Edição
218 – Março 2019
VALE
agiu como verdadeira assassina
A mineradora VALE agiu como uma organização
criminosa, com crime planejado em Brumadinho. Desde 2017 a empresa sabia que a
barragem poderia se romper. A VALE ainda usou documento falso para pleitear licença ligada à
barragem rompida.
E mais: sabia que, se se rompesse, poderia matar até 150 pessoas, deixando
centenas de famílias, amigos e parentes na desolação que a morte deixa. Mesmo
assim, a VALE não agiu para evitar, colocando seu lucro acima das vidas humanas
e da natureza.
As informações foram dadas pelos delegados Bruno Tascas
e Luiz Augusto Pessoa Nogueira, das polícias
Civil e Federal em reunião da “CPI de Brumadinho”, da ALMG.
A Polícia
Federal já tem provas suficientes para indiciar a mineradora por falsidade
ideológica. Barragem da mina de Córrego do Feijão se rompeu no dia 25 de
janeiro, às 12h28min horas e matou quase trezentas pessoas, além de ter matado
o rio em mais de 300 km.
Leia nesta
edição.
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218 – Março 2019
Editorial:
Onde está o dinheiro? O gato comeu?
Essas são
perguntas que não querem e não podem se calar! Logo nos primeiros dias após o
crime da VALE, muito populares já demonstravam preocupações com as doações em
dinheiro que a empresa poderia colocar nas mãos do prefeito ou outros recursos
que poderiam chegar para ajudar Brumadinho.
O prefeito, como
é de conhecimento público, tem um histórico complicado com o manejo do dinheiro
público. Aliás, a Câmara Municipal acaba de receber um pedido de abertura de
Comissão Processante cujo objetivo era a cassação do mandato do prefeito,
acusado de improbidade administrativa. Além disso, podemos nos lembrar dos R$
11 milhões gastos no que seria o hospital municipal, que continua se acabando
no meio do mato, e que foram pagos a uma empresa de sua família. E os mais de
R$ 5 milhões que o Prefeito tem que devolver aos cofres públicos depois de uma
condenação na Justiça. Essa, só para lembrar, é sobre uma obra feita ali na
entrada do bairro São Conrado, sem licitação, depois de uma enchente.
Poderíamos lembrar, ainda, a prisão, em 2017, de seus parentes, aliados e
secretário municipal, acusados de participação em desvio de dinheiro de
transporte escolar, processo que ainda tramita na Justiça.
E agora, o que
será feito com os 80 milhões de reais doados pela VALE?
E aquelas contas
abertas no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal para receber doações do
Brasil e do mundo inteiro? Quantos milhões foram depositados nessas contas?
Mais do que os R$ 80 milhões da VALE? Só os funcionários do Banco do Brasil
doaram R$ 3.500.000 (três milhões e meio de reais). O que foi feito desse
dinheiro? A Câmara Municipal votou para incluí-lo no Orçamento? A Câmara soltou
uma notinha sobre o dinheiro... mas os
vereadores sabem onde e como ele foi ou está sendo gasto?
E não é só isso!
No dia 28 de janeiro, aconteceu uma reunião com o Governo Zema (Novo/PSDB), da
qual participou, inclusive, o bispo Dom Vicente. Nessa reunião, o Secretário de
Estado de Governo, Custódio Mattos (PSDB); e a Secretária de Impacto Social
Elizabeth Jucá informaram que o banco espanhol Santander e outros bancos; a
francesa Nestlé, e outras empresas internacionais queriam fazer doações para
Brumadinho mas que pediram para esperar para depois o Governo Zema (NOVO/PSDB),
ir solicitando. E não mais se falou sobre isso, que caiu no esquecimento. São
quantos milhões? Cem, duzentos, um bilhão de reais? Não se sabe. E é preciso
sabê-lo. Podemos estar diante de um roubo bilionário de dinheiro que pertence à
população de Brumadinho!
Por certo, não
basta que esse dinheiro não suma na corrupção, sendo roubado. A sociedade de
Brumadinho, toda ela atingida pelos crimes da VALE, precisa ser ouvida sobre
como esse dinheiro será gasto. E, nos parece, ele deve ser gasto na
reconstrução de nosso município no que ele precisa ser reconstruído. Outro dia
um cidadão me falou da necessidade de melhorar a Quadra Municipal e de se
investir no esporte como uma das formas de reconstrução.
Três
comunidades, umas mais, outras menos, foram duramente atingidas fisicamente, e
merecem atenção especial no gasto desses milhões: Córrego do Feijão, Parque das
Cachoeiras e Pires. Historicamente abandonadas pelos que hoje estão no poder
municipal – e pelos que lá estiveram -, precisam ser olhadas com mais cuidado
agora.
Não seria hora,
também, de um investimento sério em políticas públicas de turismo para o
Município, buscando, desde já, a construção de uma nova fonte de rendas, de uma
nova matriz econômica?
Não seria hora
de colocar esse dinheiro, que não pertence ao prefeito ou à Prefeitura mas,
sim, a todos os brumadinenses, para a população decidir o seu gasto via
Orçamento Participativo, lei que o prefeito atual teima em não cumprir e nem
assim a Câmara toma providências?
Não seria hora
de investir esse dinheiro em programas diversos de geração de emprego e renda
para nossa população?
Reinaldo Fernandes Editor |
Acreditamos que
esse dinheiro – o doado pela VALE, o arrecadado pelas contas no BB e na CEF e o
que está nos cofres do governo Zema - deve ter seu destino decidido pela população.
Uma boa ideia é que a Câmara Municipal chame urgentemente uma Audiência Pública
para que todos os que se sentem responsáveis por este Município discutam e
busquem o melhor gasto e a melhor forma de gastar esses recursos. Só os R$ 83,5
milhões equivalem a quase meio ano de arrecadação de Brumadinho. E os outros
milhões?
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218 – Março 2019
Banda São Sebastião voa para os Estados Unidos
Músicos foram tratados como artistas famosos,
encantaram os americanos do norte e foram tietados por eles
A Corporação
Musical Banda São Sebastião está voando alto! Depois de ser exibida no programa
Fantástico, da rede Globo de televisão, ainda em fevereiro, poucos dias depois
dos assassinatos da VALE, a Banda agora voou para os Estados Unidos da América,
diretamente para Boston, capital do estado de Massachusetts. Com, direito à
apresentação em Havard, a Universidade, na cidade de Cambridge, também em MA.
Segundo o
maestro Anderson Cordeiro, tudo começou porque tiveram a ideia de tocar em
forma de oração, depois da tragédia. “A gente só queria tocar em forma de
oração, para amenizar a dor das pessoas, tocar pra gente mesmo, não era pra
ninguém. Até procuramos um local reservado, fomos ali atrás da UPA. Não sabemos
como, a equipe do Fantástico descobriu, chegou lá, viu a gente tocando e
gravou”, conta o Maestro.
Depois que
apareceram no programa global, receberam o convite para se apresentarem na
Brasil Conference. O programa, que é transmitido também nos Estados Unidos, foi
visto por organizadores da conferência, que se encantaram com a qualidade do
trabalho da Banda e a convidou para ir se apresentar. A banda viajou na quinta
feira e voltou na segunda. A apresentação aconteceu no dia 7 de abril em
Boston, no MIT – Massachusetts Institut Tecnology. Apresentaram-se, também, na
famosa Universidade Havard, em Cambridge, num teatro.
