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segunda-feira, 5 de julho de 2021

Edição 243 – Junho 2021

bolsonaro segue des

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Aprovação do governo bolsonaro cai para 23% e reprovação sobe para 50%. Na pesquisa anterior, aprovação era de 28%, e reprovação, de 39%. Presidente perde 1/3 de seus eleitores de 2018. Na corrida para 2022, Lula tem 49% contra apenas 23% do atual presidente e pode vencer no primeiro turno. Ciro teve 7%, Doria, 5%, e Mandetta, 3%. Os dados são de pesquisa do instituto Ipec.

Resultado tem ligação direta com as manifestações que têm acontecido Brasil afora contra o presidente. Milhares saem às ruas do país em novos protestos pelo impeachment do presidente. Em Brumadinho também aconteceu o “Fora, Bolsonaro!”. Os protestos são também por mais vacinas contra a Covid-19 e por Auxílio Emergencial de 600 reais.

Edição 243 – Junho 2021

SAIU O EDITAL DO AUXÍLIO EMERGENCIAL

100% apenas para familiares de vítimas fatais e zona quente


Saiu no Edital do PTR - Programa de Transferência de Renda (Auxílio Emergencial), publicado pelas Instituições de Justiça. Os 100% serão apenas para as familiares de vítimas fatais e a Zona Quente (Córrego do Feijão, Parque da Cachoeira e Parque do Lago, Cantagalo, Tejuco, Monte Cristo/Córrego do Barro, Assentamento Pastorinhas, Córrego Fundo, Pires, Alberto Flores).

Famílias que tenham renda familiar total "superior a 10 salários mínimos" mensal (R$ 11.000,00) ficam de fora do PTR, exceto familiares de vítimas fatais e os residentes da Zona Quente, que recebem 100% independentemente da renda de 11 mil.

No cenário de seis meses para o encerramento, o valor diminuirá gradativamente de 90% quando faltarem 6 meses para acabar, terminando com 40% no último mês de recebimento.

Edição 243 – Junho 2021

Dinheiro para rodoanel premia VALE 

Audiência em BH debateu os impactos de projeto sobre uso do dinheiro de acordo do governo com a mineradora. Organizações afirmam que o dinheiro mantém o dano causado pela VALE. O PL 2508/21, do Governo Zema (NOVO), autoriza gasto dos recursos do Acordão celebrado no início do ano entre ele, a VALE e as instituições de justiça, sem a participação dos atingidos. Zema quer gastar 3,5 bilhões de dinheiro vindo da morte de 273 pessoas para que elas sejam novamente atingidas. Juntos com os deputados, querem fazer obras eleitoreiras com o dinheiro sujo de sangue e lama.   

Edição 243 – Junho 2021

Editorial

“Vamos lá fazer o que será”

São tempos difíceis! Como me disse alguém outro dia, “eles não dão tempo nem pra gente respirar!”. Sim, dias terríveis.

A começar pela pandemia, que não acaba nunca! Esse negócio de ficar em casa, de não poder fazer festa, nem ir ali no  Miguelito tomar uma, ou mesmo poder sair para estudar ou lecionar, jogara bola, ir em um show é complicado. Deixa a gente com a cabeça doida!

Aí a gente ainda tem que suportar o governador Zema, pegando o dinheiro das mortes de 273 assassinadas pela VALE, para fazer obras eleitoreiras, gastar longe da Bacia do Paraopeba, e os deputados estaduais no meio, querendo até comprar avião para a polícia como dinheiro sujo de lama e sangue.  

E os índios, primeiros habitantes desta Terra Brasilis, sendo recebidos com bombas em Brasília.

E tem os fascistinhas de plantão, atacando Dom Vicente, porque o Bispo tem se colocado, sem hesitação, de forma firme  e profética, ao lado dos mais pobres, contra o rodoanel / rodominério da morte, defendendo a vida, “e vida em abundância” (Jo 10,10).

E tem o pai de todos os fascistas, O Caramurão, o demônio vestido de presidente, o que ri de quem morre de COVID-19, imitando uma pessoa sem ar nos pulmões; o que quer cancelar nossos CPFs; o corrupto das vacinas Covaxin superfaturadas!   

No entanto, cá estamos cheios de esperança! Esperança do verbo “esperançar”, esperança que nos move, que nos faz agir, ir às ruas e à luta.

Para a pandemia, vacina no braço, vamos imunizando – ainda que lentamente – a população para nos livrar do vírus.  Enquanto isso, vamos lendo bons livros, vendo bons filmes, escrevendo, fazendo atividades físicas em casa mesmo, ligando para os amigos, doando alimentos a quem tem fome.

Vamos nos organizando no Movimento da RMBH Contra o Rodoanel / Rodominério, pressionando os deputados.

Nos colocamos ao lado dos índios e todos os perseguidos e desrespeitados. Aprendemos com sua cultura, com seu amor à terra e à natureza.

Reinaldo Fernandes
Editor
Os fascistas nós combatemos! Não passarão! E nos regozijamos com a denúncia profética de Dom Vicente e de todos os religiosos que se colocam na defesa do verdadeiro Evangelho. O Evangelho do Cristo que falava com a prostituta quando a lei proibia; que tocou a moça morta quando a lei proibia; que curou Lázaro ao invés de assassiná-lo; que deu de comida a quem sentia fome. O Jesus Cristo que, quando Pedro quis que Ele ficasse no bem-bom, numa confortável tenda na montanha, com Moisés e Elias, disse: “Não, Pedro, vamos descer, porque é lá embaixo que o povo está!” O Cristo cujo primeiro milagre foi transformar água em vinho numa festa, porque o Jesus Cristo da alegria, da festa, da celebração da vida!

Quanto ao Genocida, ele está com os dias contados: de 29 de maio, as ruas se encheram mais no 19 de junho (inclusive em Brumadinho), mais ainda em 3 de julho. Quase ninguém mais suporta o Genocida! Se Davi derrubou Golias com a funda, se Jesus venceu o Demônio, por que não aconteceria agora também?

É isso: Fé na vida, fé no Homem, fé no que virá! Nós podemos tudo. Nós podemos mais. Vamos lá fazer o que será.”

Edição 243 – Junho 2021

Poucas & Boas

“Vocês não sabem o que eu vou passar por apontar que o presidente da República, que todo mundo defende como uma pessoa correta e honesta, e sabe que tem algo errado, sabe o nome, sabe quem é e não faz nada com medo da pressão que pode levar do outro lado. Que presidente é esse que tem medo da pressão de alguém que está fazendo algo errado, que desvia dinheiro público das pessoas que morreram com a p* desse covid?”

Deputado Federal Luís Miranda (DEM-DF), denunciando, na CPI da COVID-19, envolvimento de bolsonaro com a corrupção na tentativa de compra superfaturada da vacina Covaxin

“Se querem resolver o problema do transporte, deveriam começar por um transporte público de qualidade, investir também nas linhas férreas já existentes e sucateadas... No mais, penso que cortar o Sinclinal Moeda com um Rodoanel construído às pressas sem os devidos estudos e sem o menor critério é um crime contra a humanidade! Não quero Rodoanel, quero o nosso meio ambiente puro e nossas águas seguras!”

Uma das pessoas que responderam à pesquisa feita pela Editoria do Jornal de fato acerca do rodoanel que o governo Zema quer construir, passando por Brumadinho

 

“Primeiramente o rodoanel não terá alça viária para acesso a brumadinho. Desta forma, não contribuirá em nada para com o desenvolvimento do município. Ainda,  em sua fase de construção atrairá a prostituição e aumento na demanda das necessidades básicas como saúde e educação. O rodoanel afetará diretamente bens históricos do munícipio, como o forte de brumadinho e calcamentos  construídos pelos escravos. Trará grandes impactos ambientais e hídricos, principalmente com a abertura de tuneis no interior do aquífero Cauê, que é responsável direto pelo abastecimento das grandes nascentes na costa oeste da Serra da Moeda, em Brumadinho. Ainda, terá impacto direto no Parque Estadual do Rola Moça. Terá impactos diretos no bairro de Casa Branca.”

