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sexta-feira, 16 de novembro de 2018


Edição 214 – Outubro 2018
Editorial
A eleição das Fake News

Quem for estudar História do Brasil daqui pra frente descobrirá que a última eleição presidencial foi a mais violenta desde a redemocratização do Brasil. Ameaças, mentiras, agressões, invasões de universidades com censura por parte de TRE’s, e pelo menos dois assassinatos cometidos por eleitores do capitão reformado.
Aqui em Brumadinho, houve ameaças feitas a homossexuais, além de agressões a rodo nas redes sociais. Já no dia da eleição, à noite, após o resultado, o Presidente do PT foi “homenageado” por um grupo de eleitores do capitão: por inúmeras vezes, passaram em frente à sua casa em seus carros, pararam, soltaram foguetes em seu terreiro, buzinaram e gritaram “chupa PT”. A “homenagem” durou até de madrugada.
Foi a eleição das fake news (notícias mentirosas da internet), criando, nos incautos e ingênuos, um ódio cego contra o PT, pura repetição da grande mídia ou da campanha do capitão, como o famoso “kit gay”, que, todos sabem, nunca existiu. Eleições fraudulentas desde que Lula foi impedido de candidatar-se, mesmo com uma determinação da ONU – Organização das Nações Unidas. E como o Golpe de Estado teve – e continua tendo – um papel central do Supremo (“Com o Supremo e com tudo”, como diria o “filósofo” Romero Jucá – pMDB), de nada adiantaram as denúncias feitas pelo Jornal Folha de São Paulo sobre os crimes de Caixa Dois praticados pelo militar: o TSE fingiu que, no caso do capitão, não era crime.
O homem que defende abertamente a tortura; que se orgulha de ter votado – duas vezes, como ele diz – contra as empregadas domésticas; que defende metralhar um aglomerado urbano; que insinua que negros são animais ao dizer que quilombolas são muito gordos e deveriam ser pesados no arroba; que defende a perseguição aos adversários e o ataque aberto a trabalhadores rurais sem terra; que disse publicamente a uma deputada que só não a estuprava porque ela era feia; que disse ter usado o dinheiro do “auxílio-moradia” para “comer gente” – dentre outras coisitas mais! – foi eleito por 39% dos eleitores.
Reinaldo Fernandes
Editor
O anúncio de suas primeiras medidas, como a Reforma da Previdência; o fim dos Ministérios do Meio Ambiente, do Esporte e da Cultura; o convite ao juiz de 1ª instância que dizia que nunca entraria para a política para Ministro; a volta da CPMF; o aumento de imposto para a classe média; e a taxação das igrejas já causaram grande impacto negativo, e o número dos arrependidos aumenta a cada dia.
Preocupando o mundo inteiro por causa de suas posições consideradas fascistas, o capitão toma posse em janeiro, para um mandato de quatro anos. Enquanto isso, os movimentos sociais recordam a “Bella Ciao”. E preparam a resistência.    



Edição 214 – Outubro 2018
Poucas e Boas
(Para meu amigo F. S. X., Chqo)
A presunção de inocência é uma das mais importantes garantias constitucionais, pois, através dela, o acusado deixa de ser um mero objeto do processo, passando a ser sujeito de direitos dentro da relação processual.
Trata-se de uma prerrogativa conferida constitucionalmente ao acusado de não ser tido como culpado até que a sentença penal condenatória transite em julgado, evitando, assim, qualquer consequência que a lei prevê como sanção punitiva antes da decisão final.

Diz o texto da Constituição Brasileira de 1988 em seu artigo 5°, inciso LVII: "Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Desta forma, o acusado de ato ilícito tem o direito de ser tratado com dignidade enquanto não se solidificam as acusações, já que pode-se chegar a uma conclusão de que o mesmo é inocente.

Deste princípio emergem outros de mesmo crédito: o direito à ampla defesa, o direito de recorrer em liberdade, o duplo grau de jurisdição, o contraditório, entre outros. Em síntese, todos esses princípios constitucionais exercem função de alicerce do sistema democrático, pois no centro de todos os procedimentos judiciais o réu mantém sua integridade, sendo-lhe assegurado o devido processo legal e os riscos de uma decisão precipitada do magistrado são menores.

Tudo pode ser feito se permitido em lei e, se esta for violada, necessária se faz a prova para posterior condenação.
Montesquieu, filósofo

"Todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
Declaração Universal dos Direitos do Homem, artigo XI

"Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa".
Pacto de San Jose, assinado em 1969 pelo Brasil, em seu artigo 8°, inciso 2

“Cabe sim ao presidente da República [...] são números absurdos [...] os meus economistas dizem que tem solução, mas será muito difícil atender essa meta [...] e propostas, redução do tamanho do estado, privatizações [...] fazer com que patrões e empregados sejam amigos, e não inimigos”.
Presidente eleito, após pergunta do jornalista Reinaldo Azevedo, da RedeTV, sobre a capitalização de juros no Brasil

 “Aqui nesse debate nós vemos novamente 50 tons de Temer. Faz 30 anos que esse país saiu de uma ditadura. Muita gente morreu, muita gente foi torturada. Tem mãe que não conseguiu enterrar seu filho até hoje. Faz 30 anos mas acho que a gente nunca esteve tão perto disso que aconteceu naquele momento. Se nós estamos aqui hoje podendo discutir o futuro do Brasil é porque teve gente que derramou sangue para ter democracia. Sempre começa assim: arma, tudo se resolve na porrada, que a vida do ser humano não vale nada. Acho que nós temos que dar um grito nesse momento, botar a bola no chão e dizer: ditadura nunca mais”.
Candidato do PSOL, Guilherme Boulos, líder do MTST, em debate na Rede Globo


Edição 214 – Outubro 2018
ELEIÇÕES 2018

Candidatos golpistas e que votaram contra os trabalhadores tiveram o troco nas urnas
Mais bem votados em Brumadinho, traíram a população; agora foram rechaçados

