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quinta-feira, 19 de maio de 2022

 

Edição 252 – Março 2022

Brumadinho é território Indígena


Em Brumadinho sempre existiram indígenas. Quem questiona a presença de povos indígenas em Brumadinho, argumentando que “nunca existiu índio em Brumadinho” está enganado. E quem diz é a própria mineradora VALE. Estudo encomendado pela assassina descobriu que aqui viveu o povo indígena
Aratu-Sapucaí, antes mesmo da chegada dos invasores portugueses, em 1500.

 

Editor reúne amigos e lança livro


No último dia 7, o escritor Reinaldo Fernandes reuniu quase uma centena de amigos para o lançamento de seu terceiro livro, “Minha vida é reticências”. O livro tem prefácio de Cássio Vilela Prado, 228 páginas, e saiu pela editora portuguesa Ases da Literatura.

 

VI Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas  “Valdir de Castro Oliveira”, do jornal de fato – Brumadinho - MG


O VI Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas “está bombando!” Só no primeiro mês de divulgação, foram mais de 70 escritores inscritos, de diversos estados do Brasil e do mundo! De Brumadinho, apenas um trabalho até agora.  

Pesquisa: Lula tem 46% a 51% e pode vencer no 1º turno


Última pesquisa Genial/Quaest traz, mais uma vez, o ex-presidente Lula (PT) à frente, com 46% dos voto no 1º turno, seguido de bolsonaro (PL), com apenas 29%. Num cenário com  bolsonaro e Dória, Lula sobe para 50%. Com bolsonaro e Simone Tebet (MDB), Lula chega a 51% e vence no primeiro turno.  

Campanha Contra a Fome e o Frio

A fome já estava aí! Agora chegou. De com força, o frio! A hora é de abrir o coração e doar! Locais de arrecadação para fazer sua doação: Supermercados Luna e Fonseca; ABC da Construção; Ré Modas e Nova Opção.   

Paraopeba lotado de metais pesados

Amostras da água do rio Paraopeba e da lama, colhidas após as enchentes de janeiro deste ano, apresentaram altas concentrações de manganês, ferro e alumínio, considerado metais pesados. Há, ainda, ferro, manganês, alumínio, silício, potássio e titânio. Essas substâncias podem causar várias doenças, como o câncer. 

Edição 252 – Março 2022

Editorial

De que lado você está?

Imagine, cara leitora, que uma amiga sua dê à luz um bebê. Aí ela te chama para conhecer a criança e te flagra comentando com outra amiga: “Nunca vi esse bebê aqui em Brumadinho!”. Claro que não viu! Ele acaba de nascer! Mas, pelo fato de você o conhecer agora, isso não quer dizer que ele não possa viver em paz? É mais ou menos o que tem acontecido com parte da população de Brumadinho (até gente instruída!), que anda por aí dizendo: “Nuca vi índio em Brumadinho!”  

Bem, aqui temos duas observações a fazer. A primeira é que os indígenas Pataxó Hã-hã-hãe estão aqui na divisa de Brumadinho / São Joaquim de Bicas há cinco anos! E já estiveram aqui no município inúmeras vezes.  Nesse caso, me parece que as pessoas precisam ficar um pouco mais atentas ao que acontece ao seu redor.  

A segunda observação é que SEMPRE existiram indígenas (que é a palavra correta) no Brasil. Doze mil anos antes da invasão portuguesa, em MG, aqui na nossa região; e 20.000 anos em outras regiões, segundo os estudiosos.

Há também quem diga: “’O que estariam fazendo aqui os Kamakã se são originários da Bahia?’ Pois bem, eles vieram da Bahia, porque foram quase exterminados e tiveram que fugir de sua Terra para não serem mortos. Porém, se alguém considera isso um argumento frágil e  ainda assim questiona a legitimidade deles estarem aqui”, o de fato teve acesso a informações que dão conta de que uma empresa contratada pela VALE encontrou um sítio arqueológico exatamente na região onde estão os Kamakãs. “Os vestígios arqueológicos pré-coloniais (antes da chegada dos brancos por aqui) foram identificados como da tradição arqueológica Aratu-Sapucaí, originária, adivinhem de onde? Da Bahia!”

“Ou seja, muito antes dos brancos pisarem por aqui em Casa Branca, Córrego do Feijão ou Brumadinho, os ancestrais dos Kamakã já estavam aqui!”

