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segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

 

RESULTADO

O VII Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas  “Nídia Maria de Jesus”, do jornal de fato – Brumadinho – MG recebeu 317 trabalhos, dos quais 56% foram na modalidade  poesia. Infelizmente, a organização do Concurso desclassificou dezenas e dezenas de trabalhos que não respeitaram o Regulamento.

Os trabalhos vieram de 23 estados brasileiros e de 10 países, além do Brasil: Portugal, Moçambique, Itália, França, Espanha, Angola, Estados Unidos, Holanda, Alemanha e Japão. Portugal liderou a participação internacional com 9 trabalhos. Juntos, os países estrangeiros enviaram 25 trabalhos! De Brumadinho, das duas categorias, apenas um trabalho, que não atendia ao Regulamento.

Enfim, chegamos ao RESULTADO! São apenas 28 vencedores. Mas foi uma trabalheira ´para escolher: o Brasil – e o mundo - está cheio de bons escritores! Há muitos trabalhos belíssimos! Aí, que teve muito trabalho foi a Comissão Julgadora.  O mais importante é dizer que, os trabalhos vencedores de cada categoria são, sim, Os Melhores! Mas os melhores para a Comissão  Julgadora. Isso quer dizer que TODAS e TODOS devem continuar escrevendo, disputando concursos e enchendo nossas vidas de beleza! Não ter ficado entre os 5 ou os 10 melhores significa, apenas, que os outros textos tocaram mais profundamente nossos jurados. Para todos que participaram, temos duas palavras: “OBRIGADO”. E “PARABÉNS!”   

Confira o RESULTADO:






domingo, 3 de dezembro de 2023

 VII CONCURSO DE POESIAS, CONTOS E CRÔNICAS 

Pessoal, estamos atrasados com a divulgação do RESULTADO do nosso concurso, prevista para ser no dia 30 de novembro. Dado o grande volume de trabalhos inscritos, os jurados ainda não conseguiram terminar o julgamento. Como é um trabalho voluntário, a organização do Concurso precisa respeitar o tempo dos Jurados. Mas estamos trabalhando! Assim que pudermos, daremos o RESULTADO. Acompanhe por aqui!

domingo, 2 de julho de 2023

 VII Concurso de Poesias, Contos ou Crônicas do jornal de fato

 

O Jornal de fato está promovendo seu VII Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas. O Concurso homenageia a poeta de Brumadinho Nídia Maria de Jesus. As inscrições encontram abertas até o dia até 27/8/23 e podem ser feitas no link  

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSep9tEjV05XWVSsCkUogJR5nwQqSjGgorT8z9nUaEkC1g3xZw/viewform?vc=0&c=0&w=1&flr=0&pli=1 

O tema do concurso é livre, com texto inédito, nas modalidades prosa (contos ou crônicas) e verso (poesia). Quaisquer pessoas, de qualquer lugar do mundo, pode participar, desde que o texto seja escrito em língua portuguesa. As categorias são: Local (escritores de Brumadinho acima de 18 anos  e escritores de brumadinho com até 18 anos) e Nacional / internacional (escritores acima de 18 anos e escritores com até 18 anos).

 

Premiação:

Serão oferecidos 50 prêmios com publicação no blog do jornal, certificados  e brindes.  

O Regulamento completo e a Ficha de Inscrição podem ser acessados no blog do Jornal, no link jornaldefato.blogspot.com

Abaixo, o Regulamento completo.

 

VII Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas  “Nídia Maria de Jesus”, do jornal de fato – Brumadinho - MG

DA HOMENAGEADA

A brumadinense Nídia Maria de Jesus nasceu na localidade de Caetano José (Bonfim – MG), em 23 de maio de 1939. Sempre gostou de ler e escrever, desde novinha, escrevendo diários, contos e poesias. O avô, cheio de orgulho, se gabava com os amigos pela neta escritora. 

Dada uma desilusão na vida, nossa escritora rasgou tudo. Mas quem nasceu para escrever não para nunca!

Agora, morando em Cataguases, MG, temos de novo nossa escritora. Daí sua primeira poesia. Hoje, passam de uma centena de poemas e muitos outros escritos que nos leva a várias reflexões. Sua segunda poesia, “Carência”, foi vencedora do 5º lugar do Concurso de Poesias do Jornal de fato – Brumadinho – MG, incentivo que a levou a participar de todos os outros concursos do Jornal, figurando entre os melhores trabalhos.

Na década de 2000 publicou algumas de suas poesias em antologia. Uma delas, o poema “Brumadinho” a levou a uma entrevista na TV Sete, da cidade.

Nídia defende que suas poesias - que ela ainda quer publicar - são sua vida “em forma de desabafos rimados”, diz. “Sou muito emotiva e minha inspiração, na maioria das vezes, vem através dessas emoções que, mesmo não sendo as melhores, podemos sempre agradecer pelo aprendizado que nos proporcionam”, confessa nossa escritora. 

Quem convive com Nídia Maria de Jesus sabe de seu valor. E são representados pela opinião de uma de suas filhas: “Agradeço a Deus todos os dias e tenho muito orgulho e admiração por poder conviver e chamar de mãe essa pessoa generosa, caridosa, especial e, ainda por cima, uma grande poeta.”

É essa a homenageada do nosso VII Concurso!     

 

DOS OBJETIVOS

O VII Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas  “Nídia Maria de Jesus”, do jornal de fato – Brumadinho – MG tem por objetivos divulgar e, especialmente, incentivar,  valorizar e reconhecer talentos novos e antigos na arte da produção literária em língua portuguesa, bem como mapear essa produção em Brumadinho, Brasil e no mundo.

DA ORGANIZAÇÃO

O VII Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas  “Nídia Maria de Jesus” é realizado pelo Jornal de fato – Brumadinho – MG, cabendo a este solucionar quaisquer controvérsias, casos omissos ou pendências advindas do Concurso, bem como realizar de modo exclusivo quaisquer comunicados aos participantes e interessados que deverão sanar suas dúvidas enviando mensagem para o e-mail defatojornal@gmail.com, colocando no “assunto”, EM CAIXA ALTA, a expressão “DÚVIDA QUANTO AO VII CONCURSO”.

DO PRAZO DE INSCRIÇÃO

As inscrições encontram-se abertas desde já, encerrando-se às 23H59 no dia 27/8/23 (vinte e sete de agosto de dois mil e vinte e três), salvo prorrogação expressamente anunciada pela organização do Concurso.

A inscrição online deverá ser feita preenchendo o formulário eletrônico disponível no link  https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSep9tEjV05XWVSsCkUogJR5nwQqSjGgorT8z9nUaEkC1g3xZw/viewform?vc=0&c=0&w=1&flr=0&pli=1  até a data limite estipulada neste Regulamento, no qual deverá escolher a categoria que pretende concorrer, informar seus dados pessoais e subir (fazer upload) no campo indicado o poema e/ou crônica ou conto a ser(em) inscrito(s). Não serão aceitas inscrições fora do formulário.

Não há cobrança de taxa de inscrição.

DO TEMA

O tema é livre. No entanto, não serão aceitos trabalhos que possuam conteúdo nazifascista, racista, machista, homofóbico, violento e/ou preconceituoso.

DAS MODALIDADES

O VI Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas  “Nídia Maria de Jesus”, do jornal de fato – Brumadinho – MG terá as modalidades prosa (contos ou crônicas) e verso (poesia).

