Edição
252 – Março 2022
Brumadinho é território Indígena
Em Brumadinho sempre existiram indígenas. Quem questiona a presença de povos indígenas em Brumadinho, argumentando que “nunca existiu índio em Brumadinho” está enganado. E quem diz é a própria mineradora VALE. Estudo encomendado pela assassina descobriu que aqui viveu o povo indígena Aratu-Sapucaí, antes mesmo da chegada dos invasores portugueses, em 1500.
Editor reúne
amigos e lança livro
No último dia 7, o escritor Reinaldo Fernandes reuniu quase uma centena de amigos para o lançamento de seu terceiro livro, “Minha vida é reticências”. O livro tem prefácio de Cássio Vilela Prado, 228 páginas, e saiu pela editora portuguesa Ases da Literatura.
VI Concurso Internacional de Poesias,
Contos ou Crônicas “Valdir de Castro Oliveira”,
do jornal de fato – Brumadinho - MG
O VI Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas “está bombando!” Só no primeiro mês de divulgação, foram mais de 70 escritores inscritos, de diversos estados do Brasil e do mundo! De Brumadinho, apenas um trabalho até agora.
Pesquisa: Lula tem 46% a 51% e pode vencer no 1º turno
Última pesquisa Genial/Quaest traz, mais uma vez, o ex-presidente Lula (PT) à frente, com 46% dos voto no 1º turno, seguido de bolsonaro (PL), com apenas 29%. Num cenário com bolsonaro e Dória, Lula sobe para 50%. Com bolsonaro e Simone Tebet (MDB), Lula chega a 51% e vence no primeiro turno.
Campanha Contra a Fome e o Frio
A fome já estava aí! Agora chegou. De com força, o frio! A hora é de
abrir o coração e doar! Locais de arrecadação para fazer sua doação: Supermercados
Luna e Fonseca; ABC da Construção; Ré Modas e Nova Opção.
Paraopeba lotado de metais pesados
Amostras da água do rio Paraopeba e da lama, colhidas após as enchentes de
janeiro deste ano, apresentaram altas concentrações de manganês, ferro e alumínio,
considerado metais pesados. Há, ainda, ferro, manganês, alumínio, silício,
potássio e titânio. Essas substâncias podem causar várias doenças, como o câncer.
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Editorial
De que lado você está?
Imagine, cara leitora, que uma amiga sua dê à luz um bebê. Aí ela te chama para conhecer a criança e te flagra comentando com outra amiga: “Nunca vi esse bebê aqui em Brumadinho!”. Claro que não viu! Ele acaba de nascer! Mas, pelo fato de você o conhecer agora, isso não quer dizer que ele não possa viver em paz? É mais ou menos o que tem acontecido com parte da população de Brumadinho (até gente instruída!), que anda por aí dizendo: “Nuca vi índio em Brumadinho!”
Bem, aqui temos duas observações a fazer.
A primeira é que os indígenas Pataxó Hã-hã-hãe estão aqui na divisa de Brumadinho
/ São Joaquim de Bicas há cinco anos! E já estiveram aqui no município inúmeras
vezes. Nesse caso, me parece que as
pessoas precisam ficar um pouco mais atentas ao que acontece ao seu redor.
A segunda observação é que SEMPRE existiram
indígenas (que é a palavra correta) no Brasil. Doze mil anos antes da invasão
portuguesa, em MG, aqui na nossa região; e 20.000 anos em outras regiões, segundo
os estudiosos.
Há também quem diga: “’O que estariam
fazendo aqui os Kamakã se são originários da Bahia?’ Pois bem, eles vieram da
Bahia, porque foram quase exterminados e tiveram que fugir de sua Terra para
não serem mortos. Porém, se alguém considera isso um argumento frágil e ainda assim questiona a legitimidade deles
estarem aqui”, o de fato teve acesso a informações que dão conta de que uma empresa
contratada pela VALE encontrou um sítio arqueológico exatamente na região onde
estão os Kamakãs. “Os vestígios arqueológicos pré-coloniais (antes da chegada
dos brancos por aqui) foram identificados como da tradição arqueológica
Aratu-Sapucaí, originária, adivinhem de onde? Da Bahia!”
“Ou seja, muito antes dos brancos pisarem
por aqui em Casa Branca, Córrego do Feijão ou Brumadinho, os ancestrais dos
Kamakã já estavam aqui!”
Reinaldo Fernandes Editor |
Os indígenas estão em terras da VALE que
estão sem função social. A VALE matou 273 em Brumadinho e continua nos desrespeitando.
