Edição
221 – Julho 2019
Prefeitura superarrecada 180 milhões em apenas 6
meses
R$ 180 milhões!
Essa foi a arrecadação da Prefeitura de Brumadinho em apenas seis meses do ano
de 2019. É uma arrecadação recorde, nunca vista em Brumadinho, a 42ª maior
arrecadação dentre os 853 municípios de Minas Gerais. Nos últimos vinte anos, a
maior arrecadação foi de 220 milhões no ano de 2013. Se se mantiver o ritmo de
arrecadação deste ano, retirada a quantia depositada extraordinariamente pela
VALE, o total pode chegar a aproximadamente 300 milhões. Leia mais em matéria
abaixo.
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221 – Julho 2019
Editorial
Onde estão os R$ 180 milhões arrecadados pela
Prefeitura?
Algo de muito
preocupante está acontecendo em Brumadinho. O Município está recebendo um rio
de dinheiro. Até aí, tudo bem! Mas o que preocupa é não saber de onde estes
recursos estão vindo. E, principalmente: para onde estão indo estes milhões de
reais.
Em apenas seis
meses do ano de 2019, a Prefeitura arrecadou R$ 180 milhões! É uma arrecadação
recorde, nunca vista em Brumadinho. Nos últimos vinte anos, a maior arrecadação
foi de 220 milhões no ano de 2013. Nesse ritmo, a arrecadação deste ano pode
chegar a aproximadamente 300 milhões.
A falta de
transparência do prefeito Nenen da ASA (PV) continua como sempre. Até os dados
oficiais são suspeitos: se o site da prefeitura mostram 123 milhões, o do
Tribunal de Contas aponta R$ 180 milhões. Enquanto isso, a cidade está feia,
cheia de poeira; não podemos despachar nossa coleta seletiva porque o caminhão
não passa no dia que deveria passar; e o Secretário de Saúde fica lamentando a
falta de remédios para a depressão que se abateu sobre o Município. Não há
obras na cidade, nosso interior continua entregue às traças, o hospital que o
prefeito prometeu para o primeiro ano de mandato (2017) continua lá no meio do
mato e os vereadores fazem cara de paisagem enquanto fazem acordo para livrar
Flávio Miranda – e talvez a eles mesmos – da “rachadinha”.
Reinaldo Fernandes
Editor
|
Está na hora da
população re-agir. Aliás, já passou da hora!
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221 – Julho 2019
Seis
meses chorando as vidas assassinadas pela VALE
Passaram-se seis meses. Depois de 25 de
janeiro, a cidade mudou. O trânsito piorou muito, com engarrafamento todo final
de tarde. Muita gente de fora, muitas empresas para limpar a lama assassina da
VALE. E a dor que não termina: pelo menos 272 pessoas assassinadas pela VALE,
24 fragmentos de corpos ainda não encontrados. No entanto, a maior mudança é no
coração das pessoas: uma dor infindável! Especialmente para aqueles que ainda
não conseguiram enterrar nem mesmo fragmentos de seus entes queridos.
Foi nesse clima que familiares, movimentos
sociais e amigos das vítimas da VALE lembraram os seis meses dos crimes. Durante a homenagem, parentes fizeram um minuto de silêncio, soltaram
balões brancos, colocaram jangadas no Rio Paraopeba - atingido pela lama -,
sinalizando cada um dos desaparecidos. Aconteceu caminhada, protesto, orações
de católicos, evangélicos e candomblecistas.
O nome dos 270 assassinados foram lidos
enquanto os presentes aplaudiam, homenageando-os.
Cartazes e
faixas estampavam a frase “O LUCRO NÃO VALE A VIDA”. Uma programação de
homenagens teve início às 8h30, organizada pelo MAB - Movimento de Atingidos
por Barragens – e com participação de atingidos de várias cidades atingidas,
como São Joaquim de Bicas. Com apoio do Corpo de Bombeiros, 24 jangadas foram
lançadas no Rio Paraopeba, junto com pétalas de rosas. Elas representavam as 22
pessoas que ainda não foram identificadas, além de duas vítimas cujos
familiares não consideram fragmentos como corpos.
Candomblecistas e indígenas da aldeia Pataxó participaram da celebração realizada no Trevo / Monumento (foto: reinaldo fernandes - Jornal de fato) |
Minuto de
silêncio
Ao meio-dia,
poemas foram lidos no ato. Vítimas que jogavam em times de futebol da cidade
foram homenageadas. Às 12h28, horário em que a barragem se rompeu há seis meses
(enquanto muitos funcionários da mineradora almoçavam), os familiares fizeram
um minuto de silêncio, em meio a lágrimas.
Michel
Fernandes Guimarães participou do ato segurando uma bandeira do time de futebol
Córrego do Feijão, em que o irmão dele, Reinaldo Fernandes Guimarães, de 31
anos, jogava. “Só aumenta o sofrimento,
cada dia que passa, mais difícil fica. Quatro dias após o rompimento da
barragem, encontraram meu irmão. Perdi minha sogra também. Está muito difícil
pra gente, [a tragédia] acabou com a nossa vida", disse Michel Guimarães.
Momento de muita comoção
Um momento de muita comoção foi quando o jovem Rafael Librelon tocou e
cantou a música “Indignação”, ato que tem se repetido a casa mês. A música foi
compota por ele, com ajuda de familiares dos assassinados na construção da
letra. “Dói
demais o jeito que você foi embora, ganhando o pão do filho que agora chora. Cadê
a serra, o peixe, a água?,”, dizia a canção, levando dezenas de pessoas às
lagrimas.