Entende-se como “conto” e “crônica”, para participação neste Concurso, a narrativa curta (até 10 páginas), com tema único, espaço e tempo limitados e com número reduzido de personagens.   

DOS PARTICIPANTES

Poderão concorrer ao VII Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas  “Nídia Maria de Jesus”, do jornal de fato – Brumadinho – MG quaisquer pessoas, brasileiras e não-brasileiras, desde que o texto seja escrito em língua portuguesa, sob pseudônimo, que deverá ser o mesmo tanto para trabalho de uma modalidade quanto de outra, se o participante se inscrever nas duas.

Participantes menores de idade de 18 anos até a data final de inscrição deverão encaminhar, junto com o(s) trabalho(s), “Autorização de Participação e Publicação” assinado por responsável legal.

Fica vetada a participação de membros das Comissões Organizadora e Julgadora do Concurso.

DAS CATEGORIAS

Categoria Local:

Escritores de Brumadinho acima de 18 anos

Escritores de Brumadinho com até 18 anos

 

Categoria Nacional / Internacional:

Escritores acima de 18 anos

Escritores com até 18 anos

DO INEDITISMO

As obras deverão ser, obrigatoriamente, inéditas. Entende-se por inédito o trabalho que não foi publicado em blogs pessoais; ou blogs de poesia ou de contos ou crônicas; redes sociais, livros e revistas, jornais e/ou antologias quaisquer, tanto em formato impresso como virtual.

Serão desclassificados os trabalhos que apresentem plágio, no todo ou em parte.

DA QUANTIDADE DE TRABALHOS A SEREM ENVIADOS

Cada escritor poderá inscrever até 2 (dois) trabalhos, mas com apenas 1 (um) trabalho em cada uma das modalidades (poesia; e conto ou crônica).

Em caso de ser enviada mais de uma inscrição para cada modalidade, uma delas será desconsiderada.

DO FORMATO:

O texto enviado deverá estar salvo em formato .doc ou .docx (Word ou similar), fonte Arial, Times New Roman, Calibri ou Book Antiqua, tamanho 12, em espaço entre linhas de 1,5; no tamanho A4.

O trabalho, obrigatoriamente, deverá ter um título. Sob o título, deverá constar obrigatoriamente pseudônimo, modalidade e categoria, na seguinte ordem, conforme exemplo no modelo abaixo:

 

“Paulo Flores - Prosa – Categoria Local - Até 18 anos”;

“Manacá do Campo – Poesia – Categoria Nacional / Internacional – Acima de 18 anos;

“Dom Vicente – Prosa – Categoria Local – Acima de 18 anos”;

“Ipê Amarelo – Poesia – Categoria Nacional / Internacional – Acima de 18 anos.

O descumprimento das normas acima acarretará a desclassificação do trabalho.

DO ENVIO:

O arquivo de texto enviado deve, OBRIGATORIAMENTE, ser nomeado com Modalidade, Categoria e Nome do trabalho, conforme modelos abaixo:

 

“Poesia – Nacional / Internacional - Até 18 anos - No meio do caminho”

 “Poesia – Nacional / Internacional - Mais de 18 anos - Com licença poética”

“Poesia - Local - Até 18 anos - Brejo das almas”

 “Poesia – Local - Mais de 18 anos - Claro Enigma”

"Prosa – Nacional / Internacional - Até 18 anos - Comendo camarão grelhado”

 “Prosa – Nacional / Internacional - Acima de 18 anos - Missa do Galo”

 "Prosa – Local - Até 18 anos - Adão e Eva “

“Prosa – Local - Acima de 18 anos - O espelho”

O descumprimento da norma acima acarretará a desclassificação do trabalho.

DO JULGAMENTO E COMISSÃO

Os trabalhos serão apreciados por uma Comissão Julgadora composta de 3 (três) a 5 (cinco) pessoas capacitadas em literatura e Língua Portuguesa, a ser instituída pela Organização do Concurso, e terá plena autonomia de julgamento, não cabendo recurso às suas decisões.

DA PREMIAÇÃO:

Serão selecionados:

“Os 10 Melhores” trabalhos da modalidade poesia, categoria nacional / internacional acima de 18 anos;  

“Os 10 Melhores” trabalhos da modalidade prosa, categoria nacional / internacional acima de 18 anos;   

“Os 5 Melhores” trabalhos da modalidade poesia, categoria Local acima de 18 anos;  

“Os 5 Melhores” trabalhos da modalidade prosa, categoria Local acima de 18 anos;   

 “Os 5 Melhores” trabalhos da modalidade poesia, categoria nacional / internacional até 18 anos;  

“Os 5 Melhores” trabalhos da modalidade prosa, categoria nacional / internacional até 18 anos;   

“Os 5 Melhores” trabalhos da modalidade poesia, categoria Local até 18 anos;  

“Os 5 Melhores” trabalhos da modalidade prosa, categoria Local até 18 anos;   

conforme tabela abaixo,


10

poesias

+18, Categoria Nacional / Internacional

10

Contos ou crônicas

5

poesias

até 18, Categoria Nacional / Internacional

5

Contos ou crônicas

5

poesias

até 18, Categoria Local

5

Contos ou crônicas

5

poesias

+ 18, Categoria Local

5

Contos ou crônicas

 totalizando 50 (cinquenta) prêmios, que receberão os Certificados “Os 10 Melhores” e “Os 5 Melhores”.

Menção honrosa – A critério da Comissão Julgadora, poderão ser concedidas Menções Honrosas a textos para além de “Os 5 Melhores” ou “Os 10 Melhores”.

“Os 10 Melhores” e “Os 5 Melhores” da modalidade poesia serão publicados pelo Jornal de fato – nas edições impressa (se ela se mantiver no ano seguinte ao concurso) e eletrônica (https://jornaldefato.blogspot.com)-, a partir da edição do mês de janeiro/2024. A modalidade conto ou crônica será publicada apenas na versão eletrônica.  

Um número menor de trabalhos poderá ser selecionado caso a Comissão Julgadora considere inalcançada a qualidade necessária para a seleção, da mesma forma que alguma categoria pode não ter nenhuma premiação pela mesma razão.

“Os 10 Melhores” e “Os 5 Melhores” em cada modalidade e categoria ainda poderão ser premiados com troféus e/ou medalhas e/ou livros literários caso a Organização do Concurso consiga patrocinadores para custear tais prêmios.    

DO CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO

Todos os participantes que desejarem poderão solicitar via e-mail (defatojornal2@gmail.com) seu certificado digital de participação no Concurso, até 2 (dois) meses após a divulgação dos resultados. A solicitação deve ser enviada contendo nome completo, pseudônimo, nome do trabalho inscrito, qual modalidade e qual categoria. Essa determinação poderá ser restrita a 100 (cem) inscritos, caso o número de participantes ultrapasse esse número, sendo enviados os certificados para os 100 primeiros escritores que o solicitarem.

As escolas que tiverem algum aluno entre os selecionados também receberão certificado de participação se o solicitarem.

DOS RESULTADOS:

A relação dos trabalhos premiados será divulgada até o dia 30/11/23 (trinta de novembro de dois mil e vinte e três) nos endereços eletrônicos do Jornal (https://jornaldefato.blogspot.com e www.facebook.com/jornaldefato) para a Categoria Nacional / Internacional e na Cerimônia de Entrega da Premiação” para a Categoria Local.

