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domingo, 24 de junho de 2018

Brumadinho realiza Congresso do Povo Brasileiro


A Frente Brasil Popular realizou, no dia 27 de maio, o Congresso do Povo Brasileiro, etapa Brumadinho. O evento, cujo tema era “O que queremos para o Brasil a partir de agora e de 2019?”, aconteceu na Câmara Municipal e reuniu vinte e sete pessoas, entre sindicalistas da CUT – Central Única dos Trabalhadores -, do Sind-UTE – Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de MG, Subsede Brumadinho -, gente da Igreja Católica, defensores dos animais, gente da luta do transporte público, do Movimento dos Sem Terra, do Partido dos Trabalhadores, de Associação de Moradores, de Conselhos, jovens e adultos, alguns que não fazem parte de entidades mas percebem a necessidade de defender outra visão de Brumadinho e do Brasil.
O Congresso do Povo é uma atividade idealizada pela FRENTE BRASIL POPULAR, que reúne sindicatos, movimentos populares, associações, grupos e partidos de luta. A ideia é reunir o povo, debater e colher as propostas do povo para o Brasil que povo quer a partir de agora e de 2019. Trata-se de espaço aberto para discussão e levantamento de propostas sobre todos os temas: moradia, saneamento básico, emprego, transporte, reforma agrária, cultura, saúde, luta contra a LGBTfobia, contra o racismo e o feminicídio etc; campanhas salariais, água, economia, justiça e o estado democrático de direito, defesa nacional, autodeterminação do povo brasileiro e soberania nacional, educação e o que mais as pessoas quiserem discutir!
A ideia é abrir espaços para que o povo possa falar de suas angústias, suas lutas, suas propostas e contribuir com a construção do Congresso do Povo – Etapa Estadual e Nacional; unir forças para que uns ajudem nas lutas dos outros, na medida das possibilidades de cada um.

Temas discutidos

No Congresso do Povo de Brumadinho, os presentes, além de terem visto uma mostra de vídeos de povos lutando, fizeram uma avaliação conjunta da conjuntura nacional. Todos puderam dar sua opinião, desde os adultos como os jovens presentes. Os participantes perceberam, de um lado, que o momento é muito complicado e, por outro, que é preciso resistir e lutar para mudar a situação.
Vários temas foram discutidos, entre eles a questão dos animais abandonados no Município; a questão das péssimas condições do transporte intermunicipal; a prisão política de Lula e a necessidade de que seja libertado; a economia solidária; o voluntariado; a campanha salarial dos servidores de Brumadinho e o risco da terceirização ampla que o governo de Nenen da ASA (PV) quer aprovar na Câmara.
Ao final do Congresso foram levantadas várias propostas e ficou decidido que o grupo deve buscar a unidade na luta, se ajudando na medida do possível e criar outros momentos como o que aconteceu no dia 27 de maio.     
O Congresso foi coordenado pela Frente Brasil Popular – Brumadinho e foi preparado por um grupo formado por Lilian Paraguai, Sandra Cristina e Celeste (Sind-UTE); Ilza Márcia, Wilas Fernandes e Reinaldo Fernandes (Partido dos Trabalhadores), Valéria Carneiro (Acampamento Pastorinhas), e contou, ainda, com a colaboração de Josimar Aquino (MST – Acampamento Pátria Livre) e Henrique Lazarotti (PT- Ibirité).

O Congresso em Minas Gerais

O Congresso do Povo Brasileiro está acontecendo em todo o Brasil, em regiões, nas cidades, nos bairros. Minas Gerais foi um dos estados que mais realizou congressos, em torno de 150 até o fechamento desta edição. No mesmo final de semana em que acontecia do Congresso de Brumadinho, acontecia em outras 25 cidades, como Betim, Ibirité, Barbacena, São João Del Rey, Minas Novas e Turmalina. Sarzedo e Mário Campos realizaram o dia 19 de maio, sexta feira à noite, em plena praça pública.
Nos próximos dias 9 e 10 de junho acontece o Congresso do Povo Brasileiro, etapa estadual. Todos os que participaram do Congresso de Brumadinho poderão participar.

