Pancadaria na Câmara Municipal
"Meus Deus do céu! Que zona virou essa política de Brumadinho! Até murro na cara teve! Credo! Que horror! Que vergonha alheia! Pelo amor de Deus, gente! Não tem condições de ficar num lugar desses, não! Eu fui embora! Não há a mínima condição de fazer qualquer discussão séria ali! Não tem UM vereador razoável! Nem de um lado e nem do outro lado! Ninguém deixa ninguém falar, toma microfone do outro, o Presidente não faz nada, atende celular no momento da confusão. Isso aqui é inominável!”
Palavras
de uma cidadã brumadinense que esteve na Câmara no dia 23 de março, data em que
ia ser votado pedido de cassação do ex-vereador Guilherme Morais. Apoiadores do
ex-vereador distribuíram socos, empurrões, palavrões, mata-leão etc aos opositores
de Moraes.
Querem aumentar o salário de Cid e Sônia Barcelos para mais de R$ 16 mil.
Um projeto apresentado pela vereadora Alessandra do Brumado
(Cidadania) quer aumentar o salário dos secretários
municipais para mais de R$ 16 mil. O PL beneficia diretamente dois irmãos do prefeito
Nenen da ASA (PV), Sônia e Cid Barcelos. Na campanha eleitoral, Nenen da ASA
prometeu que não mais colocaria seus irmãos de secretários. Gastos da Folha de
Pagamento passarão para 142 milhões por ano!
Trabalhos vencedores VI Concurso do Jornal de fato
O
Jornal de fato dá prosseguimento à publicação dos trabalhos vencedores do VI
Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas. Esta edição traz mais poesias
e contos.
Reinaldo duas vezes na Artes do Multiverso
Dois trabalhos de
Reinaldo
Fernandes estreiam em uma nova revista, a Artes do Multiverso. Autor ainda está
na Folhinha Poética e na final do Concurso da AGLAC, cuja cerimônia de premiação aconteceu no dia 30 de março.
PT promove campanha de filiação
De olho nas eleições de 2024, o PT está promovendo
uma Campanha de Filiação ao Partido. Segundo Reinaldo Fernandes, Presidente da
legenda em Brumadinho, a campanha está dando bons resultados.
Edição 262 – Março 2023
Editorial
Apoiadores de Guilherme Moraes não só praticam mas defendem a violência
Guilherme Moraes renunciou ao cargo de vereador no último dia 23 de março. Nesta data, seria aberto um processo de cassação de seu mandato. Processado, julgado e cassado, ele ficaria inelegível por 8 anos. Isso quer dizer que não poderia disputar eleição nem no ano que vem e nem em 2028. Espertamente, ele renunciou, o que não quer dizer que não possa ser cassado e ficar inelegível assim mesmo. Como o pedido de cassação já estava feito, a Câmara pode desenvolvê-lo, tornando o ex-vereador inelegível. Veremos.
Até aí, tudo “normal”, aquela
câmara se tornou mesmo uma molecagem: Guilherme esteve na turma de Nenen da ASA
para cassar o Gabriel Parreiras, que depois, ele, Gabriel, se juntou a Guilherme
Morais, tentaram “renunciar” os vereadores Rambinho e Xodó, que continuam lá e agora
votariam a cassação de Guilherme. “Fogo no parquinho”, como diria minha amiga
Sônia Santos. Tudo junto e misturado, diria outra.
Para
dar aquele caráter de circo romano, mesmo já tendo renunciado, Guilherme Moraes
mobilizou seus cabos eleitores – uns bem
pagos com dinheiro público – para ouvir seu discurso: “Saio da vida para entrar
na História.” Não, peraí, esse foi o Getúlio Vargas. Do Guilherme foi: “Se não
me matarem blá blá blá!”
Esse
foi o lado, digamos, civilizado da renúncia. O outro lado foi da barbárie, da
violência, da vergonha. Sirleno Gonçalves, ontem apoiador de Nenen da ASA,
agora de Guilherme, atacou covardemente um homem que se diz pastor, sem lhe dar
a menor chance de defesa. Outro apoiador de Guilherme Morais, Gabriel Moraes,
pouco depois, também atacou o dito pastor, aliado, no momento, de Nenen.
A
mãe do garoto, e ele próprio, que foram ao Legislativo acusar Guilherme Moraes de
tê-lo assediado sexualmente quando era de menor, tentou usar os microfones e
recebeu uma série de palavrões dos apoiadores de Moraes, conforme a imprensa
regional divulgou.
Quem
conhece o ex-vereador Guilherme Moraes sabe que dele não se poderia esperar
outra coisa. O que me assusta é a população, e seus apoiadores.
Moraes
é acusado de: 1) cometer crime de assédio sexual contra menor de idade; 2) fazer
festa em plena pandemia, inclusive com bebida alcoólica para menores de idade, com
mais de 100 mortos em Brumadinho; 3) se alia a gente que agride as pessoas sem lhes dar a menor chance
de defesa; 4) é acusado de ser estelionatário.
Com
todas essas acusações (há vídeos, fotos, documentos e farta matéria de imprensa
regional para provar), ainda há quem defenda Guilherme Moraes.
Como
assim? Agora vamos bater palmas para quem faz coisas eradas só porque ele diz
que está brigado com os outros seus amigos que também fazem coisas erradas? Onde
chegamos? Como diria o sábio Paulo Flores: “Gostaria que as partes envolvidas e
os que aqui defendem esta gente explicassem a acusação, aparentemente acatada
pela justiça, de terem forjado documentos de renúncias de dois vereadores da
câmara, seus pares. A meu ver, isto é motivo não só de cassação como de prisão.
Quanto
à acusação de assédio sexual contra menor,
independente do desfecho na área criminal, a gravação tornada pública
configura gravíssima quebra de decoro,
perfeitamente configurada como motivo para a cassação. Me surpreende
apoiadores do vereador contestarem isto.”
A
mim também surpreende, amigo Paulo! Você pergunta: “Quem votou nesta gente? Quem colocou
compradores de votos, prepostos de mineradoras, subalternos de coronéis
políticos e assediadores, como representantes dos interesses dos eleitores de
Brumadinho? Quem votou? Quem apoiou? Quem participou destas campanhas? Todos
sabiam quem era quem, ninguém foi enganado! Quem colocou esta gente pequena e
mesquinha em tão nobres cargos? Apareçam, covardes, mostrem as caras!!”
 |
Reinaldo Fernandes Editor |
Edição 262 – Março 2023
Cenas da Cidade
Mais uma ilegalidade na cidade sem lei: Outdoor
de empresa privada colocado dentro de área pública usada pela prefeitura. É a promiscuidade entre
o público e o privado em Brumadinho.
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A transparência dos órgãos públicos é
obrigatória nos termos do Inciso XXXIII, do Art. 5º da Constituição Federal e ainda
conforme o art. 8º A da Lei 8.666/93:
“É obrigatória a
colocação de placas informativas sobre contratos celebrados para a execução de
obras, em local próximo ao de sua realização, sem prejuízo de outras formas de
publicidade previstas em legislação específica.”
Quanto está custando essa obra? Quem está pagando, a VALE ou a Prefeitura? Já houve aditivo ao contrato? De quantos milhões?
Edição 262 – Março 2023
Opinião
Liliput é aqui?
Paulo Flores*
Parece que a câmara municipal involuiu: os episódios de gangsterismo explícito, rotineiros, deram agora em agressão física. Falta bem pouco para luta campal! Quem votou nesta gente? Quem colocou compradores de votos, prepostos de mineradoras, subalternos de coronéis políticos e assediadores, como representantes dos interesses dos eleitores de Brumadinho? Quem votou? Quem apoiou? Quem participou destas campanhas? Todos sabiam quem era quem, ninguém foi enganado! Quem colocou esta gente pequena e mesquinha em tão nobres cargos? Apareçam, covardes, mostrem as caras!!