A maioria dos deputados federais mais bem votados em Brumadinho em 2014 traiu a nossa população, além de ter traído os mineiros e brasileiros. Na Câmara Federal, votaram no Golpe contra Dilma Rousseff (PT), na Terceirização de mão de obra; na Reforma Trabalhista/Fim da CLT; PEC dos Gastos Públicos; para impedir a investigação contra a corrupção de temer (pMDB), duas vezes; reforma do Ensino Médio; entrega do nosso pré-sal; fim do Ensino Público gratuito nas universidades; na Lei 13.586/17: Isenção em mais de R$ 1 trilhão para as empresas estrangeiras que exploram petróleo e gás no Brasil até 2040 (dinheiro da Educação, Saúde etc); e a favor da Lei 13.606/18: perdão de R$ 17 bilhões de dívidas para empresários do campo (dinheiro da Educação, Saúde etc).
Mas a população soube dar o troco, em pelo menos em boa parte deles. Um dos maiores inimigo de Brumadinho, Toninho Pinheiro (PP), não foi candidato, mas seu filhinho, Pinheirinho, foi. Dono de imensa fortuna, a família Pinheiro tem o que se pode chamar de uma “máquina de ganhar eleições”. O filhinho foi eleito deputado federal. No entanto, se o papai obteve 2.828 em Brumadinho na última eleição, o filhinho ficou com apenas 878 votos, menos de um terço.
Outro grande inimigo foi Caio Narcio, apoiado por Nenen da ASA. Esse também votou o tempo todo contra nossa população. Na eleição de 2014 recebeu 1.628 dos brumadinenses. Agora, recebeu apenas 978. Não foi eleito. Aliás, seu partido, o PSDB elegeu apenas 3 deputados federais.
Outro golpista que ficou de fora foi Laudívio Carvalho (SD). Votou contra os trabalhadores e a população em tudo: agora a população votou contra ele e tirou seu emprego.  
George Hilton (PRB) foi outro que não se posicionou a favor dos trabalhadores. Se em 2014 recebera 199 votos de Brumadinho, agora caiu para apenas 7. Não foi eleito.
Domingos Sávio (PSDB), outro golpista de carteirinha recebeu apenas 17 votos. Na eleição anterior recebera 129.
Outro golpista que não foi releito foi Leonardo Quintão (pMDB). Esse foi outro grande traidor dos 95 votos que recebeu em Brumadinho em 2014: amigo de temer, em tudo votou contra os trabalhadores.
Mais dois candidatos que votaram contra os trabalhadores de Brumadinho foram releitos, Eros Biondini (PROS) e Marcelo Aro (PHS). No entanto, seus votos diminuíram. O primeiro tivera 426 em 2014 e agora caiu para 356; Aro caiu de 254 para apenas 75.


Edição 214 – Outubro 2018
Índice de renovação na ALMG ultrapassa 40%
Ao todo, 31 novos parlamentares ingressam no Parlamento mineiro na próxima legislatura. Outros 46 se reelegeram

Os eleitores mineiros reelegeram 46 parlamentares e elegeram 31 novos deputados para a 19ª Legislatura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que tem início em 1º de fevereiro de 2019. Houve, portanto, uma renovação de 40,25%. O índice de renovação leva em consideração apenas a composição atual da legislatura. 
Dos 63 atuais deputados que tentaram reeleição para a Casa, 46 retornam, perfazendo um índice de 73% de sucesso.
Oito deputados que ainda exercem mandato nesta 18ª Legislatura se candidataram a deputado federal e um a senador. Também o presidente da Casa, deputado Adalclever Lopes (MDB), foi candidato a governador do Estado e não foi eleito.

Aumenta o numero de deputadas

A bancada feminina na ALMG cresceu. Foram eleitas 10 mulheres. A atual legislatura, que começou em 2015 e termina no próximo dia 31 de janeiro, conta com seis deputadas. As deputadas eleitas são: Beatriz Cerqueira (PT), Delegada Sheila (PSL), Marília Campos (PT), Rosângela Reis (Pode), Ione Pinheiro (DEM), Celise Laviola (MDB), Leninha (PT), Laura Serrano (Novo), Ana Paula Siqueira (Rede), Andreia de Jesus (PSOL).  
Veja abaixo a lista dos novos deputados