Reinaldo Fernandes
Editor
Posto isso, vamos à segunda questão: a Constituição Brasileira, no art. 231, § 1º, garante que “São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles as utilizadas para suas atividades produtivas”, como estão fazendo. Além disso, diz que a terra deve ter função social  (art. 5º, Inc. XXIII), não pode ficar abandonada.

Os indígenas estão em terras da VALE que estão sem função social. A VALE matou 273 em Brumadinho e continua nos desrespeitando. Agora os metais pesados podem nos matar aos milhares. Ficar do lado da mineradora, e contra os indígenas, têm sentido?

Edição 252 – Março 2022

Presença indígena histórica em Brumadinho

Brumadinho é território Indígena, diz a própria mineradora VALE


Em Brumadinho sempre existiram indígenas. Quem questiona a presença de povos indígenas em Brumadinho, argumentando que “nunca existiu índio em Brumadinho” está enganado. Sempre existiram indígenas em Brumadinho. E quem diz é a própria VALE. Estudo encomendado pela mineradora descobriu que aqui viveu o povo
Aratu-Sapucaí.

A informação consta do “Projeto de Salvamento Arqueológico na Área de Instalação do "Espaço de Memória em Homenagem às vítimas do Rompimento da Barragem B1”, Município de Brumadinho/MG.”, de 2020. O estudo, contratado pela mineradora VALE, foi feito pela empresa Arcadis. O Sítio Arqueológico, que foi, ironicamente chamado de “Resistência, “foi identificado durante as obras de implantação do empreendimento” do Memorial.

O documento relata que foi constatado pela empresa de consultoria Peruaçu Arqueologia a presença ancestral do povo Aratu-Sapucaí.   

Os indígenas chegaram há muito tempo atrás

“O sítio arqueológico objeto de estudo deste projeto foi classificado como pré-colonial”, diz o documento. Isso quer dizer que havia presença de pessoas aqui em Brumadinho, antes da colonização praticada pelos portugueses, antes de sua chegada, no ano de 1500.  Nesse caso, quem estava aqui eram os indígenas, único povo que habitava o País antes da chegada dos invasores portugueses.

“O Sítio Arqueológico Resistência está situado na área do empreendimento a ser instalado, denominado de "Espaço de Memória em Homenagem às vítimas do rompimento da barragem B1”, localizado próximo à Comunidade Córrego do Feijão, pertencente ao município de Brumadinho/MG.

Conforme o documento denominado Comunicado 01, elaborado pela empresa de consultoria Peruaçu Arqueologia (SEI 2252052), a identificação do sítio arqueológico pré-colonial ocorreu durante as atividades de engenharia, quando, durante uma retirada de topsoil, executada com maquinário pesado, verificou-se a presença de fragmentos cerâmicos, que posteriormente, foram associados à Tradição Arqueológica Aratu-Sapucaí. De acordo com o documento, constatou-se que o sítio arqueológico havia sido parcialmente impactado pelas raspagens oriundas da abertura de acessos e praça de sondagens geológicas na área proposta para a implantação do empreendimento”.

Ainda segundo o documento da Arcadis, “verificou-se que o sítio arqueológico ocupa uma área de aproximadamente 14.250 m².” “De acordo com as informações do documento (Peruaçu, 2020), ‘o sítio aparentemente expandia-se para a direção leste onde hoje encontram-se as casas de alguns moradores e onde havia há alguns anos, um clube recreativo’.”

Agora, não restam dúvidas: os indígenas chegaram, antes dos brumadinenses!

 

Edição 252 – Março 2022

VALE ataca indígenas no Dia da Resistência dos Povos Indígenas

O cinismo da mineradora parece não ter limites

É incrível como a mineradora VALE desrespeita os direitos humanos em Brumadinho! O povo de Ponte de Almorreimas que o diga! E toda a população de Brumadinho. No dia 19 de abril, Dia da Resistência dos Povos Indígenas, a VALE aprontou mais uma.

De forma cínica, a mineradora escolheu o dia para atacar, mais uma vez, o povo indígena Xucuru Kariri em Brumadinho. No momento em que um grupo de indígenas tentava sair da Aldeia Arapowã Kakyá para socorrer uma crianças doente, forma impedidos pela VALE. A mineradora tinha despejado caminhões de terra na estrada de saída da Aldeia, construída pelos indígenas. Pela era principal era impossível sair da aldeia porque os seguranças privados da VALE tinham colocado um veículo para obstruir a passagem.   