Editorial
Para entender o que é Intervenção Militar

Vimos, nos últimos dias, muita gente pedindo “Intervenção Militar”. Gente jovem, que não viveu esse macabro período da história do Brasil, e gente mais adulta, que, devido à censura que reinava no período, não têm a mínima ideia do que seja isso a intervenção militar.
Intervenção Militar é (não sei se as pessoas que a pedem sabem disso) outro nome para Golpe Militar. Eles estão pedindo para os militares, sem eleição, contra a vontade da maioria sensata deste país, na marra e usando os tanques de guerra, tomem, na marra, o poder central, tirem o temer (pMDB/PSDB), fechem a Câmara dos Deputados, o Senado e acabem como poder judiciário no Brasil.
Da última vez que fizeram isso, em 1964 (a Igreja Católica foi uma que pediu, junto com empresários e outros setores sociais, tudo arquitetado pelos EUA, embora tenha se arrependido em seguida), implantaram um governo de terror, de torturas, de censuras, de roubalheira, de sumiço de centenas de pessoas, inclusive de Brumadinho.
Esses que pedem “intervenção militar” não sabem o que é o arbítrio, o que é cassação de direitos como o Habeas Corpus, o que é tortura (com fios elétricos na vagina, com choques, com pau de arara, com solitárias, enfiando agulha debaixo da unha e a cabeça num vaso de bosta), a tortura de todos os que se opusessem a eles, a tortura de jovens, como Dilma, presa aos 18 anos de idade, trancafiada e torturada por três anos; não sabem o que foi a tortura de mulheres grávidas, e até de crianças; não sabem o que foi o sumiço de pessoas: até hoje ainda existem famílias que não puderam nem ao menos enterrarem o corpo de seus filhos; não sabem o que foi o AI 5 (Ato Institucional nº 5), o fim da liberdade de imprensa.
Os militares fecharam o Congresso Nacional, assassinaram deputados, proibiram a existência de partidos políticos, de sindicatos, de associações de moradores. Proibiram até reuniões! Se encontrassem 3 pessoas conversando na rua já era motivo de prender, levar para o DOPS (aqui em Minas, ali no alto da Av. Afonso Pena) e torturar. Prendiam trabalhadores sem nenhuma razão, como também aconteceu em Brumadinho.
Assassinaram mais de 400 lutadores (dados oficiais), prenderam, torturaram, expulsaram do País (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulo Freire, por exemplos). Acabaram com disciplinas como Sociologia e Filosofia e Professores davam aulas com uma pessoa da censura dentro da sala para vigiar o que o Professor ia falar; mandaram gente censurar de tudo, acompanhar trabalho de escritores, censurar músicas, entrar em teatro e quebrar tudo e bater nos atores (peça “Roda Viva” de Chico Buarque, por exemplo), atores gravavam programas com o censor acompanhando e impedindo certas coisas que achavam que não podiam (“A praça é Nossa”, por exemplo), jornais eram impedidos de publicar o que queriam (Jornal do Brasil, por exemplo), artistas eram vigiados e ameaçados (como Elis Regina) ou torturados (Geraldo Vandré) ou impedidos de gravar suas músicas.
Esses que pedem “intervenção militar” não sabem o que foi a barbárie da concentração de riquezas durante a Ditadura Militar, com inflação anual que variou de 39,1% em 1966 a 223% em 1984, sendo a menor inflação de 19,3%, em 70.  Esses que pedem a intervenção dos milicos acham que os militares eram honestos, que não eram corruptos, não sabem sobre a quantidade enorme de escândalos financeiros no período militar, gente que enriqueceu ilicitamente acobertada pelos militares, como na construção da ponte sobre o rio Niterói.
Isso é só um pouquinho do que foi a Ditadura Militar que agora estão pedindo com o nome de “Intervenção Militar”. É uma loucura, uma insanidade. É como trocar corruptos por corruptos violentíssimos e mais ladrões ainda, mas que não deixam a imprensa publicar nada! Com intervenção militar, não existem greves, nem protestos, nem adesivos de carro, nem fechamento da ponte sobre o rio Paraopeba, nem internet!     
Os que pedem intervenção militar, se soubessem o que é isso, com certeza, não pediriam, pediriam mais democracia!
Os militares não melhoraram nossa vida, pelo contrário, a Ditadura Militar piorou nossos problemas, agravou muito mais a violência que nos acompanha desde 1500.
“Não há como defender eticamente, moralmente, num plano mínimo de humanidade, a intervenção militar”. 
Não se deve achar que a democracia é ruim, deve-se aperfeiçoá-la: “se uma pessoa não está respondendo bem a um remédio não se deve executá-la numa câmara de gás mas mudar o remédio, achar algo mais eficaz” para a doença.
Esses que pedem “intervenção militar” devem estudar o que foi a barbárie da Ditadura Militar, a quantidade enorme de escândalos financeiros, gente que enriqueceu ilicitamente acoberta pelos militares.
A esses, recomendamos algumas fontes, como os livros “Feliz Ano Velho”, de Marcelo Rubens Paiva (que teve o pai deputado assassinado), “Batismo de sangue”, de Frei Betto, livro essencial para compreender a Ditadura Militar, e “Brasil: Tortura Nunca Mais”, excelente documentário; os filmes “Frei Tito”, de Helvécio Ratton, “Zuzu Angel” (que teve seu filho assassinado e o corpo atirado no mar, sobre o sumiço das pessoas e a luta das famílias para terem o corpo para ser enterrado) e “Elis” (sobre as ameaças feitas à cantora Elis Regina).
Intervenção militar NUNCA MAIS! Viva a democracia!
Reinaldo Fernandes – Editor


O movimento que parou o Brasil
A greve dos caminhoneiros, que levou ao fim dos combustíveis nos postos no dia 24 de maio, chegou também a Brumadinho. No dia 24, na hora do almoço acabou o combustível vendido nos três postos da cidade. No início da noite, um grupo de motoristas, de caminhões e de vans, fechou a ponte, em protesto, com queima de pneus. O protesto durou por volta de uma hora e parou o trânsito no Centro da cidade.
Assim como em todo o País, a cidade ficou do tipo meio feriado nos dias 25 de maio a 3 de junho. No dia 25 não houve aulas nas escolas de BH – onde trabalham vários brumadinenses - e nem nas do estado em Brumadinho. Já na terça feira, 28/5, as escolas da Prefeitura também não funcionaram. 
Em BH, os postos começaram a ser reabastecidos no dia 28, mas o combustível só começou a chegar em Brumadinho no dia 30, data de início da greve dos petroleiros, inclusive aqui na REGAP, em Betim, com ato pela manhã. No dia 29, segundo a Polícia Rodoviária Federal, ainda havia 616 pontos bloqueados no Brasil. 
Fila em um dos postos de Brumadinho

Para entender a greve dos caminhoneiros

A greve dos caminhoneiros abalou o Brasil e foi notícia no mundo inteiro. Iniciada por empresários das transportadoras, que detém cerca de 30% do transporte nacional, logo obteve a adesão dos outros 70% de trabalhadores autônomos. A reclamação era o preço do diesel. A partir de julho de 2017, o governo ilegítimo de temer (pMDB/PSDB) fez a Petrobrás iniciar sua política de reajuste a qualquer momento, inclusive diariamente, para acompanhar e atender o mercado internacional. Diferente da política de Lula e Dilma (PT), de subsidiar o combustível para os brasileiros, a Petrobrás só se preocupou com o mercado internacional e a valorização da empresa a fim de privatizá-la.
Para se ter ideia da diferença das políticas adotadas pelos governos do PT e do pMDB/PSDB basta ver a variação de preços dos combustíveis. A gasolina custava, em maio de 2016, em torno de R$ 3,80 e, antes da greve, estava por volta de R$ 4,80, um reajuste de mais de 26%; o diesel, que custava pouco mais de R$ 3,00 chegou a R$ 3,79, um reajuste de mais de 26%.   

FRENTE POVO SEM MEDO e FRENTE BRASIL POPULAR convocam para a luta

As Frentes de luta, FRENTE POVO SEM MEDO e FRENTE BRASIL POPULAR convocam o povo brasileiro para a luta. Segundo nota conjunta as Frentes, “o povo brasileiro está indignado com o alto custo de vida, o valor do gás e do combustível, que já foi reajustado mais de duzentas vezes em dois anos e exige respostas imediatas.”

“A disparada do preço do combustível se deve à política implantada por Michel Temer e Pedro Parente que submetem o nosso país, autossuficiente em petróleo, às variações e interesses do mercado internacional.
Enquanto Temer e sua base atuam para entregar a Petrobras às empresas multinacionais, agravando o problema dos preços do gás e dos combustíveis, nós dizemos que ela é do Brasil. É patrimônio do nosso povo e vamos continuar a defendê-la. Por isso, exigimos a saída imediata do presidente da Petrobras Pedro Parente, a mudança na política de preços e o fim de qualquer tentativa de desmonte e privatização”, continuam as Frentes.
“Está claro que o caos que o nosso país vive é fruto direto da falta de democracia e de um governo ilegítimo que está de costas para o povo. Por isso, mais do que nunca, é fundamental a garantia de eleições livres e democráticas com a participação de todas as candidaturas. A única saída dessa crise passa pela retomada da democracia e pela defesa dos direitos do povo, contra todo o tipo de injustiça, violência e repressão”, dizem.