Mauro Tramonte (PRB) - 516.390 votos
Sargento Rodrigues (PTB) - 123.648 votos
Bruno Engler (PSL) - 120.252 votos
Cleitinho (PPS) - 115.492 votos
Noraldino Junior (PSC) - 114.807 votos
Cássio Soares (PSD) - 113.003 votos
Leandro Genaro (PSD) - 98.717 votos
Beatriz Cerqueira (PT) - 96.824 votos
Léo Portela (PR) - 93.895 votos
Virgílio Guimarães (PT) - 91.204 votos
Fábio Avelar (Avante) - 83.718 votos
Dr. Jean Freire (PT) - 83.024 votos
Arlen Santiago (PTB) - 82.130 votos
Delegada Sheila (PSL) - 80.038
Carlos Henrique (PRB) - 79.088
Cristiano Silveira (PT) - 79.079 votos
Tito Torres (PSDB) - 78.862 votos
Mário Caixa (PV) - 76.527 votos
Del. Heli Grilo (PSL) - 75.920 votos
João Vítor (PSDB) - 75.256 votos
Sávio Souza Cruz (MDB) - 74.822 votos
Tadeuzinho (MDB) - 72.267 votos
André Quintão (PT) - 71.615 votos
Marília Campos (PT) - 71.329 votos
Agostinho Patrus (PV) - 70.055 votos
Rosângela Reis (Pode) - 70.040 votos
Antonio Arantes (PSDB) - 69.586 votos
Dalmo Ribeiro (PSDB) - 69.342 votos
Charles Santos (PRB) - 67.913 votos
João Magalhães (MDB) - 67.874 votos
Dr. Hely (PV) - 64.913 votos
Ulysses Gomes (PT) - 63.776 votos
Dr. Wilson Batista (PSD) - 62.052 votos
Gustavo Valadares (PSDB) - 60.687 votos
Neilando Pimenta (Pode) - 60.637 votos
Glaycon Franco (PV) - 60.373 votos
Doorgal Andrada (Patri) - 57.942 votos
Celise Laviola (MDB) - 57.412
Duarte Bechir (PSD) - 56.745 votos
João Leite (PSDB) - 56.298 votos
Thiago Cota (MDB) - 55.870 votos
Ione Pinheiro (DEM) - 55.634 votos
Alencar Jr. (PDT) - 54.373 votos
Elismar Prado (PROS) - 53.842 votos
Leonídio Bouças (MDB) - 52.624 votos
Gil Pereira (PP) - 52.146 votos
Braulio Braz (PTB) - 51.657 votos
Leninha (PT) - 51.407 votos
Luiz Carneiro (PSDB) - 50.341 votos
Douglas Melo (MDB) - 49.027 votos
Dr. Paulo (Patri) - 48.927 votos
Coronel Sandro (PSL) - 48.533 votos
Zé Reis (PHS) - 45.746 votos
Carlos Pimenta (PDT) - 43.492 votos
Inácio Franco (PV) - 42.819 votos
Bosco (Avante) - 42.556 votos
Roberto Andrade (PSB) - 41.903 votos
Marquinho Durval (PT) - 41.852 votos
Gustavo Santana (PR) - 36.573 votos
Celinho Sinttrocel (PCdoB) - 35.840 votos
Betão (PT) - 35.455 votos
Laura Serrano (Novo) - 33.813 votos
Bartô do Novo (Novo) - 31.991 votos
Raul Belem (PSC) - 31.788 votos
Prof. Wendel (SD) - 31.722 votos
Cleiton Oliveira (DC) - 31.347 votos
Osvaldo Lopes (PHS) - 31.161 votos
Alberto Pinto Coelho (SD) - 28.104 votos
Coronel Henrique (PSL) - 27.867 votos
Repórter Rafael (PRTB) - 27.463 votos
Fernando Pacheco (PHS) - 25.091 votos
Guilherme da Cunha (Novo) - 24.792 votos
Ana Paula Siqueira (Rede) - 23.372 votos
Prof. Irineu (PSL) - 21.845 votos
Gustavo Mitre (PSC) - 21.373 votos
Zé Guilherme (PRP) - 19.341 votos
Andrea de Jesus (PSol) - 17.689 votos

Figeninha alcança 587 votos

Efigênia Cristian da Silva Santos, a Figeninha, foi candidata a deputada estadual pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro). Brumadinense, moradora do Santa Efigênia e membro da tradicional família Bibiano, Figeninha disputou eleições pela primeira vez. A candidata alcançou 587 votos. Desses, 419 foram conquistados em Brumadinho.
O seu partido elegeu apenas 1 deputado dos 77 da casa.

Candidatos apoiados pelo PT de Brumadinho são eleitos deputados
Marília Campos ficou em 6º lugar e Rogério Correia em 9º lugar no Município

Marília Campos e Rogério Correia estão reeleitos deputados. A ex-prefeita de Contagem garantiu a reeleição a deputada estadual e obteve 672 votos em Brumadinho, bem mais do que o dobro da eleição anterior. O reconhecimento da população da cidade se deu não apenas pelo trabalho de Marília Campos na Assembleia Legislativa como também pelo apoio que tem dado a Brumadinho. Marília contribuiu muito para a iluminação de dois campos de futebol (Canelão e Corujão) e para que a COPASA levasse água tratada ao bairro do Varjão. Marília Campos alcançou 71.329 votos no estado, a 24ª mais bem votada de todas as centenas de candidatos, a 6ª em Brumadinho.
Já o deputado estadual Rogério Correia candidatou-se a uma vaga a federal e foi eleito com 131.312 votos, o 9º mais bem votado em Minas Gerais. Em Brumadinho obteve 389 votos, sendo o 9ª mais bem votado no Município (5º entre os eleitos). Rogério tem se colocado à disposição dos brumadinenses, tendo ajudado os pequenos agricultores com a entrega de Kits da Agricultura Familiar do Governo de Minas. Colaborou também com os esportes, beneficiando Brumadinho com Kits de material esportivo para a Secretaria de Esportes distribuir para desportistas. Ajudou também ao então vereador Reinaldo Fernandes (PT) nas discussões sobre a construção da Nova Ponte sobre o rio Paraopeba junto à SETOP – Secretaria de Estado de Obras Públicas e Transporte.  


Nenen da ASA não elege deputado

Os candidatos a deputados defendidos pelo prefeito Avimar de Melo Barcelos, o Nenen da ASA (PV) não foram releitos. Sem nenhuma fidelidade partidária, ele apoiou para deputado federal Caio Narcio, do PSDB. Golpista de primeira hora, Caio Narcio (PSDB) votou no “impeachment” de Dilma Rousseff (PT). Em todas as votações importantes, votou contra os trabalhadores. Caio Narcio, cujo pai está preso por envolvimento em corrupção nos governos Aécio Neves/ Anastasia (PSDB), votou na Terceirização de mão de obra; na Reforma Trabalhista/Fim da CLT; PEC dos Gastos Públicos; para impedir a investigação contra a corrupção de temer (pMDB), duas vezes; reforma do Ensino Médio; entrega do nosso pré-sal; fim do Ensino Público gratuito nas universidades; na Lei 13.586/17: Isenção em mais de R$ 1 trilhão para a empresas estrangeiras que exploram petróleo e gás no Brasil até 2040 (dinheiro da Educação, Saúde etc); e a favor da Lei 13.606/18: perdão de R$ 17 bilhões de dívidas para empresários do campo (dinheiro da Educação, Saúde etc).
Caio Narcio foi um traidor que a população não perdoou. Em Brumadinho ,mesmo com o apoio do prefeito Nenen da ASA (PV), que utilizou a Secretaria de Saúde para fazer campanha para Narcio, o peessedebista obteve apenas 978, bem menos do que os 1.628 da eleição anterior. O resultado mostra um grande desgaste do prefeito, cuja rejeição tem aumentado.