Agora os metais pesados podem nos matar aos milhares. Ficar do lado da mineradora,
e contra os indígenas, têm sentido?
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Presença indígena histórica em Brumadinho
Brumadinho é território
Indígena, diz a própria mineradora VALE
Em Brumadinho sempre existiram indígenas. Quem questiona a presença de povos indígenas em Brumadinho, argumentando que “nunca existiu índio em Brumadinho” está enganado. Sempre existiram indígenas em Brumadinho. E quem diz é a própria VALE. Estudo encomendado pela mineradora descobriu que aqui viveu o povo Aratu-Sapucaí.
A informação consta do “Projeto de
Salvamento Arqueológico na Área de Instalação do "Espaço de Memória em
Homenagem às vítimas do Rompimento da Barragem B1”, Município de Brumadinho/MG.”,
de 2020. O estudo, contratado pela mineradora VALE, foi feito pela empresa
Arcadis. O Sítio Arqueológico, que foi, ironicamente chamado de “Resistência”,
“foi identificado durante as obras de implantação do empreendimento” do
Memorial.
O documento relata que foi constatado
pela empresa de
consultoria Peruaçu Arqueologia a presença ancestral do povo Aratu-Sapucaí.
Os indígenas chegaram há muito tempo atrás
“O sítio arqueológico objeto de estudo deste projeto foi classificado como pré-colonial”, diz o documento. Isso quer dizer que havia presença de pessoas aqui em Brumadinho, antes da colonização praticada pelos portugueses, antes de sua chegada, no ano de 1500. Nesse caso, quem estava aqui eram os indígenas, único povo que habitava o País antes da chegada dos invasores portugueses.
“O Sítio
Arqueológico Resistência está situado na área do empreendimento a ser
instalado, denominado de "Espaço de Memória em Homenagem às vítimas do
rompimento da barragem B1”, localizado próximo à Comunidade Córrego do
Feijão, pertencente ao município de Brumadinho/MG.
Conforme o
documento denominado Comunicado 01, elaborado pela empresa de
consultoria Peruaçu Arqueologia (SEI 2252052), a identificação do sítio arqueológico
pré-colonial ocorreu durante as atividades de engenharia, quando, durante uma
retirada de topsoil, executada com maquinário pesado, verificou-se a
presença de fragmentos cerâmicos, que posteriormente, foram associados à
Tradição Arqueológica Aratu-Sapucaí. De acordo com o documento, constatou-se
que o sítio arqueológico havia sido parcialmente impactado pelas raspagens oriundas
da abertura de acessos e praça de sondagens geológicas na área proposta para a
implantação do empreendimento”.
Ainda segundo
o documento da Arcadis, “verificou-se que o sítio arqueológico ocupa uma área
de aproximadamente 14.250 m².” “De acordo com as informações do documento
(Peruaçu, 2020), ‘o sítio aparentemente expandia-se para a direção leste onde
hoje encontram-se as casas de alguns moradores e onde havia há alguns anos, um
clube recreativo’.”
Agora, não restam
dúvidas: os indígenas chegaram, antes dos brumadinenses!
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VALE ataca indígenas no Dia da Resistência dos Povos Indígenas
O
cinismo da mineradora parece não ter limites
É incrível como a mineradora VALE desrespeita os direitos humanos em Brumadinho! O povo de Ponte de Almorreimas que o diga! E toda a população de Brumadinho. No dia 19 de abril, Dia da Resistência dos Povos Indígenas, a VALE aprontou mais uma.
De
forma cínica, a mineradora escolheu o dia para atacar, mais uma vez, o povo indígena
Xucuru Kariri em Brumadinho. No momento em que um grupo de indígenas tentava
sair da Aldeia Arapowã Kakyá para socorrer uma crianças doente, forma impedidos
pela VALE. A mineradora tinha despejado caminhões de terra na estrada de saída
da Aldeia, construída pelos indígenas. Pela era principal era impossível sair
da aldeia porque os seguranças privados da VALE tinham colocado um veículo para
obstruir a passagem.
Reação
Diante
de mais um ataque da VALE, os indígenas reagiram, primeiramente gravando vídeos
e postando nas redes sociais. Depois, como precisavam levar a criança à UPA, os
guerreiros forma até \a entrada principal, avisaram aos seguranças e derrubaram
o portão que a VALE tinha mandado colocar lá para impedir que entrassem ou
saíssem da Aldeia.