“Os 10 Melhores” e “Os 5 Melhores” em cada modalidade e categoria Nacional / Internacional serão comunicados também via e-mail até o dia 3/12/23.

DA CERIMÔNIA DE ENTREGA DA PREMIAÇÃO

Os inscritos na Categoria Local, se em número maior do que 20 em cada modalidade ou a critério da Comissão Organizadora, serão informados do RESULTADO do Concurso em “Cerimônia de Entrega da Premiação” com data, local e horário a serem definidos posteriormente pela Comissão Organizadora. Por resolução da Comissão Organizadora, essa cerimônia poderá ser estendida também aos demais participantes do Concurso (Categoria Nacional / Internacional). Caso o número de participantes de Brumadinho seja pequeno, não haverá cerimônia e os vencedores serão comunicados pelas redes sociais e espaços eletrônicos do Jornal de fato e/ou por telefone ou e-mail.  

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

A inscrição implica automaticamente na aceitação das condições desse Regulamento, bem como a autorização para a publicação das obras inscritas em quaisquer mídias que a Comissão Organizadora julgar conveniente sem que haja pagamento de direitos autorais para isso. O autor assume total responsabilidade pela autoria, podendo responder por plágio, cópia indevida e demais crimes previstos em lei.

O não cumprimento de qualquer item do Regulamento implicará na desclassificação da obra inscrita. Pede-se total atenção às orientações deste Regulamento. Vale ressaltar que, na edição anterior deste Concurso, FORAM, lamentavelmente, DESCLASSIFICADOS MAIS DE 100 OBRAS por não respeitarem o Regulamento.

Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão Organizadora.

Brumadinho, 20 de abril de 2023

DADOS PARA INSCRIÇÃO A SEREM USADOS NO PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO:

1- DADOS PARA INSCRIÇÃO

E-mail:
Nome do autor:

Data de nascimento:

Profissão:
Telefone com código do país (para concorrentes fora do Brasil) e DDD:

Cidade / Estado / País:

Categoria:

Modalidade:

Título da obra:

Pseudônimo do Autor:

Trabalho:

Breve Biografia Literária de até 6 linhas, escrita na 3ª pessoa do verbo:

Declaração (se for menor de idade):

Declaração de concordância com o Regulamento do Concurso

 

2- AUTORIZAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO E PUBLICAÇÃO

(Copiar, colar, preencher, ASSINAR, fotografar ou transformar em imagem e subir (fazer upload) no formulário de inscrição.  

 

AUTORIZAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO E PUBLICAÇÃO


Eu, (nome do responsável legal), CPF ________________________________, AUTORIZO a PARTICIPAÇÃO de (nome do (a) escritor (s)) no VII Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas  “Nídia Maria de Jesus”, do jornal de fato – Brumadinho – MG, bem como a PUBLICAÇÃO do trabalho caso seja contemplado entre “Os 5 Melhores” da (s) modalidade (s).

(Local e data)

Assinatura do responsável legal


Editorial

Trocar seis por meia dúzia

Há um ditado popular que diz que não adianta “trocar seis por meia dúzia”. O ditado quer dizer: não adianta mudar algo na aparência, mantendo a mesma essência;  deixar tudo na mesma. Digo isso porque estou vendo que a campanha eleitoral de 2024 já começou, e tem gente defendendo  a troca de seis por meia dúzia.

Quem acompanha a política de Brumadinho sabe que o atual prefeito é uma vergonha para nosso município, uma cidade que nada em dinheiro. Se você, caro leitor, sair por aí perguntando sobre o prefeito e sua família, é muito provável que vai ouvir milhares de pessoas falando no abandono da área rural; na falta de medicamentos básicos na UPA, hospital e postos do PSF; na “mania” que o prefeito tem de botar asfalto em cima de asfalto enquanto milhares continuam no barro e na poeira. No entanto, mais provável é que que você, cara leitora, ouça a população falar em corrupção do prefeito e sua família, em obras superfaturadas, em roubo no setor de cultura e por aí afora.

E não faltarão lideranças políticas fazendo o mesmo discurso contra o prefeito e sua família! Muitos deles estavam lá com o prefeito há bem pouco tempo, eram grandes amigos, parceiros de primeira hora!

Reinaldo Fernandes
Editor
Em nossa humilde opinião, muitos que hoje são contra o prefeito gostariam de fazer exatamente o mesmo que o prefeito e sua família fazem. Ou algo bem próximo disso! No fundo, não são contra o prefeito: são conta não estarem no lugar do prefeito e lutam para isso: ocupar o lugar do prefeito e sua família e, na essência, fazer o mesmo. Colocá-los na prefeitura e na Câmara nada mais é do que “trocar seis por meia dúzia”.

É isso que queremos para nossa cidade? Ou podemos sonhar com políticos realmente diferentes?  

 

 

Artista e fazedores de cultura: Lei Paulo Gustavo

Brumadinho vai receber quase 400 mil para investimento em Cultura

 

O município de Brumadinho vai receber quase 400 mil par projetos de artistas e entidades culturais

 

Atenção artistas e fazedores de cultura de Brumadinho! O município vai receber quase 400 mil reais para projetos de artistas e entidades culturais. Trata-se de recursos da LPG – Lei Paulo Gustavo.  

O valor deverá ser pago ainda no mês de julho, o montante previsto é de R$380.904,30 centavos. Esse dinheiro deverá obrigatoriamente ser destinado a projetos de artistas e entidades. Três quartos desses quase 400 mil devem ser destinados a produções audiovisuais e um quarto para demais ações culturais.

Assim que o dinheiro for depositado nas cofres do Município, a Prefeitura deve enviar Projeto de Lei de abertura de crédito especial à Câmara de Vereadores para acrescentar o valor ao  orçamento anual.

Segundo Webert Fernandes, da Secretaria de Cultura, assim que a câmara aprovar o PL, a Prefeitura convocará reunião do Conselho Municipal de Políticas Culturais “para em conjunto com a população, decidirmos quais ações deverão ser tomadas”. “Além disso, vamos oferecer oficinas culturais para que mais pessoas sejam beneficiadas”, disse Webert.

 

Inauguração da UTI: grande ganho para Brumadinho

Custeio é por conta do dinheiro da reparação dos crimes da VALE

No último dia 29/06, a Prefeitura Municipal inaugurou dez novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), no Complexo Hospitalar Municipal. É uma grande vitória para a cidade, que poderá atender casos graves de forma rápida e mais adequada, sem a necessidade de transferência dos pacientes. A UTI aumenta consideravelmente as chances de salvar vidas em casos de urgência. 

Esta é mais uma ação do programa de reparação dos crimes da Vale em Brumadinho. É resultado do sangue de 272 pessoas assassinadas pela mineradora VALE.

A Secretaria de Saúde realizou a aquisição de todos os equipamentos para a instalação dos leitos de terapia intensiva com o dinheiro transferido pelo Comitê Gestor da reparação.

Os leitos de terapia intensiva custeados pela reparação atenderão não só o município mas toda a microrregião de Brumadinho, conforme a disponibilidade.

Desta vez o prefeito não colocou o nome de sua família no prédio. A UTI recebeu o nome da Dra. Marina Romano, uma homenagem à suave medica que nos deixou durante a pandemia .