Em muitas camisetas preparadas pelos
familiares, lia-se a frase: "Dói demais o jeito que você foi embora.”
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221 – Julho 2019
Familiares
de vítimas do crime da VALE receberão indenização de R$ 700 mil
Valor será pago individualmente a pais, filhos e
cônjuges de 242 vítimas; irmãos vão receber R$ 150 mil
A mineradora VALE pagará indenização de R$
700 mil para cada familiar de vítima do rompimento da barragem de Brumadinho,
em Minas Gerais. A previsão está em um acordo homologado pela 5ª Vara do
Trabalho de Betim (MG) entre a Vale e o Ministério Público do Trabalho.
Foram identificados 248 mortos e outras 24
pessoas continuam desaparecidas devido o rompimento da barragem.
A juíza Renata Lopes Vale autorizou a
liberação de R$ 1,6 bilhão que estavam bloqueados nas contas da Vale desde o início do ano
(25/1). Até o momento, foram identificados 248 mortos e outras 28 pessoas
continuam desaparecidas devido o rompimento da barragem.
Pelo acordo, cada pai, mãe, cônjuge,
companheiro ou filho de vítimas receberá R$ 700 mil. Irmãos de
empregados falecidos receberão individualmente R$ 150 mil por dano moral.
Foi fixada a indenização mínima de R$
800 mil, mesmo que a renda mensal acumulada do empregado falecido não alcance
essa projeção. Para o pagamento antecipado da indenização, em parcela única, será
aplicado deságio de 6% ao ano.
Pagamento de mais R$ 400 milhões por danos
morais coletivos
Em agosto, a VALE deverá pagar indenização
de R$ 400 milhões por danos morais coletivos. O dano moral coletivo será reparado com o pagamento de 400
milhões de reais, no dia 6 de agosto de 2019.
O acordo também envolve o pagamento de
pensão mensal vitalícia para os dependentes dos falecidos, para restaurar o
dano material das famílias. Eles receberão pensão mensal calculada até a data
em que a vítima completaria 75 anos de idade (expectativa de vida de um
brasileiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE).
Serão considerados como base de cálculo o salário mensal, a gratificação
natalina, as férias acrescidas de um terço, a Participação nos Lucros e
Resultados (PLR) de 3,5 salários e o cartão-alimentação ou ticket de R$ 745
por mês.
Estabilidade no emprego
Também está previsto que a mineradora
garantirá a estabilidade no emprego a todos os empregados por três anos, inclusive
aos terceirizados, contados a partir de 25 de janeiro. Foi acordado ainda
o pagamento de auxílio-creche de R$ 920 mensais para filhos com até 3 anos de
idade e auxílio-educação de R$ 998 mensais para filhos com até 25 anos de
idade.
O acordo prevê plano médico vitalício e sem
coparticipação, nos moldes do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente em
25/1, para os cônjuges ou companheiros e companheiras de empregados próprios e
terceirizados e para os filhos e dependentes (até completarem 25 anos).
Para pais e mães de falecidos, o acordo
contempla atendimento médico, psicológico e psiquiátrico pós-traumático na rede
credenciada até a respectiva alta médica.
Ações
na Justiça sobre os crimes da VALE em Brumadinho
No dia 9 de julho, a VALE foi condenada
pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) a reparar os danos causados
pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Foi a primeira condenação pelos
crimes. A decisão do juiz Elton Pupo Nogueira, da 6ª Vara de Fazenda Pública e
Autarquias de Belo Horizonte, não definiu um valor fixo a ser pago pela
companhia. Segundo o magistrado, a definição “não se limita às mortes
decorrentes do evento, pois afeta também o meio ambiente local e regional, além
da atividade econômica exercida nas regiões atingidas”.
A Justiça também determinou a manutenção do
bloqueio de 11 bilhões de reais da VALE para garantir a reparação e autorizou
que metade do valor seja substituída por outras garantias financeiras, como
fiança bancária ou investimento à disposição do juízo. A mineradora havia solicitado
a substituição integral do valor do bloqueio, o que foi negado pelo juiz.
Outros 5 bilhões de reais também estão congelados por causa de danos ambientais
Mais ações do MPMG
Existem pelo menos mais quatro ações
movidas pelo Ministério Público de Minas Gerais, que também estão na Justiça
sobre o assunto. Além disso, cinco inquéritos estão sob investigação. As
medidas tratam dos impactos no meio ambiente, nos direitos humanos e na
estrutura dos locais atingidos.
Além disso, acordos sobre outros assuntos
referentes ao rompimento foram firmados. A VALE, por exemplo, se comprometeu a
executar todos os planos de ações para reparar os impactos do rompimento na
captação de água dos municípios atingidos e a proteger a integridade do sistema
de abastecimento hídrico da região. Com relação a barragens que também correm
risco, a Justiça e a Vale acordaram pagamento de verba mensal emergencial às
pessoas realocadas.
Com informações de João
Paulo Soares, do Brasil de Fato | São Paulo (SP) e da Assessoria de
Imprensa do TRT-3 e TST.
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221 – Julho 2019
O lucro vale a vida de centenas de Brumadinenses?
VALE recupera parte dos R$ 71
bi perdidos em 1 dia com Brumadinho; e agora?
Bombeiros lançaram jangadas no Rio Paraopeba em homenagem às vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (Foto: thais pimentel G1) |
No dia 25 de janeiro, o rompimento de uma
barragem da VALE mudava para sempre a vida de Brumadinho (MG), com
grandes danos ambientais e pelo menos 272 pessoas assassinadas. Para a
mineradora, foi o início de um período de crise. Em um único dia, perdeu
R$ 71 bilhões em valor de mercado. Foi condenada a pagar indenizações às
famílias atingidas e viu a produção
de minério de ferro despencar no período.