Petroleiros amanhecem em greve em todo o país

Os trabalhadores do Sistema Petrobras amanheceram em greve em todo o país no dia 30 de maio para baixarem os preços do gás de cozinha e dos derivados. Eles responsabilizam o presidente da empresa, Pedro Parente, pela política de reajustes de derivados, que atende aos interesses do mercado e não as necessidades da população e do país. 
A greve começou de com a suspensão das trocas de turnos nas refinarias e terminais e paralisação das atividades nas plataformas da Bacia de Campos, onde 25 unidades já estavam no movimento. 
Nas bases da FUP – Federação Única dos Petroleiros - , 10 refinarias ficaram sem troca de turno: Reman (AM), Lubnor (CE), Abreu e Lima (PE), Rlam (BA), Reduc (Duque de Caxias), Regap (MG), Replan (SP), Recap (SP), Repar (PR) e Refap (RS). Também estão parados os trabalhadores da SIX, Superintendência de Industrialização de Xisto (PR), e das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) do Paraná e da Bahia.
Na Transpetro, a greve atingiu os terminais do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, do Espírito Santo, do Amazonas, do Ceará, de Pernambuco, de Campos Elíseos (Duque de Caxias) e de Cabiúnas (Macaé).
No Rio Grande do Norte, os trabalhadores dos campos de produção terrestre do Alto do Rodrigues e de Mossoró também aderiram à greve, assim como os petroleiros do Ativo Industrial de Guamaré e da Estação Coletora do Canto do Amaro.
Participaram ainda da greve os trabalhadores da Usina Termoelétrica Leonel Brizola, em Duque de Caxias, e os petroleiros das unidades de tratamento e processamento de gás natural (UPGNs e UTGCs) do Espírito Santo, onde os petroleiros da sede da Petrobrás, em Vitória, também se somaram ao movimento.
Em Santa Catarina, os trabalhadores do Edifício Administrativo da Transpetro de Joinville (Ediville) e dos terminais de Biguaçu (Teguaçu), São Francisco do Sul (Tefran) e de Itajaí (Tejaí) paralisaram as atividades e se deslocaram até o Terminal de Guaramirim (Temirim) para a realização de um ato conjunto na manhã desta quarta.
Petroleiros e petroleiras exigem a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis; a manutenção dos empregos e retomada da produção interna de combustíveis; o fim da importação da gasolina e outros derivados de petróleo; o fim da privatização e do desmonte do Sistema Petrobrás; e a demissão do Pedro Parente da Presidência da Petrobrás.

Após greve, governo temer responde aos clamores brasileiros com aumento do preço da gasolina
Petrobras anunciou, no dia 30 de maio, aumento de 0,74% no litro do combustível; o reajuste passou a valer a partir do dia 31

A greve dos caminhoneiros parou o Brasil e teve apoio de praticamente toda a população brasileira. O governo golpista de temer (pMDB/PSDB) se viu obrigado a negociar. A greve levou o País ao caos, com paralisação das atividades mas mais diversas, desde a indústria à Educação. No dia 30, teve início a greve de 72 horas dos petroleiros, ampliando as reivindicações dos caminhoneiros de redução do diesel para redução também dos preços da gasolina e do gás de cozinhas, além da manutenção dos empregos e retomada da produção interna de combustíveis; o fim da importação da gasolina e outros derivados de petróleo; o fim da privatização e do desmonte do Sistema Petrobrás; e a demissão do Pedro Parente da Presidência da Petrobrás.
No entanto, o governo temer (pMDB/PSDB) ignora a população brasileira, escancarando a cara do golpe de estado. Em meio à crise do diesel e da greve dos caminhoneiros e dos petroleiros, a Petrobras resolveu, no dia 30, aumentar o preço da gasolina. A partir de 31/5, o preço nas refinarias subiu 0,74% e passou a ser de R$ 1,9671 por litro.
Apenas em maio, o preço do combustível acumulou alta de 9,42%. Em 28 de abril, a gasolina nas refinarias custava R$ 1,797.
O preço do litro de diesel, conforme acordo do governo com os caminhoneiros, está congelado em R$ 2,101. Pelo acerto feito, o diesel não sofrerá aumento durante dois meses. Também tem queda de R$ 0,46. Desse valor, R$ 0,5 virão da extinção do PIS/Cofins e da Cide. Os outros R$ 0,11 serão subsidiados pelo governo com a Petrobras. As medidas custarão em torno R$ 10 bilhões.

Prisão Ilegal de Lula
Prisão de Lula completa 54 dias, ex-presidente dispara nas pesquisas e pode ser eleito no 1º turno

No último dia 3 de junho completaram-se 54 dias do aprisionamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A militância dos movimentos sociais se mantém firme na luta para libertá-lo. Em Curitiba continuam as vigílias. A vigília conta especialmente com trabalhadores rurais sem terra do MST. Os acampamentos têm sofrido muitos ataques da prefeitura de Curitiba e já foi alvo de tiros de militantes do neofascista bolsonaro. Mesmo assim, os acampamentos continuam firmes e prometem arredar pé apenas quando Lula foi libertado. No último dia 30 de maio, esteve presente o ator norte-americano Danny Glover: “Meu irmão e companheiro Lula tem que ser libertado para continuar com todas as conquistas que ele alcançou para o povo. Ele é símbolo de trabalho e amor que repercutiu não só no Brasil como no mundo”, disse o ator na Vigília.