É
uma câmara podre convivendo com um executivo podre. Todos os eleitos desta
câmara foram apoiados pelo prefeito eleito. Todos os eleitos desta câmara
apoiaram o prefeito eleito e, neste sentido, se merecem.
Compra
ostensiva de votos, abuso do poder econômico e uso da máquina pública permearam
a campanha eleitoral, contando com a leniência e desestruturação da justiça
eleitoral e, sobretudo, com a má formação política, ética e moral de grande
parte do eleitorado.
Gostaria
que as partes envolvidas e os que aqui defendem esta gente explicassem a
acusação, aparentemente acatada pela justiça, de terem forjado documentos de
renúncias de dois vereadores da câmara, seus pares. A meu ver, isto é motivo
não só de cassação como de prisão.
Quanto
à acusação de assédio sexual contra menor,
independente do desfecho na área criminal, a gravação tornada pública
configura gravíssima quebra de decoro,
perfeitamente configurada como motivo para a cassação. Me surpreende
apoiadores do vereador contestarem isso.
A
cassação deveria ter ocorrido de imediato à divulgação do fato.
Suspeito
que as relações podres desta câmara, em conforme com os laços do poder
executivo, utilizaram a possibilidade de cassação conferida pela gravação
divulgada como instrumento de barganha política. Aguardemos os desdobramentos,
em ambientes degradados ficamos sabendo mais quando seus membros brigam entre
si.
*Paulo Flores, bancário aposentado, é morador de Córrego do Barro e membro do Partido dos Trabalhadores de Brumadinho
Nota da redação: Os habitantes da ilha de Liliput (As Viagens de Gulliver), que eram extremamente pequenos, estavam constantemente em guerra por futilidades.
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Edição 262 – Março 2023
Deu na imprensa:
Apoiador
de parlamentar agride morador de Brumadinho após denúncia na Câmara; vereador
renuncia ao mandato
Sessão
foi suspensa após confusão generalizada; Polícia Militar foi acionada.
Por
Guilherme Pimenta, g1 Minas — Belo Horizonte
24/03/2023
00h46
Um
morador de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi agredido na Câmara da cidade no momento em
que fazia uma denúncia contra o ex-vereador Guilherme Morais (sem partido). A
confusão aconteceu durante sessão oficial nesta quinta-feira (23).
 |
| Sirleno Gonçalves, apoiador do ex-vereador Guilherme Moraes, atacando covardemente homem que falaria sobre o processo de cassação de Moraes |
A Câmara de Brumadinho recebeu um pedido de cassação do mandato de Guilherme Morais pela manhã [por quebra de decoro parlamentar]. Na abertura da sessão parlamentar, Guilherme entregou à presidência da casa legislativa uma carta com o pedido de renúncia, com efeito imediato. (...)
Um
servidor da Câmara Municipal contou sobre a confusão à reportagem do g1. Ele preferiu
não se identificar, temendo represálias.
Segundo o relato, a agressão ocorreu no momento
em que o pastor Marcelo Rodrigues dos Santos dava testemunho de um suposto caso
de abuso sexual envolvendo o então vereador Guilherme.
 |
Ex-vereador promoveu festa regada a muita bebida alcoólica, inclusive com menor de idade, em plena pandemia |
A denúncia coloca Guilherme Morais como suspeito de ter abusado sexualmente um adolescente que, na ocasião do suposto crime, tinha 17 anos. O pastor foi interrompido com um soco por um apoiador do ex-vereador, identificado como Sirleno Gonçalves. Surpreendida, a vítima caiu ao chão e continuou sendo agredida.
O servidor
também afirmou que Sirleno já teve passagens pela polícia
por dano ao patrimônio público, após depredar a Câmara de Brumadinho em
outra ocasião.
Gabriel
Morais é primo do ex-parlamentar e também se envolveu na confusão. É ele quem
aparece nas imagens sendo contido e algemado por policiais militares . Segundo testemunhas, Gabriel estava armado. (...)
O advogado Bruno Silva, que defende o homem agredido e o rapaz supostamente abusado pelo ex-vereador, classificou o episódio como “deplorável”.
“É
extremamente ofensivo ao estado democrático não deixar uma mãe ser ouvida, uma
vítima ser ouvida. Não deixar um denunciante ser ouvido. Começaram a gritar, a
falar palavras de baixo calão. Por fim, tudo isso desaguou em agressões. O
pastor Marcelo, que estou representando, foi agredido por diversas pessoas,
inclusive, parentes do ex-vereador Guilherme Morais”, disse Bruno.
Todos os
envolvidos foram encaminhados para a delegacia, onde prestaram depoimento. Até
a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre apreensão de
arma ou prisão de suspeitos.
Estelionato
Uma
outra moradora se inscreveu para falar no plenário da Câmara de Brumadinho, mas não teve chance. A intenção dela era dar o testemunho sobre outra acusação que pesa contra o
ex-vereador Guilherme Morais.
A
mulher aponta que Guilherme praticou estelionato ao fazer a compra de um carro de luxo, utilizando 24 folhas de cheque. A denúncia sustenta que o ex-vereador cancelou 15 desses cheques
antes que eles pudessem ser compensados. E não completou o pagamento do veículo.
Sem partido
O
ex-vereador foi expulso do Partido Verde (PV) por supostos desvios éticos, entre eles, uma suposta festa de aniversário durante período
de isolamento social da Covid-19. O processo administrativo interno aguardava a
defesa de Guilherme, que não se manifestou no
prazo regimental de 15 dias. O partido decidiu pela saída dele.
(...)
A
reportagem entrou em contato com o ex-vereador Guilherme Morais, que respondeu:
"ambas
denúncias são improcedentes. Confio na justiça e comprovarei minha inocência!"
A
assessoria da Câmara foi procurada, mas ainda não respondeu.
O que diz a Polícia Civil
"Sobre os fatos ocorridos
ontem (23), na Câmara Municipal de Brumadinho, a Polícia Civil informa que três
homens, de 22, 44 e 47 anos, foram conduzidos pela Polícia Militar e ouvidos,
na presença de seus procuradores, pela Autoridade Policial da Central Estadual
do Plantão Digital. Um procedimento investigativo foi instaurado e, em seguida,
eles foram liberados e seguem sendo investigados.
Já em relação ao vereador, a
PCMG informa que há Inquérito Policial em tramitação na Delegacia de Polícia
Civil de Brumadinho para apurar denúncia de assédio sexual. A investigação
segue com diversas oitivas e diligências visando a completa elucidação do
caso".
Edição 262 – Março 2023
Mesmo renunciando, ex-vereador fica inelegível
Ele não poderá disputar eleições no ano
que vem
A cassação de um mandato político acarreta pelo menos 8 anos de cassação dos direitos políticos. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o ex-prefeito Gibiu, cassado em 1999. Diante disso, muitos políticos, ao perceberam que seria cassados, passaram a renunciar ao mandato. Assim, poderia voltar a disputar a eleição seguinte.
 |
| Ex-vereador Guilherme Moraes |
Diante dessa “esperteza” dos políticos, as
leis também mudaram. A alínea “K” do art. 1º da Lei Complementar 135, sancionada pelo Presidente
Lula, veio para acabar com essa farra. A
Lei estabelece que:
“k) o Presidente da República, o
Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do
Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das
Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de
representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por
infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual,
da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as
eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o
qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura;”
Assim, mesmo
tendo renunciado antes de ser cassado, Guilherme Moraes tornou-se inelegível,
não poderá ser candidato nem a vereador – e nem votar – em 2024, 2026, 2028,
2030. Ele só poderá voltar a disputar eleições em 2032.
Edição 262 – Março 2023
PT solta Nota sobre a “vergonha” na Câmara Municipal
Nota sobre os atos do dia 23 de março na Câmara dos Vereadores
O diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) de Brumadinho vem a público lamentar e repudiar os fatos ocorridos na noite do dia 23 de março de 2023 na Câmara dos Vereadores de Brumadinho.