Presidente da Comissão dos Direitos Humanos da ALMG denuncia
“No
dia da Resistência Indígena, a VALE marca a data retirando o acesso à saúde de uma
criança indígena que precisa de inalação de oxigênio. Pela segunda vez, a mineradora
aterrou a estrada provisória feita pelos Xucuru-kariri impedindo a passagem
para a aldeia Arapoã Kakyá”, disse a deputada estadual Andréia de Jesus (PT),
que intitulou sua nota como “denúncia gravíssima”.
“Depois
de retirar mais de 270 vidas com lama tóxica e causar enormes danos ao meio
ambiente, a VALE persegue um povo que faz esse movimento de recuperação
ambiental, plantando, colhendo e alimentando através da natureza. A CDH –
Comissão de Direitos Humanos - já recebeu a denúncia e imediatamente acionou o
Ministério Público. Nossa mandata acionará outros órgãos competentes para
investigarem”, dizia a nota.
Na
mesma data, a mineradora retirou seus seguranças da Aldeia. O processo, judicializado
pela própria mineradora, não mais será julgado pela Justiça em Brumadinho. Por
se tratar de questão indígena, só pode ser julgado por instância federal.
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Povo Xucuru Kariri comemora Dia dos Povos Indígenas com festa
e fortalecimento do território
Os cinquenta e três indígenas da Retomada Xucuru Kariri em Brumadinho comemoraram, no último dia 23 de abril, o Dia de Resistência dos Povos Indígenas com festa e fortalecimento do território. O evento aconteceu na Aldeia Arapowã Kakyá e, além do povo originário, estiveram presentes em torno de 40 militantes da Rede de Apoio ao Território Xucuru Kariri.
Seu Paulo, indígena mais velho da Aldeia
Xucuru Kariri Arapowã Kakyá: emoção ao
contar a história de seu povo
A atividade contou com Toré (cantos sagrados dos indígenas),
roda de conversa, jogos e brincadeiras indígenas, almoço comunitário. Seu
Paulo, o indígena mais idoso e pai do Cacique e Pajé Arapowanã, emocionou-se e emocionou
a todos, contando a história de seu povo, desde Palmeira do Índios (estado de Alagoas,
onde seu povo tem origem) e a vinda para Minas Gerais: Caldas, Presidente Olegário
(ambas em MG) e, agora, Brumadinho. O Ancião falou da luta do seu povo, do assassinato
de seu pai e das pelejas para sobreviverem.
Brincadeiras
Para se divertirem e receber os apoiadores, os Xucuru Kariri prepararam brincadeiras como corrida coletiva e arremesso de flechas. Todos os não-indígenas puderem usar o arco e flecha. Mas quem acertou o alvo foi só mesmo o vice cacique, Pedro da Silva Ramos. Frei Gilvander Moreira (CPT) e o cantor, compositor e instrumentista Giancarlo Borba até arriscaram participar da corrida, mas ambos foram, incrivelmente no mesmo instante, para o chão, beijando o solo sagrado dos Xucuru. Já o cantador popular Carlos Faria Maxakali preferiu ser pintado e falar de seus shows (em BH, dia 13, e em Piedade do Paraopeba, no dia 14 de maio) do que se arriscar na pista.
Crianças Xucuru Kariri brincando na corrida coletiva
Durante todo o dia, os indígenas venderam colares, pulseiras, belíssimo artesanato produzido pelo
Mestre Carlos (o Jiboia), sua esposa e professora Jilzema e o jovem talento
Camaurá, dentre outros.
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“Retomada Aldeia Xucuru Kariri Arapowã Kakyá, região de Brumadinho, Minas Gerais.
A retomada, processo de recuperação territorial auto-organizada pelos povos indígenas Xucuru Kariri Arapowã Kakyá está localizada próxima a Brumadinho, aonde a mineradora Vale cometeu o crime ambiental/humano que matou 272 pessoas e gerou diversos prejuízos de várias ordens.
O território, que estava em desuso e sem cumprir sua função
social, ocupado pelos/as Xucuru Kariri está sob a titulação da Vale. A retomada
completa hoje 2 meses e 6 dias, nesse período, a comunidade vem produzindo vida
e recuperação ambiental aonde antes havia vazio e destruição.
A comunidade já está colhendo alimento da horta e produzindo
reflorestamento do espaço a partir de projetos agroflorestais, aliados aos
conhecimentos e práticas tradicionais.