450 mil para Leonardo

E o dinheiro continua correndo solto em Brumadinho! Para o dia 1º de maio, o trabalhador que lucrou mesmo foi o cantor Leonardo. O sertanejo levou nada amenos do que R$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais)  do nosso dinheiro.

Pra ter ideia, com 450 mil a Prefeitura poderia construir em trono de 5 casas populares e tirar da penúria do aluguel dezenas de pessoas. Quatrocentos e cinquenta mil significam, também, que um trabalhador que recebe salário mínimo mensal deveria trabalhar durante 341 meses, ou seja, mais de 28 anos! E não apenas 23 horas, mas 8 horas por dia!

Cantor Leonardo rindo à toa com os 450 mil
de Brumadinho


 PT promove campanha de filiação

Reinaldo Fernandes, pré-candidato a prefeito, avalia a campanha


O PT – Partido dos Trabalhadores – está promovendo uma Campanha de Filiação” ao Partido. O Partido está de olho nas eleições do ano que vem, para prefeito e vereadores. Segundo Reinaldo Fernandes, Presidente da legenda em Brumadinho e pré-candidato a prefeito, a campanha já deu bons resultados. “Já recebemos filiações de várias partes do Município, mas queremos reforçar ainda mais o Partido”, diz Fernandes. “Eleger vereadores e um prefeito alinhado ao Governo do Presidente Lula será importante para o município, poderemos trazer para Brumadinho muitos projetos federais, com o Programa
 “Minha Casa, Minha Vida”, que em 16 anos de governo petista nenhum prefeito de Brumadinho trouxe ”, avalia Reinaldo Fernandes.

“Quem tiver interesse em se juntar ao Partido que mudou o Brasil, criou programas importantes como o Luz Para todos, PRONAF, Bolsa Família, cotas para negros e pobres nas universidades, Ciências Sem Fronteiras, aumento real do salário mínimo, é só entrar em contato conosco”, completa o petista. “Precisamos recuperar o papel da Câmara Municipal, que no momento só envergonha a todos nós”, finaliza ele.    

 


Deputados votados em Brumadinho são contra os indígenas

 

A maioria dos deputados federais representam fazendeiros, mineradoras, ruralistas, garimpeiros, madeireiros e invasores de terras indígenas. Prova disso é o golpe que estão tentando dar nos povos originários, uma tentava de roubar suas terras e as riquezas que há nelas.

Infelizmente, muitos brumadinenses estão, indiretamente, colaborando com esse ataque aos irmãos indígenas. Boa parcela de nossa população ajudou a eleger os deputados que aprovaram o Projeto de Lei 490. A Proposta inviabiliza a demarcação de terras Indígenas e libera a exploração dos territórios. Em outras palavras, esse PL quer tomar todas as terras que estão ocupadas por indígenas depois de 1988. É o chamado “Marco Temporal”: deixar aos indígenas apenas  terras que eles provarem que estavam ocupadas até 1988. É como se quisesse ignorar que os povos indígenas estão aqui há milhares de anos antes dos portugueses invadirem nossa terra.

Deputados desumanos votam contra crianças
desprotegidas

Lista dos deputados mineiros no Congresso que SÃO CONTRA OS POVOS INDÍGENAS e votaram A FAVOR da urgência do MARCO TEMPORAL (PL 490)

Entre os que querem destruir os povos indígenas estão o velho conhecido Aécio Neves, Fred Costa, Marcelo Álvaro Antônio (aquele da corrupção do Ministério do Turismo de bolsonaro), o jovem fascista Nikolas Ferreira (que obteve 3.500 votos em Brumadinho); Pinheirinho e  Greyce Elias (apoiada pelo ex-vereador Guilherme Morais) . E Gilberto Abramo (Igreja Universal do Reino de Deus).


Veja baixo a lista completa dos inimigos dos indígenas:

Aécio Neves (PSDB-MG)

Ana Paula Leão (PP-MG)

Bruno Farias (Avante-MG)

Delegada Ione (Avante-MG)

Delegado Marcelo (União-MG)

Diego Andrade (PSD-MG)

Dimas Fabiano (PP-MG)

Domingos Sávio (PL-MG)

Dr. Frederico (Patriota-MG)

Euclydes Pettersen (Republicanos-MG)

Fred Costa (Patriota-MG)

Gilberto Abramo (Republicanos-MG)

Greyce Elias (Avante-MG)

Hercílio Diniz (MDB-MG)

Igor Timo (Podemos-MG)

Júnio Amaral (PL-MG)

Lafayette Andrada (Republicanos-MG)

Luiz Fernando (PSD-MG)

Marcelo Álvaro (PL-MG)

Mauricio do Vôlei (PL-MG)

Nely Aquino (Podemos-MG)

Newton Cardoso Jr (MDB-MG)

Nikolas Ferreira (PL-MG)

Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG)

Pinheirinho (PP-MG)

Rafael Simões (União-MG)

Rodrigo de Castro (União-MG)

Rosângela Reis (PL-MG)

Samuel Viana (PL-MG)

Zé Silva (Solidariedade-MG)

Zé Vitor (PL-MG)

 

O que o Marco Temporal?

O direito dos indígenas à terra está garantido na Constituição Federal de 1988, porém, sempre foi alvo de contestação, e é aí que entra a tese do Marco Temporal.

Marco Temporal é como ficou conhecida a ação do Supremo Tribunal Federal que pretende discorrer sobre a reivindicação de posse de terras dos povos indígenas. Tal ação estabelece, por sua vez, que apenas teriam direitos sobre as terras aqueles que já as ocupassem no marco do dia 5 de outubro de 1988 – dia da promulgação da nossa mais recente Constituição Federal..

As denominadas “Terras Indígenas”, as quais se refere o artigo 231 da Constituição, dizem respeito àquelas que são ocupadas por esses povos desde antes mesmo da configuração do estado brasileiro. Assim, são igualmente reconhecidos sua cultura e seus e seus valores.

Dessa maneira, o território reivindicado é de propriedade permanente dos indígenas, garantindo que usufruam, de maneira exclusiva, de seus bens.

Se aprovado, o Marco Temporal irá dificultar os processos de demarcação de terras ao exigir a comprovação de ocupação da etnia àquele território em período anterior à promulgação da Constituição Federal. Nos casos em que não seja possível a solicitada comprovação, a terra não será, portanto, considerada de direito dos povos indígenas.

A tese do Marco Temporal é inconstitucional. A afirmação é de juristas e especialistas. De acordo com o art. 231 da Constituição, os direitos indígenas são direitos originários, ou seja, eles antecedem à formação do Estado brasileiro.

Fazer com que os indígenas comprovem que estavam no dia 5 de outubro de 1988 nas terras que eles reivindicam é apagar toda a história indígena no Brasil. É como se o País esquecesse que eles estavam aqui quando Cabral fez a invasão. Além disso, é desconsiderar toda a violência que esses povos sofreram e sofrem até hoje.

 

Supremo Tribunal Federal aceita 1.246  denúncias por atos golpistas de 8 de janeiro

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou pelo recebimento de 1.246 denúncias contra pessoas envolvidas nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente jair bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. 

