambiente, que se mostrou consciente e favorável a acolher os indígenas, prometendo buscar um processo de alocação de forma legal.

O Secretário Adjunto confirmou a questão do terreno privado, dizendo que a imobiliária solicitou à Secretaria de Planejamento que agisse para a reintegração de posse. Ao ser informado sobre a situação do terreno constante no SICAR, o Secretário Adjunto argumentou que a Secretaria do Meio Ambiente é responsável apenas pelas áreas de proteção ambiental, mas que essa pesquisa serviria para questionar a propriedade do terreno, entretanto não fez mais contato.

Procuradoria Federal

Por orientação da Assessora do Procurador Federal - indicado pelo Promotor de Justiça André Sperling - foi feita uma representação formal no Ministério Público e estes também estão articulando para que haja apoio legal ao povo Kamakã.

A etnia indígena procura um ambiente para preservar sua cultura de plantar, cuidar e viver da Terra, explicitando não ter interesses comerciais e, sim, com o seu modo de vida, de intimidade com a natureza.

Se Brumadinho foi capaz de se reconciliar com a Mineração, por que não seria capaz de se reconciliar com a vida dos Povos Originários e com o meio ambiente, através dos Kamakã Mongoió?

Por Tiago Amador

FUNAI visita aldeia e apoia retomada

https://www.youtube.com/watch?v=hPNoyBOW4uk



Edição 248 – Novembro 2021

Pesquisa Sensus: Lula vence no 1º turno

Lula tem 42,6% dos votos, totalizando 50,8% dos votos válidos, o que garante sua eleição em 1ºturno


Pesquisa presencial IstoÉ/Sensus divulgada na sexta-feira (3/12) indica que se as eleições fossem hoje o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria eleito presidente no primeiro turno. Ele teria 42,6% dos votos, totalizando 50,8% dos votos válidos.

jair bolsonaro ficou em segundo com 24,2% das intenções de votos. Sergio Moro está com apenas 7,5%, Ciro Gomes tem somente 5,3% e João Doria sequer chega a 2%, ficando com 1,8%.

Outros candidatos da chamada terceira via têm, somados, 2,8%: Simone Tebet com 1,2%, Luiz Henrique Mandetta com 1%, Rodrigo Pacheco com 0,3%, Luiz Felipe D’Ávila com 0,2% e Alessandro Vieira (Cidadania) com 0,1%.

Segundo turno

Num eventual segundo turno, Lula venceria todos os adversários por larga margem. Contra bolsonaro, faria 55% a 31%; contra Moro, 53% a 25%; contra Doria, 55% a 14%.

bolsonaro é o candidato com maior rejeição: 59,2% – o que praticamente inviabiliza sua candidatura. As más notícias não param aí: 53,2% acreditam que ele vai viabilizar o Auxílio Brasil apenas como projeto para se reeleger.

A pesquisa, presencial, foi realizada entre os dias 24 e 28 de outubro, com 2000 eleitores de 136 municípios dos 24 estados.

Vox Populi: Lula lidera em todos os cenários

Se as eleições fossem hoje, Lula venceria independentemente dos outros nomes na disputa. Preocupação com a economia e o emprego afeta, em algum grau, 91% dos brasileiros

 

Pesquisa Vox Populi de 11/11 confirma que Lula representa a esperança dos brasileiros em dias melhores. Se as eleições fossem hoje, o ex-presidente venceria em qualquer cenário, quaisquer que fossem seus adversários.

No primeiro cenário analisado, Lula receberia 44% dos votos, mais do que a soma de todos os demais nomes incluídos, que somam 33%. Conclusão: Lula vence no 1º turno. Jair Bolsonaro terminaria com 21%; Ciro Gomes, com 4%; Sergio Moro, 3%; Datena, 3%; João Doria, 1%; e Mandetta, 1%. Rodrigo Pacheco ficaria com 0%.

No cenário 2, o nome de Doria foi trocado pelo de Eduardo Leite, sem afetar de maneira significativa o resultado. Nesse caso, Lula aparece com índice ainda mais alto (45%), contra 34% dos demais nomes somados. 

O Vox Populi também incluiu na pesquisa um cenário sem Bolsonaro. A vitória com folga de Lula se repete. O ex-presidente receberia, nesse caso, 45% dos votos, contra 23% dos demais: Moro (8%), Ciro (6%), Datena (4%), Doria (2%), Mandetta (2%) e Pacheco (1%). Indecisos e que não responderam somaram 15%. Brancos e nulos, 17%. 

