Edição 236 – Novembro 2020
Crime ambiental
em terras de vereador
Moradora diz cansada de ser enrolada pela Administração de Nenen da ASA (PV). Para ela, a administração comete crime ambiental. O crime teria sido o desvio de um rio para uma propriedade particular, tudo consentido pela Secretaria de Meio Ambiente com a participação do vereador Valcir Martins, o Rambinho, morador da localidade de Colégio, e Daniel Hilário, à época, Secretário do Meio Ambiente.
Agora,
a Secretaria de Meio Ambiente se recusa a apresentar a licença concedida, diz
que não sabe da licença e que vai pedir uma cópia ao infrator. Há, ainda, uma outorga suspeita do IGAN.
Parte dos custos dessa edição é patrocinada pelo Fundo “Juntos por Brumadinho”. O Fundo, após aprovação do Ministério Público de Minas Gerais - MPMG -, funciona sob a responsabilidade da RENSER - Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário - e VEASPAM - Vicariato para a Ação Social, Política e Ambiental da Arquidiocese de Belo Horizonte. Patrocina projetos de defesa dos atingidos pelos crimes da VALE na bacia do Paraopeba.
Edição 236 – Novembro 2020
Editorial
Compra/venda de votos e covardia
Martin Luther King
Morar em cidade pequena tem muitas desvantagens. Mas tem também muitas vantagens. Uma delas é o fato de a gente conhecer as pessoas, saber da vida delas, o que fazem, com quem andam.
Duas coisas parecem ter sido definitivas nos resultados
das eleições em Brumadinho: a compra/venda de votos e a covardia.
Sem generalizações, é claro, podemos afirmar
que o povo: 1) Se vendeu; 2) se acovardou. Dos candidatos, não é necessário falar:
todos os conhecem, sabem quem é bandido, quem é honesto, em que tipo de coisa
estão envolvidos.
Para a Câmara, olhem os nomes dos eleitos e o
que fazem de suas vidas, em que são envolvidos. Ali, para terem tantos votos, tudo
indica que a compra / venda de votos “comeu solta”. A população, acostumada com
o dinheiro fácil vindo dos crimes da Vale através de indenizações e Auxílio
Emergencial, parece ter se vendido para receber “mais algum” antes que o Emergencial
acabasse. Ele tinha data marcada para acabar em novembro, mês das eleições. E
não faltava quem tivesse muito para comprar os votos.
Conta-nos um candidato a prefeito que ficou admirado
com o assédio para a venda dos votos: “Uma me pediu um muro de arrimo; outra, que
eu fizesse o telhado em troca de 4 votos; um foi ao comitê de campanha me oferecer
27 votos por R$ 5 mil; outra, que agora mora em Cristiano Otoni, queria que eu
pagasse os seus remédios de quase mil reais em troca dos votos dos familiares”.
A covardia pode ser vista nos “apoios”. As
pessoas chegavam a dizer que votariam em um candidato a prefeito mas que estavam
com o adesivo do outro, ou com o lema de campanha, ou curtindo postagens do
facebook, com medo de perseguições, às vezes, um medo real, às vezes, nem
tanto.
Iam votar porque tinham medo de perder o emprego.
Porque tinham medo de o filho perder a direção do time de futebol; tinham medo
de não serem contratados pela prefeitura para fazer shows; tinham medo de serem
perseguidas dentro da Prefeitura; porque o pai era da chapa de vereadores do
fulano; porque senão ele não ia terminar o calçamento de sua rua; porque
senão... porque senão... porque senão...
Sua covardia ajudou quem o pressionava: não adianta
votar num e fazer campanha para o outro: muitas vezes, a campanha feita para o
outro rende muito mais votos do que seu único voto no candidato de sua preferência
real.
O medo é tanto que o jornal, para esta
edição, entrou em contato com em torno de 40 pessoas perguntando se gostariam de
responder à seguinte enquete do Jornal: “O que você achou das eleições em
Brumadinho?”. Apenas uma jovem, de 19 anos, teve coragem de responder.
Reinaldo Fernandes Editor |
E a coisa ainda é pior: ninguém é respeitado
porque é covarde!
Obs.: Esta edição traz uma série de denúncias contra pessoas públicas de Brumadinho. Esperamos que os aqui citados saibam conviver com a democracia e não usem de violência contra o Jornal ou contra os articulistas ou denunciantes. Portanto, esperamos que não sejam dados tiros nem nas janelas do Editor e nem de qualquer outra pessoa. E que não recebamos telefonemas ameaçadores ou qualquer outro tipo de ameaça.
Edição 236 – Novembro 2020
Opinião
Arrogância disfarçada de humildade
Mariléia Campos*
A velha política foi reeleita através
dos interesses minerários. Contudo, com algumas inovações proféticas e
psicanalíticas que beiram à bizarrice.
Em 2020, nas campanhas eleitorais do município
de Brumadinho, investimentos, esforços e
estratégias não faltaram para que os lobos maus se cobrissem com as túnicas de São Francisco de Assis. Mais uma vez, a velha política do populismo e
clientelismo, ainda tão praticada em cidades interioranas, não se fez de rogada
e atuou com um louvável protagonismo. Inegavelmente, os “ coronéis contemporâneos”
sabem perfeitamente como tirar proveito de um fenômeno histórico que,
infelizmente, ainda reverbera nos dias atuais.
Apesar das instituições democráticas estarem
vivas e aparentemente atuantes, ainda assim, podemos identificar, em todo o país,
práticas análogas ao voto de cabresto da
República dos Coronéis. Logo, em um Município ainda tão atrelado a uma educação de
subserviência, como ocorre em Brumadinho, a transformação parece muito distante
da nossa realidade. Além disso, o fato de as
pessoas se imaginarem sem empregos ou outras benesses pessoais funcionam
como verdadeiros gatilhos que as obrigam a se condicionarem a situações de vulnerabilidade, medo,
apatia e renúncia de ideais. Definitivamente,
os vícios históricos e demagogos ainda fazem parte da política atual do município.
Além do mais, na administração pública, vários fatores podem funcionar como tática
para arrebanhar votos. Aliás, o medo de represálias no ambiente de trabalho e
as possibilidades de ganhos e ou promoções continuam sendo iscas que quase nunca
falham em uma cultura de compadres.
A
história de campanhas eleitorais sempre nos remete aos campos de futebol, necrotérios, cemitérios, postos
de saúde que estavam inoperantes, asfaltos que favorecem particulares,
calçamentos em comunidades que sequer tem saneamento básico, escolas em estado
de precariedade absoluta e praças abandonadas. Até mesmo empregos temporários que
atendam um ou dois integrantes de um núcleo
familiar são atrelados , sutilmente, a eleitores
como forma de barganhas eleitorais.
Contudo, por trás de todo esse imbróglio
político existe algo muito mais preciso e
determinante e que nunca fracassa, um projeto secular e vitorioso até então. O
monopólio e a interferência política na educação privada e pública, desde muito,
é uma estratégia e um projeto perfeito para a manutenção do poder e a
desmoralização de uma educação pautada em reflexões críticas e libertas. Esse
fato, por si só, é capaz de decidir sobre nossas vidas enquanto sociedade e
neutralizar qualquer oposição em relação aos mandos e desmandos tão comuns em
sociedades controladas pelo autoritarismo e nepotismo.