Vistos por 200
mil pessoas
Anderson conta
que a apresentação foi transmitida pela internet. Segundo ele, além dos que
assistiam ao vivo, mais 200 mil pessoas teriam acompanhado pelas redes
sociais. Ainda de acordo com Anderson,
apesar de terem sido mostrados no Fantástico por causa da VALE, lá, os
americanos não falaram em lama ou crimes hora nenhuma, apenas na qualidade do
trabalho desenvolvido pela Banda, de como a Banda São Sebastião, mesmo sem
patrocínio financeiro, chegou ao nível de excelência que chegou. O lema da
Brasil Conference era “Juntos Somos Mais!”. Segundo Anderson ele, sim, falou da
lama, das mortes, o que foi filmado em vídeo.
Rejeitados pelo
prefeito de Brumadinho, tratados como artistas famosos no exterior
Anderson disse
que ficaram encantados com a ida aos Estados Unidos. Mas, segundo ele, uma das
coisas que mais o encantou foi o tratamento recebido. “Eles pagaram quase tudo,
hotel, translado, alimentação, passagens de avião, só tivemos que pagar nossa
ida ao Rio de Janeiro para pegar os vistos”, conta Cordeiro. “Mas ficamos mais
maravilhados com o tratamento que nos deram, a gente estava sendo tratado como
se fôssemos artistas famosos! No voo da American Airlines, na conexão, o piloto nos anunciou no
microfone! No aeroporto, as pessoas tiraram fotos com a gente, como se fôssemos
famosos!”, contou à reportagem do Jornal de fato, todo empolgado, o Maestro
Anderson Cordeiro. Disse que ficou encantado com o valor que dão à cultura, um
valor maior do que recebem, às vezes, na própria cidade.
Por aqui, não
conseguiram nem mesmo um ônibus para irem ao RJ, e os músicos tiveram que
bancar do próprio bolso. Marcaram uma reunião com o Secretário Municipal de
Cultura, que nem ao menos apareceu na reunião. Depois, o prefeito Nenen da ASA
(PV) ficou de recebê-los: até o fechamento desta edição, ainda não tinha dado
retorno sobre a data!
“Ficamos muito
honrados de ir lá, falar da tragédia, representar nossa cidade e nosso país.
Essa viagem ficará marcada na história da Banda São Sebastião”, concluiu
Anderson Cordeiro.
A Banda agradece
toda a equipe do Brasil Conference, especialmente a Camila Nascimento e Tatiana
Mey, as duas brasileiras responsáveis por acolhê-los nos E. U.. Agradece também
a Renata Vilaça, da Diretoria da Banda. “Infelizmente ela não pode ir, por
causa dos filhos pequenos, um de 4 anos e outro de menos de um ano que ainda
está sendo amamentado. Mas, se não fosse ela, não teria viagem, ela preparou
tudo, fez os contatos com o pessoal de lá, trabalhou mais do que o pessoal que
foi, ajudou demais, até nos ensaios, na coreografia, por vídeo-conferência, é
responsável por tudo”, faz questão de dizer o Maestro Anderson Cordeiro.
Músicos que
viajaram aos EUA e participaram das apresentações:
Anderson
Cordeiro – Maestro; Raíra Andrade, Isabela Sales e Braga, Mariana Bessa,
Samanta de Paula, Belmário Presley, Júnia Eduarda Torres, Artur Ubiratã, Marco
César Ventura, Jeferson Torres, Javé Ribeiro, Victor da Silva, Marcos Teles e
Saulo Coimbra.
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Atos lembram dois meses dos assassinatos da VALE
O dia 25 de
março marcou o segundo mês dos assassinatos da VALE em Brumadinho. Durante o
dia, no mesmo horário dos crimes, às 12h28min horas, um ato lembrou a morte das
quase 300 pessoas. Logo mais à tarde, um grupo de aproximadamente 50 pessoas
realizaram uma caminhada que saiu do centro da cidade até o trevo, na entrada
de Brumadinho. Esse foi organizado pela articulação SOMOS TODOS ATINGIDOS.
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218 – Março 2019
Pagamento Emergencial da VALE
movimenta a cidade
O pagamento Emergencial que o juiz da 6ª
Vara da Fazenda Pública de MG obrigou a VALE a fazer para cada brumadinense
está movimentando a cidade. Cada pessoa que morava em Brumadinho até 25 de
janeiro de 2019 receberá, por um período de um ano, um salário mínimo mensal para cada adulto,
meio salário para cada adolescente e um quarto de salário mínimo para cada
criança lesada pelo rompimento da barragem. Um dos requisitos para receber o
dinheiro é que cada adulto tenha conta em banco oficial, corrente ou poupança.
Brumadinho pode descobrir que uma quantidade enorme de pessoas não possui conta
em banco, o que causou uma correria às instituições. No último mês, pode-se
ver, desde as cinco horas da manhã, as filhas nas portas dos bancos (são 7
bancos em Brumadinho, cada um com uma agência).
Apesar de o pagamento ser retroativo a
janeiro, mesmo que seja recebido no último mês, em janeiro de 2020, as pessoas
não querem perder tempo, especialmente os mais pobres. Em brumadinho, um terço
(33%) da população vive, segundo dados do IBGE, com renda mensal abaixo de meio
salário mínimo.
Agendamento
Outro fato que tem movimentado a cidade são
os agendamentos para marcar data para entrega de documentação nos postos de
entrega. Foi feito cronograma para agendamento no número 0800 888 1182. Logo no
primeiro dia reservado para cada região, há congestionamento nas linhas, uma
vez que milhares de pessoas correm ao telefone para ligar.
Documentos e grupos do Whatsapp
A documentação necessária para o
recebimento gera muitas dúvidas. Para discutir a questão e ter esclarecimentos,
a população, de forma voluntária, criou vários grupos no Whatsapp, como os
grupos dos bairros Silva Prado, Lourdes e São Bento; São Conrado; Soares; José
Henriques; Grajaú, Barroca e Nova Barroca; Residencial Bela Vista e São Judas
Tadeu; Retiro do Brumado; Jota; Salgado Filho; Canto do Rio; Centro. Nos
grupos, pergunta-se muito e quem tem as informações dá os esclarecimentos.
Reinaldo Fernandes, membro da Articulação SOMOS TODOS ATINGIDOS foi um que se
colocou à disposição para esclarecer dúvidas. Ele disponibilizou seu número de
telefone no Whatsapp e na facebook. “Recebi dezenas e dezenas de ligações de
todas as regiões do município. São muitas dúvidas, especialmente naqueles casos
que em que há especificidades”, conta Fernandes.
Outro militante da Articulação SOMOS TODOS
ATINGIDOS que tem colaborado muito é Roberto Caldeira, morador de Casa Branca.
Caldeira prepara resumos das principais dúvidas, oferta modelos de declarações
diversas, colhe informações e encaminha tudo para todos os grupos dos bairros.
Caldeira aproveita a experiência de seu bairro, Casa Branca, que foi um dos
primeiros a se organizar de forma coletiva para entregar a documentação e que
já está recebendo o pagamento.
A Articulação SOMOS TODOS ATINGIDOS é formada
por militantes de diversas entidades de defesa dos direitos dos cidadãos, como
a FRENTE BRASIL POPULAR de Brumadinho, do Médio Vale do Paraopeba e de MG; MAB,
MAM, Sind-UTE, Sind-Saúde, MST, Conselho do Parque do Rola Moça e outros.