Segundo turno

Lula também ganha em todos os cenários pesquisados de segundo turno. Numa eventual disputa com Bolsonaro, Lula ganharia de 52% a 24%. Contra Ciro, a vitória seria por 49% a 15%. Contra Doria, Lula venceria por 53% a 10%.

Lula lidera ainda na pesquisa espontânea, quando não são mostrados os nomes dos candidatos. O ex-metalúrgico é citado por 28% dos entrevistados, bem à frente dos demais lembrados: Bolsonaro (15%), Ciro (2%) e Moro (1%).

Edição 248 – Novembro 2021

Contribua com a “Campanha Contra a Fome”

Às vezes a gente, por ter o que comer em casa, pensa que todo  mundo tem! Às vezes a gente ajuda uma vez e acha que está bom, mas a fome no Brasil continua”. Quem diz é Reinaldo Fernandes, Presidente do PT de Brumadinho, que está à frente de uma campanha contra a fome.

Segundo dados da entidade “A Ponte Social”, “um quarto da população brasileira, 52,7 milhões de pessoas, vive em situação de pobreza ou extrema pobreza.” Já a Pesquisa realizada pela Rede Penssan mostra que mais da metade da população, quase 116,8 milhões de brasileiros, não se alimentam como deveriam, com qualidade e em quantidade suficiente. A situação piorou muito desde o Governo Temer (MDB), e foi agravada agora no governo bolsonaro.

“Já conseguimos ajudar bastante pessoas. Pedimos às pessoas que continuem sendo solidárias, porque, no atual momento político do Brasil, com tanto desemprego e a pandemia,  a fome permanece”, completa Reinaldo.

Locais de arrecadação para fazer sua doação: Supermercados Luna e Fonseca; ABC da Construção; Ré Modas e Nova Opção.  

Edição 248 – Novembro 2021


Que tal fazer um Natal diferente?

Vem aí o Natal, mais um! Mais um milhão de amigos-ocultos, mais compras, compras, compras, compras, presentes, presentes, presentes... E tem ceia de Natal, com muita comilança, muita bebida alcoólica pra gente se empanturrar e se sentir mal no dia seguinte. Que tal fazermos diferente?

Não seria hora de pensarmos um Natal assim, mais Natal mesmo, mais parecido com o verdadeiro espírito de Natal: amizade, alegria real, desprendimento, e SOLIDARIEDADE? Que tal pensar um Natal diferente? Que tal transformar a grana dos amigos-ocultos e dos presentes para a família e amigos em algo mais significativo para os que mais precisam da gente? Por exemplo, que tal apadrinhar uma família necessitada? Que tal contribuir com os indígenas Kamacã Mangoió? Que tal dar uma visita de presente a alguém que está precisando de um tempo, precisando de ser ouvida, de companhia? O que você acha de passar o Natal numa cidade grande, visitando os moradores na rua? Ajudar uma entidade que faz um trabalho legal e está precisando de sua contribuição, o que você acha? E a ideia de procurar aquela pessoa com quem você andou brigando neste ano ou que andou brigando com você e lhe dar um abraço?  ... ou qualquer outra ação que faça o Natal ter algum sentido...

É isso! Feliz Natal para você!     

Edição 248 – Novembro 2021

Projeto da FALE oferece cursos para moradores de Brumadinho e da região da bacia do Paraopeba

Atividades de extensão visam contribuir para a geração de renda e emprego

Estão abertas as inscrições para o processo seletivo do curso de extensão Ensino e Aprendizagem de Tecnologias Digitais e Línguas Adicionais. O projeto é fruto de parceria entre a FALE – Faculdade de Letras – da UFMG e a AVABRUM - Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão em Brumadinho. Serão oferecidas duas opções de cursos à distância, que visam contribuir com a geração de trabalho, renda e emprego na região afetada pelos crimes da mineradora VALE.

A primeira opção é focada no desenvolvimento de noções básicas sobre as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) para a inclusão produtiva. A segunda oferece o aprendizado de línguas estrangeiras (inglês e espanhol) como forma de qualificação profissional e formação de cidadãos engajados em práticas locais e globais.