Reação

Diante de mais um ataque da VALE, os indígenas reagiram, primeiramente gravando vídeos e postando nas redes sociais. Depois, como precisavam levar a criança à UPA, os guerreiros forma até \a entrada principal, avisaram aos seguranças e derrubaram o portão que a VALE tinha mandado colocar lá para impedir que entrassem ou saíssem da Aldeia.

Presidente da Comissão dos Direitos Humanos da ALMG denuncia     

“No dia da Resistência Indígena, a VALE marca a data retirando o acesso à saúde de uma criança indígena que precisa de inalação de oxigênio. Pela segunda vez, a mineradora aterrou a estrada provisória feita pelos Xucuru-kariri impedindo a passagem para a aldeia Arapoã Kakyá”, disse a deputada estadual Andréia de Jesus (PT), que intitulou sua nota como “denúncia gravíssima”.

“Depois de retirar mais de 270 vidas com lama tóxica e causar enormes danos ao meio ambiente, a VALE persegue um povo que faz esse movimento de recuperação ambiental, plantando, colhendo e alimentando através da natureza. A CDH – Comissão de Direitos Humanos - já recebeu a denúncia e imediatamente acionou o Ministério Público. Nossa mandata acionará outros órgãos competentes para investigarem”, dizia a nota.

Na mesma data, a mineradora retirou seus seguranças da Aldeia. O processo, judicializado pela própria mineradora, não mais será julgado pela Justiça em Brumadinho. Por se tratar de questão indígena, só pode ser julgado por instância federal.  

 

Edição 252 – Março 2022

Povo Xucuru Kariri comemora Dia dos Povos Indígenas com festa e fortalecimento do território

Os cinquenta e três indígenas da Retomada Xucuru Kariri em Brumadinho comemoraram, no último dia 23 de abril, o Dia de Resistência dos Povos Indígenas com festa e fortalecimento do território. O evento aconteceu na Aldeia Arapowã Kakyá e, além do povo originário, estiveram presentes em torno de 40 militantes da Rede de Apoio ao Território Xucuru Kariri.

Seu Paulo, indígena mais velho da Aldeia
Xucuru Kariri Arapowã Kakyá: emoção ao
contar a história de seu povo

A atividade contou com Toré (cantos sagrados dos indígenas), roda de conversa, jogos e brincadeiras indígenas, almoço comunitário. Seu Paulo, o indígena mais idoso e pai do Cacique e Pajé Arapowanã, emocionou-se e emocionou a todos, contando a história de seu povo, desde Palmeira do Índios (estado de Alagoas, onde seu povo tem origem) e a vinda para Minas Gerais: Caldas, Presidente Olegário (ambas em MG) e, agora, Brumadinho. O Ancião falou da luta do seu povo, do assassinato de seu pai e das pelejas para sobreviverem.

Brincadeiras

Para se divertirem e receber os apoiadores, os Xucuru Kariri prepararam brincadeiras como corrida coletiva e arremesso de flechas. Todos os não-indígenas puderem usar o arco e flecha. Mas quem acertou o alvo foi só mesmo o vice cacique, Pedro da Silva Ramos. Frei Gilvander Moreira (CPT) e o cantor, compositor e instrumentista Giancarlo Borba até arriscaram participar da corrida, mas ambos foram, incrivelmente no mesmo instante, para o chão, beijando o solo sagrado dos Xucuru. Já o cantador popular Carlos Faria Maxakali preferiu ser pintado e falar de seus shows (em BH, dia 13, e em Piedade do Paraopeba, no dia 14 de maio) do que se arriscar na pista.

Crianças Xucuru Kariri brincando na corrida coletiva

Durante todo o dia, os indígenas venderam colares,  pulseiras, belíssimo artesanato produzido pelo Mestre Carlos (o Jiboia), sua esposa e professora Jilzema e o jovem talento Camaurá, dentre outros.       

Edição 252 – Março 2022


“Retomada Aldeia Xucuru Kariri Arapowã Kakyá, região de Brumadinho, Minas Gerais.

A retomada, processo de recuperação territorial auto-organizada pelos povos indígenas Xucuru Kariri Arapowã Kakyá está localizada próxima a Brumadinho, aonde a mineradora Vale cometeu o crime ambiental/humano que matou 272 pessoas e gerou diversos prejuízos de várias ordens.

O território, que estava em desuso e sem cumprir sua função social, ocupado pelos/as Xucuru Kariri está sob a titulação da Vale. A retomada completa hoje 2 meses e 6 dias, nesse período, a comunidade vem produzindo vida e recuperação ambiental aonde antes havia vazio e destruição.