Outro respondente à mesma pesquisa sobre o rodoanel

Edição 243 – Junho 2021

Opinião

A questão do traçado: “Nós precisamos deste rodoanel para resolver os problemas de trânsito na região metropolitana de Belo Horizonte.” Precisamos?

Reinaldo Fernandes & Alenice Baeta*


O governo de Minas e algumas pessoas, possivelmente ingênuas ou talvez mal informadas (queremos acreditar), defendem que precisamos de um Rodoanel para resolver os problemas de trânsito na região metropolitana de Belo Horizonte. Para eles, a questão é só achar o melhor traçado de suas quatro alças componentes: Sul, Sudoeste, Oeste e Norte. Primeiro: não precisamos! Segundo: não existe “melhor” traçado. Muito menos alternativas viáveis dentro da RMBH.  Trata-se de um projeto Ecocida. Vejamos por quê.

Há pessoas, como exposto, que acham que o problema do Rodoanel se restringe ao traçado - grande equívoco.

Em Brumadinho, incluindo Nova Lima, Ibirité e Sarzedo, o traçado proposto pelo governo de Minas no segmento denominado alça sul destrói o Parque Estadual do Rola Moça e sua zona de amortecimento dos dois lados, porque quer passar bem no meio dele. Dali, o rodoanel, conhecido popularmente como "Rodominério", porque parece por seu desenho geral servir ao transporte de cargas pesadas da mineração, como exposto adiante, continuaria destruindo fauna, flora, cavernas, patrimônio hídrico, histórico e cultural, incluindo a belíssima Serra da Calçada, tombada em nível estadual, onde há o famoso Forte de Brumadinho, além de moradias de nativos, condomínios de pessoas de classe média e alta; secando nascentes, mananciais e cachoeiras etc.

Nos outros trechos ou alças, o governo Zema propõe que o Rodoanel passe, impactando, severamente e de forma irreversível, territórios tradicionais de agricultura familiar, o que poderá causar insegurança alimentar em toda a RMBH. Seguindo o trajeto de destruição, o traçado oficial do governo atingiria escolas de renome internacional, como a Escola Sandoval de Azevedo na Fundação Helena Antipoff; unidades de ensino fundamental, médio, técnico e superior, como é o caso do Campus da UEMG de Ibirité; bem como cemitérios, além de outras tantas escolas,  UPAs e bairros populosos em Betim e Contagem.

Um dos pontos que mais chama a atenção é que o trajeto indicado na alça oeste mutila a importantíssima área de proteção da lagoa Várzea das Flores em Contagem, importante fonte de abastecimento de água na região.

Na alça Norte, por sua vez, o que mais chama a atenção é que este rodoanel famigerado rasga ao meio a APA Lajinha, uma das poucas áreas verdes de Ribeirão das Neves protegida, onde se encontram seis nascentes de água.  Seguindo o rastro de destruição na bacia do Ribeirão da Mata atingiria parte do sistema do fluviocarste da APA Norte e o rio das Velhas, impactando os territórios quilombolas de Pinhões e de Manzo Ngunzo Kaiango, já  em Santa Luzia. O trajeto passa, ainda, sobre o cemitério de escravos, onde foram enterrados os ancestrais dos quilombolas de Pinhões, habitantes desde o século XVIII dessa região.       

Curiosamente, se analisar todo o traçado, nota-se com certa facilidade  que as mineradoras são cuidadosamente contornadas e protegidas desta obra, culminando bem em suas entradas. Passa assim do ladinho das minas, facilitando o escoamento de minério. Enquanto isso, por onde quer passar, em todas as suas alças componentes, milhares e milhares de famílias (estima-se mais de 20 mil pessoas) seriam retiradas de suas casas, de suas histórias, de seus vizinhos, de sua vida cultural, religiosa e seu sentimento de pertencimento.

E quem são essas pessoas? Geralmente pobres, em sua maioria de negros. E quanto eles receberiam? Aquilo que todo mundo sabe: um valor muito inferior ao que vale seu imóvel, que seria lhe tomado em nome do “interesse público” através de um decreto. E quando ele fosse reclamar que recebeu apenas uns 20% do valor e que não conseguirá comprar outro imóvel parecido como seu em outro lugar, o que o governo lhe dirá? Que, se ele acha o preço injusto, que “entre na Justiça”. A “justiça” que todos nós conhecemos: a que deixa bolsonaro matar milhares de pessoas com sua política de morte, a “justiça” que nunca prendeu Aécio Neves, a “justiça” que condenou, sem provas e manteve presos os jovens negros Rafael Braga e Heverton Enrique Siqueira, a justiça brasileira para os três “Ps”: pobres, pretos e putas.

Aí, a AMDA, e outras “entidades” tentam convencer que o problema do Rodoanel é questão de traçado, e propõem o que chamam de “alternativa”- um traçado tão ruim quanto o da alça sul. Qual o interesse destes que defendem o tal traçado, dito alternativo? Alternativo para quem? Querem fazer da Serra do Rola Moça a nova Serra do Curral. De um lado linda e preservada; do outro, devastada por megaempreendimentos? Em resumo, o que se chama de alternativa é: “Aqui no meu quintal, não! Passe ali” Ou, na melhor das intenções é: “Vamos fazer  o rodoanel num traçado que seja menos danoso, que cause menos impacto.” Menos impacto pra quem mesmo? Salvar fauna e flora e destruir vidas humanas, pode?  Não pode passar dentro do Parque, mas pode passar na área de amortecimento do mesmo parque, mas do lado oeste? Destruindo mananciais como Taboões,  Balsamo, os vales dos rios Jatobá e Cercadinho? Como assim? Alguém acha que se secar os mananciais de água do lado de Ibirité não vai secar do lado de Brumadinho ou Sarzedo? Que lençol freático respeita divisão política? Isto é Racismo Ambiental. Saibam.

Sejamos honestos: não existe esse tipo de grande obra que seja “menos danosa”.  Esse tipo de obra – que chamam de “desenvolvimento” -  é de sua essência ser destruidora. Não vai destruir 20 mil famílias e vai destruir só 10 mil? Qual a diferença? Essas 10 mil vidas não importam? “São só 4 mil famílias...” E daí se fossem?

“Não vai destruir todas as nascentes, só parte delas.” Toda nascente não importa numa região que precisa dar água para 7 milhões de habitantes?

“Vai prejudicar o patrimônio histórico e pré-colonial, mas é só história e memórias ancestrais.” Por quê? A história não é importante, não é ela que nos ensina a viver melhor e a não cometer os mesmos erros?

E o argumento mais usado: “Nós precisamos deste rodoanel para resolver os problemas de trânsito na região metropolitana.” É um argumento mentiroso. O rodoanel não resolve! Se analisarmos, honestamente, veremos que não.

Para que serve um rodoanel de 110 km que só tem oito entradas/saídas dele? Para que  ninguém entre ou saia, para que os cidadãos que precisam de uma rodovia mais rápida e com menos veículos não usem mas seja usado apenas para grandes empresas transportadoras de mercadorias e minério, para viagens mais distantes.

E se nós conseguirmos usar, como fica? Você vai pagar, pra início de conversa, R$ 3,50 por cada 30 km rodados, 35 reais se quiser atravessar toda a extensão do rodoanel.  

Os lotações, que carregam a população pobre, vai passar pelo rodoanel? Não! Praticamente nada, com o acontece hoje com o Anel Rodoviário de BH! Portanto, não melhora nada também para os usuários de transporte coletivo.

O atual anel rodoviário de BH mata centenas e centenas de pessoas. De 2014 a 2018, foram mais de 4 mil acidentes registrados. O rodoanel trará mais segurança do que o anel rodoviário? Estudos de engenharia já mostram que não, pelo contrário,  é uma obra que matará mais, com tecnologia atrasada, que há muito não é mais usada na Europa, por exemplo.