As atitudes violentas dos representantes políticos e de seus apoiadores.
Essas atitudes são incompatíveis com o exercício da democracia. O PT-Brumadinho
considera muito graves as acusações feitas contra o vereador Guilherme Morais,
eleito com apoio do prefeito Avimar Barcelos. As condutas denunciadas são
incompatíveis com o exercício de cargo eletivo. A renúncia, feita para evitar a
cassação dos direitos políticos, é irrelevante.
Também são muito graves as acusações feitas pelo vereador Guilherme
Morais sobre possível compra de votos por parte do prefeito, ex-aliado do
vereador. Exigimos que a mesa diretora da Câmara de Vereadores e a justiça
investiguem todas as acusações feitas. Caso comprovadas, os acusados devem ser
punidos.
O PT-Brumadinho entende que toda essa situação reflete a situação
lastimável da política brumadinhense. Enquanto o povo sofre com a mineração
predatória, os representantes políticos da cidade se dedicam a disputas
personalistas de poder.
Convidamos os cidadãos e cidadãs de Brumadinho a se juntar ao Partido dos
Trabalhadores e aos movimentos populares em busca de uma nova política para
nossa cidade, sem personalismo e violência. Só assim será possível sonhar com
um futuro melhor para a Brumadinho, livre da minério-dependência e com reparação
integral para atingidos e atingidas.
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Edição 262 – Março 2023
Só Rindo
O preço do parto
Às vésperas do nascimento do primeiro filho, o marido tenta
negociar com o médico os honorários do parto.
___ São cinco mil reais!, sentencia o médico.
___ Cinco mil? Você está maluco?
___ São quinhentos para o
anestesista, quinhentos para a enfermeira e quatro mil para a AMB.
___ Quatro mil para a Associação Médica Brasileira?
___ Não! Quatro mil Ao Meu Bolso!
Se esquivando
O
Zeca está?
-
Está sim senhor, mas não pode “receber”...
-
E ‘‘pagar’’, ele pode?
Esmola X Conselhos
O
mendigo chega para a senhora e pede uma esmola.
-
Em vez de ficar pedindo esmolas, por que não vai trabalhar?
-
Dona, estou pedindo esmolas e não conselhos!
Nome próprio
Como
o senhor se chama?
-
Rubens Penrsthwinskikorkivosthshows!
-
Como se escreve isso?
-
Com um S no fim...
De advogado
Como
você sabe que um advogado está mentindo?
Seus
lábios estão se mexendo.
Conversa
barulhenta
Dois
sujeitos conversando num barzinho:
-
Aqui o barulho é tamanho, que não consigo ouvir as minhas próprias palavras.
-comenta
o primeiro.
-Não
se preocupe, responde o outro. – Você não está perdendo nada.
A
senha
Uma
gangue de ladrões que vai invadir um condomínio chega à guarita.
O
porteiro português:
-
Sabem a senha?
A
gangue:
-
Sim, sabemos.
O
porteiro português diz:
-
Então vocês podem passar.
Mosquitos
Uma criança
grita para seu pai:
__ Papai! Não
consigo dormir, os mosquitos estão me mordendo.
O pai responde:
___ Bem, filho,
apaga luz e durma.
A criança apaga
a luz. De repente entra um vagalume no quarto e a criança grita:
___ Pai, agora
eles estão procurando com uma lanterna!
Edição 262 – Março 2023
Reinaldo duas vezes na Revista Artes do Multiverso
Autor ainda está na Folhinha Poética e na final do Concurso da AGLAC
Reinaldo Fernandes estreia em uma nova revista, a Artes do Multiverso (
Cezarina – GO). Dois trabalhos do autor foram selecionados e publicados na edição nº 2 da Revista. Trata-se do poema “Por um espaço de felicidade esparsa” e o conto “Sem que seus corpos se encontrassem, se cansassem e se descansassem depois do amor”. Os trabalhos de Reinaldo e todos os demais podem ser lidos baixando a Revista no link: linktr.ee/artesdomultiversoOutro trabalho de
Reinaldo foi publicado na “Folhinha poética”. No calendário, no dia 18 de
fevereiro, está o poema “Minha vida é reticência”, homônimo do
último livro do poeta. 
Reinaldo é, ainda, finalista do Concurso Nacional de Contos da AGLAC – Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências de São Gonçalo, RJ. A cerimônia de premiação acontece no dia 30 de março.
Edição 262 – Março 2023
Que
tal sair da tela do celular e começar a ter uma rotina mais saudável. Psicóloga
dá dicas para se conseguir viver mais o presente e fazer mais atividades físicas
Substituir o celular por atividades
físicas e mudar a rotina
Psicóloga
apresenta dicas, mostrando que o equilíbrio na relação com os gadgets contribui para melhora da
qualidade de vida
Hoje o celular está presente em quase todos os momentos do nosso
dia, desde quando acordamos até a hora em que vamos dormir. Às vezes, ele é um
grande aliado nos trazendo informações que enriquecem a nossa vida tanto no pessoal
quanto no profissional, porém, em alguns momentos, ele nos rouba algo muito
importante e que não nos damos conta, que é o tempo e a saúde.
Segundo Flávia Barbato, psicóloga comportamental, o tempo é algo
difícil de se precificar e repor, pois o que passou não pode ser mais vivido.
“Vivemos em uma realidade em que as pessoas se concentram tanto em não perder o
que acontece no mundo, que elas criam uma dependência da tela que acaba sendo
prejudicial à saúde. Aconselhamos sempre a importância de dosar o tempo de
consumo de informações com outras atividades, como exercícios, para evitar a
dependência do aparelho”, reforça a especialista.
Para vivermos melhor nosso presente e termos uma boa qualidade de vida,
é necessário equilibrar melhor nossa relação com o celular e criar o hábito de
realizar atividades sem sua presença, para evitar distrações e ansiedades.
Para isso, a profissional recomenda seis dicas que vão ajudar a
trocar a tela por atividades mais saudáveis:
Desmame do seu celular: para quem é viciado, comece a realizar caminhadas curtas ou qualquer atividade que não leve muito tempo, mas sem levar consigo seu celular. Este pode ser um começo para os mais dependentes do seu smartphone.
Estabeleça horários: seja para realizar alguma leitura, alongamento ou meditação, estipule um período em que irá realizar essas atividades sem o celular. Isso pode fazer você se concentrar melhor em você mesmo e em seus pensamentos, purificando um pouco sua mente em relação ao ambiente virtual.
Faça atividades em grupo: procure por esportes ou práticas em que ocorra interação entre mais indivíduos. Essas atividades favorecem as habilidades naturais de comunicação e interação social, que são importantes para quem não gosta de atividades físicas solitárias, além de afastar a pessoa temporariamente do seu smartphone.
Técnica “só vai”: muitas vezes condicionamos nossa decisão de fazer atividade física ao tempo, amigos, roupa, sono, séries etc., quando o que precisamos é apenas começar. Dessa forma, a vontade e disposição aparecem no caminho. Então “só vai”, que o gosto pela atividade vai se desenvolvendo com a prática.
Não faça do celular um inimigo: aprenda a usar ele como um amigo de treino. Consuma com moderação conteúdos ligados a atividades físicas e dança, por exemplo. Hoje temos aplicativos que auxiliam em diversas atividades físicas, mas lembre-se: hora de treino é hora treino, nada de redes sociais e distrações.
Foco no seu tempo: lembre-se de gastar seu tempo com você. Seu celular e o que você consome nele, não deve ser o fator principal da sua vida. Em sua vida, você precisa de momentos de equilíbrio, principalmente para manter a saúde em dia, sem que a tecnologia vire o vilão deste momento.