Hoje, seis meses depois, a empresa de mineração já recuperou boa parte
do valor de mercado perdido: a ação
da VALE,
que valia R$ 56,15 antes da tragédia, já está cotada novamente na casa dos R$
50 por papel. Ainda há dúvidas e indefinições sobre as demais punições que a
empresa deve enfrentar. Dessa forma, quais as perspectivas para as ações da
Vale?
Ação pode
chegar a R$ 68, diz corretora
Especialistas afirmam que, mesmo com a dúvida em relação ao
ressarcimento dos prejuízos causados, a perspectiva da VALE no Ibovespa,
o principal índice de ações do país, é boa, e os papéis podem ultrapassar o
patamar pré-Brumadinho ainda neste ano.
"O consenso do mercado, em média, seria da ordem de R$ 62 por
ação", disse Glauco Legat, analista-chefe da Necton Investimentos.
"Apesar de não sabermos o efeito de Brumadinho, como analista eu posso
ficar mais tranquilo porque, financeiramente, a VALE tem uma gordura
relativamente grande para qualquer ressarcimento que precise realizar",
afirmou ele.
Para a corretora XP, o preço-alvo da ação é de R$ 68, já que a empresa
"está focada em chegar a acordos com partes e autoridades" e isso
"colocaria um fim às incertezas operacionais e legais remanescentes,
permitindo que a empresa se concentre em seus negócios e que as ações sejam
negociadas de volta aos fundamentos", afirmou a empresa em seu último
relatório divulgado.
Preço de
minério de ferro em alta ajudou
O minério de ferro, responsável por grande parte do faturamento da VALE,
teve seguidas altas de preço no mercado externo, fazendo com que a receita da
empresa não sofresse tanto, apesar da queda na produção.
Além da redução na oferta da companhia brasileira, as concorrentes da
VALE, principalmente mineradoras australianas, também tiveram problemas e não
conseguiram suprir o mercado da matéria-prima. O preço da tonelada do minério
passou de cerca de US$ 65 para US$ 120 no primeiro semestre.
Riscos:
indenizações e economia da China
Para os especialistas, o risco de indenizações pós-Brumadinho afetarem o
caixa da VALE não são tão grandes, mas a empresa depende de uma
"ajudinha" da economia mundial. O preço do minério de ferro tende a
cair e, caso a economia da China apresente novos sinais de desaceleração, o
preço pode ir bem abaixo.
"Esse preço do minério não é sustentável. Quando o preço voltar, e
a produção voltar com as empresas australianas, esse preço tende a voltar a
patamares próximos de Brumadinho, e a geração de caixa vai diminuir",
disse Legat. O minério de ferro é muito utilizado na produção de aço, que, por
sua vez, tem grande mercado nas construções chinesas.
Assim, caso haja uma condenação forte da empresa em relação à tragédia,
com indenizações mais altas do que o mercado imagina, combinada com novos dados
sobre a economia mundial, com foco especial na China, as análises de alta das
ações podem ser revistas.
Com informações de Vinícius Pereira para o UOL
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221 – Julho 2019
Moradores
de Brumadinho avaliam plano de trabalho elaborado por assessoria técnica independente
para reparação de danos pela VALE
Em reunião realizada no dia 23 de julho, na
Procuradoria-Geral de Justiça, em Belo Horizonte, mais um passo importante foi
dado para a reparação das perdas e danos sofridos pelas famílias atingidas em
razão do rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão, da VALE. Na
ocasião, a AEDAS - Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social -, entidade
de assessoria técnica independente escolhida por 22 comissões de atingidos de
Brumadinho, apresentou a representantes das comunidades o plano de trabalho
elaborado, que será cumprido pela VALE. Os participantes tiraram dúvidas sobre
o plano, apresentaram reivindicações e sugestões de melhoria.
No início da reunião,
representantes da AEDAS ressaltaram o papel da assessoria técnica de promover
a participação efetiva e a garantia do acesso à informação dos atingidos, a fim
de subsidiar e impulsionar a efetivação da reparação integral das perdas e
danos sofridos em decorrência do rompimento das barragens.
O plano de trabalho,
segundo a entidade, é feito a partir do mapeamento e da avaliação junto aos
atingidos de quais ações já foram realizadas pela mineradora e da verificação
das demandas não atendidas. A assessoria técnica busca fomentar a
auto-organização das famílias atingidas em grupos de trabalho por comunidade,
de acordo com os seus modos de vida, a fim de contribuir para a participação
ampla e informada nas comissões locais e nas negociações para a reparação.
Conforme a Associação, a primeira etapa cumprida para a elaboração do plano foi uma reunião para coleta de informações. Na sequência, foi feita a sistematização dos dados, a apresentação à comunidade e a conclusão do documento. De acordo com as listas de presença, 441 atingidos participaram do primeiro encontro e 516 do segundo. Foram identificadas 43 comunidades ou bairros na região 1, que abrange o município de Brumadinho.
Transparência
De acordo com o coordenador de Inclusão e Mobilização Sociais
do MPMG em exercício, promotor de Justiça Luís Gustavo Patuzzi, a assessoria
prestada pela AEDAS vai permitir, ao final do trabalho, que os atingidos
consigam a indenização mais justa na negociação coletiva. “Pretendemos, assim,
evitar o que aconteceu recentemente, quando os atingidos, em extrema situação
de vulnerabilidade, foram induzidos a realizar negociações individuais, com as
matrizes de danos secretas. Isso absolutamente não tem lugar aqui. Todo o
processo é público e democrático. O atingido participa desde a escolha da
entidade, do acompanhamento e da finalização do trabalho”.