Do que precisamos então?

De projetos comprometidos com economias de baixo carbono nas cidades, e não colocar veículos pesados circulando dentro da RMBH, produzindo mais CO2. Isto fere os compromissos internacionais firmados, bem como o Estatuto da Cidade. Precisamos que o dinheiro vindo da morte de 273 pessoas dos crimes da Vale em Brumadinho seja usado para melhorar o bem viver do povo e não para piorar a qualidade de vida das pessoas e atingi-las novamente.

Querem, mesmo, melhorar a mobilidade urbana na região metropolitana?  Precisamos, então de investir em metrô: mais rápido, mais econômico, carrega mais pessoas, não se atrasa, tira ônibus das ruas. Metrô de Ibirité ao Barreiro e à Santa Luzia; de Nova Lima a Igarapé.

Precisamos investir no trem de passageiros, de Jeceaba a Belo Horizonte, oferecendo transporte para Moeda, Brumadinho, Mário Campos, Sarzedo, Ibirité.

Precisamos de transporte público por ônibus que tenha mais horários, qualidade, preços baixos, rapidez para diminuir a presença dos automóveis particulares nas vias.

No mais, é engodo. É tentar “passar a boiada”.

*Prof. Reinaldo Fernandes, de Brumadinho / Historiadora e arqueóloga Alenice Baeta, de Ibirité, ambos da Coordenação do Movimento da RMBH Contra o Rodominério

Edição 243 – Junho 2021

Dinheiro do rodoanel premia a VALE  e mantém o dano causado, afirmam organizações

Audiência em BH debateu os impactos de projeto sobre uso do dinheiro de acordo do governo com a mineradora

No dia 25 de junho, dia em que os crimes da VALE em Brumadinho completaram dois anos e cinco meses, a Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa realizou,  a pedido da deputada Beatriz Cerqueira (PT), uma audiência para debater os impactos do Projeto de Lei (PL) 2.508/2021. Beatriz Cerqueira sugeriu que fosse feita a Audiência na Plenária de seu mandato que discutiu, com o MOVIMENTO DA RMBH CONTRA O RODOANAEL /RODOMINÉRIO a questão da obra e do PL 2508/21.

O PL, de autoria do Poder Executivo estadual, autoriza a abertura de crédito suplementar com recursos do Acordão celebrado no início do ano entre a VALE, o governo de Minas e as instituições de justiça do estado, sem a participação dos atingidos. 

Impunidade dá lucro

Participaram da reunião, com intervenções, mais de 20 pessoas, entre parlamentares, atingidos pelo crime da Vale, movimentos populares, associações, assessorias técnicas independentes (Aedas, Nacab e Guaicuy), representantes da Igreja.

De um modo geral, houve várias críticas à ausência de participação popular no acordo e na discussão do PL 2508, ao projeto de construção do rodoanel com dinheiro que deveria ir para a reparação aos atingidos e na ausência de garantias de que novos crimes não acontecerão. 

“Eu quero lembrar que Minas Gerais é a região onde ocorreu mais rompimentos de barragens no mundo. Neste momento, temos mais de 30 barragens em níveis de emergência 1, 2 e 3”, afirma Marta Freitas, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM).

Isto, segundo ela, acaba funcionando como um estímulo para que novos crimes aconteçam. “A VALE aprendeu com os rompimentos das barragens de Fundão, em Mariana, e da B1, em Córrego do Feijão, Brumadinho, e está lucrando com isso. Ela aumentou seu faturamento e aumentou seus lucros. E nós?”, critica. 

Na mesma linha, Joceli Andrioli, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) afirma que os valores divulgados do acordo (cerca de R$ 37 bilhões) são inflados. Porém, mesmo esse divulgado representa um prejuízo aos atingidos.

“Havia duas ações judiciais: uma ação que pedia dano moral coletivo aos atingidos, no valor de R$ 28 bilhões, e uma ação que pediu indenização ao Estado de R$ 26 bilhões. O fato de não ter participação fez com que o governo se aproveitasse em um acordo prejudicial, pois os atingidos conquistaram apenas R$ 8 bilhões, um prejuízo direto de R$ 20 bilhões”, critica.

Para Roziane Duarte, atingida de Angueretá, em Curvelo, os atingidos são os grandes prejudicados nessa discussão. “Não escutamos mais falar em mortes, nos danos aos nossos rios e nos atingidos. Escutamos apenas falar de acordo e de dinheiro. Mas esse dinheiro é sujo de sangue”, disse.

Rodoanel: nova via do minério

Praticamente todos os participantes criticaram a proposta de uso do dinheiro da reparação para construir o rodoanel da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Essa infraestrutura, segundo elessó beneficiaria a própria mineradora, responsável por todo o dano causado pelo rompimento da barragem, visto que seria útil para as próprias operações da VALE.

“O traçado do rodoanel proposto passa em áreas de preservação ambiental, gerando devastação e morte. Contudo, o terreno da mineração não só é poupado, como também beneficiado”, afirma a professora Adriana Souza, integrante do movimento SOS Vargem Flores, em Contagem. 

A economista Júlia Nascimento, do Instituto Guaicuy, acrescenta que a destinação do recurso para o rodoanel contribui com a perpetuação do dano causado com a mineração. “Hoje, no PL, estão em discussão valores que fariam jus ao Estado de Minas Gerais, que alega perda de arrecadação por conta do rompimento. Mas é de muito espanto que se tenha tanto dinheiro alocado para a infraestrutura da mineração. Um dos princípios básicos da reparação integral e justa é a garantia de não repetição. Ora, isto está sendo prejudicado por essas obras que o estado pretende, pois elas perpetuam um modelo dessa economia do crime, a propagação dessas bombas-relógio no território mineiro que são as barragens de rejeitos”, conclui.

Plebiscito

Para Joceli Andrioli, do MAB, o correto seria realizar um plebiscito para que a população mineira diga onde os recursos do acordo deverão ser aplicados. O dirigente também defende que a Assembleia Legislativa não reproduza os erros contidos no acordo.

Esperamos que a Assembleia não seja conivente, pois, se aprovar o projeto como está, ou, se aprovar deixando o rodoanel, vai ser conivente com o crime que a Vale cometeu e com novos processos de crime em Minas Gerais”, afirma.

Edição 243 – Junho 2021

Compromitentes publicam critérios para escolha de empresa ou entidade que vai gerenciar Programa de Transferência de Renda

No dia 16 de junho, os compromitentes divulgaram o envio da petição com a proposta dos novos critérios do Programa de Transferência de Renda; no dia seguinte o juiz Paulo de Tarso homologou.

No dia 17, o juiz Paulo de Tarso Tamburini aprovou as diretrizes gerais para a realização do Programa de Transferência de Renda (PTR), elaboradas pelos compromitentes do acordo judicial assinado entre a VALE, as Instituições de Justiça (IJs) e o governo de Minas Gerais, em fevereiro de 2021. As diretrizes foram apresentadas no dia 16 de junho na Ação Civil Pública que discute a reparação integral dos danos causados às pessoas atingidas pelo desastre sociotecnológico da VALE em Brumadinho.

Na prática, isso significa que a proposta dos compromitentes já é juridicamente válida e o processo de transição de critérios (do Emergencial para o PTR) e gestão do Programa (da VALE para Empresa ou Entidade gestora)  já pode iniciar oficialmente. A previsão é de que o PTR dure cerca de quatro anos.

O juiz também aprovou o Termo de Referência, publicado no dia 15 pelos compromitentes, com o Edital de chamamento público para a escolha e contratação de empresa ou entidade que irá operacionalizar o cadastramento de pessoas e pagamento dos valores do programa. O prazo para a manifestação dos interessados vai até as 23h59 do dia 30 de junho e a escolha final será apresentada ao juiz.