Editais do processo seletivo

Dois editais regem o processo seletivo. O primeiro oferecia 200 vagas para seis módulos diferentes. Mas as inscrições deveriam ser feitas até o dia 29 de novembro.

O curso de línguas oferece 180 vagas para o primeiro semestre de 2022. Setenta e cinco vagas são destinadas ao ensino da língua espanhola para jovens e adultos, enquanto as outras 105 são para o ensino da língua inglesa (30 para o público infantil e 75 para jovens e adultos). As inscrições deverão ser feitas de 1º de dezembro a 12 de janeiro.

Mais informações em http://www.letras.ufmg.br/avabrum/

Edição 248 – Novembro 2021

Polícia Federal indicia 19 pessoas, Vale e TÜV SÜD por rompimento da barragem em Brumadinho

O Ministério Público Federal (MPF) aguardava a conclusão do inquérito para se manifestar. Crime deixou 273 pessoas mortas em janeiro de 2019


A Polícia Federal indiciou 19 pessoas e duas empresas, a VALE e a TÜV SÜD, no inquérito que investiga o rompimento da barragem da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, MG, que deixou 273 pessoas mortas em janeiro de 2019.

As pessoas físicas foram indiciadas por homicídio doloso (dolo eventual) duplamente qualificado pelo emprego de meio que resultou em perigo comum e de recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima, por 270 vezes.

VALE criminosa falsificou documentos

Elas também foram indiciadas – assim como a Vale, responsável pela barragem, e a TÜV SÜD, responsável pela auditoria da estrutura – por crimes ambientais de poluição e contra a fauna terrestre e aquática, a flora, os recursos hídricos, unidades de conservação e sítios arqueológicos, além do crime de apresentação de declaração falsa perante a Agência Nacional de Mineração (ANM).

Segundo a PF, os indiciados são consultores, engenheiros, gerentes e diretores.  O inquérito policial segue agora para o Ministério Público Federal (MPF). O órgão aguardava a conclusão das investigações para se manifestar, e cabe a ele oferecer ou não denúncia contra os indiciados.

Em nota, o MPF afirmou que, "enquanto aguarda o julgamento do recurso interposto contra a decisão do STJ que definiu a competência da Justiça Federal para o julgamento das questões criminais", vai "analisar o inquérito concluído pela PF, em conjunto com as demais evidências obtidas no decorrer das investigações".

Âmbito federal

O caso agora está apenas no âmbito federal, porque, em outubro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou o recebimento da denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra acusados pelos crimes.

Em fevereiro do ano passado, a Justiça Estadual tinha recebido a denúncia do MPMG, e tornado 16 pessoas, inclusive o ex-presidente da VALE, Fabio Schvartsman, réus, com base em investigações do MP e da Polícia Civil.

No entanto, os ministros do STJ decidiram que o caso deveria ser analisado pela 9ª Vara Federal de Minas Gerais.

Eles “aceitaram” o argumento da defesa de Schvartsman de que há investigações de crimes federais, como danos a sítios arqueológicos e possíveis fraudes em documentos enviados pela Agência Nacional de Mineração (ANM), o que inviabilizaria o julgamento em âmbito estadual. Na verdade, a VALE sempre tentou levar o processo para a esfera federal, onde parece ser mais fácil ela ser vitoriosa, uma estratégia para não pagar pelos crimes.

Outros indiciamentos

A Polícia Federal já tinha feito indiciamentos relacionados ao rompimento da barragem em Brumadinho. Em setembro de 2019, a corporação indiciou sete funcionários da mineradora e seis membros da TÜV SÜD, além das duas empresas, pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documentos falsos.

A falsidade ideológica ocorreu, segundo a PF, quando funcionários das duas empresas celebraram contratos utilizando informações falsas contidas nos documentos de Declaração de Condição de Estabilidade (DCE), feitos em três momentos de 2018: a primeira em junho e as outras duas em setembro.

Esses documentos permitiram que a barragem seguisse funcionando normalmente mesmo com critérios de segurança abaixo dos recomendados pela própria mineradora e por padrões internacionais.

Já a imputação por documentos falsos se dá por dois registros de declarações de estabilidade — documentos que indicavam que a barragem estava em boas condições de funcionamento — junto a entidades governamentais, em 2017. Neste indiciamento, a pena pode chegar a 18 anos de cadeia para os criminosos.