Preocupações
Durante a reunião, os representantes das comunidades
expuseram suas preocupações em relação à realidade do município e dos moradores
de Brumadinho após o rompimento das barragens. A situação das nascentes de água
na região, os traumas gerados pelo fato, o aparecimento de doenças psicológicas
entre os atingidos e problemas do sistema educacional foram alguns dos pontos
apresentados.
A professora
Rita Amélia, da comunidade de Piedade do Paraopeba, avaliou que o maior mérito
da AEDAS até agora foi “desnudar o município”, revelando problemas sérios
decorrentes da mineração. “A arrecadação de Brumadinho é imensa, mas a
renda per capita muito pequena. Onde está a renda do trabalho da mineração?
Sabemos que o trabalho qualificado vem de fora, e que o bruto fica com a
comunidade de Brumadinho, que recebe muito pouco por isso”, criticou a
moradora.
A reunião
contou, ainda, com a presença da defensora pública do estado de Minas Gerais
Carolina Morishita e do assessor jurídico do MPMG José Ourismar Barros, além de
integrantes da equipe técnica da AEDAS. A partir de 23 de julho, a Associação
teria o prazo de 10 dias para fazer as adequações necessárias no plano de
trabalho e entregá-lo à VALE para os próximos encaminhamentos.
Com informações
da Diretoria de Imprensa da Superintendência de Comunicação Integrada do MPMG.
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221 – Julho 2019
Prefeitura de Brumadinho superarrecada 180 milhões
até junho
R$ 180 milhões! Essa foi a arrecadação da Prefeitura de Brumadinho em
apenas seis meses do ano de 2019. É uma arrecadação recorde, nunca vista em
Brumadinho, a 42ª maior arrecadação dentre os 853 municípios de Minas Gerais.
Nos últimos vinte anos, a maior arrecadação foi de 220 milhões no ano de 2013.
Se se mantiver o ritmo de arrecadação deste ano, retirada a quantia depositada
extraordinariamente pela VALE, o total pode chegar a aproximadamente 300
milhões.
A informação sobre os 180 milhões consta do site do TCE – Tribunal de
Contas do Estado – e é diferente da que consta no site da Prefeitura de
Brumadinho, que apontava uma arrecadação de pouco mais de 120 milhões. Vinte e
três desses milhões vieram da VALE, sabe-se. Os demais milhões não se sabe
exatamente de onde vieram, uma vez que a Prefeitura não é transparente nesse
aspecto.
Gastos sem transparência
A falta de transparência da Prefeitura de Brumadinho impede a população
de saber como estão sendo gastos esses milhões. Como o atual prefeito, Nenen da
ASA (PV), tem um histórico de envolvimento com atos de corrupção de dinheiro
público, essa falta de transparência torna-se mais preocupante ainda.
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221 – Julho 2019
Articulação SOMOS TODOS ATINGIDOS prepara curso de
Educação Financeira
A Articulação
SOMOS TODOS ATINGIDOS prepara um curso de Educação Financeira para os
brumadinenses. A ideia surgiu depois de que foi anunciado o pagamento
emergencial de um salário mínimo por 12 meses para cada membro adulto de todas
as famílias brumadinenses, além de meio salário para adolescentes e um quarto
de salário para crianças.
A Articulação
percebeu que, diante de uma quantia a que muitas pessoas nunca tiveram acesso
tão rapidamente, seria importante uma orientação a essas pessoas sobre como usar
o dinheiro, que será depositado até janeiro de 2020. “Quando falamos da ideia
do curso numa reunião no bairro José de Sales Barbosa [Residencial Bela Vista],
as pessoas acharam muito interessante, o que nos animou mais ainda”, diz
Reinaldo Fernandes, membro da Articulação SOMOS TODOS ATINGIDOS.
A fim de ajudar
na discussão, a Articulação SOMOS TODOS ATINGIDOS vai contar com a colaboração
de um expert sobre o tema, Mestre em
Administração Ewerton Veloso, coautor do livro ‘Educando Seu Bolso’.
"Promovemos
uma palestra em Casa Branca e a receptividade foi muito boa. O Ewerton, que
possui grande vivência sobre o assunto, tanto teórica quanto prática, se dispôs
a ajudar a nossa comunidade, fazendo uma apresentação de seu trabalho. Foi um
encontro bem proveitoso. Saí da palestra com a decisão de cuidar melhor desta
área importante de nossas vidas. Ele é bem didático e traz o assunto numa
linguagem leve, acessível e bem eficiente", relata Susana Rabello,
moradora de Casa Branca e também membro da Articulação SOMOS TODOS ATINGIDOS,
que participou da atividade com Veloso.
O Curso de
Educação Financeira para os brumadinenses teria uma primeira etapa agora no dia
5 de agosto. Ewerton Veloso ministraria palestra sobre o tema. O evento
aconteceu na Câmara Municipal, a partir das 19 horas.
Depois desse
evento, a Articulação SOMOS TODOS ATINGIDOS deve dar continuidade à discussão,
com distribuição de cartilha para a população e realização de outras
atividades.
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221 – Julho 2019
Editor
é novamente selecionado para coletânea de poetas
E emplaca nova publicação em revista
O Editor do Jornal de fato, Reinaldo Fernandes, foi, novamente,
selecionado para publicação em coletânea literária nacional. Desta vez, dois
trabalhos de Fernandes foram selecionados para uma coletânea de poesias, a XXI Antologia Poética
de Diversos Autores. A seleção aconteceu no XIX Concurso Nacional PoeArt de
literatura – 2019, para a edição do livro Vozes de Aço. O concurso foi
promovido pela PoeArt Editora, de Volta Redonda,
RJ.