Edição 262 – Março
2023
Municípios atingidos pelos crimes da VALE em Brumadinho receberão usinas
de energia solar
Serão construídas 50 novas instalações.
Brumadinho já começou a receber
Sete municípios atingidos pelo rompimento da Vale em Brumadinho vão receber 52 usinas fotovoltaicas para geração de energia. Em outra iniciativa, agricultores do município começaram a receber as placas fotovoltaicas para o funcionamento de miniusinas nas propriedades rurais atendidas no Programa de Fomento Agro.
O projeto que contempla as
52 estruturas será executado pela mineradora em Biquinhas (3), Caetanópolis
(6), Felixlândia (1), Florestal (1), Maravilhas (21), Pequi (11), São José da
Varginha (9). As usinas têm como principal objetivo reduzir os gastos municipais
com energia elétrica. Em Maravilhas, o projeto ainda
vai destinar usinas fotovoltaicas a agricultores familiares selecionados pelo município.
As informações são do Governo de Minas.
O recurso é referente
ao Anexo I.3 do Acordo de Reparação aos danos provocados pelos crimes
da VALE, em Brumadinho.
Fotovoltaicas para produtores de Brumadinho
Agricultores de Brumadinho atendidos dentro do Programa de Fomento Agro (Anexo I.4) começaram a receber placas
para a instalação de mini usinas fotovoltaicas. Ao todo, estão previstas a
entrega de 41 placas. As duas primeiras foram instaladas entre dezembro e janeiro.
Conforme cronograma, a mineradora que cometeu os crimes tem até junho deste ano
para concluir as instalações. O investimento previsto para viabilizar esta ação
é de R$ 1.434.127,01.
Segundo a SEPLAG – Secretaria
de Planejamento de MG -, o Programa de Fomento
Agro atende 60 agricultores de Brumadinho que participam do projeto, previsto na
reparação socioeconômica (anexo 1.4 do Acordo de Reparação).
Ainda
segundo a SEPLAG, em resposta às perguntadas da reportagem do Jornal de fato, estes
60 agricultores foram selecionados por meio de uma ação conjunta com a Secretaria
de Agricultura do Município, Emater, associações e lideranças comunitárias
locais. Para este processo, foi realizada divulgação no município para captação
de interessados.
Ainda
segundo a Secretaria, as duas primeiras placas fotovoltaicas foram instaladas
nos distritos de Casa Branca e Coronel Eurico.
Questionada
sobre os critérios para que esses fossem os primeiros a receberem as placas, a
SEPLAG disse que “estes dois agricultores foram os primeiros a apresentarem
toda documentação regularizada para cadastro e aprovação da instalação junto à
Cemig”.
Edição 262 – Março
2023
Querem aumentar o salário do Cid Barcelos, da Sônia Barcelos e dos
demais secretários municipais para mais de R$ 16 mil
Gastos da Folha de Pagamento passarão
para 142 MILHÕES por ano!
Um projeto de lei apresentado pela vereadora Alessandra do Brumado (Cidadania) e Valcir “Rambinho” (PV) quer aumentar o salário dos secretários municipais para mais de R$ 16 mil. O Projeto é assinado ainda pelo presidente da Câmara, Ricardo da mineradora Tejucana. O projeto beneficia diretamente dois irmãos do prefeito Nenen da ASA (PV): Cid Barcelos, Secretário de Meio Ambiente e, ao mesmo tempo, Secretário de Governo; e Sônia Barcelos, Secretária de Educação. Na campanha eleitoral, o prefeito Nenen da ASA prometeu que não mais colocaria seus irmãos de secretários.
Pra se ter ideia do tamanho do valor,
ele é praticamente o valor do salário da prefeita de Contagem. A cidade de Contagem
tem a 3ª maior arrecadação dos 853 municípios de Minas Gerais, perdendo apenas
para BH e Uberlândia.
Entenda por que a proposta é absurda
Segundo a própria Prefeitura, o gasto com pessoal passaria para R$ 142 milhões por ano, em torno de 30% do orçamento deste ano, de mais de meio BILHÃO: R$ 520 mil. O problema principal é que esse orçamento de 2023 é o que podemos chamar de “falso”. Com os crimes cometidos pela mineradora VALE, a empresa se viu obrigada a jorrar dinheiro em Brumadinho. Acontece que isso vai acabar daqui a uns três ano. Aí, 142 milhões passarão a significar em torno de 75% de nossa renda anual. Outros 25% devem ser gastos com Educação. Ou seja: não sobrará nenhum centavos para a Saúde, reajustes para o funcionalismo público, as obras, Assistência Social, coleta de lixo, meio ambiente, cultura, esportes e todos os outros gastos de uma prefeitura.
Resumindo: a administração Nenen da ASA
(PV) que gastar todos os milhões que entram nos cofres atualmente sem nenhuma
responsabilidade. E sem planejar o futuro.
Descalabro sem fim
O projeto prevê não apenas o aumento do
salário de Cid Barcelos e Sônia Barcelos mas ainda que seja pago um retroativo
a 1º de janeiro. Mas não é só isso: tem ainda 13º salário e férias! Eles já recebem
também vale-alimentação!
Ilegalidades uma atrás da outra
O art. 39 da Constituição Federal, no
seu § 4º, diz o seguinte:
“§ 4º O membro de Poder, o detentor de
mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
VEDADO O ACRÉSCIMO DE QUALQUER gratificação, ADICIONAL, abono,
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em
qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
Conclusão: os vereadores não cumprem a Constituição Federal.
E não cumprem porque eles também aumentaram seus salários ilegalmente, pagando
a si mesmos 13º salário, férias, 1/3 de férias, vale-alimentação, assistência médica
e por aí vai.
Pressão popular
O projeto seria votado no dia 23 de março. Diante da pressão
popular que aconteceu durante o dia, os vereadores não tiveram coragem de
votar, adiando a aprovação da ilegalidade.
Edição 262 – Março
2023
Poucas & Boas
“Quem votou nesta gente? Quem colocou
compradores de votos, prepostos de mineradoras, subalternos de coronéis
políticos e assediadores, como representantes dos interesses dos eleitores de
Brumadinho? Quem votou? Quem apoiou? Quem participou destas campanhas? Todos
sabiam quem era quem, ninguém foi enganado! Quem colocou esta gente pequena e
mesquinha em tão nobres cargos? Apareçam, covardes, mostrem as caras!!”
Paulo Flores, morador de
Córrego do Barro, referindo-se aos atuais vereadores de Brumadinho
"Meus Deus
do céu! Que zona virou essa política de Brumadinho! Até murro na cara teve!
Credo! Que horror! Que vergonha alheia! Pelo amor de Deus, gente! Não tem condições
de ficar num lugar desses, não! Eu fui embora! Não há a mínima condição de fazer
qualquer discussão séria ali! Não tem UM vereador razoável! Nem de um lado
e nem do outro lado! Ninguém deixa ninguém falar, toma microfone do outro, o
Presidente não faz nada, atende celular no momento da confusão. Isso aqui é
inominável!
Depoimento de uma cidadã que esteve na sessão da Câmara Municipal que ia votar projeto da Alessandra do Brumado que ia aumentar o salário dos irmãos do prefeito Nenen Barcelos, Cid Barcelos e Sônia Barcelos e dos demais secretários para mais de 16 mil reais.
“À quanto tempo, não temos uma câmara de expressão em Brumadinho, à
diferença que esta de agora além da maioria ter sido eleita com festas, em
plena pandemia com excesso de bebidas alcoólicas, drogas e outras coisas e com
compras de votos em plena luz do dia... é que à única coisa q ultimamente está
fazendo é Brumadinho passar vergonha em rede e permitindo que o prefeito manda
em todos os projetos e votações... tbem o que esperar quando o atual prefeito
foi eleito com mais de 12mil votos.”