Tipos de entrega de documentação: coletiva
ou individual
Em Mariana, a barragem da VALE matou 19
pessoas e matou todas as vidas do rio Doce até o estado do Espírito Santo. A
VALE criou uma empresa, Fundação RENOVA, cujo papel até agora tem sido o de
enrolar as pessoas e não fazer nenhuma reparação. Até hoje – três anos depois -
os atingidos não foram indenizados e as propostas da VALE, via RENOVA, são
indecentes, como, por exemplo, R$ 0,70 (setenta centavos) para cada pé de
laranja destruído numa plantação! Diante desses fatos, tanto a Justiça quanto
os movimentos sociais logo se organizaram para que aqui em Brumadinho não
acontecesse uma nova RENOVA, que, diga-se de passagem, chegou aqui logo no dia
28 de janeiro, dia seguinte aos assassinatos.
O juiz da 6ª Vara, as promotorias estadual e federal, assim como as
Defensorias entenderam que era necessário afastar a criminosa das vítimas. A
prática da VALE é a de investir na aproximação individual, comprar as pessoas e
trabalhar contra a organização popular, de quem a assassina tem medo.
Nesse sentido, a VALE se viu obrigada a
aceitar a Entrega Coletiva de documentação.
Na Entrega Coletiva, qualquer grupo de pessoas pode se organizar – por
rua, por localidade, por bairro, por bairros etc -, coletar a documentação,
agendar no 0800 888 1182 e fazer a entrega de todos os envelopes, sem que cada
pessoa tenha que dirigir-se ao posto de recebimento. A Entrega Coletiva ajuda a
inibir falcatruas da VALE: a empresa tem agido como verdadeira organização
criminosa como no episódio do formulário, em que ela queria colocar um adendo
em que as pessoas abriam mão de indenizações futuras.
Ficou garantida também a entrega
individual. Nesse caso, uma pessoa tem que agendar pelo 0800 888 1182 mas cada
adulto da família tem que ir pessoalmente levar a documentação, durante o dia.
Em caso de filhos menores, tem que ir pai e mãe.
Reuniões nos bairros
No dia 27 de março, o MAB – Movimento dos
Atingidos por Barragens – e a Articulação SOMOS TODOS ATINGIDOS realizou
assembleia geral com a população na Câmara de Vereadores. Participou para dar
os esclarecimentos a Defensora Pública da União, Sabrina Torres Lamaita. Pelo MAB estava Miquéias, que articulou
a reunião; pela Articulação
SOMOS TODOS ATINGIDOS estavam Lilian Paraguai, Reinaldo
Fernandes e Ilza Márcia.
Além das assembleias e os grupos de Whatsapp,
outra forma de esclarecimento de dúvidas foram as reuniões nos bairros,
organizadas pelos próprios moradores. A dos bairros Silva Prado, Lourdes e São
Bento aconteceu no dia 28 de março, na Academia Cor e Esportes Natação. A
reunião foi organizada por Júnia Viana; Reinaldo Fernandes explicou todo o
processo e tirou as dúvidas sobre a documentação. Foi formada uma Comissão para
recebimento dos envelopes das famílias com a documentação e para fazer a
Entrega Coletiva. A Comissão ficou formada com 6 membros: Junia Viana, Deusiana
Barros, Luana Amorim, Rafael Barros, Débora e Reinaldo Fernandes.
Ao final da reunião ainda se discutiu a
reorganização da Associação de Moradores.
Nos dias 6 e 7 de abril, durante o dia
inteiro, a Comissão esteve na Academia recebendo envelopes. Foram recebidos em
torno de 85 formulários. Na sexta feira, 12, foi feito novo plantão, à noite
para receber de algumas famílias que não tinham entregado anteriormente.
Reuniões no São Conrado, Progresso,
Residencial Bela Vista e Soares
Na noite do dia 28 de março foi a vez do
bairro São Conrado se reunir, após um chamamento feito pela moradora Márcia
Rodrigues. Na igreja católica do bairro, com presença de umas 40 pessoas, Reinaldo Fernandes, da Articulação SOMOS TODOS ATINGIDOS,
deu os esclarecimentos necessários. Os moradores decidiram fazer nova reunião
para discutirem se formariam a Comissão para a Entrega Coletiva e par discutir
a reativação da Associação de Moradores.
No dia 3 de abriu foi a vez do Bairro
Progresso se reunir. Diante de uma grupo pequeno, de 8 pessoas, Reinaldo Fernandes tirou dúvidas e sugeriu a Entrega
Coletiva.
Já
no dia 7 de abril, moradores dos bairros José de Sales Barbosa (Residencial
Bela Vista) e São Judas Tadeu se reuniram para conversar. Em plena 2 hora das
tarde de um domingo, em torno de 100 pessoas estiveram na igreja católica par
se informarem. A reunião foi articulada por uma Comissão formada por Eliandro
Leal, Edson, dona Dirce e Ivanete, diretora do Sind-Saúde e membro da
Articulação SOMOS
TODOS ATINGIDOS. Para falar sobre o processo, sobre a importância da
organização popular e como ela permitiu as conquistas participaram Reinaldo
Fernandes e Miquéias (MAB), ambos da Articulação
SOMOS
TODOS ATINGIDOS. Ao final ficou decidido que a Comissão agendaria a Entrega
Coletiva no 0800 888 1182 e comunicaria aos moradores para iniciarem o
recebimento dos envelopes de documentos. Esteve presente também na reunião a
vereadora Alessandra do Brumado (PPS).
Na segunda feira, 8/4, foi a vez de Soares
realizar sua reunião. Eles também decidiram pela Entrega Coletiva e formaram
uma comissão. Estavam presentes na reunião Lilian Paraguai (Sind-UTE) e
Miquéias (MAB), ambos da Articulação SOMOS TODOS
ATINGIDOS, além do vereador Max Barrão (PP).
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218 – Março 2019
Editor do Jornal de
fato é novamente publicado em revista nacional de literatura
Editor figura na 13ª edição da
Revista LiteraLivre
O Editor do Jornal de fato, Reinaldo Fernandes, foi,
novamente, publicado pela Revista LiteraLivre. Desta vez foi na edição de nº
13. O
resultado foi comunicado ao vencedor no mês de janeiro deste ano. “Comunicamos
o falecimento de Bruno”, conto que faz parte do livro “Sob Suspeita”, lançado
pelo autor em 2015 (Editora Poesias Escolhidas, Belo Horizonte), foi o
selecionado.
Segundo informou a
Revista, foi batido o recorde de inscritos para a edição: 792 autores. Cento e
doze foram selecionados. Além do brumadinense e outros brasileiros, participam
dessa edição autores estrangeiros, como de Portugal.
O conto “Comunicamos o falecimento de
Bruno” foi publicado às páginas 46 e 47 da Revista LiteraLivre.
Fernandes foi selecionado entre 792 autores,brasileiros e estrangeiros; foi o quinto trabalho do autor publicado pela Revista foto: reinaldo fernandes / jornal de fato - brumadinho |
Além do “livro” Trilhas (poesias, 1996, editora por ora) e
“Sob Suspeita” (contos e crônicas, 2015, Editora Poesias Escolhidas), o conto
“Último Ponto” também “ganhou” um livro artesanal. O livro foi o prêmio para o
autor, que participou do "Prêmio Miau de
Literatura", uma cortesia da Editora Costelas Felinas (São Vicente - SP).