Em uma entrevista concedida no dia
18/11/2020, à Rádio Regional FM de Brumadinho, o prefeito reeleito Neném da Asa,
fez declarações às quais ele batizou
como um “desabafo”. Com um discurso de
linguajar rasteiro e peculiar, ainda
assim, precisou de uma “colinha” para auxiliá-lo em falas consideradas, por muitos, desnecessárias,
preconceituosas e arrogantes. Por qual motivo
o prefeito precisaria do auxílio de uma cola para algo tão simples e desprezível? Será
que aquele desabafo era mesmo do prefeito reeleito, ou teria partido dos
números 1 e 2 das secretarias do ódio? Seria
um acerto de contas com a oposição que tanto os desagrada e incomoda? Qualquer
semelhança, por favor, entendam, não é
mera coincidência.
Vale lembrar que a humildade está intimamente
ligada à alteridade, à honestidade e honra. Às vezes, é confundida com
simplicidade. Porém, é algo praticamente genuíno e não se estabelece por meio
de tentativas. Se de desejo for, é um processo árduo, lento e despretensioso.
A entrevista, infelizmente, foi um show de
tratamentos ofensivos, desrespeitosos e invasivos. O propósito inicial da entrevista parecia ser
uma contestação sobre acusações
infundadas o que, de fato , não ocorreu.
Ou seja, “o desabafo” pareceu mais um poço de paradoxos e arrogância. Além disso, tivemos também a sessão de análises psicanalíticas e proféticas em relação
à vida útil dos políticos que se opõem às verdades absolutas do candidato
reeleito. Ninguém deveria, em hipótese alguma, se considerar suficiente e autorizado
para avaliar esse ou aquele indivíduo, de determinar a invisibilidade política
desse ou daquele candidato.
Vale lembrar que os governos só se legitimam
democraticamente em face de uma oposição. Não é falar mal, é oposição, Sr.
Prefeito. Não é psicopatia, é liberdade de expressão, comum em países que adotam
um sistema democrático. Mesmo que isso não o agrade, é assim que funciona.
E, nesse momento, só nos resta parabenizar a
eleita pela sua vitória nas urnas.
Parabéns, Mineradora Vale, você brilhou!
*Mariléia Campos é estudante de direito da PUC
Minas
Edição 236 – Novembro 2020
Denúncia
Crime
ambiental em terras de vereador
Moradora pergunta: “Afinal, qual é a
finalidade da Secretaria do Meio Ambiente de Brumadinho?” e faz pesadas denúncias
contra o Secretário de Meio Ambiente, Ademir Fernandes Maciel
Moradora de Martins, a estudante de Direito Mariléia Campos se diz
cansada de ser enrolada pela Administração de Nenen da ASA (ironicamente, do Partido
Verde). Para ela, a administração, tendo à frente a Secretaria de Meio
Ambiente, comete crime ambiental. O crime teria sido o desvio de um rio para uma
propriedade particular, tudo consentido pela Secretaria de Meio Ambiente que
agora se recusa a apresentar a licença concedida. A Secretaria chega ao absurdo
de dizer que não sabe da licença e que vai pedir uma cópia ao infrator.
Segundo ela, depois
de vários contatos com Marciano Reis Mariano, do setor jurídico da Secretaria,
e com o Ademir Fernandes Maciel, atual
secretário, só lhe restou a certeza que “Brumadinho
é uma terra que ainda desconhece as leis, onde os Princípios da Administração
Pública são meras letrinhas da Constituição Federal”. Campos avalia que “a
atuação dessa Secretaria representa uma afronta ao Estado Democrático de Direito”.
Secretaria entra em contradição e não explica o malfeito
“Durante todo esse período fui confrontada com resposta como: “nós não autorizamos; não autorizamos tudo aquilo; não temos mais a licença; não consigo localizá-la; vou pedir para o proprietário do terreno a cópia da licença ou preciso de um prazo maior e por que você odeia tanto o Sr. Valcir?”, continua relatando Campos. Valcir Martins, o Rambinho, é morador de Colégio e teria facilitado o crime ambiental em troca de 15 votos prometidos pelo proprietário, segundo relata um morador do local em áudio que circulou no WhatsApp.
A moradora conta
que Ademir Fernandes chegou “ao acinte de me propor que esperasse as eleições
e, mais recentemente, propôs que eu esperasse a posse dos possíveis
envolvidos na denúncia”.
Para ela, “tudo
não passa de uma conveniente morosidade em prol de interesses pessoais e uma
tentativa que tudo se acomode a partir de uma negação ilegítima.”
E termina enviando um recado para o Secretário: “Sr. Ademir, eu não tenho interesse em tomar um “cafezinho” na Secretaria - como proposto pelo Sr. na última ligação que me fez -, eu preciso apenas da CÓPIA DA LICENÇA. Por gentileza, cumpra sua obrigação enquanto Secretário do Meio Ambiente. E nem acho necessário informar-lhe a qual família pertenço para ter acesso aos documentos. Mas se isso for um critério para que você libere os documentos, eu respondo para o Sr.: eu pertenço à família que ainda acredita na Justiça. Por isso providenciei denúncias em todos os órgãos competentes”.
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Brumadinho conta 17 mortos
SINAL DE ALERTA
Estudo prevê mais de 11 mil mortes por Covid em Minas ainda em 2020
Pesquisadores da UFMG projetaram número de infectados caso o distanciamento social continue sendo desrespeitado
Caso as regras sanitárias e recomendações sobre distanciamento social continuem sendo ignoradas por parte da população, as mortes por Covid em Minas Gerais irão acelerar a ponto de totalizarem exatamente 21.638 mil óbitos até o fim do ano.
Isso quer dizer que mais 11.780
mortes aconteceriam até o fim de 2020, ou seja, no curto período de pouco mais
de um mês. Até agora, ao longo de oito meses da pandemia, Minas Gerais
registrou 9.858 óbitos, conforme boletim epidemiológico divulgado no dia 24/11
pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
A estimativa foi feita por um grupo
de pesquisadores dos departamentos de Física e Microbiologia da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).
Para se chegar a esse número, os
pesquisadores utilizaram um modelo matemático estatístico que observa os números
de infectados já confirmados, conforme dados do Ministério da Saúde e registro
de óbitos dos cartórios. “A grande contribuição do trabalho é traçar esse
cenário para que os governos de estados e municípios possam agir antes que
cheguemos a esse sinistro”, informou a professora Lídia Maria de Andrade, do
Departamento de Física da UFMG, uma das autoras do estudo. Também assinam a pesquisa
os professores Juan González, Paulo Henrique Ribeiro e Flávio Guimarães da
Fonseca.
A projeção também fez cálculos a respeito do número total de infectados. Em Minas serão 557.216 pessoas confirmadas com Covid-19 ao longo da pandemia até o encerramento deste ano, caso o cenário de relaxamento das regras sanitárias se mantenha. Como o Estado contabiliza 403.542 casos, isso quer dizer que outras 153.674 pessoas possivelmente serão infectadas até 31 de dezembro. “Construímos essas projeções sobre o cenário de afrouxamento no distanciamento social e o não uso de máscaras”, explicou Lídia.
O levantamento percebeu, ainda, que
as regiões Norte e Nordeste de Minas Gerais abrigam a população mais vulnerável
à doença, especialmente entre pessoas negras. A professora explica que são regiões
de menor potencial econômico, onde há uma conhecida falta de estrutura que
acaba provocando piora nos indicadores de saúde. “São municípios que não contam
com rede de saúde suficiente para atender a demanda, alguns têm problemas de
saneamento básico”, avaliou.