Outra cidadã no Facebook
sobre os mesmos vereadores
“...
se o governo não sinalizar até julho [de 2022], nós iremos fazer [casas populares]
com recursos próprios. Então nós vamos doar todas as casas para a população que
tem necessidade.”
Prefeito
Nenen da Asa, em vídeo gravado à população em janeiro de 2022
Edição 262 – Março
2023
Abaixo a
violência! Sempre.
Recentemente, vi muita gente batendo palmas para a violência física que
um homem chamado Sirleno Gonçalves praticou contra um outro. A violência foi
gratuita, quando o outro estava distraído, sem nenhuma possibilidade de se defender.
Mesmo assim, os apoiadores do ex-vereador Guilherme Morais aplaudiram. “Foi pouco!
Devia ter batido mais”, declarou outra apoiadora nas redes sociais.
E ainda houve quem transformasse a cena horrível de espancamento em figurinha
para ser usada no whatsApp. Para fazer “graça”,
como se houvesse graça na violência.
Além da violência não resolver nada, a não ser causar mais violência, há
outro problema sério: Hoje é seu
vizinho, é seu adversário político, é aquela pessoa de quem você não gosta. Mas
amanhã gente como esse Sirleno Gonçalves
pode atacar você, seu filho, sua filha, sua mãe, seus irmãos ou pai. Não ache
graça e nem diga: “É bom pra ela (e) aprender!” Violência deve ser condenada
sempre, seja ela em qualquer forma em que se manifeste. E de onde quer que ela
venha.
É isso.
Edição 262 – Março
2023
PT promove campanha de filiação
O PT – Partido dos Trabalhadores – está promovendo uma Campanha de Filiação” ao Partido. O Partido está de olho nas eleições do ano que vem, para prefeito e vereadores. Segundo Reinaldo Fernandes, Presidente da legenda em Brumadinho, a campanha já deu bons resultados. “Já recebemos filiações de várias partes do Município, mas queremos reforçar ainda mais o Partido”, diz Fernandes. “Eleger vereadores e um prefeito alinhado ao Governo do Presidente Lula será importante para o município, poderemos trazer para Brumadinho muitos projetos federais, com o Programa “Minha Casa, Minha Vida”, que em 16 anos de governo petista nenhum prefeito de Brumadinho trouxe ”, avalia Reinaldo Fernandes.
“Quem
tiver interesse em se juntar ao Partido que mudou o Brasil, criou programas importantes
como o Luz Para todos, PRONAF, Bolsa Família, cotas para negros e pobres nas
universidades, Ciências Sem Fronteiras, aumento real do salário mínimo, é só
entrar em contato conosco”, completa o petista. “Precisamos recuperar o papel
da Câmara Municipal, que no momento só envergonha a todos nós”, finaliza ele.
Edição 262 – Março
2023
“Reparação”
VALE vai pagar mais de 200 milhões à Prefeitura
A mineradora VALE S.A deverá pagar a quantia equivalente a R$218.700.000,00 (duzentos e dezoito milhões e setecentos mil reais) em parcela única para o Município de Brumadinho, referente ao anexo I.4 do chamado “Acordo de Reparação”. O anexo I.4 destinará R$ 1.500.000.000,00 (um bilhão e meio de reais) para Brumadinho.
A
Justiça determinou a mudança da “obrigação de fazer” para “obrigação de pagar”
do projeto “Fortalecimento do Complexo de Saúde de Brumadinho”, que faz parte
do Programa de Reparação Socioeconômica (Anexo I) do Acordo Judicial.
Para
ter acesso aos conteúdos da Aedas pelo site e pelas redes, acesse: https://linktr.ee/aedasmg
Edição 262 – Março
2023
Você sabia?
Que além do alto salário, os vereadores de Brumadinho ainda resolveram
pagar a eles mesmos 13º salário, férias, 1/3
de férias, vale-alimentação e assistência médica? E que tudo isso é ilegal,
conforme o art. 39 da Constituição Federal?
Edição 262 – Março
2023
A pergunta que não quer calar
Por que Guilherme Moraes (expulso do PV)
e Nenen da ASA (PV), aliados de primeiríssima hora, brigaram?
O que fizeram com a ASCAVAP – nossa querida
e antiga associação de catadores de materiais recicláveis?
Edição 262 – Março
2023
Trabalhos vencedores VI Concurso Internacional
de Poesias, Contos ou Crônicas “Valdir
de Castro Oliveira”, do Jornal de fato – Brumadinho - MG
O Jornal de fato dá prosseguimento à publicação dos trabalhos vencedores do VI Concurso Internacional de Poesias, Contos ou Crônicas “Valdir de Castro Oliveira”, do Jornal de fato – Brumadinho – MG. Foram duas categorias: até 18 anos e acima de 18 anos. E duas modalidades: poesias e contos e crônicas. Desta última modalidade, publicaremos apenas em nosso blog (jornaldefato.blogspot.com)
Continuamos com a Categoria nacional /
internacional – até 18 anos, Modalidade Poesia. Trazemos nesta edição a 5ª
vencedora do Prêmio “Os 5 Melhores”, “Ponto de paz”. “Ponto de paz” é um poema
da garota Rhyana Carvalho Martins, moradora de Teresópolis, RJ. Rhyana Carvalho
Martins é uma jovem que gosta de fazer arte e se divertir. Cursa o 1º ano do
Ensino Médio.”
Iniciamos também a publicação da Categoria
nacional / internacional – acima de 18 anos, Modalidade Poesia. Começamos com o
poeta Jader Cardoso Santini, de São Leopoldo – RS. O poema é “A Forja do Poeta”.
Jader Cardoso Santini é professor de artes, formado em Artes Visuais e especialista
em cinema, Escreve poesias e contos, tendo participado de algumas antologias e
revistas.
Nossa terceira poesia é “A minha vida”,
de José Airton Mellega, de Piracicaba, SP. José Airton Mellega publicou poesias
em várias antologias da CBJE-RJ e diversas Coletâneas entre 2010 e 2021. Ocupou
a cadeira nº 22 no Clube dos Escritores de Piracicaba. Foi premiado no concurso
Brasil de Reis em 2015 e 2017 e com o “Diploma de escritor da Biblioteca de
Barra Mansa”, em 2017. Tem dois livros publicados.
A quarta poesia é “A volta do retirante”,
do Professor de Música Leonardo André de Oliveira Neto, de São Paulo. Ele é também
escritor, compositor musical. Compôs sua primeira canção aos 13 anos e
participou de diversos festivais de música, concursos literários e saraus
poéticos, tendo sido premiado em diversos deles. Publicou ainda livros de
literatura infantil.
Vamos aos poemas:
Ponto
de paz
Rhyana
Carvalho Martins
Ó meu amor,
tu
és linda.
Teu
brilho é radiante,
iluminando
essa noite.
Ó
Lua, minha querida,
te
observar de noite
é
meu ponto de paz,
minha
terapia profunda.
Tu
és tão acolhedora,
és,
Lua, alguém em quem posso confiar,
luz
do meu porto seguro,
meu
lugar de amor.
Te
observar é uma das melhores coisas
que
posso fazer.
Conversar
contigo
é
tipo um calmante pra mim.
Para
sempre só tu e eu.
A
Forja do Poeta
Jader
Cardoso Santini
Penso
Que
a forja do poeta,
Discreta
ou indiscreta,
Sublime
ou concreta,
É
feita da dor,
Do
ardor,
Da
confusão disso tudo,
De
amor pelo mundo
E
pelo temor profundo que nos envolve,
Revolve.
A
forja do poeta é constante.
Suga,
consome e devolve
Outro
corpo fecundo,
Outra
alma ereta,
Inquieta,
Certa
De
que há recomeço,
Penso.
A minha vida
José Airton
Mellega
Nada foi fácil, na minha vida.
