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quinta-feira, 12 de abril de 2012


Edição 135-Março/2012
Vereadores votam contra Mãe d’Água
Ferrous teria comprado votos de 5 vereadores

“Aconteceu nesta segunda-feira, 19, reunião conjunta das Comissões da Câmara de Brumadinho para discussão do Projeto de Lei nº 28/2011, que cria o Monumento Natural da Mãe D'Água, na Serra da Moeda. Com a ausência do presidente da Câmara, Leônidas Maciel (PMDB), e do co-autor do projeto, Itamar Franco (PSDB), a sessão contou com a presença de 7 dos 9 vereadores do município. Compareceram à ocasião também: a ONG Abrace a Serra da Moeda, representantes das comunidades que pleiteiam o Monumento Natural e trabalhadores de empresas mineradoras e correlatas como a Ferrous Resources, Rifel Transportes, MMX, mobilizados para fazer frente ao coro coletivo que pleiteia a criação do Monumento.
Contrariamente ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que diz ser da competência tanto do Poder Executivo, quanto do Legislativo e Judiciário, iniciativas para instituição de unidades de conservação, a Assessoria Jurídica da Câmara alegou inconstitucionalidade do projeto de lei por vício de iniciativa, ou seja, o Monumento somente poderia ser criado a partir da proposição do Executivo e não do Legislativo.
Com 6 votos favoráveis ao parecer jurídico, ou seja, pela reprovação do projeto - dentre os quais, curiosamente, estão os dos co-autores da proposta, Jayme Wilson (PSDB) e Marta da Maroto (PSD) e apenas um voto a favor, da vereadora proponente, Lilian Paraguai (PT), o projeto foi arquivado e não poderá tramitar mais na Câmara este ano.
A proposta do monumento, se concretizada, ferirá os interesses da empresa Ferrous Resources, que há cerca de cinco anos vem tentado explorar a mina Serrinha, na Serra da Moeda. A presença de funcionários das mineradoras, dentre elas a Ferrous, demonstrou-se uma clara ofensiva ao movimento pela criação da Mãe D’Água que, ao lutar pela preservação da montanha, tem dificultado a vida da empresa que pretende retirar milhões de toneladas de minério de ferro na Serra da Moeda. 
Argumentos para que o projeto fosse vetado eram esperados pelas comunidades da Serra da Moeda. Contudo, a questão da constitucionalidade já havia sido exaustivamente debatida em reuniões ordinárias, extraordinárias e Audiências Públicas na Câmara Municipal e, inclusive, defendida pelo Ministério Público  Estadual que atestou a viabilidade e constitucionalidade da proposta. Os vereadores da base aliada ao Prefeito Nenem da Asa (PV) -que voltou atrás ao compromisso assumido da criação do monumento- estiveram durante muito tempo empenhados em barrar a votação do projeto, por meio de inúmeras manobras políticas, já relatas em jornais locais e neste blog.
Cumpre ressaltar que, estranhamente, em nenhuma das Audiências Públicas para discussão do Monumento Natural estiveram presentes funcionários das mineradoras, ao contrário do que aconteceu ontem, o que deixa-nos questões: se os funcionários em nada têm a ver com a mina Serrinha, já que trabalham em outras minas, bem distantes, seriam eles parte interessada? Estavam ali a defender o interesse coletivo, representado pelos postos de trabalho ou os interesses particulares das mineradoras? Será que não participaram das Audiências Públicas porque elas aconteceram no sábado, fora do horário do expediente?
Lamentando o ocorrido, mas não desanimadas, as comunidades seguem na luta pela instituição do Monumento Natural, cuja reivindicação será reafirmada pelo imenso cordão humano unido no dia 21 de abril deste ano.
Vista-se de branco e venha abraçar a Serra da Moeda.”
O texto acima, sob o título de “Monumento da mãe d'água é vetado na câmara sob argumento de inconstitucionalidade”, foi postado no site da ONG Abrace A Serra da Moeda no dia 20 de março.

Ferrous teria comprado votos de 5 vereadores

A ONG Abrace A Serra da Moeda faz séria acusação a 5 vereadores. Em texto anterior à votação na Comissão, enviado ao jornal de fato por Beatriz Vignolo, Presidente da entidade, a ONG afirma que “a mineradora Ferrous Resources do Brasil, interessada no minério de ferro da área, articulou-se com os cinco vereadores da base aliada ao Prefeito.”
A ONG suspeita da compra dos votos dos vereadores José de Figueiredo Nem Neto, o Zezé do Picolé; Adriano Brasil; Fernando Japão e Vanderlei Xodó, todos do partido do prefeito Nenen da ASA, ironicamente, o PV, Partido Verde. O outro vereador que teria sido comprado pela mineradora Ferrous é o atual presidente da Câmara, Leônidas Maciel (PMDB),que não foi à reunião mas que se posicionou contra o projeto na reunião do dia 23 de dezembro, que o arquivou em 2011. “Há a suspeita de promessa de financiamento aos políticos na campanha eleitoral como forma de desarticular a aprovação do Projeto. A base aliada ao Prefeito Nenem da Asa, em claras manobras políticas, têm colocado empecilhos na discussão e aprovação do Projeto, através de pedidos de vistas e cancelamentos de reuniões”, defendeu a ONG Abrace A Serra da Moeda.

Edição 135-Março/2012
Liminar suspende obras de mineradora

A Justiça acatou pedido de liminar impetrado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e decidiu paralisar as obras do projeto Minas-Rio, da Anglo American, em Conceição do Mato Dentro, na região Central do Estado. Na terça-feira (20), um oficial de Justiça acompanhado da Polícia Militar esteve nas obras do empreendimento e determinou a paralisação das intervenções ligadas ao investimento da ordem de US$ 5 bilhões, com capacidade de produção inicial projetada em 26,5 milhões de toneladas anuais de minério de ferro e que ainda contempla o maior mineroduto do mundo, de 525 quilômetros de extensão.
A notícia foi veiculada no Hoje em Dia de 21/03/2012, assinada por Bruno Porto.

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