Sete pessoas continuam desaparecidas, 2 anos e 9 meses após oS crimes da VALE

Cristiane Antunes Campos

Lecilda de Oliveira

Luis Felipe Alves

Maria de Lurdes da Costa Bueno

Nathalia de Oliveira Porto Araújo

Olímpio Gomes Pinto

Tiago Tadeu Mendes da Silva

Edição 248 – Novembro 2021

Inhotim mostra arte de negros

Xangô, de Abdias Nascimento exposição em Inhotim
foto: jane alves

Em curadoria conjunta com o IPEAFRO, o Inhotim sedia um museu dentro de si e abre a mostra Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra,  projeto que compreende quatro atos a serem realizados nos próximos dois anos e que se inicia com a exposição "Primeiro Ato: Abdias Nascimento, Tunga e o Museu de Arte Negra", na Galeria Mata.

Na Galeria Fonte, a exposição Deslocamentos articula trabalhos pensando processos de representação de lugares físicos e imaginados, com questões relativas à ocupação, ao compartilhamento e à migração entre diferentes territórios, e conta com obras de Cerith Wyn Evans, Gordon Matta-Clark, Jorge Macchi, Laura Lima, Matheus Rocha Pitta, On Kawara, Raquel Garbelotti, Rivane Neuenschwander, Rodrigo Matheus, Rubens Mano e Sara Ramo.

Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra Deslocamentos integram o programa Território Específico, tema de pesquisa e eixo ao redor do qual Inhotim se organiza entre 2021-2022. O conceito de "território" se expande de maneira transversal para uma investigação sobre os aspectos ambientais, sociais e artísticos que acontecem dentro do Inhotim como espaço, em seu entorno e na multiplicidade de relações que a partir dele se desdobram.

A inauguração aconteceu no último sábado, 4 de dezembro, seguida de coquetel com a presença de Elisa Larkin Nascimento, viúva de Abdias, Diretora Presidente do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO) e também ativista da luta antirracista. Presente também Julio Menezes Silva, jornalista, mestrando em História da Arte (PPGHA/UERJ) e atuante no IPEAFRO.

Em conversa com Reinaldo Fernandes, Editor do Jornal de fato, Elisa e  Julio falaram da  ideia deles de se aproximar da população de Brumadinho nestes dois anos  em que Inhotim abrigará artes do MAN – Museu de Arte Negra.

 Edição 248 – Novembro 2021

Reinaldo emplaca novas publicações, na Literalivre e no COLEI-RJ

O Editor do Jornal de fato, escritor Reinaldo Fernandes, tem novos trabalhos publicados em veículos nacionais de literatura. Fernandes foi novamente selecionado para a Revista LiteraLivre. O conto “Paixão de uma vida inteira” foi publicado na 30ª edição da Revista. “Tivemos 739 textos inscritos. Parabéns aos selecionados!”, congratulou Ana Rosenrot, Editora da LiteraLivre. A revista foi lançada no final de novembro.

Concurso de Poesias COLEI – RJ

Reinaldo emplacou publicação também no e-book do 2º Concurso de Poesias do COLEI da FFP/UERJ (Coletivo de Estudos e Pesquisas sobre Infâncias e Educação Infantil da Faculdade de Formação de Professores da Universidade Estadual do Rio do Rio de Janeiro).

O 2º Concurso de Poesias foi mobilizado pelo lema “Esperançar é preciso!”, na celebração do Centenário de Paulo Freire.  Reinaldo Fernandes participou com a poesia “Direito e Esquerdo”, que consta da página 157 do e-book. O e-book pode ser baixado no seguinte endereço: https://coleiblog.wixsite.com/website/livros-org-pelo-cp%C3%A7ei

“No total recebemos 203 inscrições, oriundas de todas as Regiões do Brasil e internacionais, vindas de Portugal, da Itália e de Moçambique”, informou os organizadores.

Reinaldo Fernandes é professor, editor do Jornal de fato, autor de “Trilhas”, “Sob Suspeita” e “Minha Vida é Reticências”, que sai no início do ano que vem.