Desde
a infância, a luta foi renhida.
Porém
sempre, o otimismo imperava
e
entre um tombo e outro, eu me superava.
Sempre
o meu caminho procurava.
Mesmo
quando o destino frustrava,
eu
seguia em frente resolvida,
procurando
uma melhor saída.
E
foi assim, que eu vivi a todo momento.
Com
mais alegria, que sofrimento,
provando
a mim mesmo, que conseguia.
Me
tornei uma pessoa diferente,
ser
humano focado e transparente,
que
venceu na vida, por teimosia.
A volta do retirante
Leonardo
André de Oliveira Neto
Perdido entre as sombras do tempo,
Derretido ao calor do sol,
Lá vem o João Ninguém
Escarrando fumaça e pó.
Rosto abatido, riso sem brilho,
Desiludido e sem nenhum tostão...
Cidade grande? Amarga esperança!...
Ele retorna para o seu sertão.
Aqui é seco, mas tem amigos,
Água de coco, feijão, jabá,
Maria Rosa à espera, na porteira
E cinco filhos pra criar.
Na ansiedade de "ganhar o mundo"
Subiu em prédios, pintou murais;
Agora nada mais é tão cheiroso
Como os bois e porcos nos currais.
Já na Categoria nacional / internacional
– até 18 anos, Modalidade Prosa, você pode ser no nosso blog o conto “Bloco
oito”, de Natalia Chequer Scatigno. Natália tem 12 anos, estuda no Colégio
Objetivo Penha em São Paulo. Participa de concursos de redação ou de desenho. Gosta
de escrever contos de suspenses e terror.
Outro conto é “O acampamento misterioso“,
de Allana Avilez Blasques. Allana tem 13 anos, nasceu e mora em São Paulo, gosta
de contar piadas, toca ukulele, ler livros de aventura como Harry Potter e
Percy Jackson, gosta de ver filmes e ficar com seus amigos.
O 3º conto, “Papai”, também é de uma garota paulista, Lara Rodrigues Jorge. Lara agora tem 14 anos e
sempre gostou muito de arte em geral, de desenhar, tocar piano, teatro etc. Gosta
bastante de escrever pequenos textos e tenta aprender a gostar de ler. “Papai”
foi um dos primeiros contos que escreveu.
Por fim trazemos o conto “Parque dos Dinossauros”, do também paulista Murilo Tilhof. Murilo tem 11 anos, agora no 7º ano. Gosta muito de montar objetos, fazer esculturas simples de biscuit, desenhar e pintar.
Os contos:
Bloco oito
Natalia Chequer Scatigno
Eu me chamo
Victória, mas prefiro ser chamada de Vic. Nasci na família Buddervill no dia 18
de junho em 1983.
Morava com minha
mãe e minha irmã em uma casa verde musgo.
Antigamente o
bairro onde morávamos, era cheio de vizinhos pois tinhamos acabado de se mudar,
contando que ainda não nos conheciam. Mas conforme o tempo foi passando todos eles
saíram pelo fato de acharem a nossa família estranha. Realmente era. Só ficamos
nós naquela rua escura e medonha. minha mãe, Margareth era extremamente louca,
prefiro não citar o motivo de ser assim.
09/12/1995 - Eu estudava
na escola Center City, obviamente ficava no centro da cidade, como dizia o nome.
Ela era branca e vermelha, muitos confundiam-na com um hospital, mas parecia-se mais com um hospício. As salas eram
muito frias por conta das janelas que davam de frente a um precipício.
Eu não tinha nenhum amigo, nem na
escola, nem na rua, e nem quando ia a praia o que era impressionante como
nenhuma criança me chamava para brincar na areia. Exceto meus únicos amigos,
Fumaça e Lory. Fumaça era um Pit Bull muito lindo, seu rosto fazia parecer o
cão mais bravo da cidade, quando, na verdade, vem a ser o cachorro mais doce
que poderia existir. Era marrom claro e tinha manchas brancas espalhadas pelo
corpo, a mais bonita era uma na barriga, em forma de coração. Seus olhos eram
de cores diferentes, um azul e o outro cor de mel, o seu maior charme. Eu
passava a maior parte do meu tempo em um quarto qual dividia com ambos.
Gostava muito de
escrever histórias.
Um dia obtive
progresso, falei com algumas pessoas na aula, talvez uma nova amizade que estava
a surgir, esse estava destinado a ser o melhor dia de minha vida, quando
voltava da escola e vi minha casa pegando fogo, minha mãe estava lá dentro.
Apesar de algumas ilusões minhas terem sido queimadas junto, eu não liguei muito,
pois ela era medonha e muitas vezes não estava presente em casa, na verdade eu
agradeço por isso. Não precisa se preocupar com Fumaça, ele conseguiu escapar.
Quando os bombeiros chegaram, nos disseram que um grupo de cinco garotos
botaram fogo na casa, pois o bairro inteiro ficava apavorado quando viam Margareth.
Realmente tinha um motivo.
16/03/1997 - Eu
e Lory fomos para um orfanato.
O tempo passou,
para nós duas. Eramos eu e Lory no porão do orfanato. Durante o parabéns, entre
cada palma, perguntava a mim mesma o motivo de ainda não termos saído daqui.
Talvez fôssemos velhas demais.
Finalmente uma
família nos adotou. Jennie e Carl. Jennie usava um vestido verde musgo cheio de
margaridas estampadas, isso me lembrava um pouco nossa casa antiga. Carl tinha
um bigode pontudo e usava um avental, ele trabalhava numa marcenaria. Lembro
perfeitamente da cena dos dois chegando no balcão principal do orfanato:
- Quais são as
crianças que estão aqui a mais tempo?
Perguntou Jennie para recepcionista, ela
apontou para nós e citou nossos nomes. Quando ouvi esta conversa, pulei de
alegria e fui correndo para Lory contar que estão pensando em nos adotar.
Quando chegamos na casa do casal, fomos bem recebidas. O nosso quarto tinha uma
faixa pendurada no teto escrita "Bem vindas Vic e Lory!". Achamos
aquilo muito estranho.
Eles dois tinham
um cachorro estranhamente parecido com Fumaça, perguntei a Jennie qual era seu
nome, e ela disse que era Bob. Para ter certeza, fui ver se ele tinha sua mancha
em forma de coração na barriga, realmente era o Fumaça. Mas não quis dizer para
eles que ele já foi meu um dia.
04/07/2000 - Quando completei
18 anos, resolvi morar sozinha com Lory. Escolhemos um condomínio de oito
torres.
O lugar tinha uma
porta giratória na entrada que dava direto a um grande estacionamento.
Os prédios tinham
a cor bege e grená, como a cor favorita de minha mãe. Incrível como o futuro
nos lembra o passado, não é?
Eu e lory
morávamos no bloco oito, no andar doze, e dividimos o apartamento com uma senhora
chamada Ardemis. Ficamos por um tempo lá naquela casa. Contanto ao nosso futuro,
entrei em uma faculdade de Letras, consegui o que queria. Minha irmã entrou
numa faculdade de moda. Depois de um tempo, Lory tinha conseguido bolsa numa
faculdade em Harvard, me contou e eu fiquei muito feliz por ela, só que também
fiquei muito deprimida ao saber que não estaria mais ao lado de minha irmã por
um ano completo.
15/08/2000 - Chegou
o dia e Lory já havia indo embora. Só restava eu e Ardemis. Esta senhora que
dividia o apartamento comigo era meio estranha, como se já não bastasse pessoas
estranhas em minha vida. Ela usava um vestido longo cor de vinho, com desenhos
indianos, cheirava a incenso de cravo e vivia em seu quarto cantando músicas em
línguas desconhecidas. Eu ouvia e via ela fazendo essas coisas e comecei a
ficar com medo, me afastei dela.