Os compromitentes, que são as instituições de justiça e formam o Colegiado Gestor do Programa (Ministério Público de Minas Gerais/MPMG; Ministério Público Federal/MPF e a Defensoria Pública de Minas Gerais/DPE), são os responsáveis pelo detalhamento, monitoramento e fiscalização do PTR, ou seja, são a instância máxima decisória. O Colegiado deve acompanhar a execução dos recursos e a aprovação de quaisquer alterações necessárias.

A gestão dos recursos não terá participação da VALE. Em agosto, caberá à mineradora depositar os valores em juízo (4,4 bilhões), subtraída a quantia utilizada para o pagamento emergencial dos meses de junho, julho e agosto. Nesse período de transição entre o emergencial e o Programa de Transferência de Renda, embora a gestão ainda seja da VALE, os valores já são descontados do montante previsto no acordo e destinado ao PTR.

Aos compromitentes cabe apresentar ao juiz a proposta de empresa ou entidade a ser responsável pelo novo programa, solicitando a liberação judicial dos valores aprovados e destinados ao pagamento da empresa escolhida. Os pagamentos à empresa serão realizados em parcelas, conforme cronograma de desembolso acordado junto à empresa selecionada.

Também cabe aos compromitentes aprovar ou rejeitar os serviços executados pela empresa de acordo com as exigências do Colegiado Gestor e presentes no Termo de Referência.

Empresa/Entidade Gestora

A empresa ou entidade a ser escolhida terá a tarefa de operacionalizar o pagamento de, segundo estimativa dos compromitentes, 140 mil pessoas que poderiam ter acesso ao PTR. Também será responsabilidade da empresa ou entidade a migração de quem recebe o atual pagamento emergencial para o Programa de Transferência de Renda, caso a pessoa atingida se encaixe nos novos critérios. O edital exige que esta migração seja feita de forma rápida, organizada, com planejamento e respeito aos prazos determinados pelas IJs, para que não exista interrupção no recebimento de quem integra o pagamento emergencial e irá para o PTR.

O cadastramento das pessoas que vão ser incluídas no Programa de Transferência de Renda também será feito pela empresa vencedora do edital, a partir dos critérios definidos pelos compromitentes, que deverão decidir sobre as fontes de comprovação e o público alvo elegível. O trabalho a ser feito também terá de contemplar as especificidades da população atingida, em relação às questões relativas ao território, condições socioeconômicas, culturais, étnicas e de vulnerabilidade social.

Entre as exigências de operacionalização, está a necessidade de que seja realizada análise de todos os casos em que houve negativa de inclusão ou bloqueio para o recebimento do pagamento emergencial, por parte da VALE, conforme prazo estabelecido pelos compromitentes, “visando ao pagamento dos valores devidos nos casos em que for constatada negativa ou bloqueio indevidos, observando-se os critérios e valores à época vigentes para o Pagamento Emergencial”, discorre o Termo de Referência. 

Outro ponto bastante citado no texto do edital de chamamento é a necessidade da disponibilização de uma plataforma de consulta e peticionamento dos processos administrativos por essa empresa ou entidade, sendo obrigatória a emissão de número de protocolo para todos os atendimentos realizados. Isso viria sanar a dificuldade de acesso aos documentos, dados e decisões relacionadas ao pagamento emergencial. No novo programa, as pessoas atingidas deverão ter acesso e possibilidade de acompanhar todas as etapas do procedimento.

Também está prevista a realização de postos fixos, equipes volantes, visitas de campo e domiciliares, reuniões setorizadas, por telefone, WhatsApp, e-mail e portal na internet para esse acompanhamento, de modo que facilite ao máximo o acesso às informações e ao cadastro no programa. Uma ouvidoria também deve ser disponibilizada exclusivamente para recebimento de sugestões e reclamações.

A empresa ou entidade deve ainda atuar em constante interlocução com as instituições públicas e assessorias técnicas da Bacia do Paraopeba, que poderão indicar públicos em vulnerabilidade elegíveis ao programa, segundo o edital.

O Edital completo você pode ler em:

https://www.mg.gov.br/sites/default/files/paginas/arquivos/2021/edital_de_chamamento_publico_ptr_16-06-21.pdf

Por AEDAS

Edição 243 – Junho 2021

Aprovação de Bolsonaro cai para 23% e reprovação sobe para 50%, aponta pesquisa Ipec

Levantamento do Ipec ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios, de 17 a 21 de junho. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos. Na pesquisa anterior, aprovação era de 28%, e reprovação, de 39%

 


Pesquisa Ipec divulgada no dia 24/6 mostra os seguintes percentuais de avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro: Ótimo/bom: 23%; Regular: 26%; Ruim/péssimo: 50%; Não sabe/não respondeu: 1%

A pergunta feita pelo instituto foi “Na sua avaliação, o governo do presidente Jair Bolsonaro está sendo”, com as opções “Ótimo”, “bom”, “regular”, “ruim” ou “péssimo”. Somados, os itens “ótimo” e “bom” correspondem ao percentual de aprovação da administração; e os itens “ruim” e péssimo”, ao de reprovação.

O levantamento do Ipec foi feito de 17 a 21 de junho e ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança, de 95%.

O Ipec foi criado por ex-executivos do Ibope Inteligência após o seu encerramento. O novo instituto de pesquisa atua na área de consultoria e inteligência em pesquisas de mercado, opinião pública e política.

Pesquisa anterior

A última pesquisa divulgada pelo Ipec sobre a aprovação do presidente foi feita em fevereiro de 2021. Os números levantados na época foram: Ótimo/bom: 28%; Regular: 31%; Ruim/péssimo: 39%; Não sabe/não respondeu: 2%

Forma de governar

Um dos aspectos pesquisados diz respeito à aprovação da maneira de governar do presidente. Nesse caso, a pergunta feita foi: "E o(a) sr(a) aprova ou desaprova a maneira como o presidente Jair Bolsonaro está governando o Brasil?"

Sobre este quesito, os resultados foram: Aprova: 30%; Desaprova: 66%; Não sabe ou não respondeu: 4%

No levantamento anterior, 38% dos entrevistados aprovavam a maneira de governar de Bolsonaro, 58% desaprovavam e 5% não souberam ou não responderam.

Confiança no presidente

A pesquisa também fez a pergunta: "E o(a) sr(a) confia ou não confia no presidente Jair Bolsonaro?" Os percentuais foram: Confia: 30%; Não confia: 68%; Não sabe/não respondeu: 2%.

No levantamento anterior, 36% dos entrevistados diziam confiar em Bolsonaro, 61% diziam não confiar e 3% não souberam ou não responderam.

 

Edição 243 – Junho 2021

PL 2.508/21 do governo Zema

Deputados querem comprar até aviões para a polícia com dinheiro dos 273 mortos de Brumadinho

O governador Zema (NOVO), junto com a VALE e as Instituições de Justiça, sem participação dos atingidos, firmaram um Acordão de R$ 26 bilhões. O dinheiro deveria ser para reparar os crimes cometidos pela VALE, especialmente em Brumadinho. Mas Zema está desviando esse dinheiro para outros fins, para garantir sua reeleição. Zema quer gastar, com a tutela da Assembleia Legislativa, 11 bilhões em coisa como Polícia Militar, reforma da Cidade Administrativa, pontes em lugares que nada têm a ver com a Bacia do Paraopeba, rodoanel para nos atingir novamente  etc. Além disso, Zema já está gastando vários bilhões que ninguém sabe para onde foram, já que para as reparações foram destinados apenas  7 bilhões e 4,4 para o Programa de Transferência de Renda.

A disputa pelo dinheiro advindo da mortes de 273 pessoas em Brumadinho pelos crimes da mineradora VALE  continua acirrada. Agora os deputados estaduais travam uma luta com o governo Zema (NOVO) para ver quem fica com os 11 bilhões sobre os quais a ALMG deve decidir.

O Projeto de Lei 2.508/21 recebeu 243 emendas de deputados. Até avião para a Polícia Civil os deputados querem comprar!