Além disso, também tem produzido e reproduzido a continuidade
de suas próprias vidas, das crianças e dos mais velhos a partir dos elementos
culturais Xucuru Kariri.
Seu Paulo, ancião mais velho da comunidade, nos relatou,
emocionadamente, entre lágrimas e sorrisos, um 'trechinho' da sua história e da
sua vontade de ver os filhos e os filhos dos filhos crescerem no território
retomado.
As vestimentas, os artesanatos, os cantos e danças, o toré e
a palavra expressam a força Xucuru Kariri guiada e fortalecida pelos Encantados.
São eles, os Encantados, que dão 70% da força para a luta, como relatou o
Cacique Arapowanã. Foi a força que encorajou a comunidade para arrancar o
portão da Vale vigiado por seus seguranças-capangas que impedia covardemente o
trânsito da comunidade, inclusive de criança adoecida com necessidade de
cuidados de saúde.
Só a luta transforma e produz vida! Viva a retomada Xucuru
Kariri e de todos os povos! Até a vitória, enquanto os terra não for livre,
também não seremos!
Relato escrito em: 23.04.22, Por Lucas, psicólogo.”
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Contribua
com a “Campanha Contra a Fome e o Frio”
“Às vezes a gente, por ter o que comer em casa, pensa que todo mundo tem! Às vezes a gente ajuda uma vez e acha que está bom, mas a fome no Brasil continua”. Quem diz é Reinaldo Fernandes, Presidente do PT de Brumadinho, que está à frente de uma campanha contra a fome e contra o frio. “O frio começa a apertar e tem gente sem agasalho”!, completa Fernandes
Segundo dados da entidade “A Ponte Social”, “um quarto
da população brasileira, 52,7 milhões de pessoas, vive em situação de pobreza ou
extrema pobreza.” Já a Pesquisa realizada pela Rede Penssan mostra
que mais da metade da população, quase 116,8 milhões de brasileiros, não se alimentam
como deveriam, com qualidade e em quantidade suficiente. A situação piorou
muito desde o Governo Temer (MDB), e foi agravada agora no governo bolsonaro.
“Já conseguimos ajudar bastante
pessoas. Pedimos às pessoas que continuem sendo solidárias, porque, no atual momento
político do Brasil, com tanto desemprego,
a fome permanece”, completa Reinaldo.
Locais de arrecadação para fazer sua doação: Supermercados Luna e Fonseca;
ABC da Construção; Ré Modas e Nova Opção.
Editor reúne amigos e lança livro no Pozza’s
No último dia 7 de maio, o escritor Reinaldo Fernandes reuniu quase uma centena de amigos para o lançamento de seu terceiro livro, “Minha vida é reticências”. O livro (o segundo de poesias na carreira do escritor) tem prefácio de Cássio Vilela Prado, 228 páginas, e saiu pela editora portuguesa Ases da Literatura. O lançamento aconteceu no restaurante Pozza’s, na entrada da cidade.
Entre os participantes estavam, além de amigos de
Brumadinho como familiares e os indígenas Xucuru Kariri, colegas de trabalho,
ex-alunos da faculdade e da PBH e da graduação de Fernandes. Vindos de diversas
cidades como Betim, BH, Sarzedo, Ibirité, Contagem e Igarapé.
Embalado ao som da música de Willas Fernandes ao
violão, o lançamento, que contou com breve discurso do escritor, exposição de fotos
e, claro, venda e sessão de autógrafos, agradou aos presentes. “Obrigada, Professor.
Foi ótimo! Larissa já está lendo seu livro. Deus abençoe seu caminho , você é
iluminado”, disse a ex-aluna Poliane, que não apenas se deslocou de BH par vir como
também trouxe a filha e comprou dois livros.
Já outra ex-aluna da faculdade Anhanguera, onde Reinaldo Fernandes lecionou, disse que “foi uma alegria enorme participar desse momento”. Comprou seu livro e mais um, para levar para outra ex-aluna.
Vendas em 14 países de quatro continentes
O livro pode ser adquirido com Fernandes, pelo telefone (31) 99209-9899 ou pedido em suas redes sociais (https://www.facebook.com/reinaldo.13.fernandes/; https://www.instagram.com/reinaldo.fernandespt ; https://twitter.com/reinaldpt13). Mas estará à disposição em lojas virtuais da Editora. “Minha vida é reticências” será vendido em cinco lojas brasileiras e, ainda, em 13 países, em quatro dos cinco continentes: Europa, América, Ásia e Oceania, ficando de fora apenas o continente africano. Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia, Países Baixos, na Europa; Estados Unidos e Canadá, aqui nas Américas; Austrália, na Oceania; e ainda no Japão, na Ásia.