Lula pode, sim, ser candidato

Enquanto isso, Carmem Lúcia, Presidente do Supremo Tribunal Federal afirma que o ex-presidente pode, sim, ser candidato. Cármen Lúcia afirmou que não existe possibilidade da candidatura do ex-presidente Lula ser barrada de imediato sem que seja levado em consideração o direito de defesa. Segundo ela, apesar da Lei da Ficha Limpa, os postulantes a algum cargo eletivo têm o direito de pedir o registro da sua candidatura e ir à Justiça Eleitoral para tentar garantir o seu ingresso no pleito. "O Judiciário não age de ofício, e, sim, mediante provocação". A declaração põe por terra a frase do ministro Luiz Fux, presidente do TSE, que afirmou que Lula seria "irregistrável"

Lula ganha as eleições no 1º turno

Outra boa notícia para Lula é a última pesquisa da Vox Populi, divulgada no dia 28 de maio de 2018. A pesquisa mostra que Lula está disparado na frente da disputa eleitoral e vence no 1º turno com mais que a soma dos outros 13 candidatos. Lula tem 39% das intenções, 56,1% dos votos válidos.  Seus 13 adversários juntos atingem 30%.
Na pesquisa estimulada, o segundo colocado, com praticamente um terço das intenções de voto de Lula, é o deputado Jair Bolsonaro (PSL), com 12%; seguido de Marina Silva (Rede), com 6%; Ciro Gomes (PDT), com 4%; Geraldo Alckmin (PSDB), com 3% e Álvaro Dias (Podemos), com 2%.
O candidato do pMDB de temer Henrique Meirelles, Manuela D’Ávila (PC do B) e João Amoedo (Novo-RJ) têm cada um 1% das intenções de votos. Já Flávio Rocha (PRB-RN), Guilherme Boulos (Psol-SP), João Vicente Goulart (PPL), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Paulo Rabelo de Castro (PSC) não pontuaram. O percentual dos que não vão votar em ninguém, brancos e nulos totalizou 21% e não sabem ou não responderam, 9%.



Opinião
E quando a greve acabar?

Sim, quando a greve acabar como você vai se comportar? Você que ainda tem mais de meio tanque de gasolina, vai correr para o posto já no primeiro dia, ou vai deixar que aqueles que estão secos abasteçam primeiro? Ou quem sabe vai doar parte dos alimentos que estocou para alguma escola ou hospital com maior urgência? Você vai continuar comprando na fruteira pequena do seu bairro que não ficou desabastecida porque compra de produtores locais, ou vai correr para as grandes redes de supermercado, e esquecer que ela existe? Vai acabar com os rodízios de carona na turma da escola dos seus filhos e voltar a entupir a porta de escola e o trânsito em filas intermináveis de carros? Vai seguir preocupado sobre como seus funcionários irão trabalhar? Vai pensar no catador e separar melhor o seu lixo, que só não está com uma pilha maior na frente da sua casa, pois ele tem passado lá, com aquele carrinho que tanto te atrapalha no trânsito?
Nosso comportamento durante esta greve diz muito sobre nossos hábitos de consumo, e a forma como nos relacionamos em sociedade. Fala muito sobre egoísmo, empatia e solidariedade. A falta, no caso.
Lembro de ter visto diversas vezes, quando um colega de trabalho fica sem carro por alguns dias, outro colega prontamente lhe oferecer carona, afinal “não me custa nada”. Por outro lado, infelizmente, não lembro de ter visto o mesmo oferecer carona àquele outro colega que não tem carro, naqueles dias em que São Pedro despeja baldes de água sobre nossas cabeças. Pena também, não ter visto aquele que tem três carros em casa, que mora e trabalha na mesma cidade, e que obviamente encheu o tanque dos três, oferecer alguns litros desse precioso líquido, para outro colega que mora longe poder vir trabalhar durante a greve.
Mesmo lamentando perceber tudo isso, eu entendo este comportamento. Nessa hora, o individualismo aparece, pois infelizmente não temos a certeza que o outro faria o mesmo por nós. Não confiamos mais no próximo. Não somos solidários, ou só “somos” durante campanhas do agasalho, onde muitas vezes o que nos motiva a limpar o armário é arrumar mais espaço para poder comprar mais.
Nos tornamos pessoas pouco empáticas, incapazes de calçar os sapatos dos outros. Em todos os nossos tipos de relacionamentos, trabalho, família, sociedade, relacionamentos afetivos, machucados e descrentes que estamos, perdemos a confiança nas pessoas. Então fica aqui o convite à reflexão sobre a forma que você se relaciona em sociedade e até sobre seus hábitos de consumo. Dá sempre para fazer diferente, oferecer carona, separar seu lixo, consumir menos, comprar daquele mercado ou lojinha pequena do seu bairro, onde você pode ir até mesmo a pé e ainda colabora com o desenvolvimento daquela região, enfim!. E dito tudo isso, tenho certeza que descrentes dirão: Isso nunca vai acontecer! E com o coração ainda cheio de esperança, eu lhes respondo: Alguém tem que começar, que sejamos nós!                                 
Texto recebido via Whatsapp, sem autoria


Trânsito, excesso de mato nas estradas, animais soltos nas ruas, iluminação publica
Boa noite, eu gostaria de expressar a minha indignação em relação ao descaso e falta de comprometimento e responsabilidade da atual gestão publica de Brumadinho, assim como, quero deixar clara a minha reivindicação para que a administração do nosso Municipio tome imediatas providencias em relação à falta de manutenção em varios segmentos que são de sua exclusiva competência, quais sejam: a falta manutenção na sinalização de transito, especialmente nas faixas de pedestre e quebra molas sem as devidas pinturas; o excesso de mato nas estradas de acesso às regiões mais afastadas da sede ( por exemplo ) a
a comunidade de Aguas Claras, o excesso de animais soltos nas ruas , não só cães mas ate cavalos colocando em risco pedestres e motoristas; o descaso com todas as praças existentes em nossa cidade e a absurda falha no atendimento das demandas relativas à iluminação publica em nossa cidade inteira existem dezenas de ruas que estão quase no escuto total, colocando a segurança da população em risco iminente, enfim , fica aqui o registro de minha indignação e o apelo por providencias imediatas.”
Publicação feita por Shirley Almeida Barros, que recebeu vários comentários como: “desrespeito com a população”; “Tá certo, tem que denunciar.....”, e “Sábias palavras.”


ASSÉDIO MORAL?
Secretaria de Educação de Brumadinho vem incessantemente tentando intimidar os trabalhadores(as) em Educação na sua liberdade de organização de classe e na liberdade de expressão. Não é a primeira denúncia que recebemos de que os trabalhadores e as trabalhadoras são intimidados a se manifestar favoráveis à Administração e são impedidos de manifestar a sua livre opinião dentro das escolas, e em participação nas atividades convocadas pelos Sindicatos de Classe. Todos sabemos em Brumadinho, que os DIRETORES de escolas são indicados pela ADMINISTRAÇÃO e portanto não são eleitos pelos trabalhadores e nem pela comunidade escolar. Nessa atual gestão, o SindUTE vem reiteradamente recebendo denúncias de assédio por parte das direções de escolas e da própria secretaria no sentido de pressionar para que os servidores se sujeitem à vontade dos gestores, sem questionar. Vamos continuar denunciando e tentando apurar as denúncias de forma a elucidar essa situação de autoritarismo e total AUSÊNCIA DE DEMOCRACIA por parte dessa gestão.”

