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sábado, 26 de dezembro de 2009

Edição 108 – Nov-Dezembro/2009

Espaço Poético

Dando sequência na publicação dos poemas do IV Concurso de Poesias do Jornal de fato, trazemos nesta edição mais 3 poemas, todos eles vencedores do prêmio As 10 Melhores. Seguindo a ordem alfabética dos poemas, publicamos “O amor”, de Isael Pereira; “Os dois caminhos”, de Paulo Viotti; e “Quarto de Asilo”, de Nayane Flávia.

Isael Pereira da Silva foi uma das grandes surpresas do IV Concurso: emplacou dois de três poemas que inscreveu, “Eterno amor” e “O amor”. O terceiro era “Exílio”. Mais do que isso, mostrou que tem talento e grande futuro como poeta. Morador de Inhotim, na rua José Moreira, nº 40, se inscreveu com o nome de Pássaro Verde. “O amor” ficou muito interessante: o mesmo texto pode ser lido de duas formas, porque é um poema que me permite isso: tanto uma coluna e depois a outra, como o verso de uma coluna e o verso da outra na mesma linha. Segundo relatou o poeta, nem foi sua intenção. Mas isso não importa: importa que o resultado foi fantástico! “Fiquei encantado”, disse o Editor Reinaldo Fernandes ao apresentar o poema vencedor.

Paulo Viotti concorreu com os poemas “Meu sim”, “Os dois caminhos” e “Viver“.“Os dois caminhos” e “Viver“ foram os dois vencedores. Recentemente Viotti lançou o livro “Mineirices e Mineiridades”. Mas a principal característica de Vicente de Paula Viotti talvez seja sua militância cultural: é um mecenas das artes em Brumadinho. É, com certeza, um dos mais, se não o mais importante militante da cultura em Brumadinho.

Nayane Flávia Costa, uma das mais assíduas participantes de Concurso de Poesias do Jornal de fato, emplacou o poema “Quarto de Asilo”. Concorreu também com mais dois, “Mega Sena” e “Quem sou eu”. Moradora do Centro de Brumadinho, gosta de escultura, musica e faz parte do grupo de teatro GEMA.

Abaixo, os poemas:

O Amor

Isael Pereira da Silva

Vencedora do prêmio “As 10 Melhores”

Ouve-se o grito É envolvente

Um mito Vem de repente

E geme É exelencia

E treme É essência

E grita É esplendor

Agita O Amor

Ouve-se a voz Transforma

A nós Reforma

E embala Tempestade e calma

E fala Unifica duas almas

E chama É alegria em meio a dor

Reclama! O amor

Posso sentir É como um rio

Invadir Animal no cio

É sorte Deseja

É forte Festeja

É encantador... É desbravador

O amor O amor

Se chega Maior tesouro

Aconchega Vale mais que o ouro

Não sai Riqueza sem igual

Atrai Não deseja o mal

Quebra a rotina É da vida o despertador

Rasga a cortina É o amor

Pseudônimo: Pássaro Verde

Os dois caminhos

Paulo Viotti

Vencedora do prêmio “As 10 Melhores”

Feliz quem não ouve os maus conselheiros,

não faz companhia aos maus companheiros,

nem vive entre gente descrente do amor;

mas busca alegria, de noite e de dia,

na paz e harmonia da Lei do Senhor!

Não é como as folhas dispersas, que o vento,

a cada momento, consegue levar;

não é qual os ímpios, que em seus julgamentos,

sem paz, sem alento, sem nada esperar,

seus tristes tormentos sofrendo hão de estar!

Ele é qual as plantas, que em tempos futuros,

seus frutos maduros a todos vão dar;

pois ficam plantadas à margem do rio,

e, sempre na vida floridas hão de estar!

Pseudônimo: Anacoreta

QUARTO DE ASILO

Nayane Flavia da Costa

Vencedora do prêmio “As 10 Melhores”

Senta aqui meu amigo

Tenho saudades do mundo La fora

Ousa sem dizer nada

Vou te contar a minha historia

Quer saber o meu nome?

Chamam-me de Mateus!

Eu vim ao mundo

Para ser um servo de Deus!!

Sou um velho passado

Na cabeça tenho alguns grilos

Mas não era motivo

Para me jogarei em um quarto de asilo!

Não queria estar aqui

Já não faço minha vontade

Perdi as forças das pernas

Perdi toda a minha liberdade...

Hoje sirvo de risada

Chamam-me de velho maluco

Idade que persa

Meus filhos me dizem que sou caduco!

Os filhos para os pais não crescem

É sempre um anjo menino

Para os filhos os filhos os pais são um peso

O asilo é o espelho do destino!!!

Dizem que estou velho

Passando da hora de morrer

Se é direito de todos

Eu também quero viver!

Subi morro desci serra

Lavei terra plantei chão

Criei três filhos levados

Montei no meu cavalo alazão

Tenho saudades do campo

Meus passeios de Domingo

Hoje sou triste figura

Me tratam como mendigo!!!

Choro minha sorte

Meus olhos cobertos de véu

Sem motivo para viver

Já não vejo o azul do céu...

Neste asilo sombrio

Perdi toda minha alegria,

Sou um homem religioso

Serei ate o fim dos meus dias!

Obrigado meu amigo

Ocupei seu tempo e teu espaço

Agradeço em nome da Virgem

Por ter escutado meu desabafo!!

O sol nasce do alto

Iluminam velhos e inocentes

Voltando ao tema da vida

Dando luz para todos carentes!

Água viva que se brota

Lave dos meus olhos o pranto

Dei-me um coração puro

Me mostre o Espírito Santo!

Místicas das águas puras

Tem flores e muita luz

Rega o meu coração saudoso

Com as chagas de Jesus

Pseudônimo: Águia

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