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Giancarlo Borba dá show em Casa Branca
O músico e cantautor Giancarlo Borba lançou seu segundo álbum, “Por onde vamos”, com canções que refletem sobre crises sociais, políticas e ambientais. O show aconteceu na Pousada Verdes Folhas, em Casa Branca, no último 14 de maio, data também da estreia do trabalho nas plataformas digitais.
O show contou com a presença de músicos convidados e lideranças
indígenas, como Célia xacriabá, Cacica Kamacã Mongoió katorã e Cacique Xucuru
Kariri Carlinhos Arapowanã. Segundo o cantautor, a renda da bilheteria foi
totalmente revertida para apoio às retomadas indígenas Kamakã Mongoió e Xucuru
Kariri, em Brumadinho.
Gaúcho radicado em Moeda, M. G., o álbum traz influências das
sonoridades da região natal do cantautor com referências em
ritmos como milonga, chamamé e chacarera, além de diálogo musical que incluiu
arranjos criados e executados por músicos mineiros. O trabalho abraça histórias
de reinvindicações pela terra, e traz
interpretações e composições inéditas, dentre elas parcerias com Déa
Trancoso, Sol Bueno e Paulo Nunes. Uma das canções do álbum está presente no
filme “A Bolsa ou a Vida”, recém lançado pelo diretor Sílvio Tendler.
Arte comprometida com a realidade
“Eles dão um tratamento das tragédias pela arte, denunciando a realidade que vivemos, sem deixar de abrir a veia da esperança pela luta e transformação da atual situação”, disse Angela Mucida, referindo-se aos músicos.
Já o jovem indígena Xucuru kariri Camaurá se sentiu grato ao cantor por
ele estar abraçando a causa indígena. “Da minha pessoa é isso, gratidão! Nosso
pai Tupã e nossos encantados abençoem ele e a todos nós”, completou.
O leitor pode encontrar o belo trabalho de Giancarlo Borba em todas nas
plataformas, incluindo Spotify e youtube. Aí, é só curtir!
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VI
Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas “Valdir de Castro Oliveira”, do jornal de fato
– Brumadinho – MG recebe mais de 70 trabalhos no primeiro mês de divulgação
O VI Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas “está bombando!” Só no primeiro mês de divulgação, foram mais de 70 escritores inscritos, de diversos estados do Brasil e do mundo! De brumadinho, apenas um trabalho.
Site especializado em concursos literários divulga VI Concurso
do Jornal de fato
Em seu 23º ano ininterrupto de circulação,
o Jornal de fato lança Edital para o seu VI Concurso Internacional de Poesias,
Contos ou Crônicas. O Concurso homenageia o brumadinense, jornalista,
escritor, doutor em ciências da comunicação Valdir de Castro Oliveira. O VI
Concurso “está bombando!” Só no primeiro mês de divulgação, foram mais de 70
escritores, de diversos estados do Brasil e do mundo, sendo apenas um de Brumadinho!
Diferentemente dos concursos anteriores,
que eram apenas na modalidade “poesia”, este VI Concurso Internacional terá
também a modalidade contos ou
crônicas. Além disso, o Concurso deixa de ser nacional e passa a ser internacional:
poderão concorrer quaisquer pessoas de quaisquer lugares do mundo, desde que o
texto seja escrito em língua portuguesa.
O tema é livre e o VI Concurso contará com 4 categorias: Categoria Local: escritores de Brumadinho
acima de 18 anos; Categoria Local: escritores de Brumadinho
com até 18 anos; Categoria Nacional / Internacional, com escritores acima de 18
anos e escritores com até 18 anos.
As inscrições já estão abertas e terminam às 23H59 no dia 25/9/22.
A premiação dos 50 melhores trabalhos
contará com certificados, publicação no Jornal de fato, podendo ainda haver
premiação com troféus e/ou medalhas e/ou livros literários.
As informações completas do Edital estão
em https://jornaldefato.blogspot.com
‘Bora fazer arte!