Opinião
Clique aqui para compartilhar sua fake news do dia

Breno A. B. Nascimento

O termo fake news, que até recentemente se apresentava como conceito novo para grande parcela da população, tornou-se jargão comum em conversas cotidianas, sites e noticiários.
Dificilmente encontraríamos hoje, ao caminharmos pelas ruas, alguém que desconheça do que se tratam as famigeradas fake news, ainda que sua definição exata seja imprecisa.
Não se trata de mera mentira enluvada em uma roupagem jornalística. Já não é novidade que o ramo do humor tem explorado tal vertente, com sites como o Sensacionalista ou The Onion, que se utilizam de inverdades para extrapolar um fato real para a produção do riso, sempre com um leve viés de crítica ao veicular suas “notícias”.
Apesar de essa também poder ser uma de suas definições, sua utilização mais comum, como exemplificado pelo Dicionário Cambridge, é a propagação de histórias falsas que aparentam ser notícias, na internet ou outras mídias, usualmente criadas para influenciar pontos de vista políticos.
Aqui encontramos a principal e mais perigosa faceta das fake news.
Por trás da propagação das referidas notícias falsas, quase sempre temos determinados grupos que, por meio de sua veiculação, buscam alcançar objetivos que dificilmente seriam atingidos sem a utilização de tal ferramenta.
É da natureza da fake news que um maior número de interlocutores seja atingido por sua propagação, em um espaço curto de tempo, usualmente de forma passional o suficiente para que a checagem posterior desse fato fique prejudicada.
Se considerarmos que o alvo principal da propagação é a população média, dificilmente um terceiro ou mesmo o próprio divulgador da fake news conseguirá operar uma retratação eficiente depois da notícia chegar aos feeds ou causar algum tipo de comoção. O estrago já terá sido causado.
E o fenômeno das correntes, extremamente populares em redes como o Whatsapp e Facebook, auxiliam na rápida e irrestrita propagação desse tipo de notícias, de modo que uma vez lançada a um determinado grupo de pessoas, não necessita mais de qualquer impulso por parte do criador do conteúdo, ganhando força e vida própria a cada novo compartilhamento.
Muitos acreditam que foi por meio da propagação de fake news que as eleições presidenciais dos Estados Unidos da América foram definidas, uma vez que grande parte do eleitorado norte americano teria acreditado na propagação de factoides divulgados a respeito da candidata derrotada. Como exemplo, temos a absurda notícia de que a candidata Hillary Clinton era apontada como líder de uma rede de prostituição e tráfico infantil em 2016, operada no porão de uma pizzaria em Washington: o Pizzagate, como ficou posteriormente conhecido.
No Brasil, as fake news já estão sendo colocadas em prática para as eleições presidenciais de 2018 e, certamente, terão um impacto determinante em seu resultado. Os partidos políticos já contam com o apoio de colaboradores cuja única função é a criação desse tipo de notícia visando a promoção do candidato patrocinado ou a ruína dos concorrentes.
O atual poder executivo, atuando junto ao Congresso, visa conseguir o apoio da população com a veiculação de notícias que propagam ideias de progresso e melhora de nosso cenário político e econômico, como podemos verificar nas propagandas governamentais que são exibidas pelas emissoras de rádio e televisão, bem como outros meios de mídia impressa.
Com isso, o descontentamento geral da população e do eleitorado é amenizado, permitindo que o poder legislativo possa continuar votando projetos de leis que, apesar de impopulares, são de interesse da aprovação de determinados grupos e elites dominantes.
Como exemplo, temos hoje propagandas governamentais que visam convencer a população de que as reformas trabalhistas e da previdência seriam urgentes e necessárias para a economia e progresso nacional. Por outro lado, pesquisas acadêmicas sobre o tema não necessariamente corroboram com a tese propagada. Afinal, a previdência é deficitária ou superavitária? Certamente você já se deparou com essa questão.
Vivemos em um estado que flerta cada vez mais com o Estado Orwelliano.
A mídia tradicional e mesmo os meios mais modernos de comunicação (como o próprio Facebook) têm percebido o potencial lesivo das fake news e incorporado em suas políticas institucionais o combate às malfadadas práticas, como, por exemplo, a criação de departamentos de checagem de fatos e de denuncias de conteúdo inverídico pelos próprios usuários.
Resta saber se todo o esforço do mundo será efetivo para reverter essa tendência a ponto de reduzir ou eliminar eventuais consequências nocivas da propagação de noticias falsas.
Sem uma conscientização da população geral sobre a importância de ser cético e de verificar todo fluxo de informações que nos bombardeiam diariamente, estaríamos diante de um cenário muito mais catastrófico do que otimista, principalmente com a ampliação do acesso à informação entre a população com baixa escolaridade .
É necessário aprendermos a duvidar, questionar, verificar e negar aquilo que nos é imposto sem qualquer sorte de filtro. Precisamos ser esse filtro. Do contrário, não somos muito diferentes do botão de compartilhar, que não permite qualquer margem ou discussão, mas apenas a decisão do clique.

Breno A. B. Nascimento é advogado especialista em Direito do Trabalho do escritório Marins Bertoldi.

Só rindo
Os patrões brasileiros querem mais do que desrespeitar os mínimos direitos trabalhistas. Veja as novas regras que eles querem implementar no país. É claro, tudo a favor do trabalhador. É uma “modernização”, como diria o (des)governo golpistas temer (pMDB/PSDB). Veja abaixo as 

NOVAS REGRAS E CONDUTAS DE TRABALHO

INDUMENTÁRIA:
Informamos que o funcionário deverá trabalhar vestido de acordo com o seu salário. Se o percebermos calçando um tênis Nike de $350 e carregando uma bolsa Gucci de $600, presumiremos que vai bem de finanças e, portanto, não precisa de aumento.
Se ele se vestir de forma pobre, será um sinal de que precisa aprender a controlar melhor o seu dinheiro para que possa comprar roupas melhores e, portanto, não precisa de aumento.
E se ele se vestir no meio termo, estará perfeito e, portanto, não precisa de aumento.

AUSÊNCIA DEVIDO À ENFERMIDADE:
Não vamos mais aceitar uma carta do médico como prova de enfermidade. Se o funcionário tem condições de ir até o consultório médico, pode vir trabalhar.

CIRURGIA:
As cirurgias são proibidas. Enquanto o funcionário trabalhar nesta empresa, precisará de todos os seus órgãos, portanto, não deve pensar em remover nada. Nós o contratamos inteiro. Remover algo constitui quebra de contrato.