Edição 248 – Novembro 2021

A MINERAÇÃO E O JOGO DE CENA: como a minério-dependência é usada (e distorcida) no sequestro das economias regionais

 A história da mineração na América Latina é muito antiga, sendo que no Brasil se iniciou no século XVII, quando ainda era explorado apenas o ouro de aluvião. O estado de Minas Gerais, que tem a marca da mineração no nome, foi e continua sendo um verdadeiro “El Dorado”, da lenda indígena que atraía aventureiros europeus para a exploração de metais preciosos nas Américas.

Brumadinho se insere na história da mineração na década de 30, quando se instalaram na região as primeiras mineradoras, instigando o processo de urbanização desordenada e de mudança no modo de vida da população. O tempo passou, a mineração mudou, mas persiste; e até hoje a população mineira e brumadinense convivem com os impactos da atividade econômica em seus territórios.

Para permanecer tanto tempo presente, se evidencia uma importância não só econômica, mas histórica, política e social, do extrativismo mineral. Nesse extrativismo, a minério-dependência é a base que sustenta este cenário, tornando os territórios reféns da atividade que tantas violências e crimes comete contra as populações locais.

O que é minério-dependência?

Mas, afinal, o que é minério-dependência? Por definição, a minério-dependência é a situação na qual uma determinada economia se encontra refém de um modelo de crescimento dos resultados do setor mineral em seu território. Ou seja, um município, estado ou até país, se vê dependente da atividade extrativista para sua sobrevivência. A interlocução entre os resultados da mineração e a sobrevivência de estados e municípios se dá através da CFEM - Contribuição Financeira Pela Exploração Mineral. A CFEM é o imposto que as mineradoras devem pagar aos governos pela exploração mineral em qualquer território.

No caso de Brumadinho, paga-se uma alíquota de 3,5% (teto) sobre a receita bruta com a venda de minério de ferro. Os valores arrecadados, apesar de nominalmente expressivos, não constituem fator preponderante para a sobrevivência econômica do município.

Diferente do que a narrativa capitalista industrial defende, a minério-dependência, em Brumadinho, se apresenta muito mais como uma relação político-institucional do que meramente econômico-financeira. A arrecadação pública com o minério não é insubstituível, tampouco se justifica a manutenção de tal atividade no território dado o volume e a força de seus impactos negativos para o desenvolvimento socioeconômico local. No caso da VALE, isso vem representado pelo extremo das 272 mortes.   

Segundo levantamento do Portal Diálogos, específico para o município de Brumadinho, a arrecadação da CFEM correspondeu, em 2019, a 14,33% da arrecadação total do município, seguindo em 2020 com 13,8% de representação no orçamento. Outras fontes de arrecadação apresentam valores nominais similares e/ou superiores aos arrecadados com o minério, como é o caso, por exemplo, do i) Impostos Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços; ii) Participação em Impostos da União e Estado; e iii) Outras Transferências.  OBS PARA MIM MESMO: VOU FAZER UM QUADRO COM ISSO  

 

Receita Arrecadada - Brumadinho - Espécie

2019

Percentual

Impostos sobre a Renda

R$ 2.363.851,29

0,75%

Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

R$ 44.381.784,55

14,08%

Impostos sobre o Patrimônio

R$ 10.355.885,00

3,28%

Taxas e Emolumentos

R$ 3.242.083,35

1,03%

Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública

R$ 2.228.955,65

0,71%

Receita sobre Valores Imobiliários

R$ 1.732.985,46

0,55%

Cota-parte da Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais - CFEM

R$ 45.175.969,26

14,33%

Cota-parte do Fundo Especial do Petróleo - FEP

R$ 8.321.311,78

2,64%

Outras Transferências

R$ 85.022.368,52

26,97%

Participação em Impostos da União e Estado

R$ 71.692.478,21

22,74%

Receita para Financiamento da Educação

R$ 25.259.207,01

8,01%

Receita para Financiamento das Ações de Assistência

R$ 325.857,76

0,10%

Receita para Financiamento das Ações em Saúde

R$ 14.446.516,51

4,58%

Total Geral

R$ 315.259.048,64

100%

Fonte: Observatório Social de Brumadinho; Disponível em:

https://portaldialogos.org.br/2020/11/24/receitas-e-despesas-de-brumadinho-em-2019/

Município recebe da mineração mas gasta para a mineração

É importante notar que a extração do minério de ferro, sozinha, representa ao longo dos anos mais de 10% da arrecadação municipal, o que é expressivo se tratando apenas de um setor. Entretanto, essa representatividade não evidencia uma dependência econômica absoluta e insubstituível, mas diz muito sobre sua força política e institucional.