Dinheiro par a reparação

Já os movimentos sociais defendem que o dinheiro seja utilizado para ajudar a população de Minas Gerais, especialmente a de Brumadinho, neste momento de pandemia, desemprego e fome. O Movimento da RMBH Contra o Rodoanel/Rodominério defende que os 3,5 bilhões que Zema quer destinar para o rodoanel sejam gastos com ações sociais para a população. Uma dessas ações é a proposta do Movimento Nacional por Moradia, que defende a construção de 400 mil casas para a população que não tem onde morar, conforme informou Marcos Landa.

Na mesma direção vai a Pastoral Metropolitana por Moradia. “A gente não vai parar enquanto não resolver esse problema sério do acordão que fizeram com o Rodoanel. Essa PL vai ter que cair”, disse Carlos Silva, da Pastoral, defendendo o uso do dinheiro do rodominério para a construção de moradia de interesse social.

Depois de desentendimentos dos deputados como o governo Zema, o PL está parado na ALMG.  No dia 22 de junho, centenas de pessoas estiveram em manifestação na porta da Assembleia legislativa de MG. “A população de luta foi dar um recardo para Zema e os deputados”, disse Reinaldo Fernandes, membro da Coordenação do  Movimento da RMBH Contra o Rodoanel/Rodominério e do Comitê Regional de Luta Contra o Rodominério (Brumadinho – Ibirité - Mário Campos – Sarzedo). “Não queremos o rodoanel destruidor de vidas, queremos que o dinheiro da reparação seja usado para melhorar a vida das pessoas”, completou Fernandes.

Os movimentos sociais prometem continuar a pressão contra o rodominério.  

Edição 243 – Junho 2021

bolsonaro é denunciado por prevaricação

Ação de notícia-crime foi protocolada no STF por três senadores, incluindo o vice-presidente da CPI da COVID,

A ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi sorteada no último dia 28/6 como relatora da notícia-crime contra o presidente jair bolsonaro (sem partido) pelo suposto crime de prevaricação. 

A ação foi impetrada pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO).

O pedido feito pelos parlamentares para que bolsonaro seja denunciado pelo crime de prevaricação, que é o ato de atrasar ou deixar de cumprir obrigações por interesses pessoais, ocorre após as denúncias de corrupção nos contratos para a compra da Covaxin, vacina indiana contra a covid-19.

Em depoimento prestado à CPI da Covid, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse que alertou Bolsonaro sobre as possíveis irregularidades no contrato de aquisição da vacina Covaxin e que o chefe do Executivo atribuiu ao deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Casa, eventuais desvios. Ambos negam relações com a suspeita de corrupção em meio à pandemia de covid-19.

Edição 243 – Junho 2021

Milhares saem às ruas do país em novos protestos pelo impeachment de bolsonaro

Em Brumadinho também aconteceu o “Fora, Bolsonaro!”; os protestos são também por mais vacinas contra a Covid-19 e por auxílio emergencial


Milhares de manifestantes se reúnem no sábado, 19 de junho, em diferentes cidades do país em protestos contra o presidente jair bolsonaro. Entre os maiores atos, estão os de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Em Brumadinho também aconteceu um ato.

As manifestações ocorreram no momento em que o país se aproximava de 500 mil mortos pela COVID – agora com mais de  520 mil - e menos de um mês após os atos de 29 de maio, que atraíram milhares de pessoas. Os protestos nacionais são pelo impeachment do presidente, por mais vacinas contra a Covid-19 e por auxílio emergencial de R$ 600.

Foram convocados e apoiados por movimentos sociais, partidos políticos, centrais sindicais, entidades estudantis, torcidas organizadas e grupos envolvidos em causas como feminismo e antirracismo. A organização está centralizada no fórum Campanha Nacional Fora, Bolsonaro.

A quantidade de organizações que endossam a realização dos protestos e o número de cidades com atividades programadas cresceram em relação ao final de maio. Em Brasília, o ato foi maior do que o anterior, assim como no Rio, onde os organizadores estimam cerca de 70 mil pessoas no ato deste sábado, contra 50 mil na manifestação de 29 de maio. No Recife, mesmo sob chuva, o evento foi maior do que o de maio.

Em Brumadinho, manifestantes se reuniram
no trevo na entrada da cidade e fizeram uma
caminhada pela área central
 



Na capital federal e no Rio, manifestantes incluíram na pauta dos atos protesto contra a privatização da Eletrobras.

Em Brasília, o ato contou com uma carreata que percorreu algumas vias principais da cidade até a concentração para uma passeata. Indígenas de várias partes do país também se juntaram aos manifestantes para condenar a omissão do governo na proteção desses povos na pandemia e também em protesto contra a mudança na demarcação de terras.

O evento no DF colocou no mesmo carro de som parlamentares de diversos partidos de esquerda, como PSOL, PT, Rede, PC do B, PDT, além de inúmeras camisetas com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Protocolo de segurança

Os manifestantes tentaram cumprir normas de distanciamento social e se organizaram em grandes filas. Em megafones, pessoas da organização do ato alertavam para a necessidade de manter o distanciamento e usar o equipamento de proteção.

Manifestações em mais de 400 cidades

Caminhada em Brumadinho saiu do trevo, 
passou pela Av. Padre Eustáquio, depois
Av. do Bananal, Gov. Valadares e terminou na
Praça da Rodoviária 
Os atos aconteceram em mais de 400 cidades de todos os estados brasileiros, incluindo as 27 capitais. No exterior, houve manifestações em 41 cidades, em países como Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Portugal, Itália, Finlândia e Argentina.

No mês passado, segundo a coordenação, houve no total movimentações em 210 cidades no Brasil e em 14 cidades do exterior.

A Campanha Fora, Bolsonaro é composta por frentes como a Povo sem Medo, a Brasil Popular e a Coalizão Negra por Direitos, que reúnem centenas de entidades, entre elas MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), UNE (União Nacional dos Estudantes), CMP (Central de Movimentos Populares) e Uneafro Brasil.

As centrais sindicais como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), entre outras, aderiram ao “Fora, bolsonaro!”.

Partidos de esquerda como PT, PSOL, PC do B, PCB, UP, PCO e PSTU também participam da articulação. O Cidadania comunicou nesta semana sua adesão às manifestações.

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e até o movimento Acredito, que prega renovação política e está posicionado mais ao centro, também se integrou à organização dos protestos.

Edição 243 – Junho 2021

bolsonaro perde 1/3 de seus eleitores de 2018

Lula tem 49% contra apenas 23% do atual presidente; os dados são de pesquisa do instituto Ipec


Um terço dos eleitores de jair bolsonaro em 2018 está arrependido e afirma que não votará nele de jeito nenhum no ano que vem. Esses ex-bolsonaristas agora tendem a optar majoritariamente por Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Os dados são de pesquisa do instituto Ipec.

Dos entrevistados pelo instituto que disseram ter apoiado bolsonaro na última eleição presidencial, menos da metade (44%) afirma que "com certeza" voltará a votar nele. Outros 18% dizem que poderão vir a fazê-lo. Para 34%, isso está fora de cogitação.

É significativo o contingente de arrependidos que saltou para a outra ponta da polarizada política brasileira: nada menos que um em cada quatro (25%) dos eleitores do atual presidente agora afirma que "com certeza" votará em Lula. E mais 13% admitem a possibilidade de fazê-lo. Ou seja, 38% dos que votaram em Bolsonaro veem agora o seu principal rival com alguma simpatia.

Entre os que optaram pelo PT em 2018, o número de arrependidos dispostos a aderir ao bolsonarismo é quase insignificante. Apenas 4% dos eleitores do petista Fernando Haddad agora dizem que votariam com certeza ou poderiam votar em Bolsonaro. Para 93% deles, não há nenhuma chance de apoiar a reeleição do atual presidente.

Lula tem 49% contra apenas 23% de bolsonaro

Em resumo, os números mostram que, do lado do PT, o antibolsonarismo continua acirrado. Mas, entre os bolsonaristas de 2018, o antipetismo já não é um tema unificador.