O livro, além do conto ”Último Ponto", que o intitula, traz mais 14
contos/crônicas, todos inéditos.
Outras publicações
Em 2018, Reinaldo Fernandes
foi selecionado e publicado na revista nacional LiteraLivre. O conto “Talvez
fosse apenas um menino feliz” – o mesmo que venceu o CLIC, V Concurso Literário Icoense, Poeta José de
Oliveira Neto - Concurso Nacional de Contos de Icó – Ceará
-, foi selecionado para a 7ª edição da Revista, que
circulou em janeiro/2018.
A
Revista LiteraLivre é publicação brasileira de periodicidade bimestral. Este
foi o
quinto trabalho do autor publicado na revista desde o ano de 2017. Em sua edição de nº 6, novembro de 2017, foi publicado
o conto “Era
demais para o coração de um pobre pai”; Em
sua edição de nº 5, setembro de 2017, publicou o conto “Promessa”. “Foi um Anjo que Passou em minha
vida. E seu coração se deixou levar”, outro trabalho do autor, foi
publicado na 4ª edição da Revista, julho de 2017.
Editada em Jacareí – SP, a
Revista LiteraLivre tem distribuição eletrônica em PDF. Conforme diz a
LiteraLivre, sua missão principal “é dar espaço aos escritores e artistas de
todos os lugares, amadores ou profissionais, publicados ou não, que desejam
divulgar seus escritos e mostrar seu talento de forma independente e livre”.
Na edição de nº
4 foram 731 trabalhos inscritos, de mais de 500
escritores. Na de nº 5, 552 escritores, de várias partes
do Brasil e do mundo, como da Romênia, de Angola e da França. Na seguinte, segundo informou a Revista, “foram 585 inscritos de
todos os lugares do Brasil e do mundo”. Na de aniversário foram 783 e, agora, 792.
Revista
Avessa e Revista
Philos
Fernandes também emplacou publicações na Revista Avessa (edição nº 13), do
conto “O Dia Em Que O País Foi Golpeado Na Democracia”; e na Revista Philos de
11 de junho de 2018, conto “Maldito Passarinho”.
Folhinha Poética 2017 e 2018
Fernandes foi publicado também na Folhinha
Poética, produzida em São Paulo. Nesta, foi publicado o trabalho “O Último
Poema”, na página do dia 11 de junho de 2017. A mesma Folhinha Poética publicou
outros dois poemas no ano de 2018: “Tenho Poemas”, que saiu na página do dia 12
de fevereiro; e “Desencontro”, publicado na página do dia 9 de julho.
Ainda em 2017, Reinaldo Fernandes foi
selecionado ainda no 1º Concurso de Poesia Poeta Adauto Borges (BA). O poema
“Tenho Sede” emplacou o 41º lugar dentre 405 poemas escritos por 230 poetas.
Vergonha
alheia
Prefeito Nenen da ASA (PV) aumentou absurdamente os preços, envergonhou nossa população diante do estado de MG e, depois de tanta repercussão negativa, voltou atrás.
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218 – Março 2019
No início do Ciclo do Ouro da Colonização
das Gerais, período compreendido entre o final do século XVII e
o final do século XVIII, os bandeirantes paulistas, dentre eles
Fernão Dias Paes Leme, seu genro Borba Gato e seu predecessor
Matias Cardoso adentraram para os sertões de Minas, como forma de resistir à
repressão e garimpar livre do fisco da Coroa. Fernão Dias saiu de São Paulo
rumo ao território mineiro, com o objetivo de encontrar veios minerais
aproveitáveis, principalmente minas de esmeraldas e ouro nos inúmeros cursos de
água da região, e de ocupar o território por ele percorrido. Por uma
curiosidade histórica esses desbravadores não acharam a fabulosa Serra das
Esmeraldas, recanto natural que prometia incontáveis riquezas. Mas, em
compensação seus descendentes ficaram situados dentro de uma das regiões mais
ricas do mundo: o quadrilátero ferrífero, a principal área produtora de minério
de ferro no Brasil.
O efetivo povoamento da região do Vale do
Paraopeba ocorreu a partir da exploração de Fernão Dias em 1674. Os primeiros
núcleos populacionais surgiram para abastecimento das Bandeiras, em seguida
servindo de local de moradia a empregados e parentes de proprietário das
fazendas que se formavam na região. Conforme Cruz (2004, p.16), Piedade do
Paraopeba “ocupou papel de relevo por meio de suas minas e suas fazendas, como
área de produção de ouro e de gêneros destinados a diversas regiões da
província”. O mesmo autor afirma que, a partir de 1750 o ouro começou a ser vendido a preço vil e a
economia da região “deslocou sua ênfase da mineração para a agricultura e a
pecuária”. “Assim, a região do Paraopeba constituiu-se numa forte atração a
pequenos agricultores”. (CRUZ, 2004, p. 16)
Com o fim do ciclo do ouro, a região ficou
mergulhada num total abandono até o século XX.
Porém, com a possibilidade de se extrair e exportar minérios de ferro
abundantes na região foi construído o
“Ramal do Paraopeba da Estrada de Ferro Central do Brasil”,
proporcionando a chegada de trabalhadores e imigrantes estrangeiros. O topônimo Brumadinho foi dado à Estação construída
no lugar e tem origem na derivação do nome do povoado mais próximo denominado
Brumado. A
inauguração da “Estação Brumadinho” foi em 20 de junho de 1917. Em 1923 o
povoado recebeu a denominação de Distrito de Brumadinho e no dia 17 de dezembro
de 1938 foi criado o Município de Brumadinho, atualmente com área total de 634
km na região chamada "Espinhaço Meridional da Zona Metalúrgica".
Brumadinho situa-se a 49 km de Belo Horizonte, a sudoeste da Região
Metropolitana, à qual pertence desde 1989.
Embora o município de Brumadinho tenha
sido criado em pleno século XX, vários
de seus distritos e povoados são muitíssimo mais antigo que sua sede. Citamos
Casa Branca, que nos remete às Bandeiras que povoaram Piedade do Paraopeba e
seu entorno. Conforme Cruz (2004) a região de Casa Branca até o ano de 1901,
fazia parte do distrito de Piedade do Paraopeba pertencente ao município de
Ouro Preto, antiga capital mineira. Nas palavras do mesmo autor Piedade do
Paraopeba:
[...] incluía toda a região situada a
margem esquerda do Paraopeba até a encosta oeste da Serra da Moeda, indo de
Moeda a Casa Branca e Tejuco, passando por Piedade e Aranha. Este distrito da
capital englobava ainda toda a parte alta da Serra, desde a região do Mutuca à
atual Água Limpa e, descendo pela encoste leste da cadeia de montanhas,
estendia-se até Rio do Peixe, nas imediações de Itabirito. (CRUZ, 2004, p. 3)
Piedade do
Paraopeba
é considerada mais antiga que Ouro
Preto, Mariana, Sabará e todas as outras cidades históricas de Minas
Gerais, por possuir uma igreja pré-barroca do período missionário – jesuítico.