Legenda do PT em 1º lugar em Brumadinho

Na eleição para deputados estaduais, a legenda do PT foi a que mais recebeu votos, 277. Em segundo lugar veio o partido de bolsonaro, com 222 votos. O PSDB de Cid Barcelos ficou apenas em 4º lugar, com 149 votos e o PV de seu irmão, o prefeito, em 10º, com apenas 47 votos. O PPS de Alessandra do Brumado amargou o último lugar, com apenas 29 votos na legenda.
Da mesma forma, o PT liderou os votos de legenda para deputados federais, mostrando ser mesmo o partido de preferência da população. O PT recebeu 223 votos, enquanto o PSL recebeu 162. O PSDB ficou em 5º, com 83 votos. O Partido de Alessandra do Brumado em 9º, com 35 votos apenas; e o de Nenen da ASA apenas em 21º lugar, com 11 votinhos.


Votação de Haddad e bolsonaro em Brumadinho

O candidato do PSL (partido que ninguém não sabe nem mesmo o que significa) obteve 10.442 votos em Brumadinho no primeiro turno, contra 3.992 de Haddad. Em outros números, 52% contra 19. Já no 2º turno, o candidato que defende a tortura obteve mais 1.773 contra 3.173 de Haddad, 63% contra 37%.


Edição 214 – Outubro 2018
DIVERSÃO E ARTE- Crítica Musical - Escuta Crítica:
A História de Um Arnesto
                                                                         por Larissa Fernandes


Adoniran Barbosa na década de 70
Minha família não cultiva muitos rituais. Se na minha infância, aos domingos, o frango com quiabo da vó reunia todo mundo, hoje, nem esse hábito a gente tem mais. Mas me lembro de assistir momentos sinceros e bonitos da família do meu pai, família de sete irmãos que já passou por maus bocados, inclusive pela fome: através da música, meus tios e meu pai relembravam os tempos de festivais, rodas de violão e serenatas da juventude.
Como o povo pobre espiritualizado desse país, todos sempre foram muito brincalhões; a gente gostava de mexer com as palavras, criar apelidos (chamavam uns aos outros de Bidunga), repetir frases engraçadas, fazer paródias. Uma música que me divertia muito era a historinha do Arnesto, que convidou o pessoal pro samba, mas furou e não avisou. Criança adora músicas que contam historinhas - ainda mais se as palavras forem engraçadas.
Eu não sabia de quem era a música, mas não precisava saber: estava claro que era um hino, uma música que praticamente não precisa de autor mais. Não sabia exatamente a qual época ela pertencia, embora parecesse um pouco antiga. Ela parecia combinar com a simplicidade espiritualizada daquela família. Eu me divertia com as palavras “erradas”. Como professor de Português com consciência de classe, Papai me lembrava de que na língua portuguesa não existia “errado”, só “diferente”.  A gente não ria das palavras “erradas” de maneira jocosa, presunçosa; na verdade, era gostoso encher a boca pra cantar “nós fumos num encontremo ninguém”.
Até pouco tempo eu não tinha a consciência de que essa canção que me evoca, no espírito, memória e simplicidade, também tinha uma história relacionada à memória e à simplicidade. Esses conhecimentos somaram à experiência de ouvi-la, porque uma boa música é assim: articula o saber consciente e inconsciente; articula o pensamento subjetivo e a experiência de uma classe ou de uma nação; transmite sentimentos que vão além das palavras ou dos acordes, sem deixar de marcar posição no mundo cotidiano. A canção da qual falo é Samba do Arnesto, de Adoniran Barbosa, lançada em 1955.
                Adoniran Barbosa, filho de imigrantes italianos semi-analfabetos fugitivos da fome na Europa, não faz parte da leva de sambistas “tradicionais” que já eram considerados cânone do gênero na metade do século passado, como Noel Rosa: pra começar, Adoniran era paulista, e o cânone era carioca.
Na década de 30, quando o samba já havia se estabelecido como “a música nacional”, João Rubinato, nome de batismo de Adoniran, com 21 anos, tenta sua primeira entrada no mundo artístico. Ele tentava se estabelecer através de participações em rádio, mas após críticas à sua voz, resolve tentar a composição. Recebe em 1935 um prêmio de melhor marchinha do ano, e aos trancos e barrancos, em 1936, grava o seu primeiro disco em 78 rotações, Agora podes chorar (Colúmbia). Com relativo sucesso do disco, termina por ser contratado para um papel cômico em um programa de rádio - isso iria influenciar as brincadeiras de suas futuras composições. A década de 40 é marcada por certa estabilidade no meio artístico: nos programas humorísticos, João Rubinato interpretava diversos personagens, entre eles, Adoniran Barbosa, que acabou por dar nome ao sambista.
Saltando para 1951, depois do estrondoso sucesso de Trem das Onze (moro em Jaçanã…), é com Saudosa Maloca e outras canções que Adoniran se diferencia do cânone carioca. O que vai tornar sua obra especial é a linguagem coloquial cheia de erros gramaticais e característica das camadas mais pobres da população. A voz não era empostada, mas rouca e simples. As narrativas se desenvolviam como crônicas, contos do cotidiano. Os temas eram temas conhecidos da população mais pobre, temas que infelizmente permanecem atuais: despejo na favela, ter que ir embora pra não perder o horário do transporte coletivo...
Isso tudo também se aplica, embora com mais comicidade e leveza do que o lamúrio de Saudosa Maloca, ao Samba do Arnesto. Apesar de lançado em 1955, era uma promessa antiga para um Ernesto que de fato existiu (e não deu bolo nenhum em ninguém), mas  demorou a ser gravada por todas as dificuldades que Adoniran enfrentou para estabelecer uma carreira.
Meus tios viveram a juventude nos anos 80, mas essa música era uma memória afetiva deles, porque além do mérito da própria canção, que ficaria na cabeça das pessoas por muito tempo graças à competência do compositor, Adoniran foi relembrado e regravado com mais frequência nos anos 70. Além disso, só a partir dos anos 60 os críticos reconheceram de fato uma cena legítima do samba que fosse externa ao Rio de Janeiro.
Perdurando no tempo, de maneira expandida, Adoniran também foi marcado pelo seu tempo específico. Com suas crônicas do cotidiano, se opunha a “cultura do pogréssio”. De acordo com matéria da Folha, “em janeiro de 1979, caminhando pela remodelada Praça da Sé com o jornalista Julio Saraiva, Adoniran Barbosa manifestou incômodo com o ritmo avassalador de uma cidade que, em nome do "pogréssio", soterrava a própria memória. "Por que é que São Paulo faz isso com São Paulo?". Adoniran cantava uma cidade que morria e renunciava à sua memória para dar lugar à pressa, à selva de pedra - ou seria de preda?
É, Adoniran, São Paulo faz isso com São Paulo, e faz pior: ainda de acordo com a matéria da Folha, sua própria memória foi relegada. “O Museu Adoniran Barbosa mantido nos anos 1980 pela Secretaria de Esportes e Turismo de São Paulo era, na prática, apenas um depósito, que no final dos anos 1990 já nem recebia visitantes. Nos anos 2000, a família entregou o acervo do sambista para a Secretaria da Cultura —apenas para, ao vê-lo sistematicamente menosprezado, revogar a doação das peças alguns anos depois.”
Apesar dessa tremenda incompetência institucional, a memória de Adoniran e do Brasil está eternizada nas rodas de samba. O lirismo, humor e crítica social de suas composições são o atestado da beleza e da espiritualidade através da música combinada com a palavra, através da metalinguagem do Samba do Arnesto - um samba sobre uma roda de samba que não aconteceu.
A música tem um ritmo que combina com a cadência divertida das palavras “erradas”. Os tradicionais últimos quatro versos falados das composições de Adoniran aproximam mais ainda o compositor do ouvinte. Porém, mais do que uma bela execução técnica, de um cantor e compositor que, afinal, teve a voz muito criticada antes de fazer algum sucesso, ficam os acordes e as palavras, para qualquer grupo de pessoas com um violão e com memória, que quiser brincar de cantar “errado”. Mesmo com a leveza da simples história de um amigo que chamou pra um samba e deu um bolo, a música e as palavras furam o concreto, o espesso tecido da pressa, a parede da abstenção da memória em prol do cosmopolitismo e do progresso. Com simplicidade, voz rouca e humor. Assinado em cruz porque não sei escrever. Arnesto.
*Larissa Fernandes é graduanda de Jornalismo da UFMG, artista e @esmagadinha no twitter, instagram, facebook e youtube