A comunidade já está colhendo alimento da horta e produzindo reflorestamento do espaço a partir de projetos agroflorestais, aliados aos conhecimentos e práticas tradicionais.

Além disso, também tem produzido e reproduzido a continuidade de suas próprias vidas, das crianças e dos mais velhos a partir dos elementos culturais Xucuru Kariri.

Seu Paulo, ancião mais velho da comunidade, nos relatou, emocionadamente, entre lágrimas e sorrisos, um 'trechinho' da sua história e da sua vontade de ver os filhos e os filhos dos filhos crescerem no território retomado.

As vestimentas, os artesanatos, os cantos e danças, o toré e a palavra expressam a força Xucuru Kariri guiada e fortalecida pelos Encantados. São eles, os Encantados, que dão 70% da força para a luta, como relatou o Cacique Arapowanã. Foi a força que encorajou a comunidade para arrancar o portão da Vale vigiado por seus seguranças-capangas que impedia covardemente o trânsito da comunidade, inclusive de criança adoecida com necessidade de cuidados de saúde.

Só a luta transforma e produz vida! Viva a retomada Xucuru Kariri e de todos os povos! Até a vitória, enquanto os terra não for livre, também não seremos!

Relato escrito em: 23.04.22, Por Lucas, psicólogo.”

 

Edição 252 – Março 2022

Contribua com a “Campanha Contra a Fome e o Frio”


“Às vezes a gente, por ter o que comer em casa, pensa que todo  mundo tem! Às vezes a gente ajuda uma vez e acha que está bom, mas a fome no Brasil continua”. Quem diz é Reinaldo Fernandes, Presidente do PT de Brumadinho, que está à frente de uma campanha contra a fome e contra o frio. “O frio começa a apertar e tem gente sem agasalho”!, completa Fernandes

Segundo dados da entidade “A Ponte Social”, “um quarto da população brasileira, 52,7 milhões de pessoas, vive em situação de pobreza ou extrema pobreza.” Já a Pesquisa realizada pela Rede Penssan mostra que mais da metade da população, quase 116,8 milhões de brasileiros, não se alimentam como deveriam, com qualidade e em quantidade suficiente. A situação piorou muito desde o Governo Temer (MDB), e foi agravada agora no governo bolsonaro.

“Já conseguimos ajudar bastante pessoas. Pedimos às pessoas que continuem sendo solidárias, porque, no atual momento político do Brasil, com tanto desemprego,  a fome permanece”, completa Reinaldo.

Locais de arrecadação para fazer sua doação: Supermercados Luna e Fonseca; ABC da Construção; Ré Modas e Nova Opção.   

Edição 252 – Março 2022

Editor reúne amigos e lança livro no Pozza’s


No último dia 7 de maio, o escritor Reinaldo Fernandes reuniu quase uma centena de amigos para o lançamento de seu terceiro livro, “Minha vida é reticências”. O livro (o segundo de poesias na carreira do escritor) tem prefácio de Cássio Vilela Prado, 228 páginas, e saiu pela editora portuguesa Ases da Literatura. O lançamento aconteceu no restaurante Pozza’s, na entrada da cidade.

Entre os participantes estavam, além de amigos de Brumadinho como familiares e os indígenas Xucuru Kariri, colegas de trabalho, ex-alunos da faculdade e da PBH e da graduação de Fernandes. Vindos de diversas cidades como Betim, BH, Sarzedo, Ibirité, Contagem e Igarapé.  

Embalado ao som da música de Willas Fernandes ao violão, o lançamento, que contou com breve discurso do escritor, exposição de fotos e, claro, venda e sessão de autógrafos, agradou aos presentes. “Obrigada, Professor. Foi ótimo! Larissa já está lendo seu livro. Deus abençoe seu caminho , você é iluminado”, disse a ex-aluna Poliane, que não apenas se deslocou de BH par vir como também trouxe a filha e comprou dois livros.


Já outra ex-aluna da faculdade Anhanguera, onde Reinaldo Fernandes lecionou, disse que “foi uma alegria enorme participar desse momento”. Comprou seu livro e mais um, para levar para outra ex-aluna.  