Até agora foram apresentadas 1.390 denúncias pela Procuradoria-Geral da República (PGR), todas relacionados a dois grupos de infratores: pessoas que participaram diretamente dos atos de vandalismo e aquelas que incitaram o movimento. De Brumadinho havia pelo menos 3 pessoas participando do ato em Brasília no dia: Amilton Fernandes, Elci Gomes e Joaquim Inocêncio Dutra, o Joaquim Pirueta. 

No último grupo de denunciados, seis denúncias são relativas a investigados acusados de participação direta nos atos. Neste caso, os crimes imputados são mais graves, entre os quais associação criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado ao patrimônio da União.  

Crimes

As outras 64 denúncias em julgamento são relativas a incitadores dos atos golpistas, sobretudos aqueles que acamparam por semanas em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, local em que se pedia abertamente a intervenção militar sobre o resultado da eleição. Os crimes imputados são de associação criminosa e incitação à animosidade das Forças Armadas contra os poderes constitucionais.  

A maioria considerou haver indícios suficientes para a abertura de ação penal contra todos os acusados, que dessa maneira passam à condição de réus. Com isso, abre-se uma nova fase de instrução processual, com oitiva de testemunhas e eventual produção de mais provas.  

Após essa nova instrução, abre-se prazo para manifestação final de acusação e defesa. Somente após essa última etapa que deve ser julgada, no caso a caso, eventual condenação dos envolvidos. Não há prazo definido para que isso ocorra.

Poucas & Boas

"Recebo este prêmio menos como uma honraria pessoal, e mais como um desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados e ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo."

Chico Buarque de Holanda ao receber o Prêmio Camões, em Portugal

“Eu atesto que é verdade. No dia que fui ao hospital, tive que secar minhas mãos na minha roupa   Digo mais, fui fazer uma endovaginal nesse dia e a  técnica não usou o protetor no equipamento. Resumindo, tem que usar uma "camisinha" na ponteira do ultrassom, e ela não fez isso. Por que eu não reagi? Por que eu fiquei tão incrédula que fiquei anestesiada. A gente vai em  busca de saúde e pode sair contaminada. Eu tentei denunciar, mas desisti.... Apenas entendi que a saúde em Brumadinho, embora muitos digam que é de primeiro mundo, é somente uma falácia.

Revolta. Revolta. Antes eu não tivesse feito o exame. Mesmo porque era apenas a título de controle. Que sacanagem fizeram comigo. E isso deve ser uma rotina.  Eles nos tratam como  porcos no chiqueiro. Só não botei a bola a no trombone porque muitos iam dizer que sou e uma chata. Evitando stress.”

Moradora do interior de Brumadinho, em 28.4.23, ao ler relato sobre a falta de medicação básica na UPA do Município

... se o governo não sinalizar até julho [de 2022], nós iremos fazer [casas populares] com recursos próprios. Então nós vamos doar todas as casas para a população que tem necessidade.”

Prefeito Nenen da Asa, em vídeo gravado à população em janeiro de 2022

 Governo autoriza início de obras em Brumadinho

Construção de ponte sobre o rio Paraopeba e pavimentação de estrada local integram projeto de mobilidade urbana

 

Projeto de mobilidade urbana para Brumadinho recebeu autorização para início da execução. Tratam-se da construção da Ponte Melo Franco, sobre o rio Paraopeba, e pavimentação de um trecho de aproximadamente 7,7 quilômetros de estrada para acesso à ponte.

A obra será custeada com recursos do Termo de Reparação referente aos crimes cometidos pela mineradora VALE em Brumadinho, cometidos em janeiro de 2019. O valor estimado é de R$ 75 milhões, e o prazo para conclusão dos trabalhos é de dois anos e dez  meses. Toda a execução do projeto será de responsabilidade da mineradora. 

A nova ponte sobre o rio Paraopeba vai ligar a comunidade Ponte dos Almorreimas à localidade de Maricota, sendo o trecho pavimentado até a estrada chamada de acesso à sede do município.

Atualmente, na região só existe uma passarela de pedestres. A nova estrutura vai possibilitar o tráfego de veículos e de pedestres. A previsão é a de que a passarela existente seja mantida no local.  

O projeto não é iniciativa da Prefeitura. A construção da ponte foi definida após Consulta Popular, realizada na região atingida pelo rompimento.

Conforme cronograma apresentado pela Vale, a primeira etapa de execução contempla a contratação de estudos preliminares, licenciamento ambiental, regularização fundiária, elaboração dos projetos de engenharia e arquitetura. A segunda fase consiste na realização da obra. 


Reparação socioeconômica 

O Programa de Reparação Socioeconômica do Termo de Reparação  tem reservado R$ 1,5 bilhão (um bilhão e quinhentos milhões de reais) para execução de projetos de fortalecimento dos serviços públicos em Brumadinho (Anexo I.4). Até o momento, foram definidos 37 projetos para o município, 13 deles já  em execução, incluindo a construção da ponte.

Destes 37 projetos, 28 foram definidos após Consulta Popular, inclusive a construção da nova ponte. O processo participativo foi realizado nos 26 municípios atingidos pelo rompimento, em novembro de 2021, como uma das ações de reparação. Mais de 10 mil pessoas apontaram áreas prioritárias para receberem investimentos de reparação. 
O andamento destes projetos é acompanhado pela auditoria socioeconômica da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e, segundo o Governo de Minas, sob fiscalização dos compromitentes Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG). 

 

Violações de direitos humanos no Tejuco preocupam deputados

Moradores do Tejuco estiveram presentes em Audiência Pública na ALMG, onde  relataram problemas com a quantidade e qualidade da água que consomem. A Audiência foi comandada pela deputada Andréia de Jesus (PT), presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e aconteceu no dia 19 de abril.


O rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, após mais de quatro anos, além dos danos ambientais, sociais e econômicos diretos, gerou uma série de violações de direitos humanos, especialmente na comunidade de Tejuco.

Moradores da localidade que compareceram à audiência denunciaram os graves problemas que enfrentam.

Munido de várias fotos do Tejuco, antes e depois da entrada da mineração no local, Evandro de Paula, presidente da Associação de Defesa Ecológica da Serra dos Três Irmãos, resumiu o quadro que se apresenta na comunidade. O descaso das autoridades, que não têm dado solução aos problemas enfrentados lá, tem provocado suicídios frequentes em Brumadinho. 

Sobre o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre VALE, Prefeitura de Brumadinho, Ministério e Defensoria Públicos e a Copasa, Evandro ironizou afirmando que se trata de um TAC-V, ou seja, comandado pela VALE.

Pelo acordo, a mineradora firmou o compromisso de perfurar poços artesianos no Monte Cristo, para posterior entrega à Copasa, que ficaria responsável pela gestão e abastecimento do Tejuco.

 

Contaminação

Na avaliação dele, a definição da execução do acordo, o qual não teve a participação da comunidade local, foi feita pela empresa, que cometeu o crime. O TAC foi firmado porque os cursos d’água locais estão todos contaminados com minérios e a Copasa passou a fornecer água, pela qual cobra tarifa dos moradores. 

Uma das fotos apresentadas mostra o Tejuco antes da mineração, com a serra intocada, sem qualquer intervenção. Já as fotos depois da instalação das mineradoras revela buracos e terra solta na montanha, além de lama e poeira nas ruas do local.