Edição 252 – Março 2022
VALE é condenada a pagar R$ 100 mil a
trabalhador Ele sobreviveu após linha de trem ser engolida pela lama
A Justiça do Trabalho condenou a mineradora VALE ao pagamento de uma indenização por danos morais no valor de R$ 100 mil ao trabalhador que sobreviveu ao rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, na cidade de Brumadinho, após fugir do local para não ser alcançado pela lama. Ele explicou que, no dia da tragédia (25/1/2019), estava fazendo a manutenção da linha de trem, localizada nas proximidades da unidade, quando teve que correr desesperadamente para salvar a própria vida. “Caso contrário, seria engolido pelos rejeitos e pela lama”, disse o sobrevivente dos crimes, que completa três anos e quatro meses em 25/5.
Dano moral
O trabalhador contou que, diante das circunstâncias vivenciadas, sofreu forte abalo moral, adquirindo síndrome do pânico, ansiedade e alopecia. O juízo da 5ª Vara do Trabalho de Betim julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados, concedendo a indenização.
A empresa interpôs recurso. Porém,
testemunhas ouvidas confirmaram a versão do trabalhador. Uma delas contou que, no
dia do acidente, estava com o operário fazendo a troca de uma máquina de chave.
Informou que eles perceberam algo errado, quando ouviram um barulho muito forte
e estranho, e observaram que as árvores estavam caindo.
No entendimento do Tribunal, as testemunhas
ouvidas narraram, com riqueza de detalhes, a experiência traumática que
vivenciaram.
Responsabilidade objetiva
Na visão do julgador, a atividade de mineração, exercida pela Vale S.A., pode ser incluída entre aquelas que geram responsabilidade objetiva, pois se trata de atividade de alto risco. O julgador ressaltou que, conforme amplamente divulgado na mídia, o acidente ocorreu em razão de falha estrutural da barragem, o que evidencia, segundo o desembargador, a culpa da Vale S.A..
Para o desembargador, ainda que o
profissional não tenha sofrido lesões físicas que gerassem incapacidade, houve
dano moral, pois ele foi atingido em sua esfera íntima, por vivenciar grande
angústia e sofrimento diante da nítida iminência de sofrer uma morte
trágica.
Edição 252 – Março 2022
Opinião
Quem produz o neonazista?
Inez Lemos
Há anos venho estudando e debatendo sobre a educação dos
filhos na sociedade de consumo, hipermoderna, neoliberal, permeada pela tecnologia
- crianças educadas no smarphone full time, em ambientes de intenso apelo às
imagens, espetáculos, visibilidade. Uma ruptura ocorreu enfraquecendo a
autoridade dos pais, digo, pai e mãe ou de quem deveria cumprir com a função
paterna e materna. Lacan nos avisou sobre as consequências do declínio da função
paterna, um sintoma das sociedades de mercado.
Jovens crescem e muitos não são inseridos nos limites da
cultura, interditados em suas pulsões descabidas, julgando que podem tudo.
Sabemos que é a castração que simboliza a falta, que estrutura o sujeito. Lares
monoparentais em que apenas à mãe coube a responsabilidade de educar, muitas
vezes acabam gerando filhos e filhas sem noção, despreparados para a convivência
em sociedade.
Crianças mimadas em excesso ou abandonadas, filhos da
omissão, podem representar perigo pois crescem sem referências, sem a metáfora
paterna ou algo que lhe aponte a interdição:
“Você não pode tudo!” Aceite a frustração, saiba conviver com o Não, a falta.
Ausência de limites, carinho, amor e dedicação podem gerar sujeitos antissociais
- perversos, psicóticos e até psicopatas. Nesse sentido, todo educador,
psicólogo e psicanalista deve alertar aos pais sobre a necessidade de educar com
um olhar dedicado à criança, evitando que cresça um monstrinho que, no futuro,
irá agir com violência, um agressor ou fascista, neonazista.
Ninguém nasce nazista, racista, machista. A educação em casa
e a convivência com esses valores podem produzir a figura do jovem que
assistimos hoje - integrantes de seitas, movimentos políticos que fazem
apologia ao estupro, abusos sexuais, massacres em escolas, enfim, todo o
cenário que hoje nos deixa patéticos. Quebram placas de pessoas ativistas
contra a desigualdade social; há racismo, violência, genocídios dos indígenas,
negros, pobres, mulheres, homossexuais, trans. Verdadeiros lgbtfóbicos, desumanos.
Nesse sentido indico o filme: "22 de julho", um
alerta ao nosso futuro. O filme é sobre um jovem de ultradireita que promove um
ataque ao parlamento, em Oslo, Noruega, e também num acampamento de jovens.
Nítido sintoma de um indivíduo que foi educado no desamparo afetivo e na
ausência de limites.