Vendas em 14 países de quatro continentes  

O livro pode ser adquirido com Fernandes, pelo telefone (31) 99209-9899 ou pedido em suas redes sociais (https://www.facebook.com/reinaldo.13.fernandes/; https://www.instagram.com/reinaldo.fernandespt ; https://twitter.com/reinaldpt13). Mas estará à disposição em lojas virtuais da Editora. “Minha vida é reticências” será vendido em cinco lojas brasileiras e, ainda, em 13 países, em quatro dos cinco continentes: Europa, América, Ásia e Oceania, ficando de fora apenas o continente africano. Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia, Países Baixos, na Europa; Estados Unidos e Canadá, aqui nas Américas; Austrália, na Oceania; e ainda no Japão, na Ásia.   

 

Edição 252 – Março 2022

Giancarlo Borba dá show em Casa Branca


O músico e
cantautor Giancarlo Borba lançou seu segundo álbum, “Por onde vamos”, com canções que refletem sobre crises sociais, políticas e ambientais. O show aconteceu na Pousada Verdes Folhas, em Casa Branca, no último 14 de maio, data também da estreia do trabalho nas plataformas digitais.

O show contou com a presença de músicos convidados e lideranças indígenas, como Célia xacriabá, Cacica Kamacã Mongoió katorã e Cacique Xucuru Kariri Carlinhos Arapowanã. Segundo o cantautor, a renda da bilheteria foi totalmente revertida para apoio às retomadas indígenas Kamakã Mongoió e Xucuru Kariri, em Brumadinho.

Gaúcho radicado em Moeda, M. G., o álbum traz influências das sonoridades da região natal do cantautor  com referências em ritmos como milonga, chamamé e chacarera, além de diálogo musical que incluiu arranjos criados e executados por músicos mineiros. O trabalho abraça histórias de reinvindicações pela terra, e traz  interpretações e composições inéditas, dentre elas parcerias com Déa Trancoso, Sol Bueno e Paulo Nunes. Uma das canções do álbum está presente no filme “A Bolsa ou a Vida”, recém lançado pelo diretor Sílvio Tendler.

Arte comprometida com a realidade

“Eles dão um tratamento das tragédias pela arte, denunciando a realidade que vivemos, sem deixar de abrir a veia da esperança pela luta e transformação da atual situação”, disse Angela Mucida, referindo-se aos músicos.

Já o jovem indígena Xucuru kariri Camaurá se sentiu grato ao cantor por ele estar abraçando a causa indígena. “Da minha pessoa é isso, gratidão! Nosso pai Tupã e nossos encantados abençoem ele e a todos nós”, completou.  

O leitor pode encontrar o belo trabalho de Giancarlo Borba em todas nas plataformas, incluindo Spotify e youtube. Aí, é só curtir!

 

Edição 252 – Março 2022

VI Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas  “Valdir de Castro Oliveira”, do jornal de fato – Brumadinho – MG recebe mais de 70 trabalhos no primeiro mês de divulgação

O VI Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas “está bombando!” Só no primeiro mês de divulgação, foram mais de 70 escritores inscritos, de diversos estados do Brasil e do mundo! De brumadinho, apenas um trabalho.  

Site especializado em concursos literários divulga  VI Concurso
do Jornal de fato 

Em seu 23º ano ininterrupto de circulação, o Jornal de fato lança Edital para o seu VI Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas. O Concurso homenageia o brumadinense, jornalista, escritor, doutor em ciências da comunicação Valdir de Castro Oliveira. O VI Concurso “está bombando!” Só no primeiro mês de divulgação, foram mais de 70 escritores, de diversos estados do Brasil e do mundo, sendo apenas um de Brumadinho!

Diferentemente dos concursos anteriores, que eram apenas na modalidade “poesia”, este VI Concurso Internacional terá  também a modalidade contos ou crônicas. Além disso, o Concurso deixa de ser nacional e passa a ser internacional: poderão concorrer quaisquer pessoas de quaisquer lugares do mundo, desde que o texto seja escrito em língua portuguesa.

O tema é livre e o VI Concurso contará com 4 categorias: Categoria Local: escritores de Brumadinho acima de 18 anos; Categoria Local: escritores de Brumadinho com até 18 anos; Categoria Nacional / Internacional, com escritores acima de 18 anos e escritores com até 18 anos.

As inscrições já estão abertas e terminam às 23H59 no dia 25/9/22.

A premiação dos 50 melhores trabalhos contará com certificados, publicação no Jornal de fato, podendo ainda haver premiação com troféus e/ou medalhas e/ou livros literários.

As informações completas do Edital estão em https://jornaldefato.blogspot.com

‘Bora fazer arte!