Dessa forma, as promessas de geração de emprego e renda, de desenvolvimento local, dentre outros benefícios a Brumadinho, feitas pela mineração, agem de forma a exigir do poder público uma série de obras para a manutenção da mineração. Isso caracteriza consequência da relação de dependência e a instauração de um modelo de desenvolvimento econômico e social que pensa apenas no dinheiro a ser arrecadado, no crescimento desordenado da malha urbana, no descaso com os recursos naturais e com os modos de ser e fazer locais.  

Infraestrutura pesada, pavimentação asfáltica, construção de pontes para a mineração

Ainda segundo o levantamento do Portal Diálogos, quando analisamos as despesas executadas pelo município de Brumadinho, é possível perceber a preferência do poder público local na execução de despesas que estejam de acordo com o modelo de desenvolvimento econômico e social citado acima. Esse modelo não reflete as verdadeiras necessidades da população local. Assim, investe-se prioritariamente em infraestrutura pesada, pavimentação asfáltica, construção de pontes e passarelas; enquanto o município de Brumadinho apresenta-se como essencialmente rural. Brumadinho possui 639.434 km², o que equivale a duas Belo Horizonte. Mas a população é aproximadamente 62 vezes menor, de 39.520 habitantes (IBGE, 2018).

Em 2019, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos apresentou um valor liquidado (R$ 55.404.420,44) superior ao de outras secretarias estratégicas para o desenvolvimento econômico e social do território, como por exemplo, a Secretaria Municipal de Educação (R$ 45.719.227,72), a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (R$ 3.964.397,37) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (R$ 6.435.944,64). Muito BOM. OBS PARA MIM MESMO: VOU FAZER UM QUADRO COM ISSO  

 

Classificação da Despesa

Liquidada

Unid.: 02023001 - SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS

R$ 55.404.420,44

Unid.: 02005001 - SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

R$ 45.719.227,72

Unid.: 02009001 - SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

R$ 3.515.256,15

Unid.: 02009003 - FUNDO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

R$ 449.141,22

Unid.: 02010001 - SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL

R$ 4.487.418,02

Unid.: 02010002 - FUNDO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

R$ 502.950,76

Unid.: 02010003 - FUNDO MUNICIPAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

R$ 1.445.575,86

Fonte: Observatório Social de Brumadinho; Disponível em: https://portaldialogos.org.br/2020/11/24/planilhas-do-orcamento-2019/

 

Gráfico 1 - Classificação da Despesa - Secretaria de Obras - Brumadinho(MG) 2019

Gráfico

Fonte: Observatório Social de Brumadinho; Disponível em: https://portaldialogos.org.br/2020/11/24/planilhas-do-orcamento-2019/

Salário de quem trabalha na mineração em Brumadinho é menor dos que trabalham na mineração na cidades vizinhas

Além dos altos gastos com obras que beneficiam a mineração, dados disponibilizados em texto para discussão do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada -, demonstram que os salários pagos pela mineração em Brumadinho, apesar de comparativamente, na média geral, serem altos, se encontram abaixo da média dos salários pagos pelo mesmo setor em outras cidades. Além disso, 70% desses salários se encontram na faixa abaixo de 4 salários mínimos, em que o pagamento de pouquíssimos salários muito altos puxam a média geral pra cima e passam a falsa sensação de que a mineração paga melhores salários do que outros setores da economia local.

 

O que se constata, então, é que a lógica de mercado em que funciona a mineração possui uma série de implicações negativas ao desenvolvimento socioeconômico de Brumadinho. Além de concentradora de renda, a mineração é altamente prejudicial para o meio ambiente, produz poluição atmosférica usados na explosão das minas, poluição sonora pela quantidade de veículos de transporte de carga, poluição da rede hídrica pelos rejeitos de minério, degradação do solo pela escavação, além de utilizar quantidades expressivas de água, para não falar de baixar ou secar o lençol freático, ouse já, acabar com a água da comunidade onde atua.

Há uma visão de desenvolvimento econômico e regional que sustenta a manutenção da mineração, uma vez que pensa o desenvolvimento de maneira centralizadora. Essa visão não se atenta para o fato de que a melhora nos indicadores econômicos e sociais de Brumadinho apenas se darão com um desenvolvimento que atinja todas as camadas da sociedade. Ou, pelo menos, a maioria da população.