A Matriz de Nossa Senhora do Paraopeba inaugurada em 1713 tem seu altar-mor
ornado com a escultura de Nossa Senhora da Piedade, em peça inteiriça de
madeira de lei. A imagem da madona foi esculpida em Lisboa, Portugal a pedido
da moradora da fazenda “Solar da Ponte Alta”, Dona Bárbara Heliodora
Guilhermina da Silveira, a Bárbara Bela, esposa e musa do poeta inconfidente
Coronel Inácio Jose de Alvarenga Peixoto, muito devota de Nossa Senhora da
Piedade. (CRUZ, 2007)
Em 1901, três anos após a transferência da
sede do governo de Minas Gerais para a Cidade de Minas, posteriormente
denominada Belo Horizonte, o distrito de Piedade do Paraopeba foi desmembrado.
Assim, Casa Branca, Piedade, Suzana e Córrego do Feijão “passaram a pertencer
ao novo Município Vila Nova de Lima (hoje Nova Lima, antiga Congonhas de
Sabará). Em 1939, Casa Branca, Piedade e os povoados da “parte oeste (da
cumeada da Serra da Moeda até o Paraopeba)” passaram a pertencer ao município
de Brumadinho, recém criado. (CRUZ, 2004, p.3)
Neste breve histórico sobre a região de
Brumadinho e sua sede, não podemos deixar de incluir a história do tempo
presente, ou seja, o recente assassinato dos seres humanos e do seu ambiente
ocorrido na barragem de Córrego do Feijão, de propriedade da Vale S.A., no dia
25 de janeiro de 2019.
Este crime ambiental de responsabilidade da
Empresa Vale S.A. – e compactuado por um Estado brasileiro subserviente à
lógica do capitalismo neoliberal/neoextrativista – é mais uma violação
provocada pela destrutiva submissão dos bens naturais pertencentes a toda
sociedade, aos interesses empresariais.
A ofensiva neoliberal, sob a égide da atual
conjuntura geopolítica de desconstrução da regulação/legislação ambiental,
consolida um modelo predatório desumanizado de concentração e apropriação das
riquezas sociais e naturais. Tudo isto resultou no assassinato do Rio
Paraopeba, de trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, de populações
ribeirinhas e demais cidadãos de Brumadinho e da Região Metropolitana de Belo Horizonte
- RMBH.
Não foi acidente. Acidentes são provocados
por tsunamis, erupções vulcânicas, terremotos, vendavais, tufões etc.
Rompimento de barragem é crime ambiental, ganância, negligência. Solidarizamos
com os familiares das vítimas e exigimos que a Vale S.A. seja responsabilizada
por este crime, além de arcar com o auxílio emergencial a todos os atingidos,
com a reparação ambiental da área atingida e reestruturação imediata da
segurança de todas as barragens administradas pela empresa.
Convidamos a sociedade a pôr um fim nesse
perverso modelo socioambiental de exploração mineral que faz parecer acidente
natural um conjunto de crimes e catástrofes. Convocamos, ainda, toda a
comunidade de Brumadinho para acompanharem as questões relacionadas ao crime, e
a intervenção junto aos movimentos sociais e outras entidades e organizações da
sociedade civil.
Infelizmente, este crime passou a fazer
parte história de Brumadinho e não vai se tornar uma amnésia histórica. A
tragédia do rompimento da Barragem de Córrego do Feijão vai ressurgir dos seus
destroços, assim como a lendária Fênix da mitologia grega renasce das próprias cinzas e empodera-se. Tal como todos os grandes mitos
gregos, o Crime da Vale S.A em Brumadinho está se transformando em símbolo de
força, luta e esperança, como uma alegoria da morte
e do renascimento.
Bibliografia.
CERQUEIRA E FRANCISCO, Wagner de. O
quadrilátero ferrífero. Confira em http://www.brasilescola.com/geografia/quadrilatero-ferrifero.htm.
Acesso em 26 de fev. 2012.
COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS,
1997. Confira em: APBF – CONSULTORIA DE ENGENHARIA S/C LTDA. Diagnostico
Preliminar para a COPASA-MG. Brumadinho, 1997.
CRUZ, Euler de Carvalho. Cadernos de
História do Distrito de Piedade do Paraopeba-Brumadinho-MG. Volume 1 – Espaço
Cultural Vila Arcádia. Copiadora Segunda Via – Artes Gráfica. Belo Horizonte.
MG. 2004.120p.
Edição
218 – Março 2019
VALE agiu como verdadeira
assassina, feito organização criminosa, com crime planejado em Brumadinho
Conforme declaração de delegados das polícias Civil e Federal,
empresa deveria ser enquadrada em crime de “formação de quadrilha”; Vale usou documento falso para pleitear licença ligada à barragem rompida e sabia
que rompimento poderia matar até 150 trabalhadores
O inquérito
criminal que apura os crimes da VALE em Brumadinho permite apontar a hipótese
de homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco de cometer crime. A
declaração foi dada pelo delegado da Polícia Civil Bruno Tascas, durante a
primeira sessão de interrogatórios realizada pela Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais, no dia 25 de março.
Segundo o chefe
do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente, há
fortes indícios que apontam para o crime de dolo eventual da Vale já que, para
o investigador, a mineradora sabia do risco de rompimento da barragem, apontado
pelo Plano de Ação Emergencial de Barragem (PAEBM). Para o delegado, o perigo
teria sido identificado em 2017 e, na ocasião, a previsão era de que o
rompimento pudesse atingir entre 120 e 150 pessoas, mas, mesmo assim, a empresa
optou por não evacuar a área.
A Polícia
Federal também participou da oitiva e, de acordo com o delegado Luiz
Augusto Pessoa Nogueira, a corporação tem provas suficientes para indiciar
a mineradora por falsidade ideológica. Conforme o delegado, está
comprovado que a Vale utilizou documentos falsos para conseguir a licença para
o descomissionamento da barragem.
O delegado da PF
afirmou que a empresa alemã de auditoria Tüv Süd fez inspeção na barragem e
apresentou recomendações para corrigir sua instabilidade. A VALE deveria fazer
uma obra para estabilizar a estrutura e rebaixar o lençol freático. Mesmo a
mineradora não concluindo as obras, a auditora deu o atestado de estabilidade,
documento pré-requisito para o licenciamento.
Na CPI, o
policial também afirmou que foi apurado que, ao ser instalado alguns drenos
para reduzir o volume de água, ocorreu uma fratura hidráulica, injetando o
líquido para dentro da barragem, o que provocou o fenômeno da liquefação,
tornando os rejeitos mais líquidos e provocando o rompimento.
O inquérito que
apura a suposta falsidade ideológica da Vale tinha previsão de conclusão para a
primeira quinzena de abril. As declarações foram dadas no dia em que os crimes completaram
dois meses.
Edição
218 – Março 2019
Barragens em Sarzedo (MG) também
correm risco de rompimento
População da cidade pressiona para que
Itaminas instale sirenes nos bairros ameaçados
Os impactos do
rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, continuam
assustando moradores do entorno de projetos de mineração. Bem próximo a
Brumadinho, Sarzedo é uma das cidades banhadas pelo rio Paraopeba e onde
moravam muitos dos trabalhadores que foram assassinados pela VALE. A população
da cidade, depois da tragédia na região, intensificou a luta pela paralisação
das barragens da mineradora Itaminas, que há 59 anos explora minério de ferro
no município.