Edição 252 – Março 2022

VALE é condenada a pagar R$ 100 mil a trabalhador Ele sobreviveu após linha de trem ser engolida pela lama

A Justiça do Trabalho condenou a mineradora VALE ao pagamento de uma indenização por danos morais no valor de R$ 100 mil ao trabalhador que sobreviveu ao rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, na cidade de Brumadinho, após fugir do local para não ser alcançado pela lama. Ele explicou que, no dia da tragédia (25/1/2019), estava fazendo a manutenção da linha de trem, localizada nas proximidades da unidade, quando teve que correr desesperadamente para salvar a própria vida. “Caso contrário, seria engolido pelos rejeitos e pela lama”, disse o sobrevivente dos crimes, que completa três anos e quatro meses em 25/5.

Dano moral

O trabalhador contou que, diante das circunstâncias vivenciadas, sofreu forte abalo moral, adquirindo síndrome do pânico, ansiedade e alopecia. O juízo da 5ª Vara do Trabalho de Betim julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados, concedendo a indenização.

A empresa interpôs recurso. Porém, testemunhas ouvidas confirmaram a versão do trabalhador. Uma delas contou que, no dia do acidente, estava com o operário fazendo a troca de uma máquina de chave. Informou que eles perceberam algo errado, quando ouviram um barulho muito forte e estranho, e observaram que as árvores estavam caindo.

No entendimento do Tribunal, as testemunhas ouvidas narraram, com riqueza de detalhes, a experiência traumática que vivenciaram. 

Responsabilidade objetiva

Na visão do julgador, a atividade de mineração, exercida pela Vale S.A., pode ser incluída entre aquelas que geram responsabilidade objetiva, pois se trata de atividade de alto risco. O julgador ressaltou que, conforme amplamente divulgado na mídia, o acidente ocorreu em razão de falha estrutural da barragem, o que evidencia, segundo o desembargador, a culpa da Vale S.A..

Para o desembargador, ainda que o profissional não tenha sofrido lesões físicas que gerassem incapacidade, houve dano moral, pois ele foi atingido em sua esfera íntima, por vivenciar grande angústia e sofrimento diante da nítida iminência de sofrer uma morte trágica. 


Edição 252 – Março 2022

Opinião

Quem produz o neonazista?

Inez Lemos

Há anos venho estudando e debatendo sobre a educação dos filhos na sociedade de consumo, hipermoderna, neoliberal, permeada pela tecnologia - crianças educadas no smarphone full time, em ambientes de intenso apelo às imagens, espetáculos, visibilidade. Uma ruptura ocorreu enfraquecendo a autoridade dos pais, digo, pai e mãe ou de quem deveria cumprir com a função paterna e materna. Lacan nos avisou sobre as consequências do declínio da função paterna, um sintoma das sociedades de mercado.

Jovens crescem e muitos não são inseridos nos limites da cultura, interditados em suas pulsões descabidas, julgando que podem tudo. Sabemos que é a castração que simboliza a falta, que estrutura o sujeito. Lares monoparentais em que apenas à mãe coube a responsabilidade de educar, muitas vezes acabam gerando filhos e filhas sem noção, despreparados para a convivência em sociedade.

Crianças mimadas em excesso ou abandonadas, filhos da omissão, podem representar perigo pois crescem sem referências, sem a metáfora paterna ou  algo que lhe aponte a interdição: “Você não pode tudo!” Aceite a frustração, saiba conviver com o Não, a falta. Ausência de limites, carinho, amor e dedicação podem gerar sujeitos antissociais - perversos, psicóticos e até psicopatas. Nesse sentido, todo educador, psicólogo e psicanalista deve alertar aos pais sobre a necessidade de educar com um olhar dedicado à criança, evitando que cresça um monstrinho que, no futuro, irá agir com violência, um agressor ou fascista, neonazista.

Ninguém nasce nazista, racista, machista. A educação em casa e a convivência com esses valores podem produzir a figura do jovem que assistimos hoje - integrantes de seitas, movimentos políticos que fazem apologia ao estupro, abusos sexuais, massacres em escolas, enfim, todo o cenário que hoje nos deixa patéticos. Quebram placas de pessoas ativistas contra a desigualdade social; há racismo, violência, genocídios dos indígenas, negros, pobres, mulheres, homossexuais, trans. Verdadeiros lgbtfóbicos, desumanos.

Nesse sentido indico o filme: "22 de julho", um alerta ao nosso futuro. O filme é sobre um jovem de ultradireita que promove um ataque ao parlamento, em Oslo, Noruega, e também num acampamento de jovens. Nítido sintoma de um indivíduo que foi educado no desamparo afetivo e na ausência de limites.