 Fundação Clóvis Salgado / Palácio das Artes lançam a 3ª etapa de atividades do Programa

CAMINHOS DA ARTE, em Brumadinho

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas de 13 a 21 de dezembro de 2021;Pela primeira vez no formato presencial, serão oferecidas; 8 oficinas entre 22 de janeiro e 4 junho de 2022

 3º etapa do programa CAMINHOS DA ARTE, em Brumadinho

Inscrições

Site do programa Caminhos da Arte: www.cdabrumadinho.com.br

Site Fundação Clóvis Salgado: www.fcs.mg.gov.br

Período: 13 a 21 de dezembro de 2021

Realização das Oito Oficinas

Período: 22 de janeiro a 4 de junho de 2022, sempre aos sábados

Carga horária total de cada curso: 36 horas

Local: Estação Cidadania, em Brumadinho-MG

Contato para o público: cdabrumadinho@fcs.mg.gov.br

Assessoria de Imprensa do Caminhos da Arte - BH Press Comunicação

Isabela Scarioli: (31) 98864-7054 | isabela.scarioli@bhpress.com.br

Marina Lopes: (31) 99319-0078 | marina.lopes@bhpress.com.br

Bárbara Miranda: (31) 9 8265 -3874 | barbara.miranda@bhpress.com.br

 O programa Caminhos da Arte, realizado pela Fundação Clóvis Salgado / Palácio das Artes, por meio do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, destinado à comunidade de Brumadinho, está de volta! Mas agora em novo formato, o presencial. Nesta terceira etapa do programa serão ofertadas 20 vagas para cada uma das oito oficinas: “DJ”, “Grafite”, “Iluminação”, “Dança de Salão”, “Design de Moda”, “Sonorização”, “Contação de Histórias” e “Interpretação para TV e Cinema” – que serão ministradas entre os dias 22 de janeiro a 4 junho de 2022.

As inscrições das oficinas estarão abertas, somente para moradores de Brumadinho e região, no período de 13 a 21 de dezembro de 2021 e podem ser realizadas pelos sites: www.cdabrumadinho.com.br e www.fcs.mg.gov.br. Já os resultados dos selecionados de cada curso serão enviados por e-mail/telefone aos alunos contemplados até o dia 23 de dezembro. Todas as oficinas serão ministradas na Estação Cidadania, sempre aos sábados, e cada oficina terá carga horária total de 36h, sendo 2h por semana.

Concebido e idealizado pela Fundação Clóvis Salgado, com o patrocínio da Caterpillar e do parceiro investidor Instituto Social Sotreq – iSSO, CAMINHOS DA ARTE é um programa humanístico de atuação cultural, artística, social e econômica, pautado na promoção de experiências criativas, artísticas e de desenvolvimento humano para a população de Brumadinho. Trata-se de uma iniciativa de promoção continuada de atividades reflexivas e de qualificação técnica cultural para os moradores da cidade, estimulando a retomada gradual das atividades criativas presenciais, com o propósito de ampliar possibilidades para que jovens e adultos tenham vivências e atividades formativas artísticas.

Nesta terceira etapa do programa a proposta é que os alunos explorem ao máximo as potencialidades da arte e da cultura como ferramentas de desenvolvimento humano e social, de maneira coletiva e cada vez mais próxima. Além disso, o formato presencial dialoga diretamente com o objetivo inicial do projeto: ocupar a Estação Cidadania, em Brumadinho – um espaço de três mil metros quadrados que conta com praça de esportes e lazer, um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), salas multiuso, biblioteca, sala de informática, cineteatro/auditório, quadra poliesportiva coberta, pista de skate, equipamentos de ginástica e playground.

Para Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado, é muito gratificante iniciar a terceira etapa do programa, que visa ampliar as potencialidades individuais e coletivas dos participantes, gerando atividades econômicas e renda para jovens e adultos por meio de inovações possíveis no campo da arte. “Tem sito muito importante para a FCS realizar o programa Caminhos da Arte, por possibilitar uma real geração de impacto social, econômico e humano por meio da arte e da cultura. E contar com a parceria da Caterpillar e do iSSO é para nós motivo de grande orgulho, pois nos permite viabilizar, agora de maneira presencial, ações de formação cultural de relevância para as comunidades de Brumadinho”, comemora Eliane.