Ultimamente a
casa parecia ficar pequena para mim, acho que a solidão estava me afetando aos
poucos, vinha me esquecendo de muitas coisas. Até que um dia eu tive uma crise
de solidão, eram tantas coisas entrando e saindo da minha cabeça que eu
simplesmente esqueci que Lory estava bem e minha mente começou a associar que
Ardemis havia matado minha própria irmã. Não estava mais conseguindo respirar
direito, meu coração, acelerado, não me deixava pensar no que realmente estava
acontecendo. Peguei a primeira faca que vi. Matei a Ardemis, assim como minha
mãe havia matado meu pai. Na minha cabeça tudo fazia sentido, Lory havia desaparecido
inesplicávelmente, Ardemis fazia coisas estranhas, provavelmente algumas
daquelas canções que ela cantava fosse algo fatal. Então evitei que algo parecido
acontecesse, de novo.
Em questão de
minutos minha cabeça havia voltado ao lugar. Quando vi aquela cena eu tampei os
olhos largando a faca no chão, não sabia o que estava acontecendo pois havia me
lembrado de que Lory estava em Harvard. Os vizinhos ouviram tudo e
imediatamente chamaram a polícia. Eu fui presa.
Todo esse esforço para nada. Tanta
fumaça para nenhum fogo.
O que eu fiz?
Por que eu?
Oh deus, em que
mentiras eu fui me meter...
O acampamento misterioso
Allana Avilez Blasques
Era 1934, em um bairro
pequeno e bem distante dos outros, moravam três amigos de idades entre 12 a 14
anos. Eles moravam na mesma rua e se conheciam desde que o mais novo dos amigos
tinha 8 anos. Eles se davam muito bem e se reuniam todas as noites na casa do
amigo intermediário, já que em sua casa sua mãe gostava de receber visitas. Em
todas as noites eles contavam histórias de aventuras inventadas de suas próprias
cabeças.
O mais velho dos amigos
tinha um espírito aventureiro de outro mundo e sempre dizia aos outros que
queria que as histórias contadas por eles se tornassem reais. O de idade intermediária
achava o mais velho maluco (mas não podia negar que ele amava tirar os outros dois
das confusões que se metiam e até ele mesmo dava algumas ideias), as histórias envolviam
monstros e maníacos do parque. QUEM GOSTARIA DE VIVER ISSO? Mas, o mais velho
queria muito e o mais novo era extremamente corajoso para sua idade e confessou
que gostaria de viver as aventuras contadas nas histórias noturnas junto a seus
amigos.
Em uma de suas reuniões na
casa do intermediário o mais velho começou a contar uma história deixando bem
claro que não era inventada, ele havia ouvido a história dos caras mais velhos
do colégio. A história era de um acampamento abandonado, dizia a lenda ser na
cidade onde os três amigos viviam. O mais novo ouviu a história de uma forma empolgante
e o intermediário nem dando ouvidos ao mais velho apenas focado em seu livro. Enquanto
a história saía da boca do mais velho o intermediário disse em tom irônico que
seria uma ótima ideia eles irem procurar o tal acampamento e logo se arrependeu
quando viu a cara de interessados dos outros dois companheiros. Depois de muita
“encheção” de saco ele foi convencido e confessou que estava bem curioso na
verdade. Naquela noite eles planejaram tudo e decidiram partir logo ao
amanhecer sem avisar a ninguém e como o mais velho já sabia dessa história a
tempos já tinha tudo anotado sobre a lenda e realmente sabia para onde ir.
De manhã, o intermediário
deixou um bilhete em cima de sua cama dizendo: "eu volto mamãe, cuide do Fofucho
pra mim", Fofucho era seu hamster de estimação. Os três partiram com
mochilas nas costas em uma rua totalmente deserta. Andaram muito até que chegaram
no lugar que a lenda dizia ser o acampamento, mas não tinha nada lá até que o
mais novo avistar no meio de muitas folhas um alçapão, e sim eles entraram. O
alçapão dava a um túnel não muito longe e quando foram chegando mais perto da
luz no fim do túnel eles ficaram boquiabertos: O acampamento realmente existia.
Estava bem destruído, mas os amigos nem ligaram e apenas montaram suas barracas
porque iriam se instalar ali para explorar.
Enquanto arrumavam as suas
coisas, eles ouviram uma movimentação logo atrás de uma estrutura enferrujada e
o intermediário jurou de pé junto que viu o que ele dizia ser o maníaco do
parque de suas histórias. Os três com sua curiosidade imensa se aproximaram do
lugar e realmente viram um homem que estava com roupas sujas, uma barba
grisalha imensa e estava muito assustado, parecia que não via pessoas a muitos
anos.
Depois do susto que os
quatro levaram e do homem ameaçá-los com um pedaço de ferro imenso, os amigos
se acomodaram em um colchão onde o homem dizia dormir, enquanto o próprio ficou
de pé um pouco mais calmo, mas ainda sim com o ferro em suas mãos. Os amigos
explicaram que chegaram hoje mesmo ao local e o homem fez muitas perguntas e
explicou que ele morava lá a uns 15 anos. O amigo mais velho lembrou que o
acampamento foi fechado a 15 anos. O amigo de idade intermediária perguntou ao
homem o que ele estava fazendo lá e a resposta que ele obteve foi surpreendente:
"meu caro jovem, me surpreende vocês virem até aqui sem saber se o acampamento
é real, sem nem saber o porquê de ele ter sido fechado, mas eu irei explicar.
Em 1919 o acampamento recebeu muitas crianças e em uma das atividades (a tirolesa
no lago), uma menina chamada Anabeth caiu sem explicação no lago e nunca
acharam seu corpo. O acampamento foi fechado para todo o sempre. Ninguém nunca
entendeu o porquê o corpo dela nunca foi encontrado e então eu vim procurá-la e
desde então ouço vozes da menina que me assombra dias e noites. O que eu mais
quero é ir embora daqui, mas não sem encontrar esse corpo, meu esforço tem que
valer algo." Os meninos estremeceram a cada palavra que o homem dizia, mas
ofereceram ajuda ao pobre homem.
Naquela noite, o senhor
levou-os para o lago onde ocorrera o acidente e os três começaram a procurar. Ouviram
vozes assustadoras sussurrando algo que não entendiam, e quando o mais novo se
aproximou do lago ele foi puxado por algo! Os dois amigos pularam dentro do lago
para salvar o mais novo e não voltaram a superfície. O homem deu uma gargalhada
amedrontadora e murmurou: "a curiosidade matou o gato não é mesmo? Agora é
esperar o quanto for preciso para mais crianças curiosas venham até mim e
tenham o destino que merecem.” O homem simplesmente desapareceu e os três
amigos nunca mais foram vistos.
Papai
Lara Rodrigues Jorge
Anda pra lá, anda pra cá, sem
tempo para ver o relógio, Veronica torcia para não atrasar mais. Ela se
esforçava ao máximo para ficar de pé, foi difícil dormir após saber do
desaparecimento de seu pai, mas Veronica ainda tinha esperanças que a polícia
acharia seu pai vivo e ileso.
Veronica também esperava que sua mãe estivesse bem, pois não falou uma
palavra desde desaparecimento de seu marido além de soluços de choro, mas
Veronica só tinha um pensamento no momento: onde estão as minhas meias?
- Malditas meias, ou estão jogadas por aí, ou somem da face da terra -
pensava Veronica enquanto revirava seu guarda roupa com cuidado para não acordar
sua mãe.
- Droga - indagou ela percebendo que as meias não estavam em seu guarda
roupa.