Homens são mais afetados
Os homens também apresentaram maior mortalidade do que as mulheres, segundo a análise, devido ao perfil que ainda predomina em algumas regiões do indivíduo do sexo masculino como única fonte de renda, o que o torna mais exposto.
Publicado no portal de pesquisa
científica Wiley Online Library, de Nova Jersey (EUA), o estudo é fruto do
trabalho do grupo de pesquisa Espectroscopia de Aprendizado de Máquina,
coordenado por Juan González, que visa criar instrumentos que possam auxiliar
no combate às epidemias causadas por doenças virais em Minas Gerais e no Brasil.
as informações são de RAFAEL ROCHA,
do portal O TEMPO
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Cenas da cidade
Opinião
Desastre continuado na bacia do Paraopeba
Fernanda Perdigão*
Possível Acordo entre Vale S.A. e Estado de Minas Gerais favorece somente a empresa e possibilita ao governador Romeu Zema (NOVO) obras que garantem sua próxima campanha eleitoral, mas, atingidos e atingidas serão ainda mais prejudicados.
O
fechamento do acordo que se estima ser aceito pelo Estado, de R$ 30 bilhões,
permite uma recuperação tributária de R$ 12 bilhões, decorrente do acordo, e
valoriza as ações da mineradora, aumentando a capitalização da Vale nas bolsas
internacionais, entre R$ 60 bilhões e R$ 90 bilhões.
Mais
uma vez, as comunidades atingidas são revitimizadas pela prática do lema perverso,
“Lucro acima de tudo, acima de todos”. Desta vez a conivência do Estado ficou
mais evidente, com reuniões de portas fechadas entre Estado, Vale e Judiciário
onde negociam sem a participação dos
atingidos (as) valores referentes aos danos.
Pelos
documentos vazados na internet, percebemos que o Estado quer recuperar seus
danos financeiros e propõe obras (R$
21,5 bilhões) “carimbadas”, como o Rodoanel de Belo Horizonte.
A
contraposta da empresa Vale S.A. protegida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais
com termo de confidencialidade vazou. Vieram ao conhecimento de todos as
cláusulas que mostram a permanência do descaso e negligência da empresa com
todas as vidas laceradas pela lama.
A
empresa propõe que a continuidade do direito adquirido da Assessoria Técnica
Independente para levantamento da matriz dos danos passe a vigorar sob
responsabilidade financeira dos atingidos. A empresa solicita ainda o encerramento
dos processos que tramitam na 2° Vara de Fazenda e Autarquias de Belo Horizonte
os quais ainda nem foram julgados, bem como define como deverá ser utilizado os
valores bilionários mas insuficientes para a citada recuperação da bacia do
Paraopeba.
Já
sabemos que a empresa não preza pela vida, uma vez que, segundo dados das CPIs
de Brumadinho, a empresa sabia que a barragem romperia, calculou inclusive quanto
gastaria após o rompimento. Agora, para além de todos os direitos violados pelo
pré e pós crime, a empresa, através de sua contraproposta, quer ainda “lamear”
os direitos das comunidades pela reparação integral dos danos.
Fazemos
aqui uma observação: os acordos já firmados nestes quase 2 anos pós crime não
são cumpridos pela empresa, como o acordo de fornecimento de água potável,
acordo do pagamento emergencial, acordo das indenizações individuais.
Não
podemos acreditar que neste acordo entre o Estado de Minas, que tem sua parcela
de responsabilidade nesse crime, a empresa criminosa cumprirá alguma cláusula
que tenha como garantia algum direito das comunidades que ela (Vale) permitiu
serem vitimadas pela sua negligência.
As
comunidades seguem na luta pela justiça, pela garantia dos direitos e que a
empresa Vale cumpra sua obrigação de reparação integral dos danos.
*Fernanda Perdigão - Empreendedora Social, agricultora, humanista, defensora de direitos humanos, ativista contra a mineração.
nanapoliveira@gmail.com
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Opinião
O
banditismo
Reinaldo Fernandes*
O banditismo se manifesta em nossa sociedade de diversas formas. Às vezes é pela agiotagem, cobrando juros abusivos e extorsivos, e ameaçando até de morte quando o pagamento não vem; às vezes é na exploração da mão de obra do trabalhador ou através da prestação de serviços com valores muito maiores do que realmente o serviço vale; às vezes é assassinando, torturando física e psicologicamente; roubando à mão armada ou não; corrompendo as pessoas; manipulando a audiência com mentiras e meias-verdades. O banditismo se dá também na forma de ameaça; comprando, com dinheiro sujo, os que estão à venda, no melhor estilo dos mafiosos (que protege os parentes, os “lambe-botas” e desce o pau nos demais); ou cometendo “improbidade administrativa”.
“Improbidade
administrativa” é um eufemismo, um abrandamento da coisa, um nome bonito para
dizer sobre aquilo que, quase sempre, é roubo de dinheiro público, desvio de
recursos da população para o próprio bolso ou para o bolso dos cúmplices
(porque bandido não tem “amigos”, tem “cúmplices”), à revelia da Lei ou, imoralmente,
dentro da Lei.
É claro que isso é apenas
uma opinião, com a qual ninguém precisa concordar, mas devem me garantir o
direito de expô-la porque – embora tempos sombrios nos rondem – temos as
garantias do Estado Democrático de Direito. Tentar calar a mim, de uma forma ou
de outra, também é banditismo, uma vez que a Constituição Federal me garante o
direito à livre expressão do que penso.
Da mesma forma,
ninguém precisa concordar com o que exporei abaixo. Trata-se de uma reflexão que
tenho feito, embora, no fundo, não tenha nada de novidade, seja apenas a conclusão de uma premissa do
que define o banditismo, dos argumentos que me levam a definir o banditismo.
Em minha opinião,
gostem dela ou não gostem dela, quem acompanha bandido também é bandido. Se não
o é em todos os momentos de sua vida, o é em muitas práticas bandidas (claro, mesmo os bandidos e
as bandidas têm algo de bom, uma vez que humanos -“além do bem e do mal”, como
nos ensinou Nietzsche).
Creio que pessoas acima, digamos,
de 13, 15, 18 anos de idade já têm maturidade para discernimento social, para perceber
o mundo em sua volta. Então, uma pessoa a partir dessa idade, nada tem de
inocente, não está pura e simplesmente “sendo enganada”. E, se não estão sendo
enganados os jovens, muito menos estão sendo enganados os adultos,
especialmente os que passaram dos 40 anos, os que têm acesso às informações, os
que moram em condomínios fechados, os que bebem vinho seco importado e vão ao
teatro. Os que se aproveitam, direta ou indiretamente, das benesses dos
governos, ocupando cargos, sendo beneficiados pelos governantes bandidos de
plantão. Nenhuma poderá, no futuro, dizer que “não sabia”, que acreditava no
fulano ou na fulana, que “não havia provas contra ele”, que “não foram condenados
na Justiça” e essas formas covardes de esconder a própria bandidagem cúmplice.
Sabemos, eu e o leitor acima de 15 anos, que cúmplices sabem discernir, saber
que o outro é bandido. Porém, preferem ficar ao seu lado, fingindo não saber,
não para o bandido, fingindo para si mesmo que não sabem, comodamente,
oportunamente, para benefício próprio.