A desconfiança
em relação à segurança dos empreendimentos aumentou: em audiência pública
realizada no dia 4 de fevereiro, a mineradora falhou em elucidar as dúvidas
sobre a estabilidade das barragens B1, B2 e B4. Ficou constatada também
ausência de documentação básica de estudos e protocolos para o caso de
rompimento. A Polícia Militar de Meio Ambiente havia realizado uma diligência
na área da Itaminas e foi detectado que os instrumentos de controle e de medição
necessários para controlar a estabilidade e segurança das barragens estavam
danificados.
Nenhuma
preocupação com a vida das pessoas
“Em caso de
rompimento, seria um massacre. A zona de auto salvamento tem uma população de
mais de 4 mil pessoas, dos bairros Santa Rosa de Lima, Brasília e Riacho da
Mata. E a Itaminas não instalou sequer uma sirene na cidade. A lama de
rejeitos chegaria em seguida no Paraopeba, uma segunda morte do rio”, alerta
Henrique Lazarotti, advogado que atua na região do Médio Paraopeba.
Atividades
paralisadas
Diante desse
quadro de ausência de documentos básicos e de risco para a população, a Justiça
paralisou as atividades dessas barragens até que sejam dadas todas as garantias
exigidas por lei. No entanto, auditoria contratada pela Itaminas diz que é
inviável “a operacionalização de planos de contingência e resgate”.
Henrique
Lazarotti afirma que os moradores estão preocupados, mas também mobilizados. “A
população aceita que a Itaminas opere a seco, mas não aceita mais bombas-relógio
acima de suas cabeças. Exigem que se faça o descomissionamento destas barragens
e que sejam instaladas sirenes em todos os bairros ameaçados. Não querem o
destino de Brumadinho”, conclui.
Com informações de Maria
Julia Gomes Andrade, Jornal Brasil de Fato
Edição
218 – Março 2019
Poucas
e Boas
“O
exército não matou ninguém!"
presidente
Jair bolsonaro sobre o assassinato
do músico Evaldo, assassinado com mais de 80 tiros por 10 soldados do exército
brasileiro
“A possibilidade, por exemplo, de uma mulher,
uma conje, seja morta pelo seu conje…”
Ministro da Justiça, o juiz de primeira instância,
sérgio moro, na CCJ da Câmera, digo, Câmara dos Deputados. O ministro queria
dizer “cônjuge”.
“No fundo, essas RUGAS pontuais, em política, podem
acontecer…"
Ministro da Justiça, o juiz de primeira instância, Sérgio
moro, Na
entrevista, referindo-se a Rodrigo Maia. O ministro queria dizer “rusgas”. Ele ainda falou
“sobre”, quando deveria dizer “sob”, e “câmera dos deputados”
Edição
218 – Março 2019
DataFolha: 64% dos brasileiros
defendem que a posse de arma deve ser proibida
Outro dado que chama a atenção é que 51% dos
entrevistados afirmaram ter mais medo que confiança na polícia
Pesquisa
DataFolha divulgada no dia 11/4 mostra que os brasileiros não apoiam a posse de
arma e que agentes de segurança atirem em suspeitos para se defender, duas das
propostas do governo federal para a segurança pública. Os dois pontos abordados
e reprovados pelos entrevistados fazem parte do pacote anticrime entregue pelo
ministro da Justiça e Segurança Pública, o juiz de primeira instância, sérgio moro.
A posse de arma
é uma das principais causas defendidas pelo presidente Bolsonaro, mas, segundo
o levantamento, a maioria da população não apoia a medida. Para 64%, a posse de
arma deve ser proibida. Setenta e dois por cento (72%) consideram que a
sociedade não fica mais segura com pessoas armadas para se proteger.
Cinquenta e um
por cento (51%) das pessoas que responderam à pesquisa afirmaram ter mais medo
do que confiança na polícia. Apenas 47% afirmaram ter mais confiança do que
medo. De acordo com o Datafolha, 81% dos entrevistados disseram que a polícia
não pode ter liberdade para atirar em suspeitos sob risco de atingir inocentes,
17% apoiam e 1% não sabe ou não opinou. Na opinião de 79%, policiais que matam
devem ser investigados.
Em sua conta no
Twiiter, o ministro Sérgio Moro criticou a pesquisa. Segundo ele a pesquisa foi
“mal feita”.
Edição
218 – Março 2019
Justiça condena humorista Danilo
Gentili a seis meses e 28 dias de detenção por injúria contra Maria do Rosário
(PT)
A Justiça Federal condenou o humorista e
apresentador Danilo Gentili Júnior à pena de seis meses e 28 dias de detenção,
em regime inicial semiaberto, pelo crime de injúria praticado contra a deputada
federal Maria do Rosário (PT).
Em março de 2016 Danilo Gentili injuriou a
deputada federal, por meio de um vídeo veiculado na internet, causando ofensa a
dignidade ou o decoro, bem como expôs, em tom de deboche, a imagem dos
servidores públicos federais e a Câmara dos Deputados.
À época, o humorista divulgou um vídeo em
que Danilo rasga uma notificação em que a deputada pede que sejam retratadas
declarações machistas postadas por ele no Twitter. Gentili, então, rasga o
documento e o coloca em suas partes íntimas.
O apresentador Danilo Gentili pode recorrer
da sentença.
Edição
218 – Março 2019
Inhotim lança programação
cultural com show de Lenine
Instituto
convoca todos para ajudar Brumadinho a construir uma nova história
O Instituto Inhotim inaugura
sua programação cultural de 2019 com programa de gratuidade para moradores de
Brumadinho, show do cantor pernambucano Lenine e uma mensagem especial a todos:
a presença de cada um é a melhor forma de ajudar a cidade a se reerguer após os
assassinatos perpetrados pela VALE.
Segundo o Inhotim, ele quer
mostrar que, mais do que compreender a importância da arte, da educação e do
meio ambiente, estar presente no Instituto e em Brumadinho agora é um ato de
solidariedade, consciência, cooperação e afeto. Significa a consciência de que
o turismo é essencial para a reestruturação de Brumadinho, ajudando a produzir
novas memórias na região.
Como parte da agenda especial
de programação, o Instituto vai fortalecer o programa Nosso Inhotim,
cadastrando moradores de Brumadinho para terem acesso gratuito ao Museu e 50%
de desconto nos eventos realizados pelo Instituto. Uma vez por mês, equipes do
Inhotim irão promover o registro presencial dos moradores. Em abril, a ação
aconteceu nos dias 12 e 13 (sexta e sábado), na Rodoviária de Brumadinho. O
programa Nosso Inhotim é mais um estímulo para que a comunidade frequente o
Inhotim e também se aproprie do lugar.
Novidades na programação
Ainda segundo o Museu, “outro
grande passo para a ressignificação da cidade é o show da turnê ‘Lenine em
Trânsito’”. O espetáculo é a primeira das sete apresentações musicais
realizadas pelo Instituto em parceria com o Itaú Cultural.
O show acontece no dia 27 de
abril (sábado), às 15h, próximo ao Magic Square, trazendo os grandes sucessos
dos mais de 30 anos de carreira do artista, além de canções inéditas. Os
ingressos são limitados, podem ser comprados pelo link de vendas a R$ 44 (inteira) e dão direito à visitação ao
Instituto.
“Este show representa a volta
por cima da comunidade, que foi atingida de forma tão dolorosa pela tragédia.
Vamos contemplar o fato de que Inhotim não foi afetado e segue sua história,
assim como a cidade. Vamos levantar esta bandeira juntos, de mãos dadas”,
destaca Lenine.