Afora a contaminação dos córregos e nascentes, Evandro denunciou que foi jogado minério nos reservatórios do Tejuco, conforme mostrou outra foto, com manancial de água vermelha e barrenta.

Também o advogado Marco Antônio Cardoso, morador do Tejuco e ativista ambiental, lembrou que a comunidade teve início há 300 anos. O início da exploração do minério de ferro começou na década de 1940, mas o grande salto ocorreu entre 1990 e 2000, com a entrada da VALE e consequente fragilização das nascentes.

Após os crimes em 2019, a comunidade passou a conviver com a situação absurda, de ter água em quantidade menor e com qualidade ruim. 

Gestores presentes, mas sem grande poder de resolução, ouviram as queixas e se propuseram a relatar a instâncias superiores as demandas trazidas.

Alexandre Gonçalves, da Comissão Pastoral da Terra, refletiu que “a reparação do crime da VALE está resultando em aumento do poder das mineradoras no território”. Prova disso é que várias estradas foram abertas sem licenciamento ambiental e poços artesianos furados pela VALE sem outorga.

Ele também denunciou que há um projeto para fazer uma pilha de rejeito com tamanho de 12 hectares no Tejuco. Por tudo isso, pediu que sejam suspensas todas as licenças ambientais para a região. 

Wanderlene Nacif, diretora de Operações do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), confirmou que as águas do Tejuco não estão em boas condições para uso da população.

Ela reforçou que o Igam fez o monitoramento da água em quatro pontos do Rio Tejuco e verificou a presença de metais pesados, como ferro, manganês e cromo. Além disso, foi comprovada a contaminação pela bactéria Escherichia Colim, atestando que a água precisa de tratamento. 

A presidenta da comissão, deputada Andréia de Jesus (PT), acrescentou que, após o crime da VALE, as comunidades tradicionais de Brumadinho estão sendo as últimas a serem atendidas.

 

Que tal sair da tela do celular e começar a ter uma rotina mais saudável. Psicóloga dá dicas para se conseguir viver mais o presente e fazer mais atividades físicas

Substituir o celular por atividades físicas e mudar a rotina

Psicóloga apresenta dicas, mostrando que o equilíbrio na relação com os gadgets contribui para melhora da qualidade de vida

 

Hoje o celular está presente em quase todos os momentos do nosso dia, desde quando acordamos até a hora em que vamos dormir. Às vezes, ele é um grande aliado nos trazendo informações que enriquecem a nossa vida tanto no pessoal quanto no profissional, porém, em alguns momentos, ele nos rouba algo muito importante e que não nos damos conta, que é o tempo e a saúde. 

Segundo Flávia Barbato, psicóloga comportamental, o tempo é algo difícil de se precificar e repor, pois o que passou não pode ser mais vivido. “Vivemos em uma realidade em que as pessoas se concentram tanto em não perder o que acontece no mundo, que elas criam uma dependência da tela que acaba sendo prejudicial à saúde. Aconselhamos sempre a importância de dosar o tempo de consumo de informações com outras atividades, como exercícios, para evitar a dependência do aparelho”, reforça a especialista. 

Para vivermos melhor nosso presente e termos uma boa qualidade de vida, é necessário equilibrar melhor nossa relação com o celular e criar o hábito de realizar atividades sem sua presença, para evitar distrações e ansiedades.

Para isso, a profissional recomenda seis dicas que vão ajudar a trocar a tela por atividades mais saudáveis:

Desmame do seu celular: para quem é viciado, comece a realizar caminhadas curtas ou qualquer atividade que não leve muito tempo, mas sem levar consigo seu celular. Este pode ser um começo para os mais dependentes do seu smartphone.

Estabeleça horários: seja para realizar alguma leitura, alongamento ou meditação, estipule um período em que irá realizar essas atividades sem o celular. Isso pode fazer você se concentrar melhor em você mesmo e em seus pensamentos, purificando um pouco sua mente em relação ao ambiente virtual.

Faça atividades em grupo: procure por esportes ou práticas em que ocorra interação entre mais indivíduos. Essas atividades favorecem as habilidades naturais de comunicação e interação social, que são importantes para quem não gosta de atividades físicas solitárias, além de afastar a pessoa temporariamente do seu smartphone.

Técnica “só vai”: muitas vezes condicionamos nossa decisão de fazer atividade física ao tempo, amigos, roupa, sono, séries etc., quando o que precisamos é apenas começar. Dessa forma, a vontade e disposição aparecem no caminho. Então “só vai”, que o gosto pela atividade vai se desenvolvendo com a prática.

Não faça do celular um inimigo: aprenda a usar ele como um amigo de treino. Consuma com moderação conteúdos ligados a atividades físicas e dança, por exemplo. Hoje temos aplicativos que auxiliam em diversas atividades físicas, mas lembre-se: hora de treino é hora treino, nada de redes sociais e distrações.

Foco no seu tempo: lembre-se de gastar seu tempo com você. Seu celular e o que você consome nele, não deve ser o fator principal da sua vida. Em sua vida, você precisa de momentos de equilíbrio, principalmente para manter a saúde em dia, sem que a tecnologia vire o vilão deste momento.

Você sabia?

Que além do alto salário, os vereadores de Brumadinho ainda resolveram pagar a eles mesmos 13º salário, férias, 1/3 de férias, vale-alimentação e assistência médica? E que tudo isso é ilegal, conforme o art. 39 da Constituição Federal?

 

A pergunta que não quer calar

Por que Guilherme Moraes (expulso do PV) e Nenen da ASA (PV), aliados de primeiríssima hora, brigaram?   

 

 

Nosso Editor na LiteraLivre

 

Reinaldo Fernandes emplacou mais uma edição da revista digital LiteraLivre. O texto selecionado foi o conto “Sem que seus corpos se encontrassem, se cansassem e se descansassem depois do amor”. Segundo a Revista,  foram “512 trabalhos inscritos e 114 selecionados”. É a vigésima vez que a LiteraLivre publica trabalhos de Fernandes. A revista será lançada no final de maio.


Reinaldo obteve outra vitória literária recentemente. Fernandes foi um dos classificados para a antologia da 1ª Intervenção Poética Nacional  do projeto Transvê Poesias. A antologia deve sair ainda neste ano de 2023.  


“A Transvê Poesias é uma organização que acredita na transformação do mundo através do acesso a arte, educação de qualidade, literatura e sustentabilidade.”  

Só Rindo

Conversa de profissionais

Um advogado e um engenheiro estão pescando no Caribe. O advogado comenta:

___ Estou aqui porque minha casa foi destruída em um incêndio com tudo que estava dentro. O seguro pagou tudo.

___ Que coincidência! Diz o engenheiro. Minha casa foi destruída por um terremoto e perdi tudo. E o seguro também pagou tudo.

O advogado olha intrigado para o engenheiro e pergunta:

___ Como você faz para provocar um terremoto?

Amigos ou inimigos?

No forte um soldado desesperado fala ao superior.

- Capitão, os norte-americanos estão se aproximando!

- São amigos ou inimigos?

- Devem ser amigos capitão, pois estão vindo todos juntos.

Amor no paraíso

Adão e Eva passeavam pelo paraíso. E a Eva perguntou:

- Adão, tu me amas?

Adão, resmungando:

- E eu lá tenho outra escolha?

De português

O português ganhou um pijama de presente. Gostou tanto que só tira na hora de dormir.