Edição 214 – Outubro 2018
Era um povo tão cristão
que votou
pela tortura
e morte
             de seus irmãos.

Era um povo tão família
que votou
pelo estupro
                     de suas filhas.

Era um povo tão cordial,
que tirou a máscara
e expôs
             a banalidade
                                    do mal.

Nota da redação: nossa reportagem recebeu o poema pela Whatsapp, e não conseguiu descobrir sua autoria


Edição 214 – Outubro 2018

O mês dedicado ao cuidado da saúde dos homens

A campanha Novembro Azul teve início em 2003, na Austrália, quando alguns amigos deixaram o bigode crescer - o que, na época, estava fora de moda - com o objetivo de chamar a atenção para a saúde masculina. Desde então, o mês foi escolhido para a realização da conscientização mundial para prevenção de doenças masculinas, com ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata.
No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA). O INCA aponta ainda que o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, e o Ministério da Saúde calcula que ele causa a morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas no Brasil. Esse tipo é considerado como um câncer que acomete mais pessoas da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O INCA estima ainda a ocorrência de 68 mil casos novos em 2018 no Brasil, mostrando tendência de aumento das taxas de incidência, que pode ser explicada pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.
A próstata é uma glândula que só o homem tem e que se localiza na parte baixa do abdômen, logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual. O órgão envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada - por isso os primeiros sintomas do tumor são a dificuldade de urinar, frequência urinária alterada ou diminuição da força do jato da urina, dentre outros. Na fase inicial, por ter poucos sintomas, o câncer de próstata pode evoluir, na maioria dos casos quando o homem procura atendimento por apresentar os sinais, já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são: dor óssea; dores ao urinar; vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina e/ou no sêmen.
Os tumores de prótese podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos, podendo levar à morte. Contudo, a grande maioria cresce de forma lenta, não apresentando sinais e sintomas, o que faz com que os homens não busquem atendimento médico e negligenciem a saúde. Essa falta de cuidado pode prejudicar também o tratamento e a sobrevida. Por essa razão é importante fazer exames anuais da próstata.
Os homens que apresentam histórico familiar de câncer de próstata (pai, irmão e tio) devem se preocupar com esse fator de risco. Os homens negros também têm maior risco de serem acometidos pela doença, e a obesidade se configura como um fator de risco a ser igualmente considerado.

Como os homens devem se cuidar?

Homens a partir dos 50 anos devem procurar um serviço de saúde para realizar exames de rotina. O toque retal é o teste mais utilizado, apesar de suas limitações: somente a porção posterior e lateral da próstata pode ser palpada. É recomendável fazer o exame PSA (antígeno prostático específico, na sigla em inglês), que pode identificar o aumento de uma proteína produzida pela próstata, o que seria um indício da doença. Para um diagnóstico preciso, é necessário analisar parte do tecido da glândula, obtida pela biópsia da próstata.
Caso a doença seja comprovada, o médico pode indicar radioterapia, cirurgia ou até tratamento hormonal. Para doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento escolhido é a terapia hormonal. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios.
As informações são dos médicos Ivana Maria Saes Busato e Rodrigo Berté.