Também está confirmado o
concerto da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais no dia 12 de maio, às 11h, em
homenagem às mães de Brumadinho. A atração ocorre perto do Magic Square, sob a
regência do maestro associado Marcos Arakaki, e é gratuita para os visitantes
do Inhotim. Nesse mesmo dia, à tarde, também haverá apresentação de artistas
locais.
Edição
218 – Março 2019
Data
Venia
Principais mudanças da PEC da
Reforma Previdência
A Proposta da
Emenda à Constituição - PEC com a proposta de reforma previdenciária proposta
pelo Governo Federal encaminhada no dia 04 de fevereiro de 2019 à Câmara dos
Deputados, propõe inúmeras alterações que serão destacadas neste texto.
A PEC propõe a
idade mínima de 65 anos para homens e mulheres para aposentar, o que difere da
previsão atual que estabelece a combinação entre o tempo de contribuição e a
idade, sendo diferenciada a idade para homens e mulheres.
A PEC estabelece
diferenciação entre a idade mínima em relação aos trabalhadores rurais e os
demais trabalhadores compreendidos pelo regime geral, estabelecendo como tempo
mínimo 20 anos de contribuição.
Em contrapartida
os servidores públicos na proposta encaminhada à Câmara dos Deputados prevê o
tempo mínimo de 35 anos para os homens e 30 anos para as mulheres e a idade
mínima de 61 anos para homens e 56 anos para as mulheres, a princípio durante o
período de transição.
Talvez a grande
novidade seja o regime de capitalização estabelecido, isso não quer dizer que
seja um avanço ou retrocesso, pois a análise está em relação às mudanças e não
sobre os aspectos positivos ou negativos e até os possíveis impactos da
presente reforma.
A capitalização
funcionará como uma espécie de poupança ao trabalhador para garantir
aposentadoria do contribuinte, sendo individualizado conforme o recolhimento do
contribuinte, esse modelo substituirá o modelo atual de repartição que parte da
premissa que o contribuinte possibilitam aos já aposentados a receberem seus
respectivos benefícios.
A proposta será
discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional e será considerada
aprovada se obtiver em ambos os turnos o quantitativo de três quintos dos votos
dos respectivos membros.
Edição
218 – Março 2019
Exercito
assassino
Nos novos tempos inaugurados pelo governo
militar de bolsonaro (PSL), nove (9) soldados do exército brasileiro assassinaram o músico Evaldo dos Santos Rosa, de 46 anos, no
Rio de Janeiro. Os assassinos dispararam, pelo menos, 80 tiros de fuzil contra
o carro da família de Evaldo. Além de Evaldo, estavam no carro sua esposa, o filho
de sete anos, uma amiga da família e o sogro, que também foi baleado.
Segundo o delegado Leonardo Salgado, “não
foi encontrada nenhuma arma [no carro]”.
Cinco dias depois, o presidente militar
afirmou que “o Exército não matou ninguém". Segundo o presidente (que
recebeu mais de 10 mil votos em Brumadinho), foi só um “incidente".
Já os assassinos
alegam ter confundido o carro de Evaldo com o de criminosos. Nos novos tempos
de bolsonaro na Presidência, pode-se matar as pessoas e até ser condecorados,
como bolsonaro (que
recebeu mais de 10 mil votos em Brumadinho) já defendeu.
Agora, mata-se primeiro, explica depois.
Edição
218 – Março 2019
Governo Zema (Novo/PSDB) mostra
sua cara neoliberal
Deputados e servidores
rechaçam fechamento da Rádio Inconfidência
O Governo Zema (NOVO/PSDB) mostra a sua
face neoliberal mais aprofundada do que o próprio PSDB. Depois de demitir o
Presidente, Elias Santos, que vinha fazendo belíssimo trabalho, agora o
governador quer acabar é com a rádio inteira, a começar pela frequência AM
(Ondas Médias).
Funcionários, sindicalistas e parlamentares
defenderam em coro a permanência da Rádio, nos moldes atuais. A emissora, de
acordo com a proposta do Governo Estadual, migraria para a Inconfidência FM,
com parte da programação sendo absorvida por esta última. O debate sobre o tema
foi realizado em audiência da Comissão do Trabalho, da Previdência e da
Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
“A Rádio Inconfidência não é gasto para o
Estado, é um investimento. Por isso, é fundamental mantê-la”, decretou a
presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG),
Alessandra Cezar Mello. Ela acrescentou que, desde o ano passado, a entidade e
outras vem lutando pelo tombamento da Rádio Inconfidência, “pois ela é, de
fato, um patrimônio artístico e histórico dos mineiros”.
A sindicalista registrou que as despesas
anuais da emissora AM são de R$ 9 milhões por ano, incluindo manutenção e
pagamento de funcionários. A média salarial da equipe é de R$ 2.500, sendo que
no caso dos técnicos, é de R$ 1500 - “salário muito baixo para uma equipe
competente e dedicada”, frisou Alessandra. Ela alertou que, se a proposta do
governo vingar, servidores concursados da rádio poderão ser demitidos e será
aberto um precedente perigoso para a demissão de outros.
Sobre a legislação que trata da migração do
AM para o FM, a dirigente esclareceu que o decreto sobre o assunto é de 2013,
mas ele não estabelece a obrigatoriedade de migração imediata. Tanto que, entre
1731 estações de AM no País, cerca de 1200 já migraram para o FM e
aproximadamente 500, não. De acordo com ela, o AM pode ser mantido até 2023,
quando será concluído o processo de digitalização da TV no Brasil. Aí, no
espectro mais amplo da TV será aberta uma banda para encaixar as rádios AMs,
que passarão a ocupar a faixa de frequência do FM.
Representante dos servidores da rádio, Lina
Patrícia Rocha, informou que a Inconfidência AM é ouvida em todos os 853 municípios
mineiros. “Tem comunidades que só recebem informação pela Rádio Inconfidência”,
frisou.
Depois de citar vários programas da
emissora, Lina destacou a “Hora do Fazendeiro”, que teria dado início à
Inconfidência AM. “O Brasil era um país de população de maioria rural. Israel
Pinheiro idealizou essa rádio para chegar aos quatro cantos de Minas e do
País”, lembrou.
Governo Zema:
Edição
218 – Março 2019
Depois
de apenas 3 semanas de governo, prefeitos já falavam em impeachment
Adiamento
da volta às aulas e impeachment do governador foram temas deliberados em
assembleia da AMM
Fatos
históricos acontecem em Minas neste início de governo Zema (NOVO/PSDB). Entre
eles estão um pedido de impeachment do governador. Outro, o fato de o governador
chamar a polícia para os prefeitos que tentaram falar com ele na Cidade
Administrativa no dia 21 de janeiro. Ironia do destino, os prefeitos, tão
acostumados a chamar a polícia militar para bater em servidores públicos, desta
vez foram barrados pela mesma polícia militar.
Romeu
Zema surfou na onda de ódio criada contra o PT, aliou-se a bolsonaro e falou
uma série de mentiras sobre o Governo Pimentel e a falta de repasses aos
municípios. A falta de repasses era ocasionada especialmente pela falta de
rapasse do governo temer (pMDB) ao estado de Minas e a quebradeira que o estado
foi entregue pelo PSDB (Aécio Neves e Anastasia), além da queda da economia pós
o Golpe de Estado contra Dilma (PT) e o comandado do pMDB. Agora, mesmo depois
que o STF liberou R$ 0,5 bilhão do governo federal para Minas, o Governador não
atrasa os repasses e ainda trata os prefeitos com polícia.