Dos responsáveis pela eleição de Bolsonaro, 59% dizem que não votariam em Lula de jeito nenhum. Mas outros políticos têm níveis de rejeição similares. É o caso do tucano João Doria, também com 59%, e de Ciro Gomes, do PDT, com 57%.

Já no lado que optou por Haddad, a rejeição está bem mais concentrada em Bolsonaro. Apenas 41% desses eleitores afirmam que não votariam em Ciro Gomes de jeito nenhum, por exemplo. A taxa de recusa a Ciro é 52 pontos porcentuais menor que a de Bolsonaro.

Não apenas entre os eleitores de Bolsonaro há arrependidos. No contingente que votou nulo ou em branco no segundo turno de 2018, metade agora afirma que "com certeza" votará em Lula, e apenas 6% dizem que seguramente optarão por Bolsonaro.

Nos números gerais, a pesquisa Ipec mostrou Lula com 49% das intenções de voto, e Bolsonaro com 23%. Ciro teve 7%, Doria, 5%, e Henrique Mandetta, do DEM, 3%.

Seguindo protocolos de segurança contra o coronavírus, o Ipec entrevistou, presencialmente, 2.002 eleitores em 141 municípios brasileiros. A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 21 de junho de 2021. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Edição 243 – Junho 2021

Editor emplaca nova publicação e é convidado para participar do 2º Casa Branca  Fest


O editor do Jornal de fato, Reinaldo Fernandes, emplacou mais uma publicação em revista nacional, a 6ª neste ano de 2021. Desta vez, um trabalho de Fernandes será publicado pela Revista Entreverbo. “Queremos lhe dar os parabéns, pois seu poema foi selecionado para Entreverbo#40”, diz mensagem recebida pelo Editor. 

O poema selecionado foi “Sentidos”. O poema fará parte do livro “Minha vida é reticências”, que será lançado neste ano por Reinaldo Fernandes.  

O Editor foi convidado para ler seu poema na Live Sarau Entreverbo #40, que ocorreu no dia 29 de junho, e que foi transmitida ao vivo em facebook.com/Entreverbo. 

A edição digital da revista Entreverbo já está circulando.

2º Casa Branca  Fest

Reinaldo Fernandes foi convidado e participou do 2º Casa Branca Fest, ocorrido no dia 27 de junho, no Condomínio Quintas de Casa Branca, em Casa Branca. O poeta teve três de seus poemas declamados pelo consagrado poeta e ator Odilon Esteves. Odilon Esteves declamou os poemas “Vai Passar”, “Cheiro de Chuva” e “A Canção da Chuva”, de Fernandes, gravados anteriormente por ele.


Além disso,  Reinaldo foi um dos cinco convidados que falaram no “parlatório” do Festival. Em sua fala, de seis minutos, Reinaldo criticou contundentemente o presidente bolsonaro, a quem chamou de “pandemônio”. “Temos duas grandes batalhas a vencer: a pandemia e o pandemônio”, disse ele. Mas o centro de sua fala foi sobre a necessidade de, neste momento, “a gente esperançar”. “N
ão a esperança do verbo esperar, mas a esperança do verbo esperançar. A esperança que nos move, que nos faz agir, que constrói um outro tempo possível!”, disse, lembrando o mestre Paulo Freire. Reinaldo terminou seu discurso com as seguintes palavras: “Viva o SUS! Viva as montanhas, as àguas, a natureza dadivosa, a arte e a cultura! Sim à vida! Comida no prato e vacina no braço... e FORA, BOLSONARO!” (leia abaixo o discurso completo)


Participaram também do Parlatório, com intervenções musicais de Nete Barros, as ativistas ambientais Hélcia Viriato e Maria Dalce Ribas; o especialista em saneamento básico e águas Leo Heller  e a cineasta e roteirista Tâmara Braga   

Abaixo, os vídeos em que Odilon Esteves declama os poemas de Fernandes.




Seleção de artistas

O 2º Casa Branca  Fest, promovido por Atelier Dudude e o Instituto Cabra (Thaís Mol e Fred Paulino), aconteceu de 11 às quase 18 horas, transmitido pelo canal do youtube da Festival. Durante o dia todo, Brumadinho e o mundo puderam acompanhar música, dança, performances, palhaçadas, pintura sendo feita ao vivo por Clara Valente, vídeos-poesia e discursos no “Parlatório”.    

Entre os artistas estavam ainda Thainara e Thaís, Palhaço Popó,  Danuza Menezes, Tizumba, Patrícia Lobato e Renato Motha, Frederico Herrmann, Vítor Santana, Izabel Stewart, Tarcísio Homem, Grupo Trampolim e regina Souza.

Nas vídeos-poesias, além de Odilon Esteves, tiveram participação de Brisa Marques, Lucina Tanures e Júlia Panadés. E ainda vídeos-dança com as próprias Dudude e Thaís Mol.  

Além de arte feita no quintal da Dudude, havia exposições na praça do bairro Jardim Casa Branca, na praça São Sebastião e o corredor poético na Av. Casa Branca.

 

Discurso de Reinaldo Fernandes no Parlatório do 2º Casa Branca Fest

“A palavra organiza o mundo”. Essa é uma frase do linguista Noan Chomsky. Então estamos aqui neste parlatório com a missão, e talvez, a prepotência de organizar o mundo.

Ainda bem que a Nete Barros e tantos artistas estão aqui com usa música para nos ajudar: se a gente não organizar pela palavras, organiza pela arte, pela cultura...

Seja como for, como diria a Danuza Menezes: Neste momento a gente “tem que gritar, tem que berrar!” “E com amor, com música, com arte”. Especialmente num festival cuja mascote é a cabra! E, afinal, como diria Caetano, “é proibido proibir”.

Boa tarde para Casa Branca, boa tarde para Brumadinho. Boa tarde para quem está à minha esquerda e boa noite mundo à minha direita. Porque a Terra, nossa casa, nossa mãe gaia, é sempre bom lembrar, não é plana! Então, boa noite pra parte do mundo redondo em que é de noite!

Pensei em começar com o trecho de uma poesia que diz assim:

“São tempos difíceis

de angústias sem fim

 

São dias terríveis

Meu coração parece parar

Tragam o oxímetro,

falta-me ar”

Eu sou Reinaldo Fernandes. Quando Dudude me convidou, eu pensei: em tempos difíceis de censura, de negacionismo, de necropolítica, em que a cadela do fascismo ronda nossas portas, é muito bom ter um parlatório para eu falar que eu quiser. Para fazer “pulsar a vida!”

Mas, para pulsar a vida, há duas batalhas que precisamos vencer: a pandemia e o pandemônio!

Neste momento de nossa vida, no Brasil e no mundo, acho que o mais importante é falar em esperança. E aí, vou copiar o grande mestre Paulo Freire: não a esperança do verbo esperar, mas a esperança do verbo esperançar. A esperança que nos move, que nos faz agir, que constrói um outro tempo possível!

É disso que precisamos agora: de esperançar! Não nos embrutecer, não nos desumanizar. Creio que o momento é o da empatia! Com nossos vizinhos, com os moradores do Jardim Casa Branca, do bairro da Ponte, da Jangada, com os milhões que estão passando fome. Meio milhão de pessoas importa! É hora de cuidar dessa gente! De levantar os olhos de nosso próprio umbigo e olhar para o outro!

Nós temos o que fazer, muito o que fazer, não vamos fazer como Trepliov de Tchekhov que, por não ter o que fazer, matou a gaivota, “a destruiu por simples enfado”,  “por pura falta do que fazer” como diz na peça. Nós temos o que fazer!  

E por ter o que fazer, eu saúdo o 29 de maio. Saúdo o 19 de julho e saúdo o 3 de julho!