Acredito que estamos caminhando para um mundo aterrador, verdadeira barbárie. Ainda podemos mudar a forma de educar nossas crianças? O propósito não é acusar pai ou mãe, embora saibamos que há mais lares em que a responsabilidade da educação dos filhos recai mais sobre as mães - a paternidade irresponsável é um sintoma  em nossa cultura, infelizmente. O machismo estrutural permite que crianças cresçam sem a convivência com o pai, o que, geralmente, provoca revolta, insanidades psíquicas.

Inez Lemos, moradora de Casa Branca, é psicanalista

Edição 252 – Março 2022

Rio Paraopeba tem elevado índice de metais pesados, aponta relatório 

Detalhes das análises foram divulgados em 21 de março

A Prefeitura de Brumadinho informou que amostras da água do rio Paraopeba e da lama, colhidas após as enchentes registradas em janeiro deste ano, apresentaram altas concentrações de manganês, ferro e alumínio, considerado metais pesados. Detalhes do relatório foram apresentados durante coletiva de imprensa dada no dia 21 de março.

De acordo com a prefeitura, a presença destes elementos pode estar relacionada aos rejeitos de minério que desceram da Barragem B1 da Vale, após o rompimento em 2019, que deixou 273 mortos. Seis pessoas ainda não foram encontradas. 

Conforme o Executivo, o relatório aponta um elevado índice de ferro, manganês, alumínio e outros elementos como silício, potássio e titânio. 

Encaminhamento ao MP

O município encaminhou ao Ministério Público Estadual o laudo preliminar com os resultados da análise, realizada em parceria com as cidades de Juatuba, Mário Campos e São Joaquim de Bicas. O material foi coletado entre 17 e 19 de janeiro e analisado por um laboratório especializado e contratado pelas prefeituras. 

Ainda conforme o relatório, a presença de ferro na água e na lama do Paraopeba chega a ser quase quatro vezes maior na área situada abaixo de onde os rejeitos da mina de Córrego do Feijão atingiram o leito do rio. O manganês também apresentou índices acima do que a legislação permite. No caso do alumínio, a concentração passou de 3% a montante do rompimento da barragem para 27,8% em alguns pontos abaixo da área atingida.

A prefeitura não informou quanto custou o estudo e nem se houve superfaturamento na contratação.

População de Brumadinho e da bacia do Paraopeba correm risco de vida

Os metais pesados são elementos químicos que, na sua forma pura, se encontram sólidos e que podem ser tóxicos para o organismo quando consumidos, podendo causar danos em vários órgãos do corpo, como pulmões, rins, estômago e até cérebro.

Embora alguns metais pesados, como o cobre, seja importantes para o corpo em alguma quantidade, outros podem ser muito tóxicos, devendo ser evitados. Estes metais muitas vezes estão presentes na água contaminada e, por isso, podem acabar contaminando o ar e também os alimentos, causando problemas de saúde com o passar dos anos.

Os metais pesados não provocam sintomas quando entram pela primeira vez em contato com o organismo, no entanto, têm a capacidade de ir se acumulando dentro das células do corpo, provocando problemas como alterações renais, lesões cerebrais e existe a suspeita de que também possam aumentar o risco de câncer.

As intoxicações crônicas podem se manifestar de diversas formas. As mais comuns são: doenças neurológicas, ligadas ao aparecimento de doenças como Alzheimer, Parkinson e o autismo. Além disso por haver  aumento de doenças alérgicas (como rinite e bronquite); dermatoses (crises alérgicas que atacam a pele); perda cognitiva, alterações de humor e cansaço; disfunções gastrointestinais, falta de apetite e anemia; alterações no metabolismo do cálcio (raquitismo) e osteomalácia; disfunções pulmonares, renais e hepáticas; deficiências na função reprodutora; aparecimento de cânceres; elevação do risco de problemas cardiovasculares e AVC; problemas na tireoide, entre outras consequências.

 

Edição 252 – Março 2022

Só Rindo

Separação por compatibilidade

Uma mulher envia ao juiz uma petição pedindo divórcio, e o juiz a questiona:

- A senhora tem certeza do que está pedindo? A senhora quer divórcio por compatibilidade de gêneros? Não seria o contrário?