A coletânea terá a
participação de 78
poetas de todas as regiões do Brasil, e 160 poemas. Um dos poemas de Reinaldo
Fernandes é intitulado de “Fartura”. O
outro poema, “Genocídio da VALE” (já
publicado aqui no Jornal de fato, Ed. 218, jan/2019) trata dos crimes cometidos
pela VALE em Brumadinho no dia 25 de janeiro deste ano. Curiosamente, outros
dois poemas tratando do mesmo assunto também foram selecionados para o livro.
Um deles é “O rompimento de Brumadinho”,
do poeta Lourildo Costa,
da cidade de Volta Redonda – RJ. O outro é “Tragédia ambiental em Brumadinho – MG”, da autoria de Velmani dos Santos Oliveira, de Cruz
das Almas, BA.
Autor é selecionado novamente pela Revista
LiteraLivre
Mais uma vez Fernandes teve um
trabalho selecionado por uma revista literária. A Revista LiteraLivre
selecionou o conto “O Encontro Desmarcado” para sua 16ª edição, referente aos meses Julho/Agosto
2019. Segundo informou a Revista LiteraLivre, foram 882 inscritos e 134
selecionados. É a 6ª vez que a LiteraLivre publica trabalhos de Reinaldo
Fernandes. Anteriormente, a revista publicou os contos “Foi um anjo que passou em sua vida. E seu
coração se deixou levar.” (ed. Nº 2); “Promessa” (ed. Nº 5); “Era muito para o
coração de um pobre pai” (ed. Nº 6); “Talvez fosse apenas um menino feliz” (ed.
Nº 7); e “Comunicamos o falecimento de Bruno” (publicado na ed. Nº 13). O conto “O Encontro
Desmarcado” está publicado nas páginas 150 e 151 da Revista.
Outras publicações em revistas e livros
O Editor do Jornal de fato já foi publicado várias vezes por outros
veículos. Exemplos são a Revista LiteraLivre, em suas edições de números 4, 5,
6, 7 e 13. Editada em Jacareí – SP, a Revista LiteraLivre tem
distribuição eletrônica em PDF.
Reinaldo já teve também publicações nas Revistas Avessa e Revista Philos. Na Revista Avessa
(edição nº 13), do conto “O Dia Em Que O País Foi Golpeado Na Democracia”; e na
Revista Philos de 11 de junho de 2018, o conto “Maldito Passarinho”.
Outras publicações foram feitas na Folhinha
Poética, produzida em São Paulo, nos anos de 2017 e 2018. Foram publicados os
poemas “O Último Poema”, “Tenho Poemas”, e “Desencontro”.
Ainda em 2017, Reinaldo Fernandes foi
selecionado ainda no 1º Concurso de Poesia Poeta Adauto Borges (BA). O poema
“Tenho Sede” emplacou o 41º lugar dentre 405 poemas escritos por 230 poetas. Já
o conto “Último Ponto” ganhou um
livro artesanal. O livro foi o prêmio para o autor, que participou do
"Prêmio Miau de Literatura", uma cortesia da Editora Costelas Felinas
(São Vicente - SP). O livro, além do conto ”Último Ponto", que o intitula,
traz mais 14 contos/crônicas, todos inéditos.
Editor venceu vários concursos nacionais
O escritor já venceu vários concursos e teve também publicações em
outras coletâneas, como a Antologia 4º Prêmio SFX de Literatura 2016, do 4° Concurso de Literatura São Francisco Xavier, de São José dos Campos,
SP e na coletânea “Vencedores 2016” do Concurso de Poesias Cidade de Maringá –
PR. Venceu ainda o 1º Concurso de Poesia Poeta Adauto Borges - Feira de Santana
– BA, o 1º Concurso de Poesias Meriti Fazendo Arte - RJ; o XI Concurso de
Contos de Jacarezinho – PR; os I e II Concursos de Poesias e I e III Festivais
de Música da E. M. Antônio S. Barbosa - BH; e Concurso Grupo Poetas do Espaço
Cultural – Santos – SP. Em 2017, Reinaldo Fernandes venceu o 1º lugar do V Concurso
Literário Icoense, de Icó, CE.
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221 – Julho 2019
Artistas
de Brumadinho se apresentam em Inhotim
O projeto
Palco Brumadinho acontece entre agosto de 2019 e janeiro de 2020, com uma série
de shows no Instituto
Inhotim - Centro Educativo Burle Marx (foto: marcelo coelho) |
O Palco
Brumadinho reunirá cantores, compositores e grupos tradicionais da cidade em
shows que começam no dia 10 de agosto (sábado). Nesta primeira edição haverá
seis eventos, um por mês, até janeiro de 2020. Cada um com três atrações,
emolduradas por áreas icônicas do Instituto: a centenária árvore Tamboril, o
Magic Square de Hélio Oiticica e o Centro de Educação e Cultura Burle Marx.
O Palco
Brumadinho integra um conjunto de ações do Inhotim em desenvolvimento com a
comunidade local. “Nesta programação a cidade compartilha, com os visitantes do
Instituto e moradores, um pouco de sua efervescência musical”, afirma
a gerente de Educação do Inhotim, Janaina Melo.
O cantor e compositor Leci Strada é um dos curadores do Palco Brumadinho (foto: divulgação) |
Os próximos shows
acontecem nas datas 14/9, 5/10, 9/11, 14/12 e 11/01/2020. Todos os visitantes
podem assistir às apresentações gratuitamente. Lembrando que moradores de
Brumadinho cadastrados no programa Nosso Inhotim não pagam entrada no
Instituto.