Nós precisamos superar a pandemia. Por isso, antes de tudo, é preciso superar o pandemônio! Termino lembrando alguns seres humanos fantásticos que podem nos inspirar a cada dia mais, esperançar mais:

Padre Júlio Lancelotti, de SP; Frei Gilvander Moreira, de BH; Dom Vicente, bispo de Brumadinho; Marielle Franco, do RJ; Frei Betto! Não por acaso, são, todos eles, religiosos, e todos eles inspirados no Mestre Maior, Jesus Cristo. Não o Jesus Cristo do Edir Macedo ou do Silas Malafaia, mas aquele Jesus Cristo que falava com a prostituta quando a lei proibia, que tocou a moça morta quando a lei proibia, que curava leprosos, que deu de comida a quem sentia fome. Aquele que, quando Pedro quis que ele ficasse no bem-bom, numa confortável tenda na montanha, lá no lato do Rola Moça, com Moisés e Elias, ele disse para Pedro: “Não, Pedro, vamos descer, porque é lá embaixo que o povo está!”  O Cristo cujo primeiro milagre foi transformar água em vinho numa festa, porque o Jesus Cristo da alegria, da vida, da celebração da vida!  

Viva o SUS! Viva as montanhas, as águas, a natureza dadivosa, a arte e a cultura!  Sim à vida! Vacina no braço, comida no prato... e FORA, BOLSONARO!

Edição 243 – Junho 2021

O sarcasmo da VALE assassina

Sarcasmo: segundo o Dicionário Online da Língua Portuguesa significa “zombaria que busca ofender; ironia insultuosa; ação de dizer o oposto do que se quer de maneira mordaz e amarga; ironia insultuosa, penosa, mordaz ou cáustica.”

É assim que podemos entender a chamada do boletim da mineradora VALE, o “Notícias”, de fevereiro de 2021. A chamada diz: “Jamais esqueceremos Brumadinho”. O sarcasmo se dá pelo fato de a mineradora copiar, se apropriar, para si, de um lema que é dos atingidos, dos que perderam e choram até hoje 274 vidas queridas – 10 sem que a família saiba ao menos de algum fragmento de corpo encontrado. Os atingidos usam, a cada mês dos assassinados praticados pela empresa, o lema: “Nós nunca esqueceremos”, se referindo, obviamente, aos assassinatos.  E o que a VALE faz? Depois de se apropriar da vida das pessoas, se apropria de sua dor.

No boletim, a VALE usa o lema: “Jamais esqueceremos Brumadinho”.


Edição 243 – Junho 2021

É hora de esperançar!

Vivemos um momento que a gente tem que falar, tem que gritar, tem que berrar. Com amor, com música, com arte. Mas tem que gritar! “São tempos difíceis / de angústias sem fim / São dias terríveis / Meu coração parece parar / Tragam o oxímetro / falta-me ar”.

Em tempos difíceis de censura, de negacionismo, de necropolítica, em que a cadela do fascismo ronda nossas portas, temos que falar para fazer “pulsar a vida!”

Mas, para pulsar a vida, há duas batalhas que precisamos vencer: a pandemia e o pandemônio!

Neste momento de nossa vida, no Brasil e no mundo, acho que o mais importante é falar em esperança. A esperança do grande mestre Paulo Freire, não do verbo “esperar”, mas a esperança do verbo “esperançar”. A esperança que nos move, que nos faz agir, que constrói um outro tempo possível!

É disso que precisamos agora: de esperançar! Não nos embrutecer, não nos desumanizar. Creio que o momento é o da empatia! Com nossos vizinhos, com os amigos, a família, com os milhões que estão passando fome. Meio milhão de pessoas importa! É hora de cuidar dessa gente! De levantar os olhos de nosso próprio umbigo e olhar para o outro!

Nós temos o que fazer, muito o que fazer.

Nós precisamos superar a pandemia. Por isso, antes de tudo, é preciso superar o pandemônio! Alguns seres humanos fantásticos podem nos inspirar a cada dia mais, a esperançar mais:

Padre Júlio Lancelotti, de SP; Frei Gilvander Moreira, de BH; Dom Vicente, bispo de Brumadinho; Marielle Franco, do RJ; Frei Betto! Não por acaso, são, todos eles, religiosos, e todos eles inspirados no Mestre Maior, Jesus Cristo. Não o Jesus Cristo do Edir Macedo ou do Silas Malafaia, mas aquele Jesus Cristo que falava com a prostituta quando a lei proibia, que tocou a moça morta quando a lei proibia, que curava leprosos, que deu de comida a quem sentia fome. Aquele que, quando Pedro quis que ele ficasse no bem-bom, numa confortável tenda na montanha, com Moisés e Elias, ele disse para Pedro: “Não, Pedro, vamos descer, porque é lá embaixo que o povo está!”  O Cristo cujo primeiro milagre foi transformar água em vinho numa festa, porque o Jesus Cristo da alegria, da vida, da celebração da vida!  

Viva o SUS! Viva as montanhas, as águas, a natureza dadivosa, a arte e a cultura!  Sim à vida! Vacina no braço, comida no prato... e FORA, BOLSONARO!

Edição 243 – Junho 2021

Só Rindo

Situação constrangedora

A esposa foi ao consultório do médico apanhar os resultados dos exames de seu marido e a recepcionista falou:

- Sinto muito, Sra. Oliveira, mas cometemos um lamentável erro e por isso temos um grave problema. Quando remetemos as amostras da seu marido ao laboratório de análises, foram enviadas justamente com as amostras de outro Sr. Oliveira, de tal forma que agora não estamos seguros de quais são os resultados de seu esposo. Estamos muito constrangidos...

- Mas... O que está querendo me dizer?

- Um Sr. Oliveira deu positivo o teste Alzheimer e a outro Sr. Oliveira deu positivo no teste de AIDS, mas não sabemos qual deles é o do seu esposo.

- Mas isso é terrível! E agora, o que devo fazer?

- Abandone seu esposo no meio da cidade. Se ele conseguir chegar em casa, não transe com ele!

Vencendo a Corrida

Dois amigos conversando:

- Relógio lindo, cara! Onde comprou?

- Comprei, não! Ganhei na corrida!

- E tinha muita gente participando?

- Que nada! Só eu, o dono do relógio e dois policiais!

 

Que idade você me dá?

De olho numa garota de 20 anos, uma senhor lhe pergunta:

- Que idade você me dá?

- Bem, pela sua pele, eu dou 23 anos... Por seus cabelos, 19 anos...

Pelo seu corpo eu dou 25 anos...

- Oh! Mas, que galanteadora!

- Calma aí! Eu ainda não fiz a soma!


A mulher do próximo

O ginecologista abre a porta do consultório e dirige-se às pacientes na sala de espera:

- A mulher do próximo, por favor!

 

O Próprio

- Alô eu gostaria de falar com o Pedro?

- É o próprio.

- Oi próprio, tudo bem? Você pode chamar o Pedro, por favor?

Pedido incompleto

O homem fala para o garçom:

- Garçom tem uma mosca no meu prato!

E o garçom distraído:

- E quantas o senhor pediu?

Edição 243 – Junho 2021

Pesquisa em Brumadinho mostra que população é contra o rodoanel

Breve pesquisa realizada pela Editoria do Jornal de fato conclui que a grande maioria da população de Brumadinho é contra a construção do rodoanel, passando pelo Município. Foram feitas cinco perguntas aos respondentes.

Oitenta e cinco por cento (85%) das pessoas disseram ter conhecimento da obra passando por Brumadinho, sendo que, desses, pouco mais da metade (51%) disseram saber que a intenção do governo de Minas é passar a obra em território brumadinense. Dos que sabem, (83%) apontam a região de Casa Branca, alguns ampliando para além do Parque do Rola Moça, outros reduzindo.   

Ao ser solicitada a opinião sobre benefícios ou malefícios da construção do rodoanel/rodominério, dos que responderam, 73% consideram que a obra é “ruim/péssima” para Brumadinho e apenas 18% afirmaram que seria “bom”. Outros 9% têm dúvidas.