Conheça 4 direitos do INSS para portadores de câncer de próstata 
Pouco mais de 6 mil benefícios foram concedidos em 2017 para segurados em tratamento, de acordo com dados da Previdência Social 
 
O mês de novembro é marcado pelas campanhas de conscientização sobre o câncer de próstata, segunda maior causa de morte por câncer entre homens no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que mais de 68 mil novos casos foram diagnosticados no país em 2018.  
Além dos alertas direcionados para prevenção e diagnóstico, é preciso também informar pacientes diagnosticados com o tumor sobre direitos e benefícios.De 2008 a 2015 a Previdência Social pagou mais de R$ 58 milhões para pacientes em tratamento, o que totaliza cerca de 48 mil benefícios concedidos. 
Porém, muitos pacientes desconhecem os benefícios aos quais têm direito. O advogado especialista da plataforma Previdenciarista (https://previdenciarista.com/), ÁtilaAbela, listou os principais. Confira: 
 
Auxílio-doença 

Para os homens diagnosticados e impossibilitados de trabalhar temporariamente, o auxílio-doença é garantido mensalmente ao segurado com câncer, desde que comprovada a impossibilidade de atuação na atividade profissional habitual. “Para contribuintes individuais, como profissionais liberais e empresários, a Previdência Social também manterá o benefício por todo o período de incapacidade laborativa, desde que o mesmo requeira o benefício e realize os pedidos de prorrogação enquanto perdurar a incapacidade temporária”, explica o advogado.  
 
Aposentadoria por invalidez 

Já para os segurados que passam por graves cirurgias ou que ficam impossibilitados de trabalhar por outras consequências, de forma total e permanente, é possível a concessão de aposentadoria por invalidez. “Para ter direito ao benefício, o segurado precisa ter iniciado as contribuições antes da incapacidade laborativa ocorrer, tendo direito a aposentadoria por invalidez independentemente de ter realizado as 12 contribuições estabelecidas como regra geral, pois o câncer está dentre as doenças graves que dispensam o cumprimento da carência”, afirma o especialista. 
 
Auxílioacompanhante (adicional de 25%) 

Além dos benefícios acima, o segurado aposentado por invalidez que necessitar de um cuidador pode solicitar também o adicional de 25% previsto na Lei nº 8.213/91, mesmo quando o valor da aposentadoria for de um salário mínimo ou até mesmo teto previdenciário.   
 
Requerimento do benefício 

Para requerer benefício por incapacidade, o segurado precisará passar por um exame médico pericial no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por ser um processo burocrático e delicado, levando em consideração todas as situações emocionais que cercam a pessoa diagnosticada com câncer de próstata, é sempre indicado contar com a ajuda de um profissional especializado. 


Edição 214 – Outubro 2018
Brasil: escravidão em pleno século XXI
Ministério encontra 1.246 trabalhadores em condições análogas às de escravo

Os auditores-fiscais do Ministério do Trabalho encontraram 1.246 pessoas em situações análogas às de escravo entre janeiro e a primeira quinzena de outubro de 2018. O número já é 93% maior do que o registrado em todo o ano passado (645), mais um resultado do Golpe de Estado de 2016.
Minas Gerais, foi onde foi encontrado o maior número de trabalhadores em situação análoga à de escravidão (754), seguido do Pará (129) e Mato Grosso (128). As três atividades que mais registraram casos de trabalho escravo foram a criação de bovinos, o cultivo de café e a produção florestal (plantio de florestas).
Durante as operações, realizadas em 159 estabelecimentos, foram formalizados 651 trabalhadores, emitidas 601 guias de seguro-desemprego e pagos R$ 1,7 milhão em verbas rescisórias aos resgatados. O meio urbano foi onde os fiscais mais encontraram situações de trabalhadores em situações degradantes (869); no rural foram 377 casos registrados.
O chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), Maurício Krepsky, avalia que o crescimento do número de trabalhadores encontrados em situação análoga à de trabalho escravo está ligado ao planejamento eficiente das ações de combate a essa prática ilegal.
Foi dada prioridade ao planejamento prévio das ações, com incursão de auditores-fiscais de trabalho em operações de inteligência fiscal, a fim de delimitar espaço e tempo precisos para flagrar os ilícitosConsiderando as operações em andamento, já foi ultrapassado o número de resgatados no ano passado”, ressalta Maurício Krepsky.

Radar

As informações sobre o combate ao trabalho análogo constam do Radar do Trabalho Escravo, da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), uma ferramenta de consulta pública aos resultados consolidados da inspeção do trabalho no Brasil, que pode ser acessada pelo endereço https://sit.trabalho.gov.br/radar/.
O Radar possui ainda informações sobre o combate à informalidade, sonegação de FGTS, inserção de aprendizes e portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho, acidentes de trabalho e ações fiscais de prevenção a acidentes e doenças do trabalho, autos de infração lavrados pelos auditores-fiscais do trabalho e política pública de combate ao trabalho escravo.
No Radar é possível a qualquer cidadão ter acesso às informações de toda a história do combate ao trabalho escravo no Brasil, desde 1995, e de outras ações desenvolvidas pela Secretaria de Inspeção do Trabalho.
As denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser feitas nas unidades do Ministério do Trabalho em todo país e também por meio do Disque Direitos Humanos (Disque 100).