- Não, Meritíssimo, é por compatibilidade mesmo... Eu gosto de cinema, o meu marido também, eu gosto de ir à praia e ele também, eu gosto de ir ao teatro e ele também, eu gosto de homens e ele também!

Conversa entre grandes amigos

- Estou muito chateado. Descobri que minha mulher é uma tremenda mentirosa.

- É?  E por que você acha isso? – quis saber o outro.

- Imagina só que a minha mulher não apareceu em casa ontem à noite.  E quando perguntei pra ela onde e por onde andou, inventou que estava com a Claudinha, uma amiga dela.

- E não estava?

- Claro que não! Quem passou a noite com a Claudinha foi eu, pô!

Zelador

Absurdo! – exclama o marido - imagine que o idiota do zelador anda espalhando por aí que já transou com todas as mulheres do prédio, menos uma.

- Hum! – comenta a mulher com cara de desprezo – Só pode ser aquela convencida do quinto andar.

Meu marido

Um casal estava dormindo profundamente. De repente, lá pelas 3 horas da manhã, escutam ruídos fora do quarto. A mulher se sobressalta e totalmente espantada diz para o homem:

- Ai, deve ser meu marido!

O cara se levanta espantado e pelado. Pula a janela e cai em cima de uma planta com os espinhos. Em poucos segundos volta e diz:

- Desgraçada... Teu marido sou eu!

- É? E pulou a janela por quê?

 

Edição 252 – Março 2022

Pesquisa Quaest: Lula tem 46% a 51% e pode vencer no 1º turno

Bolsonaro marca apenas 29


Pesquisa Genial/Quaest
 
para as eleições presidenciais, divulgada em 11/5, traz, mais uma vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente, com 46% das intenções de voto no 1º turno, seguido pelo presidente jair bolsonaro (PL), com apenas 29%. Ciro Gomes (PDT), tem 7%.

Os que dizem que irão votar em branco, anular ou deixar de votar somam 6%. A proporção dos indecisos é de 3%.

Num cenário com  bolsonaro e Dória, Lula sobe para 50%. Com bolsonaro e Simone Tebet (MDB), Lula chega a 51% e vence no primeiro turno.  

A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Duas mil pessoas foram entrevistadas face a face entre os dias 5 e 8.

O levantamento tem 95% de confiança. Ou seja, se 100 pesquisas fossem realizadas, ao menos 95 apresentariam os mesmos resultados dentro desta margem.

 

Edição 252 – Março 2022

Poucas & Boas

“Este jovem aqui que vos fala participou de sua primeira greve em 1962, aos 17 anos. Fiz minha primeira greve para a gente ganhar o décimo terceiro salário. Se a gente não conta essas histórias, as pessoas acham que veio de Deus. Não tem nada que não tenha sido conquista: o salário mínimo foi uma conquista, o pagamento do adicional de hora extra foi uma conquista, a estabilidade da mulher gestante foi uma conquista. Não tem nada que foi dado de graça, tudo custou o suor e o sangue dos trabalhadores.”

Lula, falando no evento Sindimais, em São Paulo

 

“Ninguém deve acreditar que a gasolina está cara por causa da guerra na Ucrânia. Ninguém deve acreditar quando o presidente diz que, se pudesse, dava um murro na mesa e consertava o preço. Ele está mentindo. Ele pode consertar. É só reunir o conselho de Administração, o Conselho Nacional de política energética e dizer que não quer preço dolarizado”. 

Do mesmo Presidente Lula

 

Edição 252 – Março 2022

Você sabia?

Que o valor do orçamento de Brumadinho para 2022 é de R$ 423.000,00 (quatrocentos e vinte e três milhões de reais), 120% maior do que o de 2018,que na de 190 milhões?

Que, desde 2003, o ex-presidente Lula acumulou aproximadamente 300 (trezentas) condecorações, considerado, em 2008, a 18ª pessoa mais poderosa do mundo; 2009, a 33ª pessoa mais poderosa do mundo e "homem do ano", uma das 50 pessoas que moldaram a década de 2000 devido a seu "charme e habilidade política" (Financial Times) e também por ser "o líder mais popular da história do país"; considerado o "profeta do diálogo", por suas intermediações em busca da paz no Oriente Médio e um dos 25 líderes mais influentes do mundo?

 

Edição 252 – Março 2022

A pergunta que não quer calar:

Se a Estação do Conhecimento (VALE/Prefeitura)...

tem campo de futebol, por que lá não existe futebol?

tem piscina, por que lá não tem natação?

tem pista de corrida, por que lá não tem corrida?