AUSÊNCIAS DEVIDO A MOTIVOS PESSOAIS:
Cada funcionário receberá 104 dias para assuntos pessoais a cada ano. Chamam-se sábado e domingo.

FÉRIAS:
Todos os funcionários deverão entrar em férias nos mesmos dias de cada ano. Os dias de férias são: 1º de janeiro, 7 de setembro, 12 de outubro, 15 de novembro e 25 de dezembro.

AUSÊNCIA DEVIDO AO FALECIMENTO DE ENTE QUERIDO:
Esta não é uma justificativa para perder um dia de trabalho. Não há nada que se possa fazer pelos amigos, parentes ou colegas de trabalho falecidos. Todo esforço deverá ser empenhado para que não funcionários cuidem dos detalhes. Nos casos raros, onde o envolvimento do funcionário é necessário, o enterro deverá ser marcado para o final da tarde. Teremos prazer em permitir que o funcionário trabalhe durante o horário do almoço e, daí, sair uma hora mais cedo, desde que o seu trabalho esteja em dia.

AUSÊNCIA DEVIDO À SUA PRÓPRIA MORTE:
Isto será aceito como desculpa. Entretanto, exigimos pelo menos 15 dias de aviso prévio, visto que cabe ao funcionário treinar o seu substituto.

O USO DO WC:
Os funcionários estão passando tempo demais no toalete. No futuro, seguiremos o sistema de ordem alfabética. Por exemplo, todos os funcionários cujos nomes começam com a letra “A” irão entre 8:00 e 8:20; aqueles com a letra “B” entre 8:20 e 8:40, etc. Se não puder ir na hora designada, será preciso esperar a sua vez, no dia seguinte. Em caso de emergência, os funcionários poderão trocar o seu horário com um colega. Ambos supervisores dos funcionários deverão aprovar essa troca, por escrito. Adicionalmente, agora há um limite estritamente máximo de 3 minutos no box. Acabando esses 3 minutos, um alarme irá tocar, o rolo de papel higiênico será recolhido, a porta do box abrirá e uma foto será tirada. Se for repetente, a foto será fixada no quadro de avisos da empresa sob o título "Infrator Crônico".

A HORA DO ALMOÇO:
Os magros têm 30 minutos para o almoço, porque precisam comer mais para parecerem saudáveis. As pessoas de tamanho normal têm 15 minutos para comer uma refeição balanceada que sustente o seu corpo mediano. Os gordos têm 5 minutos, porque é tudo que precisam para tomar um "Slim Fast" e um remédio de regime.

Muito obrigado pela sua fidelidade à nossa empresa. Estamos aqui para proporcionar uma experiência empregatícia positiva. Portanto, toda dúvida, comentário, preocupação, reclamação, frustração, irritação, agravo, insinuação, alegação, acusação, observação, consternação e "input" deverá ser dirigida para qualquer outro lugar que não esta diretoria. Tenham uma boa semana.

A Diretoria Executiva.      

Governo temer (pMDB/PSDB)
Assassinatos no campo batem novo recorde e
atingem maior número desde 2003

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulga hoje os dados de assassinatos em conflitos no campo no Brasil em 2017 – o maior número desde o ano de 2003. A CPT também denuncia ataques hackers que sofreu no último ano, provavelmente dentro do processo de criminalização contra as organizações sociais que tem se intensificado, e que acabou impossibilitando a conclusão e o lançamento nessa data de seu relatório anual, o “Conflitos no Campo Brasil”.
Mesmo com o atraso em sua publicação, a CPT torna públicos hoje os dados de assassinatos em conflitos no campo ocorridos no ano de 2017. Novamente esse tipo de violência bateu recorde, e atingiu o maior número desde 2003, com 70 assassinatos. Um aumento de 15% em relação ao número de 2016. Dentre essas mortes, destacamos 4 massacres ocorridos nos estados da Bahia, Mato Grosso, Pará e Rondônia. Destacamos, ainda, a suspeita de ter ocorrido mais um massacre, de indígenas isolados, conhecidos como “índios flecheiros”, do Vale do Javari, no Amazonas, entre julho e agosto de 2017. Seriam, pelas denúncias, mais de 10 vítimas. Contudo, já que o Ministério Público Federal no Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), não chegaram a um consenso, e diante das poucas informações a que a CPT teve acesso, por se tratar de povos isolados, o caso não foi inserido na listagem por ora apresentada.
A CPT ressalta, todavia, que, além dos dados de assassinatos que constam nesta relação, há muitos outros que acontecem na imensidão deste país e que só a dor das famílias é que os registram. “A publicação da CPT é apenas uma amostra dos conflitos no Brasil”, dizia Dom Tomás Balduino, bispo emérito de Goiás (GO) e um dos fundadores da Pastoral.
Os assassinatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais sem-terra, de indígenas, quilombolas, posseiros, pescadores, assentados, entre outros, tiveram um crescimento brusco a partir de 2015. O estado do Pará lidera o ranking de 2017 com 21 pessoas assassinadas, sendo 10 no Massacre de Pau D?Arco; seguido pelo estado de Rondônia, com 17, e pela Bahia, com 10 assassinatos.
Dos 70 assassinatos em 2017, 28 ocorreram em massacres, o que corresponde a 40% do total. Em agosto de 2017, a CPT lançou uma página especial na internet (https://cptnacional.org.br/mnc/index.php) sobre os massacres no campo registrados de 1985 a 2017. Foram 46 massacres com 220 vítimas ao longo desses 32 anos. Na página é possível consultar o histórico e imagens dos casos. O estado do Pará também lidera esse ranking, com 26 massacres ao longo desses anos, que vitimaram 125 pessoas.

Assassinatos e Julgamentos

A CPT registra os dados de conflitos no campo de modo sistemático desde 1985. Entre os anos de 1985 e 2017, a CPT registrou 1.438 casos de conflitos no campo em que ocorreram assassinatos, com 1.904 vítimas. Desse total de casos, apenas 113 foram julgados, o que corresponde a 8% dos casos, em que 31 mandantes dos assassinatos e 94 executores foram condenados. Isso mostra como a impunidade ainda é um dos pilares mantenedores da violência no campo.
Nesses 32 anos, a região Norte contabiliza 658 casos com 970 vítimas. O Pará é o estado que lidera na região e no resto do país, com 466 casos e 702 vítimas. Maranhão vem em segundo lugar com 168 vítimas em 157 casos. E o estado de Rondônia em terceiro, com 147 pessoas assassinadas em 102 casos.