Acredito que estamos caminhando para um mundo aterrador,
verdadeira barbárie. Ainda podemos mudar a forma de educar nossas crianças? O
propósito não é acusar pai ou mãe, embora saibamos que há mais lares em que a
responsabilidade da educação dos filhos recai mais sobre as mães - a paternidade
irresponsável é um sintoma em nossa
cultura, infelizmente. O machismo estrutural permite que crianças cresçam sem a
convivência com o pai, o que, geralmente, provoca revolta, insanidades
psíquicas.
Inez Lemos, moradora de Casa Branca, é psicanalista
Edição 252 – Março 2022
Rio Paraopeba tem elevado índice de metais pesados, aponta relatório
Detalhes das análises foram divulgados em
21 de março
A Prefeitura de Brumadinho informou que amostras da água do rio Paraopeba e da lama, colhidas após as enchentes registradas em janeiro deste ano, apresentaram altas concentrações de manganês, ferro e alumínio, considerado metais pesados. Detalhes do relatório foram apresentados durante coletiva de imprensa dada no dia 21 de março.
De acordo com a prefeitura, a presença destes
elementos pode estar relacionada aos rejeitos de minério que desceram da Barragem
B1 da Vale, após o rompimento em 2019, que deixou 273 mortos. Seis pessoas
ainda não foram encontradas.
Conforme o Executivo, o relatório aponta um elevado
índice de ferro, manganês, alumínio e outros elementos como silício,
potássio e titânio.
Encaminhamento ao MP
O município encaminhou ao Ministério Público
Estadual o laudo preliminar com os resultados da análise, realizada em parceria
com as cidades de Juatuba, Mário Campos e São Joaquim de Bicas. O material foi
coletado entre 17 e 19 de janeiro e analisado por um laboratório especializado
e contratado pelas prefeituras.
Ainda conforme o relatório, a presença de ferro na
água e na lama do Paraopeba chega a ser quase quatro vezes maior na área
situada abaixo de onde os rejeitos da mina de Córrego do Feijão atingiram o leito
do rio. O manganês também apresentou índices acima do que a legislação permite.
No caso do alumínio, a concentração passou de 3% a montante do rompimento da
barragem para 27,8% em alguns pontos abaixo da área atingida.
A
prefeitura não informou quanto custou o estudo e nem se houve superfaturamento
na contratação.
População de Brumadinho e da bacia do Paraopeba correm risco de vida
Os metais
pesados são elementos químicos que, na sua forma pura, se encontram sólidos e
que podem ser tóxicos para o organismo quando consumidos, podendo causar danos
em vários órgãos do corpo, como pulmões, rins, estômago e até cérebro.
Embora alguns
metais pesados, como o cobre, seja importantes para o corpo em alguma quantidade,
outros podem ser muito tóxicos, devendo ser evitados. Estes metais muitas vezes
estão presentes na água contaminada e, por isso, podem acabar contaminando o ar
e também os alimentos, causando problemas de saúde com o passar dos anos.
Os metais pesados
não provocam sintomas quando entram pela primeira vez em contato com o
organismo, no entanto, têm a capacidade de ir se acumulando dentro das células
do corpo, provocando problemas como alterações renais, lesões cerebrais e existe
a suspeita de que também possam aumentar o risco de câncer.
As intoxicações crônicas podem se
manifestar de diversas formas. As mais comuns são: doenças neurológicas, ligadas
ao aparecimento de doenças como Alzheimer, Parkinson
e o autismo. Além disso por haver aumento
de doenças alérgicas (como rinite e bronquite); dermatoses (crises alérgicas
que atacam a pele); perda cognitiva, alterações de humor e cansaço;
disfunções gastrointestinais, falta de apetite e anemia; alterações no
metabolismo do cálcio (raquitismo) e osteomalácia; disfunções pulmonares,
renais e hepáticas; deficiências na função reprodutora; aparecimento de cânceres;
elevação do risco de problemas cardiovasculares e AVC; problemas na tireoide,
entre outras consequências.
Edição 252 – Março 2022
Só Rindo
Separação
por compatibilidade
Uma mulher envia ao juiz uma petição
pedindo divórcio, e o juiz a questiona:
- A senhora tem certeza do que está
pedindo? A senhora quer divórcio por compatibilidade de gêneros? Não seria o
contrário?
- Não, Meritíssimo, é por compatibilidade
mesmo... Eu gosto de cinema, o meu marido também, eu gosto de ir à praia e ele
também, eu gosto de ir ao teatro e ele também, eu gosto de homens e ele também!