As pessoas que responderam  que veem benefício na obra  acham, cada uma delas, que vai melhorar para Brumadinho “o acesso”, “trânsito entre  Brumadinho e BH”, “aumentar infraestrutura para o transporte de cargas”, acha que “trará desenvolvimento e não ficaremos preso só em renda de minério”. Uma pessoa avaliou que trará “Desenvolvimento”, e outra “não sabe dizer”.

A grande maioria das pessoas que perceberam que a obra do rodoanel é “ruim/péssima” avaliam que não vai melhorar para Brumadinho por uma série de questões, sendo citados, principalmente: destruição do meio ambiente, desassossego, tráfico de drogas e confusão.

Veja abaixo o resultado qualitativo da pesquisa, o que as pessoas falaram sobre os prejuízos da obra para Brumadinho. A pergunta foi:

“Por que você acha que não vai melhorar para Brumadinho?”

“Vai trazer favelas para casa Branca, vai destruir boa parte da fauna e flora de casa Branca, e as únicas beneficiadas serão as mineradoras.”

 “Vai tirar nosso sossego.”

“Além de destruir nossa natureza,  irá trazer prejuízos financeiros para turismo de Casa Branca e deixará de ser uma comunidade onde frequentamos para sair do barulho das cidades grandes e ter contato com a natureza. Não haverá ganho para Brumadinho, somente para as mineradoras localizadas perto de Casa Branca, ou seja, aumentará poluição em grande escala.”

Desordenação, desassossego.”

“Acabando com o sossego das pessoas.”

“Porque as administrações públicas municipais e a do governo não pensa na população da cidade. Eles enxergam Brumadinho é apenas como uma cidade que tem muito dinheiro para ser desviado para os cofres pessoais deles.”

“Isso não vai melhorar nada.”

“Minha opinião, em Brumadinho entre aspas, para nossa cidade nao vai ajudar em nada, a nao ser acabbar com a nossa serra.”

 "vai servi para trazê toda sorte de tráfico e movimento sem segurança”

“aumentar o movimento em lugares hoje tranquilo”

“Para mim Destruição. Políticas Públicas, ambiental, social, e saúde. Imagina, mais  destruição. Outras Tragédias como a da Vale.”

“Pq poderá causar grandes impactos ambientais na vegetação natural das serras e até perdas de nascentes, prejudicar abastecimento de água das comunidades locais, sem falar na falta de sossego da população que irá ter que dividir uma cidade mais sem estrutura do que a que já possuem atualmente,  já que os mais de dez mil empregos que todas as mídias insistem em divulgar, são pessoas que precisarão residir dentro ou nas redondezas de Brumadinho, Ibirite, Piedade, Casa Branca, etc e nada é feito pelas prefeituras quando ao aumento populacional, trânsito mais caótico....”

"Se querem resolver o problema do transporte, deveriam começar por um transporte público de qualidade, investir também nas linhas férreas já existentes e sucateadas... No mais, penso que cortar o Sinclinal Moeda com um Rodoanel construído as pressas sem os devidos estudos e sem o menor critério é um crime contra a humanidade! Não quero Rodoanel, quero o nosso meio ambiente puro e nossas águas seguras!”

“Para CB péssimo, para Brumadinho terá impacto negativo. Casa Branca terá um impacto visual e sonoro muito grande, teremos a descaracterização paisagística e pode sofrer baixa no turismo.”

“Primeiramente o rodoanel não terá alça viária para acesso a brumadinho. Desta forma, não contribuirá em nada para com o desenvolvimento do municipio. Ainda,  em sua fase de construção atrairá a prostituição e aumento na demanda das necessidades básicas como saude e educação. O rodoanel afetará diretamente bens históricos do munícipio, como o forte de brumadinho e calcamentos  construídos pelos escravos. Trará grandes impactos ambientais e hídricos, principalmente com a abertura de tuneis no interior do aquifero cauê, que é responsável direto pelo abastecimento das grandes nascentes na costa oeste da serra da moeda, em brumadinho. Ainda, terá impacto direto no parque estadual do rola moça. Terá impactos diretos no bairro de Casa Branca.”

“Por vários motivos - destruição do meio ambiente, do Parque do Rola-Moça, do maior aquífero da região (Cauê), favelização (processo que ocorre no entorno de grandes rodovias/anéis, marginalização, desvalorização imobiliária, elevação do número acidentes de trânsito, além de outras consequências nefastas.”

 "Vai destruir vegetação, o meio ambiente. Não acho que seria interesante para brumadinho.”

 "Transito”

 “Só sei que bom não vai ser”

 “Com o progresso vem a bandidagem e acaba com o sossego daquela região.”

“Com 37,67 bilhões o estado entregou o parque do rola moça, APASUL, centro histórico de Piedade do Paraopeba, córrego feijão, parque da cachoeira. Ou seja toda vertente da Serra da Moeda para mineração. As ações Maquiavélicas estão funcionando. A população  se cala com o auxílio emergencial e a boiada vai passando com acordo abscuros junto ao poder público brasileiro. O governador Zema já está fazendo o uso político do dinheiro. Anunciou um consórcio governo do estado, prefeitura de BH e contagem para realização de obras utilizando o dinheiro do acordo sujo. Enquanto isso a população de Brumadinho sofre as consequências. Infelizmente o poder público de Brumadinho é muito incompetênte. Penso que deveriam ter acionado os tribunais internacionais contra esses crimes chancelados pelo estado...”

“O rodoanel é uma forma de apagar a memória do desastre. A implantação de tal estrutura forçará a saída das pessoas. Mudam se as pessoas, muda se a paisagem e o lugar deixa de ter memória e afeto para ficar mais uma beira de estrada.”

“Um impacto ambiental e social terrível. Vai acabar com o turismo. Vai impactar o meio ambiente desequilibrando fauna , flora , nascentes de água. Um impacto social de gdes proporções trazendo 10.000 empregados da construção civil para a região.”

“Pelo q estou ouvindo e vendo se melhorar alguma coisa ñ vai  ser pra nós. Penso que o rodoanel só vai trazer benefícios para os magnatas”

 “É relativo por onde esse rodoanel passaria...”

 “Isso vai causar um grande impacto com a destruição do meio ambiente. Isso vai ser muito ruim para Brumadinho, pois vai causar um grande transtorno para os moradores dessa localidades.”

 “Acho a cidade ficará muito exposta, tenho medo de aumentar a criminalidade pela melhoria no acesso.”

Edição 243 – Junho 2021

“Campanha Contra a Fome” continua

Continua em Brumadinho a “Campanha Contra a fome”, que tem à sua frente o Partido dos Trabalhadores local. Segundo dados da entidade “A Ponte Social”, “um quarto da população brasileira, 52,7 milhões de pessoas, vive em situação de pobreza ou extrema pobreza.” Já a Pesquisa realizada pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) mostra que mais da metade da população, quase 116,8 milhões de brasileiros, não se alimentam como deveriam, com qualidade e em quantidade suficiente. A situação piorou muito desde o Governo Temer (MDB), e foi agravada agora no governo bolsonaro.

PT Solidário – Brumadinho

Entidades do Brasil inteiro entraram numa campanha contra a fome. Faz parte desse esforço de combate à fome o Partido dos Trabalhadores – PT – que tem incentivado os Diretórios Municipais a desenvolverem campanhas de arrecadação e distribuição.

O PT de Brumadinho está desenvolvendo uma campanha para arrecadar alimentos. “A fome tem pressa, ela não espera. A hora é de ser solidários, de dividir com quem precisa”, diz Reinaldo Fernandes, Presidente do PT de Brumadinho. “Já conseguimos ajudar bastante pessoas. Pedimos às pessoas que continuem sendo solidárias, porque, no atual momento político do Brasil, com tanto desemprego e a pandemia,  a fome permanece”, completa o petista.

No quadro ao acima você pode ver os locais de arrecadação para fazer sua doação.      

 

 

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