Curadoria de
programação
A seleção dos
artistas que se apresentarão no Palco Brumadinho foi feita por uma equipe de
curadoria formada por pessoas com forte atuação cultural na cidade. Os
curadores desta edição são Leci Strada (compositor e cantor); Márcio Nagô
(cantor e compositor); Júlio Santos (maestro da Escola de Música Inhotim); e
Janaína Silva (educadora do Inhotim).
No primeiro
evento (10/8), que acontece das 14h30, às 17h, sobem ao palco o cantor Thibana,
o instrumentista André Luis e o Grupo
Afro de Canto e Dança Negro por
Negro. Confira abaixo o que eles reservam para o público, no Inhotim.
|
Sobre as atrações
Thibana
Os
primeiros acordes de Marcelo Correa, o Thibana, com
uma banda, aconteceram em usa adolescência, tocando com os amigos da igreja. Em
1992, integrou a banda Vereda Tropical, em Brumadinho,
onde nasceu. Fez shows em palcos espalhados pelo Brasil e trabalhos em
estúdios, programas de rádio e televisão. Estudou violão clássico no
Cefar/Palácio das Artes e é professor graduado em música pela UFMG. O
repertório variado vai dos clássicos nacionais e internacionais dos anos 60, 70
e 80, ao samba, axé e música caipira. Para o Palco Brumadinho, Thibana
apresenta algumas de suas canções autorais e interpretações de artistas mineiros,
incluindo dois compositores de Brumadinho, Emerson Morais e Leci Strada. A
banda para o show conta com Claudio Almeida (baixo), Edson Zazu (saxofone),
Paulo Vicmoro (teclados), Marcos Paulo (violão e guitarra), Leandro Mazza
(bateria) e Léo Morona (percussão).
André Luis
“Nascido e
criado” em Brumadinho, tem 31 anos e toca desde os 13. Aos 14, já dava aulas de
violão, atividade que exerce ainda hoje em seu próprio estúdio, o Atmosfera,
localizado em sua cidade natal. No local, além de ensinar, ele faz gravações
diversas. Estudou violão erudito na Universidade Federal de São João del-Rei
(UFSJ). Na Universidade de Música Popular de Barbacena, fez violão popular,
arranjo, engenharia de áudio e produção musical. No Palco Brumadinho, vai tocar
músicas eruditas e transcrições populares, com violão solo e também com
convidados. Estão no repertório, além de músicas autorais, canções como “Maria,
Maria” e “Todo Azul do Mar”.
Grupo
Afro de Canto e Dança Negro por Negro
Composto
por jovens, adultos e crianças, o Grupo Afro de Canto e Dança Negro por Negro
tem o objetivo de resgatar a cultura afrodescendente por meio de apresentações
culturais que envolvem dança e canto oriundos da cultura afro-brasileira. Os
membros se reúnem na comunidade quilombola de Rodrigues, mas é composto também
por pessoas de outras comunidades reconhecidas. Na apresentação do Inhotim, o
público vai conhecer as tradições de congo, congado e Moçambique, por meio de
muita dança e das batidas de instrumentos de percussão.
Sobre os curadores
Leci Strada
Leci Strada é
cantor, instrumentista e compositor. Nasceu em Brumadinho e começou a carreira
profissional em janeiro de 1968. Em 1980, gravou seu primeiro disco por meio do
Festival Nacional MPB Show, da TV Globo, com a música “Voar com Gaiola e Tudo”.
Depois, outras composições foram gravadas para programação de TV e novelas.
Completa 50 anos de carreira com dois compactos, três LPs, quatro CDs, um DVD e
novos projetos por vir.
“Levar artistas de Brumadinho para Inhotim estreita mais ainda a
relação do Instituto com a comunidade. A visibilidade do Inhotim faz com que os
artistas aprimorem seus trabalhos, além de ser uma oportunidade de divulgação”,
avalia Leci.
Márcio Nagô
A carreira de
Márcio Nagô começou em 2001 por influência do seu pai, um grande apreciador da
música brasileira e colecionador de vinis. Nas rodas de capoeira, experimentou
o canto e começou a tocar percussão. Já o pandeiro e o cavaco foram as
primeiras descobertas como ferramenta de composição. Suas letras, românticas,
falam de amor e traduzem com beleza o cotidiano popular, fruto da musicalidade
dos tempos de infância, em que participava das guardas de Congado e Moçambique.
Para Nagô, “o Palco Brumadinho é uma
oportunidade para a cidade reconhecer o que tem de melhor em sua cultura.
Quando essa iniciativa vem do Inhotim, a ação ganha mais força”, diz.
Júlio Santos
Júlio Santos é
maestro da Escola de Música Inhotim. É músico e atua como maestro, diretor
musical, produtor e professor de música. “O
Palco Brumadinho vai valorizar ainda mais os artistas e a cultura da cidade. O
Inhotim será como uma vitrine, que dará oportunidades aos artistas e grupos
tradicionais”, diz.
Janaína Silva
Janaína Silva é
belo-horizontina e trabalha no Inhotim há seis anos, na área Educativa, onde
desenvolve formação com educadores e atividades para visitantes. É graduada em
Gestão em Turismo pelo Centro Universitário Newton Paiva e pós-graduada em
Gestão Cultural pelo SENAC-SP. É cofundadora da Casa Quilombê, projeto de
intercâmbio cultural quilombola, e criadora do projeto de afro-empreendedorismo
Ateliê Pele Preta. Silva considera que “apresentar-se
no Inhotim é bastante especial, pois, como é um museu de arte contemporânea e
jardim botânico, permite inovar no formato de apresentação dos trabalhos e
diversificar o público dos artistas.”
