Edição 201 – Agosto 2017
OPERAÇÃO PTOLOMEU
Cunhada do
prefeito Nenen da ASA (PV), esposa de Emilson Barcelos, é presa
Tatiane Kelen Barbosa Alves Barcelos foi presa no dia 15 de
agosto. Por ser uma ex-miss Minas Gerais, sua
prisão obeteve grande repercussão, alcançando a mídia impressa regional
(O Estado de Minas, O Tempo, Hoje Em Dia etc) e televisa (Balanço Geral, da Rede
Record etc). Tatiane Barcelos foi presa em sua casa em Brumadinho. Foi mais uma
etapa da “Operação Ptolomeu”, conjunta do Ministério Público Federal e Polícia
Civil. Tatiane Barcelos é suspeita de
lavagem de dinheiro, organização criminosa e outros delitos. Seu marido,
Emilson Barcelos, irmão do prefeito Nenen da ASA (PV), está preso desde 17 de
julho, alvo da mesma Operação.
A detenção de Tatiane é parte da Operação Ptolomeu, que investiga
fraudes em licitação de transporte escolar em Esmeraldas e prendeu 14 pessoas
em julho deste ano - entre elas, dois ex-prefeitos da cidade. A Justiça acatou
o pedido de prisão preventiva da mulher, que havia sido feito pelo Ministério
Público de Minas Gerais (MPMG).
Tatiane é esposa de Emilson
Custódio de Melo Barcelos, suposto dono da BK Transportes, empresa suspeita de
fraudar as licitações de transporte no município. O empresário foi preso em 17
de julho. A ex-miss foi encaminhada para a perícia no Instituto Médico Legal de
Ribeirão das Neves e depois para o presídio de São Joaquim de Bicas 2. O
mandado de prisão contra ela ainda é preventivo.
Dias depois Tatiane recebe
tornozeleira e é colocada em prisão domiciliar
A ex-miss ficou apenas alguns
dias no presídio de São Joaquim de
Bicas 2. Como era esperado, ela recebeu outro tipo de prisão porque é mãe de
crianças menores. A Jurisprudência – decisão anterior da Justiça – já
estabeleceu que, quando a prisioneira em prisão preventiva ou temporária é mãe
de menores que não tem pai para cuidar, elas podem ser colocadas em prisão
domiciliar com tornozeleira. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a esposa do
ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e com a esposa de um ex-prefeito preso
também na mesma Operação Ptolomeu. Agora, com Tatiane, já que o marido está
preso.
A prisão domiciliar nestes casos se dá também por causa do ECA –
Estatuto da Criança e do Adolescente – que garante proteção às pessoas menores
de idade. A Justiça entende que as crianças não podem pagar pelo suposto crime
da mãe. O questionamento que se faz é: e, quando a mãe é pobre, não tem
dinheiro para pagar advogados, não tem amigos ricos, fica na cadeia e seus
filhos ficam sem ela, isso é justo?
Operação Ptolomeu
Na
primeira fase da Operação Ptolomeu, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão,
busca e apreensão, e de condução coercitiva em Esmeraldas e Brumadinho, ocasião
em que dois ex-prefeitos de Esmeraldas também foram presos preventivamente,
Flávio Leroy e Glacialdo de Souza, além de outras 12 pessoas, incluindo Emilson
Barcelos.
O dia 17 de julho em Brumadinho, uma segunda feira, amanheceu cheio de policiais civis espalhadas em diversos pontos da cidade, com inúmeras viaturas da Polícia.
A Operação Ptolomeu prendeu 11 pessoas de
Brumadinho, Bicas e Esmeraldas foi amplamente divulgada por vários jornais
impressos, rádios e TVs do estado. Em Brumadinho a imprensa, de modo geral,
optou por não tocar no assunto mesmo que um dos presos tenha sido o irmão do
prefeito Nenen da ASA (PV). Segundo a Polícia Civil de MG, os crimes envolvem o
transporte escolar contratado pela Prefeitura de Esmeraldas, mas envolve também
São Joaquim de Bicas, Brumadinho, Mateus Leme e Contagem. A Operação Ptolomeu combate fraudes em licitações, corrupção ativa e
passiva e formação de organização criminosa. A operação é conjunta da Polícia
Civil e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Presos
Entre os presos estavam três empresários de Brumadinho, Emilson Custódio
Melo Barcelos, irmão do Prefeito Nenen da ASA (PV) e suposto proprietário da BK
Transportes; Ademir Vicente Cândido e seu irmão Jeci Cândido Antunes, suposto
proprietário da GM, Materiais de Construção. Também foi preso o empresário
Joubert Karam Amorim Junior, o Juninho Karam, que seria um laranja do
esquema. Ainda foi preso o Secretário Municipal de Obras, Daniel Hilário
de Lima Freitas e Frederico Carvalho Ribeiro, o Fred, que também é apontado
pelo PCMG como laranja do esquema.
Foram cumpridos 27 mandatos de busca e apreensão, entre eles,
na casa de Raphael Eduardo, o Raphael Boca de Lata, que trabalhou na
Construtora Império, e depois criou uma empresa que tem sede em Nova Lima. Em
sua casa a Polícia teria aprendido um carro de luxo dentre outros objetos.
Ao todo, participaram da operação 24 delegados, 2
promotores, 7 oficiais de Justiça e 181 investigadores da PC. Foram apreendidos
mais de dez carros de luxo, grande quantia em dinheiro, cofres, computadores,
joias, entre outros produtos.
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