Quem anda com
bandido, quem vota em bandido, quem apoia bandido, quem coloca adesivo de
bandido no carro (recebendo duzentos reais ou gratuitamente), quem defende
bandido, perdoem-me, mas, para mim, é bandido também. No entanto, sempre nos resta
a esperança. O bandido-mor, talvez, nunca se regenere, mesmo depois de
trancafiado em um presídio. Mas o (a) cúmplice, esse (a) que apenas por
comodidade, medo ou covardia prefere acompanhar o bandido-mor, para esse (a) ainda
há tempo. Ainda pode redirecionar sua vida, trilhar o caminho do bem, da
honestidade, da solidariedade.
* Reinaldo Fernandes
é Professor, escritor, nascido e criado em Brumadinho
Edição 236 – Novembro 2020
ASCAVAP sem prensa
A ASCAVAP continua sofrendo com a falta de
apoio da Prefeitura Municipal. A prensa da entidade está estragada há mais de
um mês e o galpão está lotado de material.
Parece haver uma vontade deliberada do Prefeito
Nenen da ASA em acabar com a Associação do Catadores de Materiais Recicláveis do
Vale do Paraopeba. A coleta do lixo já foi terceirizada para uma empresa privada.
Parece que a ideia é essa mesma: acabar também com a coleta seletiva,
passando-a à Quantum, empresa com a qual o prefeito assinou contrato de em torno
de 5 milhões de reais para trabalhar por volta de apenas seis meses.
A ASCAVAP exerce um papel importantíssimo de fazer a coleta seletiva pelo menos na sede do Município. No entanto sempre enfrentou a falta de apoio do prefeito. Ironicamente, o prefeito é do PV, Partido Verde, que deveria ser a favor da coleta seletiva.
Edição 236 – Novembro 2020
Curiosidades eleitorais
População não reelege vereador Caio e reelege Barrão
O vereador Caio (PTB) virou oposição de última hora, no último não da legislatura: a população não o reelegeu.
Já o vereador Max Barrão, oposição no início
do mandato, virou situação da metade em diante, se alinhou ao prefeito e foi
reeleito. E conseguiu a reeleição com a ajuda dos votos de Mateus Leal, Beatriz
Melo e João Santos, que defendiam a tese do “troca tudo” na Câmara. Mas
acabaram juntos aos vereadores Toninho da Rifel e Barrão, dentre outras figuras,
como Brandão, Breno Carone e Ernane Habdon.
Zero voto
A eleição de vereador contou com seis candidatos que tiveram zero voto nas urnas. Entre eles, cinco são mulheres. Ou seja, nem eles mesmas votaram nelas. São os casos de Machado (PSL), Angela Viriato (MDB), Suely Marques (MDB), Claudia França (REPUBLICANOS), Rose do Progresso (REPUBLICANOS) e Cristiane Aline da Cruz (PATRIOTA).
Pelo menos, se há a ideia de que a compra e venda de votos foi
o que predominou nessas eleições em Brumadinho, essas não podem ser acusadas
desse crime.
A população elegeu Ricardo de Souza Nunes da Silva como um de seus vereadores na próxima legislatura. Ele é do PSL – partido pelo qual bolsonaro foi eleito. Você, eleitor, não o conhece? Não se preocupe: quase ninguém conhece. A não ser os trabalhadores da mineradora Tejucana, os moradores de Tejuco e mais alguns. É um homem simpático, de bons modos, sorridente, vindo direto do Rio de Janeiro. É administrador, casado, tem 58 anos e se declara de cor parda. Declarou como único bem um apartamento no Rio de Janeiro, no valor de R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais).
Ricardo da Tejucana
– seu nome de campanha – representa a mineradora Tejucana, por óbvio. A boca
pequena, diz-se há muito tempo na cidade que é uma empresa que tem como proprietários,
dentre outros, familiares do prefeito Nenen da ASA (PV). O PSL estava coligado
com o PV de Nenen da ASA.
A curiosidade fica
por conta de quem teria elegido Ricardo: a população de Tejuco, que passa a
vida inteira reclamando da Tejucana e dos danos que a mineradora lhe causa: ele
recebeu 320 votos nas unas do Tejuco, quase 30% do total.
A outra parcela
que, supõe-se, elegeu Ricardo da Tejucana seriam os trabalhadores da Tejucana,
não se sabe sob que condições. O que se sabe é que, para alguém de fora da
cidade, que mora aqui há tão pouco tempo, é curioso ser eleito com 532 votos, o
9º candidato mais votado, deixando para trás 170 outros antigos moradores.
Ricardo teve pedido
de impugnação da sua candidatura feito pelo MP. No entanto, ao final, tudo acabou
bem para ele, seu partido e para o prefeito apoiado por ele. Aliás,
praticamente 100% dos pedidos do MP – e foram muitos – foram rejeitados pela
juíza eleitoral.
Edição 236 – Novembro 2020
Opinião
“Se você colocou seus irmãos e deu certo, não
mexe. Em time que está ganhando, não mexe. Não tem nada que proíbe você colocar
irmão seu em secretaria. Inveja mata, Sr. Reinaldo!”
Prefeito Neném da Asa
Entrevista concedida à Rádio Regional FM de Brumadinho,
no dia 18/11/2020
Quem está ganhando mesmo?
Mariléia Campos*
A prática do nepotismo guarda suas raízes no sistema da igreja católica renascentista, consistindo na expressão do poder dos Papas que organizavam o seu poder dentro da igreja e na sociedade a partir da garantia de privilégios a parentes e aparentados na ocupação dos cargos da estrutura da igreja.
Essa prática política foi rapidamente
recepcionada pela estrutura dos estados conservadores ou liberais que se
seguiram na Europa e no mundo. Colocar parentes em cargos estratégicos das
estruturas de poder se tornou uma maneira de se buscar a manutenção e a
perpetuação do poder e a garantia dos interesses dos governantes, transformando
determinadas famílias em verdadeiros potentados políticos e patrimoniais.
O nepotismo, ao longo dos séculos, se mostrou
uma prática devastadora aos interesses da sociedade e ao desenvolvimento de
práticas políticas republicanas onde prevaleçam os interesses do conjunto da
população e não aqueles ligados às famílias, aos parentes dos governantes
eleitos ou não.
Em razão dos prejuízos que causa, o nepotismo
vem sendo combatido e limitado naqueles países em que se observa a existência
de uma sociedade civil forte e atuante. Neste sentido, os cargos públicos tendem a serem ocupados por
servidores aprovados em concursos públicos, evitando-se não apenas o nepotismo,
mas também outra prática execrável que é o clientelismo.
Por outro lado, crescem nos países
legislações e instrumentos que reduzem ao máximo a ocupação de cargos estratégicos
na administração pública (Ministros, Secretários, Assessores) por parentes ou
aparentados dos eleitos (Presidentes, Governadores e Prefeitos). Há que se
fazer justiça e reconhecer que a prática do nepotismo não se manifesta apenas
na estrutura do poder executivo, estando presente no poder legislativo e até no
judiciário. Nestes últimos, é comum se observar a tentativa de tentar
escamotear a prática nepotista por meio da nomeação cruzada de parentes para os
cargos públicos. Ela se dá por meio do compadrio entre os dirigentes dessas
estruturas, onde um determinado deputado nomeia para seu gabinete um parente de
outro deputado e vice versa. No judiciário da mesma forma, um desembargador,
juiz ou procurador atua no mesmo sentido.