Ataques hackers atrapalham conclusão do relatório anual da CPT

A partir do segundo semestre de 2017, a Secretaria Nacional da CPT, situada em Goiânia (GO), sofreu seguidos ataques hackers, orquestrados e direcionados a setores estratégicos, que forçaram a limitação do funcionamento de seus servidores na tentativa de manter a segurança do sistema, o que acabou comprometendo o desempenho das tarefas diárias da Pastoral. O Centro de Documentação Dom Tomás Balduino, responsável pela catalogação e compilação dos dados de conflitos no campo divulgados pela entidade, foi prejudicado, atrasando o fechamento do relatório anual da CPT, o “Conflitos no Campo
Brasil”, e impossibilitando o seu lançamento na data costumeira, a semana do 17 de abril, Dia Internacional de Luta Camponesa, em memória aos trabalhadores rurais sem-terra assassinados na Curva do S, em Eldorado dos Carajás, Pará, em 1996.
Esses ataques podem, também, fazer parte do processo de criminalização empreendido contra organizações e movimentos sociais de luta. O caso foi denunciado às instâncias policiais competentes e segue sob investigação. De qualquer forma, a CPT julga de extrema importância denunciar, ainda que de forma incompleta, algumas das diversas formas de violência exercidas contra os povos do campo em 2017 e chamar a atenção para os dados alarmantes que agora analisamos. Em breve será divulgado, enfim, o relatório “Conflitos no Campo Brasil 2017”, completo. A CPT aproveita para reafirmar seu compromisso
com as causas do povo pobre do campo, e que não conseguirão nos calar!

MANIFESTO CONTRA O RECRUDECIMENTO DA LEI DE TERRORISMO
Entidades requerem a não aprovação do regime de urgência do PL nº 9.604/2018

Num contexto de crescimento do Estado de Exceção no Brasil, o deputado Jerônimo Goergen (PP/RS) apresentou requerimento para que o Projeto de Lei nº 9.604/2018, de sua autoria, tramite em regime de urgência na Câmara dos Deputados. O projeto significa uma ofensiva contra os movimentos sociais, ao incluir articulações populares e ocupações de imóveis como atos criminalizados pela lei antiterror.
Desde os primeiros debates sobre a criação do crime de terrorismo no Brasil, a sociedade civil denunciou a celeridade e insuficiência de debate público sobre o tema. Como resultado, a Lei 13.260/16 foi aprovada em apenas oito meses de tramitação. Uma das poucas garantias conquistadas no texto legal foi a não aplicação da lei aos movimentos sociais, uma vez que a atuação destes é um indicador de qualidade de uma sociedade democrática.
Porém, na tentativa de criminalizar a participação de coletivos organizados na vida política brasileira, imediatamente após a aprovação da Lei, essas garantias tornaram-se alvo de sete projetos que objetivam alterar o texto legal e recolocar os movimentos sociais sob a mira direta da criminalização.
Assim, sob o discurso de impedir o “abuso do direito de articulação de movimentos sociais”, “como os que envolvem a ocupação de imóveis urbanos ou rurais, com a finalidade de provocar terror social ou generalizado”, o Congresso Nacional poderá aceleradamente limitar direitos civis e políticos sem debate sobre o tema.
A criminalização do terrorismo, em si, é um problema, pois sua definição é política e não jurídica. Mas, em qualquer acepção que tome, de maneira alguma as ocupações de imóveis ou outras formas de protesto devem ser identificados como atos terroristas. Ocupações e protestos são inerentes à democracia. Criminalizá-los é coerente apenas com regimes autoritários.
O impacto de projetos como esses devem ser compreendidos em um contexto de progressivo aumento da violência no campo, provocada por pistoleiros e, muitas vezes, agentes do Estado. O Relatório de Conflitos no Campo Brasil 2016, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), por exemplo, aponta que somente em 2016 foram registrados 61 assassinatos em conflitos no campo, o que equivale a uma média de cinco assassinatos por mês.
Por esses motivos, as organizações que subscrevem essa carta alertam para o conteúdo autoritário das propostas e solicitam que os parlamentares não autorizem a tramitação do regime de urgência do PL 9.604/18, prevalecendo o debate público e democrático em torno de toda e qualquer proposta que vise a cercear a liberdade de expressão e de participação política.

A carta é assinada por 155 entidades, entre elas a Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais – AATR, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra- MST, a Associação Franciscana de Defesa de Direitos e Formação Popular, o Centro de Defesa de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno, o Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos – CBDDH, o Conselho Indigenista Missionário – Cimi, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – CONIC, Diocese Anglicana do Paraná, a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Greenpeace Brasil e União de Negras e Negros Pela Igualdade- Unegro. Além disso, mais 49 pessoas assinam o documento, como o Professor e militante do movimento negro, Douglas Belchior e o jurista Fábio Konder Comparato.

DATA VENIA
A CIDE - Combustível

Por Lucas Cavalcanti

O preço do combustível é composto por tributos federais e estaduais, além de outras variáveis que influenciam no preço. Cabe destacar que um dos tributos é denominado por Contribuição de Intervenção Domínio Econômico - CIDE, criada pela Lei Federal nº 10.336, de 19 de dezembro de 2001, mais conhecida como a CIDE - Combustível.
Sendo assim, a criação da CIDE – Combustível foi realizada para proporcionar a intervenção do Governo na Economia, visando controlar determinadas situações, seja através do aumento ou redução da CIDE para administrar os efeitos das mudanças dos preços das refinarias, bem como realizar o controle da inflação, possibilitando teoricamente o valor do combustível acessível ao consumidor final. 
A CIDE - Combustível incide sobre a importação e a comercialização de petróleo, gás natural, álcool etílico e os seus derivados, ou seja, toda operação que envolva a comercialização dos produtos mencionados, resultará na incidência da Contribuição. Neste sentido, configuram-se como contribuintes os produtores, importadores e formulador, este entendido como o responsável por realizar determinadas atividades elencadas pela Lei Federal nº 10.336.
O produto de arrecadação da CIDE – Combustível, conforme previsão legal, estabelece a destinação ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, de gás natural e seus derivados e de derivados de petróleo, bem como financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo, gás e o financiamento de programas de infraestrutura de transportes.
Entretanto, nos últimos anos ocorreram alguns fatores, dentre eles a redução da atividade econômica, o que resultou diretamente na redução na venda de combustível, sendo caracterizado pelo aumento do produto juntamente com a inflação.
Ressalta-se que diante os últimos acontecimentos vivenciados pelo país, em razão da greve geral dos caminhoneiros e das reivindicações elencadas pelo movimento em questão, dentre elas a redução do preço do diesel, a mencionada redução também englobará a alíquota da CIDE - Combustível, pois conforme destacado é um dos tributos incidentes no valor do combustível.