Inhotim - Cosmococa (foto: marcelo coelho) |
Edição
221 – Julho 2019
Poucas
e Boas
“Racista,
ignorante, mentiroso, autoritário, nepotista, persecutório, mal-educado,
despreparado… que absurdo presidencial vamos naturalizar hoje? Chamar de
“polêmicas” ou de “críticas” está ficando insustentável. Normalizar absurdos é
como as democracias morrem.”
Jornalista
Kennedy Alencar, falando do presidente bolsonaro (PSL)
Edição
221 – Julho 2019
Espaço
Poético
VALE
ASSASSINA
C. A. M., 26/05/2019
Vale assassina
Vale assassina
Mata boi e mata galinha,
Mata peixe, mata rio, mata a pescaria,
Mata o Rio Doce e o Paraopeba
E o São Francisco, será que também já era?
Vale assassina
Mata o pai, a mãe e também a filha,
Mata o tio, a tia e a sobrinha,
Mata a avó e a netinha,
Mata 7, 6, 5 pessoas da mesma família.
Vale assassina
Mata o macaco e o passarinho,
Mata a vaca e o bezerrinho,
Mata toda natureza bem devagarinho,
Mata Mariana, mata Brumadinho,
Mata o que tiver em seu caminho.
Vale assassina
Mata terceiro e o contratante,
Mata funcionário e visitante,
Mata o vizinho e o sitiante,
Mata tudo em apenas um instante.
Vale assassina
Mata o hoje, o depois e o amanhã,
Mata piaba, traíra e até o pacumã.
Derruba casa, estrada e ponte,
Mata tudo até além do horizonte.
Vale assassina
Sabia de tudo na Samarco de Mariana antes de
novembro
Calcula o valor das perdas de cada assombro,
Sabia de tudo em Brumadinho com muita antecedência,
Renova e enrola, age com dolo, sem nenhuma
decência.
Vale assassina
Só não mata os dividendos a cada trimestre,
Porque dinheiro, o acionista merece.
Mas o administrador se esquece
Que enquanto ele enriquece,
Ao seu redor tudo apodrece,
Essa é Vale que a gente não se esquece!
Nada vale essa Vale!
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221 – Julho 2019
Lula diz que vazamento põe em dúvida facada em Bolsonaro
Lula também disse que deseja voltar a ser presidente
O ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao presidente jair bolsonaro (PSL)
em entrevista gravada recentemente e transmitida pela emissora TVT. Juca
Kfouri, blogueiro do UOL, e o jornalista José Trajano falaram com o petista na
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde ele é preso político desde
abril do ano passado.
Lula disse que, como resultado de sua
ausência nas duas últimas eleições, "o país pariu essa coisa chamada
Bolsonaro".
Ele também questionou o ataque a faca que
vitimou o então candidato à Presidência em Juiz de Fora (MG). Após o episódio, bolsonaro
passou por duas cirurgias. "Eu, sinceramente... aquela facada tem uma
coisa muito estranha, uma facada que não aparece sangue, que o cara é protegido
pelos seguranças do Bolsonaro".
Confrontado por Juca Kfouri sobre os
eleitores que se sentiram traídos pelo PT, Lula disse que havia outros
candidatos para as pessoas exercerem "vingança".
"Alguém que se sentiu traído pelo PT
não poderia ter votado no bolsonaro. Se o cara se sentiu traído, poderia ter
votado em coisa melhor, o Boulos foi candidato, o Ciro, embora não mereça
porque é muito grosseiro, foi candidato", disse.
Aproximação do “monstro”
Parafraseando o escritor moçambicano Mia
Couto, Lula disse que a sociedade, com medo, se aproximou do "monstro para
pegar proteção" e elegeu o que classificou como "o pior dos
coronéis". Ele mencionou que bolsonaro tem filhos no Senado, na Câmara de
Deputados e na Câmara Municipal do Rio.
"Ele [Bolsonaro] conseguiu se vender
para a sociedade enraivecida como antissistema. E a tendência é não dar
certo", disse, criticando a gestão de Bolsonaro.
Lula também diz que deseja voltar a ser
presidente para "rever e refazer coisas que eu não tinha consciência de
que era preciso fazer" e defendeu mais concorrência entre os meios de
comunicação. "Esse país não pode ter os meios dominados por nove famílias.
É preciso regular. A última regulação é de 1962, quando não se tinha nem
telefone celular."
Mensagens de Moro vazadas
Sobre as publicações de conversas vazadas
entre o ex-juiz federal Sergio Moro, agora ministro a Justiça, e o procurador
da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Lula
disse que trouxeram "a verdade à sociedade brasileira", mas que não
arriscaria dizer que consequências terão as revelações. As mensagens foram
divulgadas pelo site The Intercept Brasil, que afirma tê-las recebido de fonte
anônima.
"Estou ficando feliz com o fato de que
o país finalmente vai conhecer a verdade", disse, ressaltando que sempre
disse que "Moro é mentiroso" e estava "condenado a
condená-lo" porque "a mentira tinha ido muito longe". Disse
ainda que o procurador Deltan deveria ter sido preso ao dizer que não tinha
provas, mas tinha convicção. "Ele deveria ter sido preso ali."
"Pode pegar a turma da força-tarefa, o
Moro, enfiar num liquidificador, e quando for tomar o suco, não dá a
honestidade do Lula", disse.
Lula disse que as apurações contra a
corrupção devem continuar, e políticos e empresários corruptos têm de ser
presos com base em mecanismos e leis que, segundo ele, foram criadas pelo PT. E
voltou a dizer que não sujaria a mão por um apartamento que ele poderia
comprar, se referindo ao caso do tríplex de Guarujá (SP), que o colocou na
prisão em abril do ano passado.