Edição 214 – Outubro 2018
Data Venia
Direitos e Garantias Fundamentais
Por Lucas Cavalcanti


Após um período eleitoral em que os direitos e garantias fundamentais foram colocados à prova, surge uma oportunidade singular de apreciarmos essa questão.
A Constituição Federal de 1988, em seu Título II, estabelece os direitos e garantias fundamentais em determinados grupos, quais sejam: direitos e deveres individuais e coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos políticos e partidos políticos.
A princípio cabe estabelecer a diferenciação entre o que se trata por direitos fundamentais e garantias fundamentais; o primeiro são os benefícios e vantagens estabelecidos na Constituição Federal, tais como: liberdade de expressão, liberdade de consciência e de crença, dignidade da pessoa humana, dentre outros, que são elencados ao longo dos incisos do art. 5º da Constituição Federal de 1988.
As garantias fundamentais são os instrumentos que visam assegurar o exercício dos direitos fundamentais ou que proporcionam o restabelecimento, em caso de violação, de algum dos mencionados direitos. Cabe exemplificar o que se trata por garantias fundamentais: impetração de habeas corpus “sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder” (art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal de 1988).
Nesta órbita, cabe retornar à discussão o recente julgamento do Supremo Tribunal Federal – STF -, em relação à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 548, sobre a liberdade de expressão das universidades, em face das ações policiais autorizadas por juízes eleitorais em diferentes locais do país e realizadas nas faculdades e universidades, em razão de inúmeras supostas propagandas eleitorais irregulares.
No dia 27 de outubro de 2018, a Relatora da ADPF 548, a Ministra Cármen Lúcia, suspendeu liminarmente os atos administrativos e judiciais que determinaram o ingresso de agentes em universidades públicas e privadas pelo País.
Posteriormente, no dia 31 de outubro de 2018, o STF por unanimidade, confirmou a liminar que suspendeu ações policiais em escolas de ensino superior, às vésperas do segundo turno da eleição.
No recente julgamento do STF, resta destacar que as decisões proferidas pelos juízes eleitorais resultaram em uma violação aos direitos fundamentais da liberdade de manifestação do pensamento, de expressão da atividade intelectual, artística, científica, de comunicação e de reunião nas universidades.
Desta forma, a atuação do STF no presente caso foi indispensável para garantir e reparar a lesão gerada na esfera jurídica individual de cada universitário que se manifestou seja politicamente ou não, naquela ocasião.
Acima de tudo, para garantir o exercício dos direitos e garantias fundamentais em sua integralidade, são necessárias instituições democráticas sólidas e autônomas, atuando de acordo com o Princípio da Separação dos Poderes.

*Lucas Figueiredo Cavalcanti, Pós-Graduando em Direito Processual pela PUC Minas, é advogado, graduado em Direito pela mesma universidade. E-mail: lf-cavalcanti@hotmail.com


Edição 214 – Outubro 2018
Inhotim promove série de ações e debates para celebrar Novembro Negro
Atividades terão a participação de educadores, artistas, coletivos e grupo teatral
 
Uma das novas obras de Inhotim (foto: william gomes)
O Instituto Inhotim promove uma série de ações e debates para celebrar o Novembro Negro e o “Dia da Consciência Negra”, comemorado no Brasil no próximo dia 20. Durante todo o mês, o público poderá participar de uma programação especial gratuita, que inclui rodas de conversa, encontros e visitas mediadas com foco na cultura afrodescendente, no protagonismo e representatividade dos negros na sociedade e suas contribuições para as múltiplas formas de arte. As atividades terão a participação de educadores, artistas negros, grupos teatrais e coletivos. Assim como em outros feriados, o Inhotim abre normalmente no dia 15 de novembro. No dia 16, o Instituto fica aberto até as 17h30.

Bate-papo com artistas negros

Em uma das atividades, o Inhotim vai realizar um bate-papo protagonizado por artistas negros. A conversa contará com a presença do coletivo Coisa de Preto, do grupo teatral Morro Encena, do artista plástico W. Mota, do músico quilombola Reibatuque (de Marinhos, Brumadinho) e do fotógrafo William Gomes. Também integra a programação a ação educativa “Gira Caixas”, de autoria do artista W. Mota, na qual o visitante poderá conhecer, sob a ótica do acervo artístico do Inhotim, aspectos, elementos e histórias que permeiam o povo negro.
Na Estação Educativa — espaço de acolhimento e apoio ao visitante —, os educadores do Inhotim vão apresentar curiosidades sobre elementos utilizados na culinária brasileira que são oriundos do continente africano. O Instituto vai oferecer ainda a visita temática especial “Sabe de onde eu vim?”, que terá como ponto de partida as espécies botânicas do continente africano, presentes no Jardim Botânico do Inhotim.
“A programação tem o intuito de ampliar a reflexão sobre a presença do negro no campo das artes e na sociedade brasileira e potencializar a Lei nº 10.639/03, que propõe novas diretrizes curriculares tornando obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas. Os museus são essenciais para a difusão da ciência, promoção do conhecimento e um potente espaço para discussões de temas tão atuais e urgentes”, destaca a gerente de Educação do Inhotim, Yara Castanheira.
O visitante pode aproveitar ainda para conhecer as novas exposições do Inhotim, inauguradas no dia 6 de setembro. As mostras ocupam as galerias temporárias Praça, Lago e Fonte e apresentam obras de importantes nomes da arte contemporânea, como Yayoi Kusama, Robert Irwin, David Lamelas e Paul Pfeiffer.
 
Obra Abre a Porta, que homenageia a cultura de Brumadinho - Foto - William Gomes
Confira a programação para o mês de novembro:

- Estação Educativa para Visitantes - Sabe de onde eu vim?
A Estação Educativa é uma vitrine dos projetos que o Educativo Inhotim realizou e realiza nestes 12 anos de Instituto, estreitando os laços entre visitante e Parque. No mês de novembro, a Estação Educativa trará curiosidades sobre elementos utilizados na culinária brasileira que são oriundos do continente africano. Você sabe a origem dos alimentos que consome? Frutas, legumes e temperos serão apresentados presencialmente e por meio de imagens, para conhecimento e experimentação sensorial do público.
Quando: de terça a sábado (a partir do dia 06/11)
Horário: 10h às 16h (de terça a sexta-feira) e 10h às 17h (sábados e feriados)
Onde: Estação Educativa para Visitantes (Centro de Educação e Cultura Burle Marx)
Público: livre