No Brasil, tem havido uma crescente limitação
à livre nomeação de parentes para os cargos públicos, sem que estes tenham sido
submetidos a concurso em que se garanta a ampla participação dos cidadãos. O
próprio poder judiciário e, em especial, o Supremo Tribunal Federal têm atuado
no sentido de controlar e limitar práticas de nepotismo.
Por fim, é fundamental que se afirme a
legitimidade daqueles que, sufragados e eleitos nas urnas, organizem a estrutura
de seus governos e providenciem seus programas políticos. Isto é legítimo e deve ser garantido.
Entretanto, toda a sociedade deve estar atenta
para que o sistema democrático, conquista de toda a sociedade, não seja
destruído e utilizado no interesse de parentes e famílias dos eleitos,
transformando a estrutura pública em terreno fértil para a nomeação irregular de
parentes e a transformação de espaços públicos em patrimônio da família dos
eleitos em detrimento do interesse social.
*Mariléia Campos é estudante de direito da PUC Minas
Edição 236 – Novembro 2020
Acordo entre Estado e VALE é risco aos direitos dos atingidos
MAB propõe Programa Direito à Renda, que
amplia o recebimento do auxílio financeiro por cinco anos
Desde o dia 22 de outubro, o Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB - vem atuando com os atingidos pelo crime da VALE, na bacia do Paraopeba, para que o acordo proposto pelo Estado de Minas Gerais, o Ministério Público e a Defensoria Pública de Minas Gerais para a empresa VALE não seja homologado da forma com que vem sendo construído.
Trata-se de um acordo fundamental para
a VALE, ao colocar para um Estado financeiramente falido a possibilidade de
arrecadar alguns bilhões, que representam uns poucos meses do lucro líquido da
empresa, em troca da quitação total do passivo devido pela própria incompetência
em gerir a Barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho.
O MAB, junto aos atingidos organizados,
denuncia a construção deste acordo a portas fechadas, sem a participação dos
principais envolvidos na negociação. Além de bilhões de reais, estão sendo
negociados direitos, vidas, saúde, meio ambiente, sonhos e projetos de vida
pela empresa que matou 272 pessoas e o Estado.
Acordo bilionário
Atualmente, com o estudo de danos feito pela Fundação João Pinheiro em Belo Horizonte concluído, o processo de reparação da VALE ao Estudo de Minas Gerais está em curso, mas de forma exclusa e violada aos atingidos por barragens. O levantamento estimado pela Fundação para os valores de reparação ao Estado totaliza R$ 54 bilhões, em duas rubricas: danos ao erário, no valor de R$ 26 bilhões, e danos morais coletivos, em R$ 28 bilhões.
Porém, a ameaça aos diretos dos
atingidos vem do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e do Tribunal de Justiça
de Minas Gerais (TJMG), que organizam o acordo de portas fechadas com a VALE, e
que conduzem o processo sem a participação dos atingidos. Além disso, o
governador de Minas Gerais pretende diminuir para mais da metade o valor acordado
para a reparação coletiva dos prejuízos econômico sofridos pelo Estado e dos
danos morais sociais coletivos dos atingidos pelo crime da VALE na bacia do rio
Paraopeba, cedendo aos interesses da VALE.
O que exigimos
Exigimos que a continuidade das negociações somente seja feita quando garantidos os direitos mínimos para a população atingida em toda a bacia do rio Paraopeba. Veja as reivindicações do movimento:
1. Participação
ampla e centralidade da vítima como pilares em todos os processos de negociação
para construção da reparação integral pelos atingidos: uma das grandes conquistas
dos atingidos da bacia do Paraopeba foi a contratação das Assessorias Técnicas
Independentes, que permitem aos atingidos e atingidas acesso à informação e
estrutura para que todos participem do processo de maneira ampla.
2. Negociação
somente com garantia de cumprimento das necessidades emergenciais: até o
momento, diversas ações emergenciais não foram cumpridas, e os atingidos sofrem
sem saber o parâmetro do novo emergencial, sem acesso à água e com controle da VALE
sobre os territórios.
3. Interrupção
do PISMA enquanto metodologia de avaliação de risco à saúde humana: um dos pontos
trazidos pelo acordo é de que ele repactuará os acordos já realizados
anteriormente, incluindo o que foi realizado pelo Ministério Público de Minas
Gerais e a VALE que estabelecem o PISMA (Programa Integrado de Saúde e Meio
Ambiente) como metodologia de avaliação de risco à saúde humana. A escolha de
tal metodologia contraria a legislação brasileira e os parâmetros estabelecidos
pelo Ministério da Saúde, e não trazem segurança para os atingidos sobre a real
situação de contaminação do meio ambiente e da saúde dos atingidos, as empresas
contratadas pelo Estado para realizar os estudos são prestadoras de serviços
para a VALE S/A, o que traz desconfiança sobre qualquer resultado futuro.
4. Garantia
de realização das ações de reparação pelo Estado ou por editais sem controle
direto da VALE: muitas das ações previstas têm a VALE como principal responsável
pela execução das medidas. Mas, assim como vemos na Bacia do Rio Doce, a
execução de obras e ações de reparação são conduzidos pela VALE sempre com mais
violações de direitos. Esse é o caso atual do auxílio emergencial e do
fornecimento de água. Assim, a execução das obras e ações previstas deve ser
feita prioritariamente sem que a VALE e suas terceirizadas estejam nos
territórios.
5. Assessoria
Técnica: necessário a garantia de continuidade dos planos de trabalho já
elaborados no tempo previsto, e atuação como assistente técnico se os atingidos
assim quiserem; não redução da assessoria meramente de acesso à informação.
Manter os planos de trabalho já aprovados, sem diminuição do escopo ou estudos
e ações já previstas para elaborar as bases técnicas da reparação.
6. Garantia do auxílio emergencial, da matriz emergencial e do Programa Direito à Renda junto ao acordo, resgatando o passivo do emergencial devido aos que possuem este direito e provendo fundos suficientes para garantir o Programa Direito de Renda por cinco anos, em toda a bacia.
O que é o Programa Direito à Renda?
Os atingidos organizados no MAB propõem o Programa Direito à Renda, que é um programa social que atenderá aos atingidos de forma integral e ampliada, considerando não só os moradores na faixa de um quilômetro do rio, mas sim que mais comunidades sejam inclusas.
De acordo com Joceli Andrioli, "o
programa tem como foco manter o pagamento individual para todas as pessoas da
família, mas no valor de 100%, e não de 50% como é hoje para a maioria das
pessoas”, explica. Além disso, o programa social deverá se estender para aqueles
atingidos que comprovarem que estão fora do critério, mas que tiveram perda de
renda, ou seja, que não são baixa renda e deveriam continuar ganhando o
auxílio.
A proposta é para que os recursos do
programa venham da condenação a ser paga pela VALE a título de danos morais
coletivos e sociais, e não poderão ser descontados das indenizações
individuais. Parte do valor referente a esses danos deve ser revertido para o
programa social, e subsidiar durante cinco anos as perdas e os danos para todas
as famílias pobres da bacia do rio Paraopeba. Isso incluiria todo o município
de Brumadinho e todas as comunidades do entorno do rio Paraopeba.