ESCUTA ATIVA E DIÁLOGO CONSTANTE

A definição de cada uma das oficinas é resultado de um longo diálogo entre os organizadores do Caminhos da Arte e as lideranças comunitários de Brumadinho, estabelecido por meio de rodas de conversa e encontros ocorridos durante a segunda etapa do programa. O intuito foi possibilitar aos participantes novas perspectivas e conhecimentos a partir de seus anseios, de modo que fosse possível refletir criticamente sobre a realidade e construir percursos diversos, plurais e mais solidários.

Renata Pedroso, líder comunitária e moradora de Brumadinho há mais 30 anos, revela que o diálogo entre a Fundação Clóvis Salgado e a comunidade foi fundamental na construção da terceira etapa do programa: “O Caminhos da Arte nos deu a oportunidade de expressar os nossos sentimentos em relação à cidade e debater sobre as nossas necessidades atuais. Isso foi um diferencial muito importante”.

BREVE DESCRIÇÃO DAS OFICINAS

        DJ: o curso oferece conteúdos de seleção, mixagem, sequência e produção de músicas;

        Grafite: a oficina busca apresentar o grafite enquanto uma forma de arte contemporânea de características essencialmente urbanas, composta por desenhos e pinturas feitos em paredes, muros etc;

        Iluminação: os participantes serão introduzidos ao ofício dos iluminadores envolvidos na criação, montagem e operação dos sistemas e projetos de iluminação;

        Dança de Salão: a oficina tem como principal objetivo a iniciação dos alunos à dança, possibilitando o desenvolvimento da criatividade, da noção corporal, da musicalidade e da percepção do outro e de si;

        Design de Moda: a partir de estudos de conceitos e fundamentos da moda, os alunos irão explorar as relações com o vestuário e com a história da arte, além de aprender sobre criação e customização de roupas e adereços;

        Sonorização: a oficina apresentará os elementos necessários para a utilização do áudio em diferentes produções, desde a captação do som ao acabamento final.

        Contação de Histórias: o objetivo é introduzir as técnicas básicas como o uso de recursos vocais de modulação, a variação de intensidade da voz, o uso de onomatopeias para dar movimentos à palavra e ritmo à narrativa.

        Interpretação para TV e Cinema: os alunos serão orientados a respeito do jogo de encenação em todos os aspectos, seja na TV, teatro ou cinema.

O programa Caminhos da Arte é realizado pela SECRETARIA ESPECIAL DA CULTURA / MINISTÉRIO DO TURISMO, através da LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA, pelo GOVERNO DE MINAS GERAIS / SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA E TURISMO e FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO, com o patrocínio da CATERPILLAR. Este programa tem também o INSTITUTO SOCIAL SOTREQ – iSSO como parceiro investidor e a APPA ARTE E CULTURA como co-realizadora.

ARTE QUE INSPIRA • ARTE QUE LIBERTA • ARTE QUE TRANSFORMA

O programa Caminhos da Arte tem como esferas norteadoras três princípios: Técnico – evidenciando o potencial de geração de emprego, renda e atividades econômicas; Artístico – que fomenta a expressão cultural e a inclusão social e de Bem-estar, como fator motivador da qualidade de vida humana.

Baseando-se na arte e na educação como caminhos para o desenvolvimento individual e coletivo, o programa possui ainda três eixos conceituais: Arte que Inspira, Arte que Liberta e Arte que Transforma, que norteiam as atividades oferecidas.

SOBRE O CEFART

O Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, da Fundação Clóvis Salgado, é responsável por promover a formação em diversas linguagens no campo das artes e em tecnologias do espetáculo. Referência em formação artística, o Cefart possui amplo e inovador Programa Pedagógico para profissionalizar e inserir jovens talentos no mercado de trabalho da cultura e das artes. Diversas gerações de artistas e técnicos foram formadas ao longo dos quase 50 anos de atividades, com forte impacto no fazer artístico de Minas Gerais.  São oferecidas, gratuitamente, oportunidades democráticas de acesso à formação cultural diversa, por meio de Cursos Técnicos, Básicos, de Extensão e Complementares, com grande repercussão social.

SOBRE A FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO / PALÁCIO DAS ARTES

Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem o campo onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS.  A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia. de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Artes e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.