Edição 133-Janeiro/2012
Betharramitas se despedem de Brumadinho
Depois de presença em 42 anos em nossa Paróquia (São Sebastião), os
padres Betharramitas, Vicente Menezes e Sebastião Nascimento, estão nos
deixando. O dia 5 de fevereiro marcou a data das últimas missas, muito
concorridas. As pastorais fizeram as ultimas homenagens, como o pessoal da
liturgia. O Grupo de Teatro META, sob o comando de Fernando Moreira, emocionou a
todos, retratando a vida da congregação em Brumadinho durante os 42 anos. Houve até lágrimas durante essas despedidas.
Mas não são apenas os padres que serão trocados. É a própria
Congregação que se vai. Em seu lugar, chegarão os padres Diocesanos.
Comunidade de movimenta
Os paroquianos não gostaram da saída dos padres Vicente e Sebastião.
Gostaram menos ainda de saber da saída da Congregação Betharramitas. Apesar da
faixa de “boas vindas” aos diocesanos, há um desconforto entre os fiéis,
especialmente pela ausência de explicações. Até mesmo um abaixo assinado foi
produzido por jovens paroquianos, na tentativa de manter os líderes religiosos
por aqui, mas não surtiu o resultado esperado. Uma equipe de senhores tentou
falar com o bispo auxiliar Dom Luiz, mas também não conseguiram. Há fiéis que
dizem que nem mesmo os padres sabiam, até o dia 5, para onde seriam mandados.
Uma possibilidade era ade irem para Sabará, proposta do arcebispo Dom Walmor,
que estaria sendo estudado pela congregação dos Betharramitas. No dia 6, os
padres iriam para sede de sua Congregação, em Passa Quatro, MG.
No próximo domingo, 12, acontece a Missa de Posse dos novos padres
Diocesanos, que vêm da Região de BH, Padre Felipe e Pe. Renê. Havia uma
previsão de virem acompanhados de uma caravana de 12 ônibus. A pedido dos ex-padres
locais, a Paroquia preparou uma recepção.
Presença dos Betharramitas em Brumadinho
A presença dos padres da Congregação Betharramitas teve início em
1969, com padre Vicente Assunção. Padre Vicente, conhecido pela rapidez de suas
missas – em torno de 10 minutos – foi um desses religiosos que marcou a vida de
Brumadinho. Se a missa era ligeira, suas ações permaneceram por muitos e muitos
anos, e marcaram inúmeras vidas de crianças brumadinenses. Centenas rapazes e
moças tiveram sua infância e adolescência marcadas pela ação de Padre Vicente
Assunção. E, no futuro, muitos tornaram-se grandes homens e mulheres, honestos,
trabalhadores, ocupando cargos importantes na cidade, como professores,
vereadores etc. Foi Padre Vicente Assunção quem manteve de pé, por mais de 20
anos, uma instituição chamada de Assistência Educacional Juventina Brandão. Era
conhecida carinhosamente pelo apelido de “Ferrinho” pelo fato de, além do
reforço escolar em um quarto de período; trabalho com horta, roça, mais tarde
granja e marcenaria, em outro quarto de período, as crianças capinavam ruas da
cidade. Para arrancar o mato no meio dos calçamentos, entre uma pedra e outra, usavam
um ferrinho, daí, o apelido.
Não é gratuito, e nem obra de vereador desocupado, o fato de uma
escola e um asilo levarem o nome do Padre: Escola Municipal Padre Vicente
Assunção; e Lar dos Idosos Padre Vicente Assunção. É o mínimo que nossas
autoridades podiam fazer por este homem tão importante para nossa cidade.
Depois de Pe. Vicente, ou junto com ele, vieram muito outros, como Padre
Paulo, de saudosa lembrança; Michel Maria Carelot, Padre, fumante inveterado e
Professor na E.E. Paulina A. Ferreira; Pe. Antônio Scarpa, com seu bom humor e
sua pressa; Pe. Silvério, de muita simplicidade; o jovem Padre Júlio; Pe. Jair,
brincalhão e polêmico. Padre Sebastião Nascimento, com seu jeito calmo. E,
coincidência ou providência divina, o último também é um Vicente, esse, um
Menezes, filho de Brumadinho.
Colaborou Fernando Moreira
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