Das diretrizes apontadas como critérios:
I) PÚBLICO DO EMERGENCIAL: Inclusão direta no Programa de Renda a população que tiver inserida no emergencial da forma atual. Exclusão daqueles que possuem elevada renda, exceto que comprovarem conexão/dano econômico, conforme sugerido nos critérios das Assessorias Técnicas Independentes (ATIs) e as Instituições de Justiça (IJs) do auxílio econômico provisório.
II) INCLUSÃO DO PASSIVO ATUAL: refere-se
aos atingidos que tiveram seus pagamentos do Emergencial suspensos, bloqueados
ou negados.
III) ABRANGÊNCIA DO TERRITÓRIO PARA
INCLUSÃO NO PROGRAMA: Considerar a territorialidade social da região atingida.
Abrangência de todas as comunidades e bairros atingidos, mediante mecanismos de
comprovação que possibilitem incluir os menos favorecidos em sua totalidade.
Pela especificidade do território e direito já garantido anteriormente, Brumadinho
considera-se toda sua extensão territorial.
• Atingidos
com renda acima do limite eventualmente estabelecido pelos critérios do
Programa Social: As pessoas atingidas cuja renda superar o limite estabelecido
serão incluídas no Programa Social desde que comprovarem a sua vinculação
comprovada através dos critérios produzidos pelas ATIs.
• O Auxílio emergencial atende hoje cerca de 104 mil pessoas. Levantamentos preliminares feitos pelas Assessorias Técnicas apontam o total de aproximadamente 230 mil pessoas a serem beneficiadas com o Programa, ao longo da bacia do rio Paraopeba.
Edição 236 – Novembro 2020
CHEGOU O CARNÊ DO IPTU!!!!!!!
Foi só passar a eleição que o prefeito mandou os carnês do IPTU. Com
direito à exaltação e propaganda do nome do próprio pai, paga com dinheiro público.
A pandemia deixou muita gente com sua renda familiar muito prejudicada.
Outra categoria muito prejudicada foi o comércio. A prefeitura poderia isentar o pagamento do IPTU
neste ano. O IPTU em Brumadinho, numa arrecadação anual de meio bilhão de reais,
significa em torno de apenas 1% (um por cento) da arrecadação.
Outra ideia seria enviar os carnês do IPTU apenas para os 12.683 eleitores
que votaram nele. Esses demonstraram que gostam da política desenvolvida por
ele na prefeitura, aprovando tudo que ele faz. Seria uma forma bacana de
ajudarem o prefeito de quem tanto gostam. Assim pagariam o IPTU apenas esses,
deixando de fora os outros 18.007 que não votaram nele.
Edição 236 – Novembro 2020
Enquete sobre as eleições:
“O que você achou das eleições em Brumadinho?”
“Observei e me introduzi na política de Brumadinho em 2020. Sei que faltou muita participação dos jovens, além de que a sociedade não elegeu nossas minorias. Ainda tenho esperança de uma nova política futura.”
Bruna
Eduarda Barbosa Varjão, estudante, moradora de Casa Branca
Poucas e boas
“Sai fora, racha fora! Aqui, não, putão! Aqui
é nós na fita, querido! Nós somos de família tradicional de Brumadinho. Aqui
não, putão, vai cachorro! Sai, cachorro! Sai, cachorro! Sai, cachorro! Sai,
cachorro! Vai embora! Some! Arruma sua mala! Lixo! Lixo! Lixo!”
Marília Friche, cunhada do prefeito Nenen da
ASA (PV), em áudio que circulou pelas redes sociais dias antes da eleição.
Marília Friche dizia para um morador de Brumadinho
“Eu sou honesto, minha
família é honesta, a gente não deve nada a ninguém, a gente cumpre os nossos
deveres...”
Prefeito reeleito Nenen
da ASA (PV) em “life” da rádio comunitária Regional FM
Quem anda com bandido, quem vota em bandido,
quem apoia bandido, quem coloca adesivo de bandido no carro (recebendo duzentos
reais ou gratuitamente), quem defende bandido, perdoem-me, mas, para mim, é
bandido também.
Reinaldo Fernandes, Editor do Jornal de fato
Eu nunca perco. Eu ganho ou aprendo.
Nelson Mandela, líder do CNA, preso por 27 anos
e eleito Presidente da África do Sul em 1994
“Se você colocou seus irmãos e deu certo, não
mexe. Em time que está ganhando, não mexe. Não tem nada que proíbe você colocar
irmão seu em secretaria. Inveja mata, Sr. Reinaldo!”
Prefeito reeleito Nenen
da ASA (PV) em “life” da rádio comunitária Regional FM
”Ainda bem que o prefeito eleito é honesto,
conforme ele mesmo declarou! Fiquei mais tranquilo...”
De um internauta no whatsapp, sobre a entrevista do prefeito reeleito Nenen da ASA (PV) em “life” da rádio
comunitária Regional FM
Edição 236 – Novembro 2020
Auxílio Emergencial será pago só
até dezembro
Mas
prefeito pode ficar do lado dos atingidos que votaram nele e resolver a questão
O Auxílio Emergencial pago aos atingidos pelos crimes da VALE em Brumadinho só será pago até este mês de dezembro. Isso ficou acertado na última audiência acontecida na Justiça, no dia 17 de novembro.
Para que o pagamento do Auxílio Emergencial continue
por mais tempo, será preciso muita luta dos atingidos, se eles se organizarem
para isso.
Durante a campanha eleitoral, o então candidato
a prefeito pelo PT, Reinaldo Fernandes, comprometeu-se a procurar a VALE para exigir
o Auxílio Emergencial de 100% para todos. No entanto, a maioria da população
que foi às urnas votou no atual prefeito, Nenen da ASA (ironicamente, do
Partido Verde). Agora, a solução do Emergencial pode estar nas mãos de Nenen da
ASA (PV).
Quem libera ou não libera a mineração no
município é o prefeito, seja pela Declaração de Anuência seja pelo alvará anual de funcionamento. O prefeito
agora tem dois caminhos: ou se omite mais uma vez, recebendo os milhões da VALE
ou luta pelos atingidos, especialmente pelos
mais de12 mil que votaram nele.
O site “Observatório da Mineração” – Desde 2015 investigando o que o setor mineral não quer que você saiba – publicou matéria sobre as cidades mineradoras e a eleição, falando sobre a relação entre as mineradoras e os candidatos envolvidos em corrupção, como o prefeito reeleito de Brumadinho, Nenen da ASA (PV). Leia abaixo:
Resultado
de eleições municipais em importantes cidades mineradoras mostra o domínio de
antigos feudos políticos
A tumultuada eleição municipal que se encerrou
para a imensa maioria das cidades neste domingo (15) mostra, no caso de importantes
cidades mineradoras, o predomínio de velhos feudos políticos, reeleição de candidatos,
prefeitos que acumulam mandatos e denúncias de corrupção e uso indevido de dinheiro
público. Alguns pleitos serão inclusive decididos na justiça.
É o caso da eleição de Celso Cota (MDB) em
Mariana (MG), e Nenen da ASA (PV) em Brumadinho.
Mariana foi o centro do maior desastre
ambiental da história do Brasil e primeira capital de Minas Gerais. Esta foi a quarta vez que Celso Cota foi eleito prefeito de
Mariana.