"Já falei que vou casar"
Sobre sua situação, preso pela Lava Jato,
Lula disse não se considerar "ferrado", mas sim
"acabrunhado", porque gostaria de estar em liberdade. "Ver o meu
Corinthians jogar, ver a minha família. Eu já falei pra todo mundo que, quando
eu sair daqui, eu vou casar", disse.
Disse, no entanto, estar consciente de que
existem milhões de brasileiros em pior situação que a dele, que está preso.
"Vi [pela televisão] pessoas invadindo caminhão de lixo para catar comida
para comer. E nós tínhamos acabado com a fome", disse.
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221 – Julho 2019
Opinião
O que defendemos... praticamos?
Wilas Fernandes
Eu até poderia começar esse texto com o velho clichê de fim de ano: “No início do ano que vem eu vou...”. Mas o que defendemos, quase sempre, não é o que praticamos ou tentamos praticar, não é mesmo? Tantas são as promessas, falas, postagens, comentários sobre ideias e causas até justificáveis, plausíveis, mas sem nossas atitudes concretas para realizá-las.
Não me incluo fora disso. Às vezes que achei tão
louvável alguém correr 10 km todos os dias e eu nem uma caminhadazinha
arriscava (e ainda não a faço), são incontáveis. Incentivo tantos e tantas a
organizar passeatas por um objetivo, participar de votações na câmara, usar
camisetas do setembro amarelo, doar sangue, visitar o lar dos idosos… e eu?
Aqui parado esperando a sorte chegar.
Para redes sociais não somos quem podemos ser. Somos o
que queríamos ser. Nossos amigos e familiares nem imaginam quão díspara é a
distância entre os 'posts' e o que não acontece. Cuidado! As aparências não
enganam. Como a gente é contra refrigerantes, mas ingerimos sucos industriais?
Como rendemos graças e louvores ao Senhor e não visitamos um recluso ou um
enfermo, suas criaturas? Somos 'família', mas não damos um abraço na(o) irmã(o)
há quanto tempo? Somos contra corrupção, mas vendemos/compramos um
produto/serviço sem recolher tributos? Reclamamos do vereador, mas não falamos
com ele? Fazemos boas ações no Natal como se as necessidades tirassem
férias de janeiro a novembro.
Na verdade, constantemente, estamos em guerra interna
conosco. Queremos que as pessoas aplaudam nossas ideias politicamente corretas,
mas somos diariamente surpreendidos pela nossa consciência ou até mesmos por
elas. Estamos dirigindo na contramão. Posamos de frente, depois damos as
costas.
Quando iremos ter uma atitude? Ao menos uma? Que
surta médio ou grande efeito que valha por quatro ou cinco menores (e
vice versa). Que ao terminar ou prosseguir digamos: “fiz o que tinha que
ser feito”. Prescinde de alguém saber. Você tem que fazer para se cumprir
o propósito de ajudar o planeta, seus indivíduos. Plantar uma árvore, ler um
livro, ensinar alguém. Sim, nós podemos. Parta para o necessário. Não menos.
Assim terá um sono com mais qualidade. Boa prática!
Sugestões e criticas: willasfernandes@hotmail.com
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221 – Julho 2019
Só Rindo
Cabeçudinho
- Boa tarde, queria um chapéu para meu
filho.
O vendedor olha para o rapaz e diz:
- Com uma cabeça dessa melhor ai é melhor
se dirigir a seção de toldos.
Como entrar no céu
A
mulher morreu e chega ao céu. Quando São Pedro chega, ela comenta:
- Que
lugar lindo! Como faço pra entrar?
- Eu
vou falar uma palavra. Se você soletrá-la corretamente na primeira vez você
entra; se errar, vai direto para o inferno.
Ela
respondeu:
- Tá,
qual palavra?
- AMOR.
Ela
soletrou corretamente e passou pelos portões. Cerca de um ano depois, São Pedro
pediu que ela vigiasse os portões naquele dia. Para surpresa dela, o marido apareceu.
- Oi!
Que surpresa! – Disse ela. – Como você esta?
- Ah,
eu tenho estado muito bem desde que você morreu. Casei-me com aquela bela
enfermeira que cuidou de você, ganhei na loteria e fiquei milionário. Vendi a
casa onde vivemos e comprei uma mansão. Eu e minha esposa viajávamos por todo o
mundo. Estávamos de férias, e eu fui esquiar hoje. Caí e o esqui bateu na minha
cabeça e cá estou. Como faço pra entrar, querida?
- Eu
vou falar uma palavra. Se você soletrá-la corretamente na primeira vez você entra;
senão, vai direto para o inferno.
Ele
respondeu:
- Tá,
qual palavra?
-
“ARNOLD SCHWARZENEGGER”
Canibais
Dois
canibais almoçando:
-
Não aguento mais minha sogra!
-
Então, come só a batatinha!
SEIS MESES DOS ASSASSINATOS DA VALE
Galeria de fotos
Foto exibe mortos assassinados pela mineradora
VALE
(foto: reinaldo fernandes - Jornal de fato)
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Celebração no Trevo / Monumento reuniu centenas de pessoas
no dia 25 de julho
(foto: reinaldo fernandes - Jornal de fato)
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Foto exibe mortos assassinados pela VALE
(foto: reinaldo fernandes - Jornal de fato)
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MAB organizou manifestação desde o Estacionamento,
às margens do rio Paraopeba, assassinado pela VALE
(foto: reinaldo fernandes - Jornal de fato)
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