Enjoo

Você quando fala me lembra o mar.

- Nossa! Você gosta tanto assim?

- Não! Me enjoa.

Trabalhos vencedores VI Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas  “Valdir de Castro Oliveira

 

O Jornal de fato dá prosseguimento à publicação dos trabalhos vencedores do VI Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas  “Valdir de Castro Oliveira”, do Jornal de fato – Brumadinho – MG. Foram duas categorias: até 18 anos e acima de 18 anos. E duas modalidades: poesias e contos e crônicas.

Trazemos nesta edição novos poetas vencedores da Categoria nacional / internacional – acima de 18 anos, Modalidade Poesia. Começamos com a poeta Leila Alves, do Rio de Janeiro. Leila nos brindou como poema “Avalanche de lama”, sobre os crimes da CALE em Brumadinho. Leila Alves Schiele é professora licenciada em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.  Nasceu no Rio de Janeiro, Brasil. Autora do livro Poemas Libertos - Poesia - Haikai - Tanka (2022) e coautora de três antologias.    

Nosso segundo poema, “Belizária”,  é da autoria de Raquel do Prado Xavier, de  Uberlândia, MG. Raquel é “psicóloga, psicanalista, mulher, filha, esposa e apaixonada pela estranha destreza das palavras e da vida.”

“Folclórico” é de autoria de Marlon Vital Campos da Silva, também de Belo Horizonte. Marlon, 32 anos, e artista brasileiro, “caboclo da periferia”, como ele mesmo diz. Tem se inspirado nas expressões artísticas locais, como a música, dança, grafite e estética presentes no Funk e Hip-Hop. Transita por Pinturas, Poesias, Cânticos, Esculturas e outros meios artísticos.     

Nilza Menezes dos Santos é mais uma de BH. “Gráfico” é seu poema. Outro poema sobre os crimes da VALE em Brumadinho. Graduada em Letras, começou a escrever depois dos cinquenta mas já teve textos premiados ou selecionados para antologias.

“Gratidão” vem de Guarapari, E. S., da autoria de André Luis Soares, que venceu duas vezes no nosso Concurso. Brasiliense. Lançou três livros.  Em 2017, foi um dos palestrantes da Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP) e em 2018 na III Bienal do Livro de Contagem (MG). Membro efetivo das academias de letras de Marataízes e de Guarapari.

A 6ª poesia é, novamente, de Belo Horizonte e tem um título lindo:  “Lerei poemas de Neruda”, O autor é Flávio César de Freitas. Flávio de Freitas possui diversos prêmios literários, como o Prêmio Vivaldi Moreira, da Academia Mineira de Letras e prêmios da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, da União Brasileira de Escritores e do SESC MG.

  

Vamos aos poemas:

Avalanche de lama

Leila Alves Schiele

                              Às vidas de Brumadinho

 

Tantas raízes arrancadas da terra

Tantas histórias perdidas

Nos telejornais do mundo,

No silêncio da tela,

O gado grita,

Mal consegue ficar em pé.

Onde vai guardar a sua fé?

Espera pelo socorro.

Qual esperança o sustenta?

 

Não tocaram a sirene,

Apenas o gongo da ganância,

Esse gongo que não salva,

Só nos enche de vergonha.

O descaso é perene

A cova é o limite.

O rio recolhe lágrimas

De cada sobrevivente.

As águas levam o peso

Da verdade que não mente.

 

Nada mais pode nadar

No lodo da humilhação.

Um filho procura o pai

E um gato de estimação.

Tem alguém aí? Tem alguém? Tem

A resposta que é o nada,

Às margens da solidão.

Nosso Senhor, tem piedade

Desse lugar desolado,

Do olhar indignado,

Custa-lhe acreditar.

 

Suplica a mulher de joelhos

Acende uma vela na noite

Espera a ressurreição

 

No vale de tanta dor

No vale de tantos vales

A vida humana não vale

A natureza não vale

Um terço da mineração

Que gera tanta fortuna

No Córrego do Feijão.

 

Por que tanto abandono?

Tanta falta de empatia?

A culpa é de todos nós?

O descaso pela vida

Não vai desatar os nós.

 

O infortúnio não tem freios

E eles dizem que os fins

Sempre justificam os meios.

Esses meios que corrompem.

E as máscaras se rompem.

 

Para os donos do poder

“Estava tudo perfeito”,

“A lama caiu do céu”

Para a terra devastada,

No lugar do refeitório

Projetaram um mausoléu.

 

Queima a pele

O sol a pino

O suor molha o cansaço

Molha as chagas abertas

De quem teve seus sonhos ressecados.

A sede de água

A sede de vingança

A falta de justiça

A réstia de esperança

Não o deixa desistir de procurar seu amigo

Seu parente, seu vizinho

Seu cadáver arrastado, desfigurado

No leito do lixo sepultado,

Homens de barro

Na imundície de mais um crime anunciado.

 

Nas terras de Brumadinho

Heróis que resgatam vidas

Sua luta e sua lida

Nunca serão em vão.

Vítimas da negligência

E da desmedida ambição.

Quem vai ficar na cadeia

E pagar por esse mal?

Tudo será esquecido

Ao chegar o Carnaval?

 

 

Belizária

Raquel Prado

 

Gosto de pensar nela

como uma espécie de vírus

para o qual

ainda não

se sabe a vacina.

Assim, fatalista,

certa da catástrofe,

tenho a esperança

de saber

por onde

começar a me espantar.

 

Belizária faz de mim filha da espera,

pois se

não houvesse o que esperar,

haveria

de não

a terem inventado.

 

Fora tamanha onipotência,

um viva a Belizária

e seu toque ínfimo

de humildade.

 

Após muitos nãos, bem no meio da curva, é onde a vida ensina a esperar.  

"Dê tempo ao tempo”, dizia mamãe.

Estranho isso

de dar mais

da coisa

à mesma coisa,

mas dei e

dou até hoje,

o que tenho e o que não tenho.

 

Aprendi com minha mãe a ignorar Belizária.

 

Beli, a grande,

atravessa tudo,

deixa rastros,

sabe de mim.

Sempre é esperta como Olivia.  

Olivia foi minha gata que morreu aos 18 anos de idade com plena saúde.

Morreu por excesso de vida,

Belizarizou-se.

 

Beli, a absurda,

ecoa nos pássaros diariamente.

E em seus momentos de intimidade

ferrenha com deus,

à tarde,

bem

no

finalzinho

dela, toda nua,

espanta-me com a crueza das dezoito horas,

e no quintal

do vizinho

a revoada dos pássaros açoita,

mas ela persiste,

mesmo vermelha de raiva.

 

A cegueira, o osso quebrado, a batida do carro, escancaram sua falta de pressa em acabar. Se cada coisa tem seu fim, o tempo é o fim em si mesmo? Ela se dilacera e pensa que com esse negócio de lhe terem feito assim, trágica, deveria ter sido artista de teatro.

 

As dezoito e quinze os pássaros não estão mais lá: 

"Venho para levar passarinho embora”, percebe.

 

E assim

vamos

nos

(des) entendendo.

 

Ela, uma caçadora

de almas generosas

como um pai,

um tio,

uma gata,

os passarinhos.  

E porque não há lei que a proíba,

belizariza tudo

à revelia

de

todo

amor

que

há nessa vida.