O último dos primeiros 3 mandatos (2001-2004;
2005-2008; 2013-2015) foi interrompido em 2015 por denúncias de improbidade
administrativa. Celso Cota, mesmo com os direitos políticos
suspensos, tenta voltar a ocupar o cargo mais importante de Mariana em um momento
crucial, quando o retorno das operações da Samarco é esperado ainda para o fim
de 2020.
O rompimento da barragem completou 5 anos agora em novembro
repleto de impunidade e com uma verdadeira campanha pela volta
das atividades da mineradora. A justiça britânica também acaba
de rejeitar o pedido para que a BHP, sócia da Vale na Samarco
e maior mineradora do mundo, seja julgada no Reino Unido pelo rompimento. Os advogados
que representam 200 mil pessoas no Brasil e o povo indígena Krenak devem
recorrer da decisão.
Campanhas pagas pelas mineradoras
Em 2018, Thiago Cota
foi um dos 3 deputados que votaram contra um parecer para o PL 3.676/16, batizado
de “Mar de Lama Nunca Mais” justamente pelo rompimento em
Mariana. O PL, que endurece regras para as barragens de rejeitos em MG, acabou
ficando na gaveta da Assembleia minera e só foi aprovado após o rompimento da barragem de Brumadinho.
Em 2014, última eleição em que a doação
empresarial foi permitida, as mineradoras ajudaram a eleger 56 dos 77 deputados
para a ALMG. Nada menos que 7 em cada 10 deputados estaduais vitoriosos receberam
dinheiro do setor.
A situação em Brumadinho é semelhante. O prefeito Avimar Barcelos (PV), que usa o nome “Neném da Asa”, referente à faculdade que possui na cidade, foi reeleito para o segundo mandato seguido.
Avimar, no entanto, já foi prefeito de Brumadinho
entre 2009 e 2012. Em 2019, Avimar Barcelos foi denunciado pelo Ministério Público Federal por
crimes como uso de documentos falsos e uso indevido de dinheiro
público.
E condenado no mesmo ano pelo Tribunal de
Justiça de Minas Gerais por uso indevido de recursos oriundos da exploração de minério na
cidade, configurando improbidade administrativa. Avimar utilizou os royalties
da mineração para outras finalidades – como pagar aluguel de prédios e salários
de funcionários – que não são permitidas.
Os irmãos do prefeito, Emilson Custódio Melo
Barcelos e Alcimar Barcelos [o Cid Barcelos], também foram denunciados na
ocasião. Alcimar é Secretário de Obras e Serviços Públicos de Brumadinho.
Antes, em 2016, Avimar Barcelos também foi denunciado por obras sem licitação no Rio Paraopeba no valor de
R$ 3 milhões, que geraram uma investigação e multa da Controladoria
Geral da União, e por recebimento de doações “excessivas”.
Nada disso impediu que “Neném da Asa”, que
tem uma atuação no mínimo dúbia em relação à Vale no caso de Brumadinho, chegue
agora ao terceiro mandato de prefeito.
https://observatoriodamineracao.com.br/resultado-de-eleicoes-municipais-em-importantes-cidades-mineradoras-mostra-o-dominio-de-antigos-feudos-politicos/
Denúncias contra o vereador eleito Guilherme Moraes
Rolou nas redes imagens denunciando uma tal de “Comissão de atingidos” que seria liderada pelo vereador eleito Guilherme Moraes. As imagens circularam especialmente no whatsapp. As denúncias associam o vereador, do PV (Partido Verde, de Nenen da ASA), à VALE e ao Governo de Minas, que estariam mancomunados contra povo de Brumadinho e da Bacia do Paraopeba atingidos pelos crimes da mineradora. No entanto, segundo apurou nossa reportagem, o vereador apenas protocolou um documento para o Governador, que apenas o recebeu e não se comprometeu a nada.
Pessoas têm medo
A reportagem
tentou apurar a autoria das imagens e chegou a um grupo de atingidos. No entanto,
quando foram questionados sobre a identificação, explicaram que tinham medo de
se identificar. “Pessoas ligadas a essa gente já nos ameaçaram. Estão falando
em nome de várias comunidades sem conversar com elas. Ou conversando com apenas
alguns. Entre eles há os que acusam alguns de nós de não termos nascidos em Brumadinho,
como se isso fosse crime.”
Uma atingida
conta que tem medo das perseguições: “Sinto pela minha segurança. O jogo com a
VALE é pesado. A gente sabe quem patrocina esse povo aí”, disse.
Moraes
(PV) é acusado de estar enganando o povo de Brumadinho, trabalhando contra as assessorias
técnicas cuja função é orientar os atingidos na busca de seus direitos. No facebook
nosso leitor pode identificar Guilherme Moraes e alguns aliados seus que vivem
atacando o MAB e a AEDAS. “o Movimento dos Atingidos por Barragens não nos representa”,
diz Moraes (PV) no documento que foi entregue ao Governador.
Os ataques
geralmente acontecem no grupo “Agora é transparência” e nos perfis individuais
deles. Com um pouco mais de atenção, o internauta poderá descobrir que alguns
desses têm projetos de entidades as quais estão à frente, patrocinados pela VALE
com aquiescência da Prefeitura.
Edição 236 – Novembro 2020
O que pode e o que não pode na pandemia agora
Orientações da médica
Ligia Bahia, doutora em saúde pública e professora da UFRJ, em entrevista ao TUTAMÉIA
TV:
- PRESERVAR O ISOLAMENTO
SOCIAL É FUNDAMENTAL
- NÃO PODE abrir as atividades
- NÃO ESTÁ NA HORA da volta às aulas. Voltar às aulas presenciais vai fazer
explodir os casos de Covid, e não temos infraestrutura para suportar uma
explosão de casos
- TEM QUE USAR MÁSCARA e tem que lavar a mão o tempo todo. Usar o álcool gel sempre
- EVITAR transporte lotado
- NÃO ANDAR DE UBER. Você pode transmitir para o motorista, que transmitirá para os
próximos passageiros
- NÃO IR PARA A RUA e ficar parado dentro de lugares fechados durante horas. Não
ficar em locais fechados. A transmissão em locais fechados é muito maior do
que em locais abertos
- NÃO VÁ AO SHOPPING
- Se tiver que fazer
compras, faça de forma muito rápida. Não fique escolhendo
- NÃO ABUSAR dos pedidos de entrega em casa. Estamos expondo os entregadores
o tempo todo. Sim, é um problema, porque se essas pessoas não trabalham
não conseguem ter renda
- Se tiver que cortar o
cabelo, tente fazê-lo num local aberto. NÃO CORTAR CABELO COM
AGLOMERAÇÃO. Se puder, deixe o cabelo ficar branco; se puder, pinte em
casa
- NÃO PODE ir à praia
- NÃO PODE BEBER CERVEJA
NO BAR, mesmo que o local seja aberto. Não pode, porque
beber cerveja e aglomeração é a mesma coisa. É impossível que a gente beba
sem cuspir, sem falar alto
- CONTINUAR PAGANDO as pessoas que nos prestam serviços e que devem continuar em casa.