Estudantes da graduação precisam de apoio emocional mais intenso, revela estudo
Pesquisa publicada na revista Nature Biotechnology, em 2018, foi realizada com 2279 entrevistados, de 234 instituições de ensino, em 26 países. Dados revelam indícios de uma crise na saúde mental no ensino superior

Há uma crise na saúde mental de estudantes de graduação em andamento. E as instituições de ensino superior precisam tomar atitudes urgentes para enfrentar o problema. Essa é a mensagem principal de uma pesquisa global envolvendo mais de 2,2 mil alunos, de 234 instituições de ensino superior, em 26 países. Destes estudantes, 40% está matriculado em cursos de engenharia e ciências exatas e demonstram alto índice de sintomas de depressão e ansiedade.
De acordo com os relatórios validados pela pesquisa, 41% de todos os entrevistados demonstraram sintomas moderados a severos de ansiedade e 39% de sintomas moderados a severos de depressão. Existe também uma significante variação dos resultados por gênero. Cerca de um terço dos estudantes do sexo masculino afirmaram sentir sintomas tanto de ansiedade quanto de depressão, enquanto 40% do sexo feminino afirmaram vivenciar a mesma situação.
“Se os estudantes estiverem nos primeiros períodos dos cursos de graduação, eles têm pela frente um universo acadêmico novo, exigente, nem sempre agradável e que exige certos conhecimentos previamente adquiridos para o êxito nos estudos. Por outro lado, se os acadêmicos estiverem cursando os últimos períodos dos seus respectivos cursos, sinaliza no horizonte das suas vidas um mercado de trabalho saturado e altamente competitivo”, exemplifica Ivo Carraro, psicólogo e professor.
Segundo Carraro, esses são dois motivos, entre tantos, que levam os alunos a desenvolverem processos ansiosos e estados depressivos.
Os dados coletados pelo estudo também sugerem que estudantes que vivenciam relações de suporte e conforto emocional, dentro e fora do ambiente acadêmico, demonstram melhores índices de estabilidade emocional. Aproximadamente metade dos estudantes com ansiedade e depressão revela não contar com relacionamentos desta natureza, além de afirmarem não viverem um bom equilíbrio entre suas vidas pessoais e acadêmicas.
Esses problemas podem estar relacionados à maneira com que as instituições são organizadas como indústria, como as pessoas são treinadas e como as carreiras são desenvolvidas. No entanto, há um lado positivo, sugere o estudo. Já há sinais de que as instituições de ensino estão mais atentas a essas situações e tem trabalhado para oferecer aos estudantes novas formas de avaliação e metodologias mais flexíveis que os ajudem a adequar suas capacidades de aprendizagem ao sistema de ensino.

SAÚDE
Qual a relação do exercício físico com uma boa noite de descanso?
Quando o indivíduo se exercita, o organismo libera várias substâncias que podem melhorar a qualidade do sono

No dia 17 de março é comemorado o Dia Mundial do Sono, e muitas pessoas se queixam por não conseguir ter uma boa noite de descanso. Estudos comprovam que a prática de exercícios físicos ajuda, relativamente, para que o sono seja mais profundo, minimizando o número de despertares. De acordo com Edison Tresca, professor do curso de Educação Física, a prática de atividade física pode melhorar a qualidade do sono.
O professor destaca que a prática de exercícios é reconhecida pela American Sleep Disorders Association, como uma intervenção não medicamentosa, para a melhora do padrão de sono em alguns aspectos específicos, indicando a necessidade de continuar as investigações sobre outros aspectos ainda não esclarecidos. Leia abaixo entrevista do professor.

É verdade que os exercícios físicos melhoram a noite de sono? Se sim, por quê?
Muitos estudos estão sendo realizados e, portanto, muitas informações precisam ser confirmadas. Há indícios na melhora da qualidade de sono, principalmente com a prática de exercícios físicos de intensidade moderada, e quando praticados regularmente. Mas, efetivamente, resultados encontrados em muitos estudos indicam que os exercícios físicos melhoram o sono que ocorre nas primeiras horas do período de descanso, sendo que os mecanismos destes efeitos necessitam de investigações. Existem também, muitos modelos teóricos que explicam os motivos da melhora do sono, mas que necessitam de comprovação. Um deles é o da regulação da temperatura corporal, onde a mesma aumenta com o exercício e, após, para retornar aos níveis normais, o metabolismo diminui e isto poderia induzir ao sono. Em outro modelo, o de conservação de energia, após o gasto energético do exercício, o organismo reduziria seu metabolismo durante a recuperação, induzindo ao sono. 

Quantas horas e quantas vezes por semana é necessário praticar atividade física para trazer esse benefício?
A regularidade da prática demonstra ser fundamental para manutenção da normalidade dos ciclos biológicos do indivíduo. Uma vez que a atividade física moderada provoca alterações fisiológicas no indivíduo e, parte da recuperação se faz durante o sono, é prudente realizar atividades físicas de forma regular, da mesma forma que procuramos manter a regularidade com nossos horários de alimentação, trabalho e, até mesmo, do próprio sono. O número de vezes por semana pode variar bastante em função dos níveis de aptidão física individual, mas, em média, pode-se considerar a realização de uma atividade moderada de 30 a 40 minutos, entre três e quatro vezes por semana, como suficientes para influenciar positivamente o sono. Este tipo de atividade ajuda, também, no controle do peso corporal, que é demonstrado em alguns estudos, como outro fator de influência sobre a qualidade do sono. 

Quais hormônios são estimulados nos exercícios físicos para que melhorem a qualidade do sono?
Quando alguém se exercita, o organismo libera várias substâncias que podem melhorar a qualidade do sono. As principais são a endorfina que proporciona a sensação de bem estar, a dopamina que proporciona sensação de prazer, e a serotonina que é responsável por diminuir a ansiedade, promovendo o relaxamento. 

Mudar a rotina das atividades físicas (parar ou trocar de exercícios) pode interferir na qualidade do sono? De que forma?
Desde que se procure manter certa regularidade, duração, exigência moderada e frequência semanal, é até saudável que as atividades físicas sejam variadas, evitando uma rotina monótona. O que deve ser evitado, por exemplo, é realizar atividades muito leves ou muito intensas, ou ainda realizar atividades por poucos minutos em um dia e compensar praticamente dobrando o tempo, no outro dia, para "compensar". Um profissional de Educação Física pode perfeitamente relacionar uma vasta e diversificada lista de atividades físicas, assim como a forma correta de como praticá-las de maneira que atenda a essas características, e possam contribuir para a melhora da qualidade do sono dos indivíduos.

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