- Ação Educativa – Gira Caixas
Em comemoração ao dia da “Consciência Negra”, o Educativo Inhotim convida o artista plástico W. Mota para realizar a ação educativa “Gira Caixas”. Os participantes poderão experienciar, investigar e refletir, pela perspectiva da educação, sobre como o objeto submetido a uma ação pode modificar sua natureza e sentido, além de abordar as religiosidades de matrizes africanas. Os visitantes poderão conhecer, sob a ótica do acervo artístico Inhotim, aspectos, elementos e histórias que permeiam o povo negro.
Quando: 20, 21 e 22 de novembro (terça a quinta)
Horários: 10h às 16h
Local: Anfiteatro, no Centro de Educação e Cultura Burle Marx
Público: livre

- Bate-papo: O Protagonismo Negro na Arte
Representatividade importa? A cultura tem cor? Para celebrar o Novembro Negro, o Educativo Inhotim convida o público para um bate-papo no qual o lugar de fala é protagonizado por artistas negros com o intuito de ampliar e discutir a contribuição do negro nas múltiplas formas de arte. Este encontro trará a diversidade das expressões artísticas, tais como as artes cênicas, plásticas, o audiovisual e a música. Sabe-se da importância que espaços museais exercem para uma comunicação diversa e educativa. O bate-papo contará com a presença do coletivo Coisa de Preto, grupo teatral Morro Encena, do artista plástico W. Mota, do músico quilombola Reibatuque e do fotógrafo William Gomes.
Quando: 21 de novembro (quarta-feira)
Horário: 14h
Local: Espaço Igrejinha
Público: livre
Observação: 50 lugares, por ordem de chegada

- Visita Temática Especial – Sabe de onde eu vim?
Atualmente, as configurações das paisagens do Brasil são o resultado da inserção de diversas plantas que foram incorporadas tanto ao paisagismo urbano quanto ao cultivo e utilização comercial de diversas espécies que se adaptaram muito bem devido às condições climáticas e geográficas. Muitas dessas espécies vieram do continente africano, chegaram por aqui de formas diversas e muitas delas são carregadas de uma referência afetiva dos espaços de onde vieram ou viveram. As plantas presentes nos jardins do Inhotim são dotadas de uma pluralidade cultural de extrema importância para o conhecimento dos visitantes.
Quando: 15 de novembro (quinta) e 28 de novembro (quarta)
Horário: 14h30
Local: saída da Recepção
Público: livre
Observação: 15 vagas, inscrição no local a partir das 14h

As informações são da Assessoria de Imprensa de inhotim.


- Visita Temática Inaugurações
A Visita Temática do mês de outubro aborda as exposições inauguradas no Inhotim, sendo um momento de conversa sobre os artistas, seus trabalhos e temas trazidos à tona nas montagens. “Lamelas, Irwin e Kusama: Sobre a percepção”, na Galeria Lago, apresenta os artistas David Lamelas, Robert Irwin e Yayoi Kusama e convida a pensar como sentimos e percebemos o mundo que nos cerca. "Paul Pfeiffer: Ensaios Vitruvianos", na Galeria Praça, traz obras do artista Paul Pfeiffer e reflexões sobre cultura de massas e espetacularização da vida contemporânea. E, na Galeria Fonte, “Para ver o tempo passar” é uma coletiva de vários artistas que trabalham com o audiovisual, como John Gerrard, Marcellvs L., Mario García Torres e outros. Além do uso na arte, o audiovisual está presente em nossas vidas, mais do que imaginamos.
Quando: quartas, sábados, domingos e feriados
Horários: 10h30
Local: saída da Recepção
Público: livre
Observação: 25 vagas, inscrição no local a partir das 10h

- Visita Panorâmica
A visita panorâmica é permeada por conversas e reflexões sobre o espaço do Inhotim e seus acervos, explorando as várias possibilidades de percurso.
Quando: de terça a domingo e feriados
Horários: 11h e 14h
Onde: saída da Recepção
Público: livre
Observação: 25 vagas, inscrição no local a partir das 10h30/13h30

Os ingressos custam R$ 44 (inteira) e podem ser adquiridos online pelo site Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br).

Opções de transporte
Para chegar ao Inhotim, localizado a 60 km de Belo Horizonte, é possível pegar uma das vans oferecidas pela Belvitur, agência oficial de turismo e eventos do Inhotim, que saem da Savassi. Há também a opção dos ônibus da Saritur, com saída da rodoviária de Belo Horizonte.

Confira abaixo:

Vans Belvitur
Quando: terça a domingo
Onde: saída do Hotel Holiday Inn – Rua Professor Moraes, 600, Funcionários – BH/MG
Valor: R$ 66 ida e volta
Como comprar: mediante reserva por telefone (31) 3290-9180 ou e-mail:inhotim@belvitur.com.br


Ônibus Saritur
Onde: saída da Rodoviária de Belo Horizonte
Valor: R$ 38,70 (ida) e R$ 35 (volta)
Mais informaçõeswww.saritur.com.br


INSTITUTO INHOTIM

Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico, o Instituto Inhotim apresenta ao público uma coleção artística de relevância internacional, exibindo de forma permanente obras de renomados artistas brasileiros e estrangeiros. Ao integrar arte, botânica, paisagismo, arquitetura e educação, o Inhotim proporciona uma experiência singular ao visitante, diferente de outras instituições museológicas convencionais. Desde a sua abertura ao público, em 2006, o Instituto tornou-se um dos principais destinos turísticos e culturais de Minas Gerais e do Brasil. Três milhões de visitantes, sendo 400 mil de outros países, já passaram pelo Inhotim.
Nos 140 hectares de visitação, o visitante encontra 23 grandes galerias — 19 permanentes e quatro temporárias — e outras 23 obras de grande escala distribuídas em uma bela paisagem. No campo botânico, o público tem a oportunidade conhecer espécies de todos os continentes, que integram uma coleção de cerca de 4,5 mil plantas – algumas delas raras e ameaçadas de extinção. Os acervos artístico e botânico são amplamente utilizados em projetos socioeducativos e ambientais do Inhotim que visam à promoção do desenvolvimento humano e à conservação da biodiversidade.