Ela procurou suas meias por mais alguns minutos, pela casa toda, mas não
as achou, até pensou em desistir de ir à escola, mas ela não poderia perder
mais um dia de aula; quando como um estalo, lembrou do único lugar que não
havia procurado, o quarto de sua mãe. A porta range ao ser aberta, Veronica
percebe o quarto de sua mãe escuro, a menina entra no quarto e fecha a porta devagar,
tateando as paredes e móveis do quarto, encontra a cama em que sua mãe está
dormindo e rapidamente, logo ao lado, identifica o armário. Com uma mão ela
abre a porta e, sem olhar diretamente para o armário, colocou a outra mão na
parte de dentro, tateou-se novamente todo o armário até que seus dedos tocaram
algo meio esférico e macio, rapidamente tirou o objeto e o olhou no escuro, a
menina não sabia o que era mas tinha certeza que não era uma meia; quando percebeu
o que era, um arrepio esguio subiu pela sua coluna, ela segurava a mão fechada
de seu pai, que só percebeu que era dele pela aliança em seu dedo anelar,
totalmente encharcada de sangue assim como todo resto da mão. Assustada, largou
a mão que caiu no chão frio, encarou o armário meio aberto e pode ver
claramente os membros de seu pai amputados e espalhados por todo o armário, o
sangue ainda fresco por todos lado:
- Eu acho que eu achei o papai.
Parque dos Dinossauros
Murilo Tilhof
Num belo dia,
quando tudo parecia ser monótono, acordei às 6hs da manhã para ir à escola.
Logo na primeira aula, eu e meus amigos, fomos surpreendidos pela notícia de
que íamos para uma excursão com a escola para o Parque dos Dinossauros,
sugerida pelo professor de História para aprendermos um pouco mais sobre nossos
antepassados, a evolução das espécies, a descoberta de sítios arqueológicos e
etc.
A sala inteira
ficou tão empolgada com a notícia, que até soltaram gritos. O professor nos
pediu para levar uma autorização assinada pelos pais, permitindo essa viagem.
Depois disso, as horas pareciam passar mais rápido que o normal, mas acho que
era só minha ansiedade.
Esse é um parque
muito especial e faz tempo que sonho em conhecer. Logo comecei a pensar nos preparativos
para essa viagem. Já reservei a mochila com repelente, bota para longas
caminhadas, lanterna, roupas de frio e para uso na água. Afinal, seriam 4 dias
de viagem e muita aventura.
Foram dias de
espera, mas enfim, chegou o momento de partir. O parque fica localizado na
cidade de Araraquara, há 4 horas da capital de São Paulo. O lugar é bem aberto,
mas com muros bem altos. Quando chegamos, descobrimos que as estadias seriam em
uma casa na árvore. O lugar era incrível! Tinha salgados, doces, lojinhas e
tudo funcionando com energia solar.
No
parque tinha um sítio arqueológico com fósseis de dinossauros de vários
tamanhos e espécies. Fizemos um tour pelo parque para explorar e lá encontramos
atividades muito diferentes como a Girosfera, que é um passeio dentro de uma esfera
feita de acrílico, que leva os turistas ao redor de uma área com mais de 30 espécies.
Apesar de ter
sido um dia muito agitado, não estávamos satisfeitos. Queríamos mais aventuras.
Eu e meus amigos Rita, Pedro, Heloísa e Sabrina decidimos sair para uma
exploração noturna, sem a supervisão dos professores. Decidimos então voltar ao
campo onde ficavam as Girosferas, mas nós estávamos em cinco pessoas e cada uma
delas cabia somente dois. Heloisa e eu, que somos os mais velhos, pegamos uma e
a Rita, Pedro e Sabrina (que precisou ir no colo), foram em outra. Até que foi
fácil pilotar aquela coisa, mas não contávamos com um dinossauro no meio do
caminho. Lá estava um Anquilossauro agitado, que nos atingiu com sua cauda e
nos desviou em direção a uma enorme pedra, onde nossa Girosfera bateu e arrastou
a dos nossos amigos. Caímos em cima de um duto de ar e o impacto foi grande
suficiente para amassar a grade e fazer um barulho forte de metal, o que chamou
nossa atenção porque, afinal, estávamos em um campo em meio a natureza.
Curiosos resolvemos abrir e ver o que tinha do outro lado. Quando percebemos,
estávamos dentro de um laboratório. Haviam vários tubos de ensaio com substâncias
que desconhecemos e, em uma mesa, tinha um laptop que estava ligado. Nele tinha
um projeto que parecia ser sobre a criação de espécies reais de dinossauros.
Aquela ideia
surreal me pareceu incrível, mas ao mesmo tempo, assustadora. Pedro que é o
mais empolgado da turma logo disse:
Que incrível!!
Vamos levar embora um desses tubos e criar um Dinossauro de estimação!
Então Heloísa respondeu:
Tá maluco Pedro!
Ele pode devorar você enquanto dorme. E não temos como saber se ele vai ficar
vivo a hora que tirarmos daqui!
Galera venham ver isso! Arthur descobriu
uma espécie de abrigo para animais bebês.
Isso significa que faz tempo que estão
fazendo essas experiências! - Disse Rita.
Olhem essa logomarca, Gojira Corp! Essa
deve ser a empresa que patrocina essa loucura! - Pedro disse surpreso.
Mas qual será o
objetivo deles? - perguntou Heloísa.
De repente eles
ouvem um barulho de passos no chão e correm para se esconder. Quando então um
homem de estatura baixa, usando óculos e avental branco, entra na sala falando
ao telefone:
Consegui,
consegui! Eles são inteligentes, fortes e ágeis! Podem ser usados como armas de
guerra e podem nos gerar muito lucro! Ficaremos ricos e eu serei o cientista
mais famoso do mundo! Pedro ficou tão assustado que soltou um grito espontâneo:
Não!
O cientista
então desligou o telefone e perguntou:
Quem está aí? -
Ele sai procurando pela sala.
Todos nós saímos
correndo em direção a saída da tubulação, mas Heloísa se enroscou e ficou com a
perna para fora. O cientista a pegou pela perna, mas nós fugimos para pedir
ajuda. Corremos tanto que quando chegamos de volta na casa da árvore, estávamos
exaustos. Discutimos por uma hora, como fazer para salvar Heloísa. Eis que Rita
deu uma ideia:
Vamos procurar
na internet informações sobre a Gojira Corp! - E assim fizeram.
Arthur descobriu que o dono do parque
era o responsável pela empresa que patrocina aquelas experiências, então eles
não podiam contar para ninguém. Não havia em quem confiar. Sem alternativa,
resolvemos voltar lá para resgatar Heloísa e fugir do parque.
Depois de nos
aventurar novamente na girosfera, chegamos ao local e eles não estavam mais lá.
E o que vamos fazer agora? - disse Rita
Vamos observar e
quando ele se afastar, pegamos ela e corremos. Estão todos de acordo?
E todos fizeram sinal positivo
concordando.
Aquele parecia
ser um bom plano. Nós tínhamos avistado no caminho, um trem que circulava no
alto, como se fosse um aero trem. Então, Arthur sugeriu:
Podemos pegar
aquele aero trem que dá lá na entrada do parque e fugirmos desse lugar. Temos
que avisar as autoridades sobre o que está acontecendo aqui.
Pedro disse:
Já sei!! Vamos
soltar os Dinossauros bebês e usá-los para quebrar a porta dessa sala.
E não é que foi uma boa ideia! Assim
fizemos, soltamos todos os pequeninos, porém, fortes animais. Conseguimos
soltar a Heloísa e saímos todos correndo em direção ao aero trem.
Chegando em
casa, tivemos que contar ao meu pai o que havia acontecido e ele nos ajudou a
tornar pública aquela situação. A
polícia civil foi acionada e fomos de volta ao Parque para ajudá-los a
identificar o local onde as experiências aconteciam, mas chegando lá, para
nossa surpresa, tudo havia sido esvaziado. O cientista havia ido embora e
levado com ele todo seu material genético, além dos animais.
Por fim, não
deixou de ser uma aventura e tanto!! Mas que não teve um final feliz para
aqueles dinossauros cobaias.
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