Para mantê-las em casa, devemos manter os pagamentos regulares. Especialmente
se essas pessoas tiverem algum tipo de comorbidade e forem idosas. Os porteiros,
por exemplo, aqui no Rio de Janeiro estão trabalhando na pandemia o tempo
todo. As pessoas podiam muito bem fazer o favor de abrir a portaria
- A GENTE PODE começar a ver parentes muito queridos. Isso se a gente tiver quarentenado
e se as outras pessoas tiverem quarentenadas. E a gente tiver certeza de
que as pessoas estão há 14 dias bem de saúde e sem sair de casa. Pode, mas
é preciso também manter a distância, ficar com máscara. Ficar um pouco perto,
mas não muito perto. Não pode ficar muito perto
- NÃO PODE fazer reunião com 15 pessoas
- NÃO PODE fazer festa de aniversário
- PODE VER A MÃE MUITO
IDOSA, porque a gente já está há muito tempo assim.
Precisa usar essas estratégias de bolha social, mas muito, muito, muito
meticulosas
- PODE FAZER CAMINHADAS
AO AR LIVRE. Mas não em locais de aglomeração. Caminhadas
ao ar livre em locais que sejam ermos, que não tenham muita gente. É bom
fazer. Não é bom a gente ficar em casa o tempo todo, porque neurotiza
Edição 236 – Novembro 2020
Só Rindo
Irritação
Irritado com as
pessoas que
amarravam seus animais em frente à prefeitura, o prefeito mandou colocar na
parede o seguinte cartaz:
"De hoje em diante, fica proibido
amarrar os burros aqui fora para não incomodar os que estão lá dentro."
Entrevista do prefeito reeleito Nenen da ASA (PV) em “life” da rádio comunitária Regional FM:
“Eu sou honesto, minha
família é honesta, a gente não deve nada a ninguém, a gente cumpre os nossos
deveres...”
Centopeia
Um homem entrou numa loja de bichos de estimação
e pediu um bicho fora do comum.
- Sei exatamente o que o senhor deseja – disse
o vendedor -, uma centopeia inteligente.
- O que ela sabe fazer? – indagou o homem.
- Tudo que o senhor mandar – foi a resposta.
O homem levou a centopeia inteligente para
casa e pediu que ela lhe trouxesse os chinelos, o que ela fez. Ela ligou a TV, preparou
uma xícara de chá, passou o aspirador e passou roupa a ferro.
Finalmente o homem mandou a centopeia comprar
o jornal.
Uma hora depois, ela ainda não voltara. Ele
esperou mais uma hora, e nem sinal da centopeia na escada.
- Aonde você andou? – perguntou.
- Em lugar nenhum – disse a centopeia. –
Ainda estou calçando meus sapatos.
Entrevista do prefeito reeleito Nenen da ASA (PV) em “life” da rádio comunitária Regional FM:
“A população sabe em
quem votar... eu nunca desviei dinheiro público, eu tenho zelo pelo dinheiro público.”
Imitando passarinho
O apresentador de um programa de calouros na TV
recebia pessoalmente as inscrições dos candidatos quando lhe apareceu um que se
dizia imitador de passarinhos.
Ele disse:
- Olhe, não vou nem fazer sua inscrição.
Todos os dias aparece aqui um montão de gente que imita passarinho.
O candidato, totalmente sem graça pela franqueza
do apresentador, agradeceu com humildade, aproveitou a janela aberta e saiu
voando.
Entrevista do prefeito reeleito Nenen da ASA (PV) em “life” da rádio comunitária Regional FM:
“Eu sempre fui,
como eu disse, muito honesto, na minha vida particular e com o dinheiro público
também.”
Edição 236 – Novembro 2020
E então, que quereis?...
Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.
Poema de Wladimir Maiakóvski
Homenagem do Jornal de fato ao prefeito reeleito
Edição 236 – Novembro 2020
Eleitores
mantém 7 dos 13 vereadores
População elegeu
até um ex-presidiário amigo de Nenen da ASA
O resultado da eleição para vereadores de Brumadinho mostra que a população não estava tão descontente com os atuais vereadores. Ou então, que a venda e compra de votos falou mais alto e a população se vendeu para aqueles que ela criticava. Dos 12 candidatos que disputavam a reeleição, sete foram reeleitos: Valcir “Rambinho”, Alessandra do Brumado, Geada, Xodó, Ninho, Ivam Egg e Max Barrão, todos aliados do atual prefeito.
Seis partidos elegeram
vereadores. Foram o PV (Guilherme Morais, Valcir “Rambinho”, Ivam Egg e Xodó),
Cidadania (Alessandra do Brumado, Geada e o ex-presidiário Daniel Hilário), o
PSL (Ninho e Ricardo da mineradora Tejucana), o PSB (Daniel Crentinho e Jhon
Roberto), o MDB (Barrão) e o PTB (Gabriel Parreiras). Assim, dos 13 vereadores,
12 são aliados do atual prefeito. Resta saber se o vereador do PTB vai se aliar
ou se fará oposição.
População elegeu até um ex-presidiário
Entre os aliados do prefeito Nenen da ASA (PV), está o ex-presidiário Daniel Hilário. Daniel, a quem Nenen da ASA (PV) apoiou, era Secretário de Meio Ambiente de Nenen da ASA (PV) e passou 70 dias preso num presídio, resultado da Operação Ptolomeu. A Ptolomeu investiga roubo de dinheiro público no transporte escolar. Estiveram também presos no presídio por 70 dias o irmão do Prefeito Nenen da ASA (PV), Emilson Barcelos, uma cunhada de Nenen da ASA, além de outras pessoas, consideradas “laranjas” num esquema de roubo de dinheiro público através do transporte escolar.
Dos treze partidos que disputaram cadeiras na Câmara, sete deles não conseguiram o quociente eleitoral (popularmente chamado de “legenda”) e ficaram de fora do Legislativo. São o PT, o PRTB, o Patriota, o Republicano, o DEM, o DC e o Podemos.
O PT acumulou 1087
votos; o PRTB, 791; Republicanos, 555; DEM, 416; Patriotas, 388; DC, 345 e Podemos,
do vice de Guru, Cosme Cunha, 157 votos.
Votação zerada
Alguns candidatos não receberam votos de ninguém nem mesmo de si próprios. Foram os casos de Machado (PSL), Angela Viriato (MDB), Suely Marques (MDB), Claudia França (REPUBLICANOS), Rose do Progresso (REPUBLICANOS) e Cristiane Aline da Cruz (PATRIOTA).
Já as candidatas Florisbela
Moreira, Dalvoneth Parreiras e Luçia Maria (todas do DEM), foram bem mal votadas,
tendo recebido, respectivamente 2, 2 e 1 votos.
Votos brancos para
vereadores foram 726 (2,91%); nulos, 1.206 (4,83%) e os válidos: 22.991 (92,14%).
As informações são do TSE.
Derrota de
Trump é derrota de políticas racistas e fascistas, diz Evo
O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que a derrota do presidente Donald Trump em sua campanha à reeleição representa a “derrota de políticas racistas e fascistas”.
“A derrota
eleitoral de Trump é derrota de políticas racistas e fascistas. Foram derrotadas
suas práticas intervencionistas e, também, seus atentados inumanos contra a Mãe
Terra”, disse.
Como Bolsonaro
A derrota de Trump é, também, uma derrota para o presidente jair bolsonaro . Assim como bolsonaro, Trump não usa máscaras, diz que a COVID não é séria e deu um péssimo exemplo num dos países em que a pandemia matou milhares de pessoas. Foi a derrota dos fascistas lá e aqui.
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