Conversa entre grandes amigos
-
Estou muito chateado. Descobri que minha mulher é uma tremenda mentirosa.
-
É? E por que você acha isso? – quis
saber o outro.
-
Imagina só que a minha mulher não apareceu em casa ontem à noite. E quando perguntei pra ela onde e por onde
andou, inventou que estava com a Claudinha, uma amiga dela.
-
E não estava?
-
Claro que não! Quem passou a noite com a Claudinha foi eu, pô!
Zelador
Absurdo!
– exclama o marido - imagine que o idiota do zelador anda espalhando por aí que
já transou com todas as mulheres do prédio, menos uma.
-
Hum! – comenta a mulher com cara de desprezo – Só pode ser aquela convencida do
quinto andar.
Meu marido
Um casal estava dormindo profundamente.
De repente, lá pelas 3 horas da manhã, escutam ruídos fora do quarto. A mulher
se sobressalta e totalmente espantada diz para o homem:
- Ai, deve ser meu marido!
O cara se levanta espantado e pelado.
Pula a janela e cai em cima de uma planta com os espinhos. Em poucos segundos
volta e diz:
- Desgraçada... Teu marido sou eu!
- É? E pulou a janela por quê?
Edição 252 – Março 2022
Pesquisa Quaest: Lula tem 46% a 51% e
pode vencer no 1º turno
Bolsonaro marca apenas 29
Pesquisa Genial/Quaest para as eleições presidenciais, divulgada em 11/5, traz, mais uma vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente, com 46% das intenções de voto no 1º turno, seguido pelo presidente jair bolsonaro (PL), com apenas 29%. Ciro Gomes (PDT), tem 7%.
Os que dizem que
irão votar em branco, anular ou deixar de votar somam 6%. A proporção dos
indecisos é de 3%.
Num cenário com bolsonaro e Dória, Lula sobe para 50%. Com
bolsonaro e Simone Tebet (MDB), Lula chega a 51% e vence no primeiro turno.
A margem de erro é
de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Duas mil pessoas foram
entrevistadas face a face entre os dias 5 e 8.
O levantamento tem
95% de confiança. Ou seja, se 100 pesquisas fossem realizadas, ao menos 95
apresentariam os mesmos resultados dentro desta margem.
Edição 252 – Março 2022
Poucas & Boas
“Este jovem aqui que vos fala participou
de sua primeira greve em 1962, aos 17 anos. Fiz minha primeira greve para a
gente ganhar o décimo terceiro salário. Se a gente não conta essas histórias,
as pessoas acham que veio de Deus. Não tem nada que não tenha sido conquista: o
salário mínimo foi uma conquista, o pagamento do adicional de hora extra foi
uma conquista, a estabilidade da mulher gestante foi uma conquista. Não tem
nada que foi dado de graça, tudo custou o suor e o sangue dos trabalhadores.”
Lula, falando no evento
Sindimais, em São Paulo
“Ninguém deve acreditar que a gasolina está
cara por causa da guerra na Ucrânia. Ninguém deve acreditar quando o presidente
diz que, se pudesse, dava um murro na mesa e consertava o preço. Ele está mentindo.
Ele pode consertar. É só reunir o conselho de Administração, o Conselho
Nacional de política energética e dizer que não quer preço dolarizado”.
Do mesmo Presidente Lula
Edição 252 – Março 2022
Você sabia?
Que
o valor do orçamento de Brumadinho para 2022 é de R$ 423.000,00 (quatrocentos e
vinte e três milhões de reais), 120% maior do que o de 2018,que na de 190 milhões?
Que, desde 2003, o ex-presidente Lula acumulou aproximadamente 300 (trezentas) condecorações, considerado, em 2008, a 18ª pessoa mais poderosa do mundo; 2009, a 33ª pessoa mais poderosa do mundo e "homem do ano", uma das 50 pessoas que moldaram a década de 2000 devido a seu "charme e habilidade política" (Financial Times) e também por ser "o líder mais popular da história do país"; considerado o "profeta do diálogo", por suas intermediações em busca da paz no Oriente Médio e um dos 25 líderes mais influentes do mundo?
Edição 252 – Março 2022
A
pergunta que não quer calar:
Se a Estação do
Conhecimento (VALE/Prefeitura)...
tem campo de futebol,
por que lá não existe futebol?
tem piscina, por que lá não
tem natação?
tem pista de corrida, por
que lá não tem corrida?
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