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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Edição 157 – Dezembro/2013
Homenagem

Abaixo, o poeta Cássio Vilela Prado, com uma poesia participante do VI Concurso, presta homenagem a seu “irmão e pai”, Geraldo Vilela Prado.
“Ao irmão e pai, Geraldo Vilela Prado, que sempre escreveu com sangue em todos os seus atos. Poesia em si mesmo. Doado a tudo e a todos. Da doce nascente campestre onde nasceu às águas salgadas ode escolheu o seu ponto final.
Falecido. Cremado em 13/05/2012.
Cinzas e Pó lançados. Pura poesia inscrita. Doce sal.”

O Último Poema

Pseudônimo: Aturdido

A sua tinta acabou
Ele não escreve mais
O poeta tornou-se poema
Pura poesia inscrita

Sem a sua tinta
Insiste em versar com o seu sangue
Vermelhos versos doídos
A obra tem que terminar

O seu sangue acabou
Lança-se com a sua pele
Retalhos sem cores
A obra não quer acabar

Ele persiste com os seus ossos
Imprime-se com as suas vísceras
Soçobros
A obra agoniza

Ele tornou-se pó
Desapareceu-se na nascente do rio
Perdeu-se no meio do mar
A obra terminou

Pura poesia inscrita
No rio São João
No mar de Itacaré
A obra ficou

Em memória do poeta
Agora ele é poema
Pura poesia inscrita

Doce sal

4 comentários:

  1. Linda poesia, meu velho amigo! Lamento pela dor; agradeço pela obra. Mônica M. Diniz Gagliardi

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  2. Linda Tio...
    O outro poeta...
    Abraço
    Tobias

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