 

Uma poeta

lhe faz rimas,

a criança

lhe desenha

de olhos arregalados

adultos lhe ornam com ouro,

res

pei

tosa

mente.

 

E

avessa ao respeito,

caçoa da inocência

e dos versos

quando o som do apito do trem desce

montanha

                            a

                                bai

                                      xo........

 

Na verdade,

desdenha da geografia,

chegando rápida

onde trem nenhum ousaria chegar.

 

Espantada com tamanha astucia,

tento lhe acalmar

os ânimos

com palavras.

Outros acusam-lhe

cruel,

injusta,

covarde.

 

Ela nem se dá ao luxo de ouvir.

 

caminha

rumo

ao som

do apito

do último

trem

montanha

abaixo.

 

Eu não a temo,

É que mesmo espantada,

implacável também sei ser.

Aprendi com ela.

Antanho, desaprendi com meu pai.

Açoitado nos braços dela, meu pai lhe dava tanta confiança

que mal vivia.

E a enganava com sabedoria, a arma dos inteligentes.

 

Meu pai

acreditava que

felicidade era

coisa do diabo ou de minha mãe por ter lhe roubado a alma.

E quando Belizária lhe lembrou do apito do trem,

custou apenas oito meses

para ouvir

e a abraçou.

 

Já, minha mãe –

que materna a tudo ainda hoje –

desconfio

tê-la

gerado.  

Suspeito Beli ser sua filha e minha irmã,

e viver perdida

no meio

de suas linhas

e caminhos de mesa brancos como algodão.

 

Beli, uma bastarda de respeito por provocar minha vontade de viver.

 

Coitada,

diante da teimosia de minha mãe

quase desaparece,

mas segue.

afinal, seguir é a fatalidade que lhe convém.

Impressiona a altura do apito do trem na descida da montanha.  

e como ela

consegue fazer

um pai e uma mãe

na cadência exata de cada vez que o apito toca.

 

Beli, a maestrina.

perder-se nela não é preciso.

Belizária, um pai e uma mãe são o encontro mais fatal dessa vida,

e com eles,

os deuses tecem a montanha.

 

Folclórico

Marlon Vital

 

Nasci virado

Na terra dos Curupiras

Admiro coisas sem pé e nem cabeça

Como Sacis e Mulas

Ando com gente que toca fogo por aí

Renomados Boitatás

E nas noites de luar

Enfeito-me para bailar

Saio para cortejar

Junto ao Boi-Bumbá

E nos dias de sol

Mergulho nas águas claras

Vou de encontro com Iara

Eu me declaro

Honrado filho dessa terra

Banho-me em Aroeira

Peço benção a Benzedeira

Rezo para a Santa Preta

Nossa Padroeira

Firmo o ponto

Vivo em encantos

Na mandinga e no terreiro

Eu sou poeta brasileiro

 

 Gráfico

Nilza Menezes dos Santos

 

No caminho do Gráfico havia um corpo —

Um corpo d´água. Nossos corpos, minúsculos corpos celestes.

“Apenas manchas; saem facilmente

Com um pouco de lama. Boas oferendas para o deus Bull.”. 

 

Um sapatinho de anjo foi encontrado —

Primeiros passos de um futuro — afundado na lama.

Já era hora da fome,

Mas o leite ficou amargo de lama.

 

Olhos e pés que procuram

Um anjo de cachos de sol.

Gritos e mãos que vasculham,

Pela noite amarga, a lama.

Pai, foi inútil o ferrolho na porta.

Onde te sepultaste, mãe, com tuas roseiras?

Braços de tia que imploram

Aos altos céus uma esperança.

 

Esperança à Terra que chora

Lágrimas amargas de lama.

Lágrimas de tia que lavam

Uns cachos de anjo que dorme

Em um fundo berço de lama...

 

No caminho do Gráfico havia um corpo, um corpo d´água.

Tantos corpos valem mais na vala comum do silêncio;

Nosso sangue tratará o ferro, alma-portfólio do minério.

 

A máquina cavando túneis;

A morte cavando túmulos.

E uma cava, onde caiba, da riqueza, a cobiça.

Uma cova, onde caibam, da cobiça, os rejeitos.

Liberdade? Só com pedra graúda, escravo!

A cova, o rejeito — a parte

Que nos cabe neste império

De ouro, de morte, de minério.

 

“Mas vale (alheias) penas”— diz o Gráfico.

“Almas são pequenas, mas o lucro é gigante;

Maior que a Terra, maior que o mar,

Maior que o ar”...

 

Gratidão

André Luis Soares

 

Pelas cigarras que ecoam em setembro

e os carnavais que ainda pairam na memória;

a brisa matinal que assola as estradas

e a canora vivacidade dos pardais;

pelos espelhos em que não me vejo mais

e a doce paz das guerras de travesseiros...

 

Pelo destino que enche o tempo de mistérios

e a felicidade instantânea dos domingos;

os sonhos que se tornam verdadeiros

e as sombras que incessantes nos perseguem;

pelo amor que alimenta de esperança

um coração tão cigano e tão brejeiro...

 

Pelos cheiros que retornam da infância,

por tantos livros que habitam minha alma,

e os sabores, agora todos mais intensos;

o manso embalo das cadeiras de balanço

e as tonalidades nesses olhos refletidas;

o momento especial em minha vida

e essa voz que sempre é clamor e canto...

 

(...)

 

E agradeço as horas,

as auroras,

a áurea cor

que doura o sol

no rol de entrada;

agradeço a casa

que é o mundo

– eu que não

reclamo nada –

porque após

todos os nós

do laço atroz

no varal do tempo

– retilíneo e certeiro –

sinto-me assim

tão dócil e feliz

que sou, por inteiro...

agradecimentos!

 

Lerei poemas de Neruda

Flávio César de Freitas

 

Mesmo que esta noite nos seja estranha

E o vazio rumine nossas palavras,

Lerei poemas de Neruda

Onde tristes as canções nos sobrevivam,

E os tremores das mais lentas esperanças consiga sentir.

 

Neste instante,

Onde o caos se infinita

Direi ouvir o que nas lápides de meu corpo,

Nem sei se palavras tortas,

Desenhos ou cicatrizes, certo dia, escrevi.

 

Olhos de lobo,

Animal de asfalto,

Corpo abstrato no veio concreto desta avenida,

Homem-palha,

O primitivo medo

Na curva abstrata de cada gruta.

 

E neste infinito,

Triste é todo horizonte,

Poente cor que brilha ao encontro da noite,

Derradeira imagem na breve ilusão do planeta Vênus.

 

A noite se vai, flutuante,

Dobradas asas dentro deste caminho,

Livro fechado que meu peito guarda.

 

Não há pássaros,

Apenas vozes rompidas pelos estalos da água seca.

O canto que doía de bonito me atravessa

Os olhos feito pedra de ferro,

Açoite de aço forjado na pele azulada da parede antiga,

Que hoje se ruína.

 

Na imensidão fria de tão distantes caminhos

Sentirei pedra por pedra

Sentinelas de luz

Que dentro do corpo correm

Feito nós desatados de tão passadas águas.

 

Na beirada cinzenta do exílio de tantas palavras,

Ao entardecer, lerei poemas de Neruda,

Na saudade das cadeiras enfileiradas

Nas calçadas das lembranças