Tudo
isso levou a Associação de Municípios Mineiros - AMM – a decidirem ações contra
Zema. Cerca de 400 prefeitos se reuniram no dia 21, na assembleia geral, quando
decidiram quatro ações, caso o Estado não quite a dívida referente aos repasses
constitucionais. Entre elas, condicionar a volta às aulas ao pagamento do
transporte escolar e à regularização desses repasses constitucionais semanais
em 2019. A orientação é que as aulas voltem somente após o carnaval. Se não
houver regularização dos repasses, a paralisação continua nas escolas
municipais.
No
encontro, foi decidido também que se não se concluísse um acordo judicial entre
a AMM e o Governo de Minas para o pagamento dos repasses atrasados e, se até o
dia 1º de fevereiro, os repasses continuarem em atraso, requerer o pedido de
impeachment do Governador já durante a posse dos novos deputados. Os prefeitos
combinaram de seguir em carreata para a Cidade Administrativa, com o objetivo
de levar diretamente ao governador o que foi deliberado na assembleia. Mas
foram recebidos pela polícia ao invés do governador. O acordo foi firmado em
abril.
Segundo
a AMM, “para surpresa dos gestores, os prefeitos foram recebidos por intenso
esquema policial, que formou cordão de isolamento na entrada do prédio
Tiradentes, onde o Governador despacha”.
“Nem
Pimentel fez isso com a gente”, reclamou um prefeito. No entanto, mesmo com o
tratamento respeitoso dado por Pimentel (PT) a todos os prefeitos, independente
de partido, eles fizeram até louckout (greve de patrões) contra o Governador,
além de apoiar o candidato Zema e Anastasia (Novo-PSDB).
Edição
218 – Março 2019
Opinião
A maldição da mineração em
Brumadinho
José Bones*
A “maldição da
mineração” é um fenômeno observado nos municípios onde ocorre este tipo de
atividade. Uma parcela do efeito positivo que decorre do incremento da economia
é absorvida pelos efeitos negativos da atividade, que seriam os impactos sobre
o meio ambiente e sobre a saúde das pessoas, além da geração de subempregos e
má distribuição de renda. Nas regiões de base mineral, as taxas de crescimento
são inferiores às das regiões nas quais a atividade é inexpressiva.
Esta análise é
consequência de uma pesquisa realizada pela Professora Doutora Heloísa Pinna
Bernardo, da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF. Ela publicou
recentemente um artigo apresentando uma série de estatísticas para contrapor o
argumento da relação entre mineração e desenvolvimento local. O objetivo da
pesquisa foi avaliar o impacto da atividade mineradora no indicador de
desenvolvimento humano nas cidades do estado de Minas Gerais. Os resultados
indicaram que, embora a atividade mineradora gere receitas para o município, a
presença dela tem um efeito negativo sobre o índice de desenvolvimento
municipal.
Foi observado no
período apurado que nas 18 cidades mineradoras de MG com CFEM [Compensação
Financeira pela Exploração de Recursos Minerais] relevante – ou seja, com a
CFEM representando mais que 5% das receitas correntes – existia um efeito
negativo sobre o IFDM [Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal]. Desta
forma, é razoável supor que, em média, os benefícios econômicos gerados não são
revertidos em desenvolvimento humano.
Do ponto de vista
teórico, é possível praticar a atividade mineradora de forma sustentável, sendo
necessária uma série de boas práticas dos gestores municipais e das empresas
mineradoras para que tal objetivo seja alcançado. No entanto, não se tem
exemplos no Brasil de empresas e municípios com esse perfil.
Em Brumadinho,
local da recente tragédia da Vale, um levantamento feito pela Secretaria
Municipal de Planejamento em 2013 apontava que, na região da Serra da Moeda
[porção leste do município], a atividade de mineração gerava apenas 60 empregos
contra 3240 nos demais setores da economia. 300 no comércio, 60 em serviços,
700 na construção civil, 600 diretamente nos 12 condomínios fechados da região,
1200 indiretamente nesses mesmos condomínios, 180 na prefeitura e 200 na
agricultura. O IDH dessa região se mostrava acima de 0,800 contra um índice
abaixo de 0,700 na porção oeste do município, extremamente dependente de
mineração.
Ainda em
Brumadinho, o deslumbramento com a mineração, por parte das autoridades
municipais, mostra essa relação perversa também no tocante ao cumprimento e
eficiência da legislação. O “dinheiro fácil” representado pela CFEM leva ao
descuido e ao descaso. Para falar pouco.
Apesar da
existência desde 2013 de legislação reguladora da atividade minerária no âmbito
municipal, as autoridades locais têm tentado deslocar as responsabilidades pela
tragédia ocorrida para Estado e Federação.
Mas basta uma
rápida leitura da Lei Municipal 2024/2013 e dos decretos municipais 17/2014 e 205/2014
para se chegar à conclusão de que esses diplomas legais estão sendo solenemente
ignorados.
Se apenas uma ou
duas das exigências ali contidas tivessem sido levadas a sério, certamente os
Alvarás de Localização e Funcionamento da Vale referentes a 2017 e 2018 não
teriam sido concedidos e a precariedade das instalações industriais da Mina do
Feijão denunciadas aos órgãos de direito, ANM, MP, etc.
Apenas para dar
um exemplo, nenhum Requerimento de Declaração de Conformidade de interesse da
Vale e de qualquer outra mineradora no município foi submetido à apreciação
pelo COMDESP [Conselho Municipal de Desenvolvimento e Planejamento] conforme
preconiza o artigo 5º do Decreto 17/2014.
E recentemente, a
Prefeitura Municipal, através de sua Secretaria de Planejamento, está tentando
reduzir de 3 para 2 anos o mandato dos membros do COMDESP, sem apresentar
nenhuma base legal para tal.
Fica a pergunta.
Por quê?
*José Luiz Bones de Souza é membro do
COMDESP – Conselho Municipal de Desenvolvimento
Sustentável e Planejamento de Brumadinho, mandado 2016/2019
População lembrou os 2 meses dos assassinatos; nas faixas, o nome dos que ainda estavam desaparecidos foto: reinaldo fernandes / jornal de fato - brumadinho |
Edição
218 – Março 2019
Em
apenas 3 semanas de governo, imprensa escancara corrupção da família Bolsonaro
"Como
revelou o Estado, Queiroz repassou ainda R$ 24 mil para a conta da
primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Na época, o presidente justificou que era
pagamento de um empréstimo que ele havia feito a Queiroz e que usou a conta da
mulher porque não tinha tempo para ir ao banco.
Uma fonte da
Receita diz que esse é um dos detalhes que será apurado no pente-fino. Queiroz
será chamado a esclarecer o repasse feito para a primeira-dama. Se confirmar
que se trata de um empréstimo de Bolsonaro, terá de demonstrar como ele recebeu
esse dinheiro do presidente. Nesse caso, será checado se o valor saiu mesmo da
conta de Bolsonaro."
Notícias Ao
Minuto, 23/1/19
Edição
218 – Março 2019
Presidente diminui valor do salário
mínimo e empobrece 48 milhões de brasileiros
Um dos primeiros
atos do presidente foi assinar um decreto DIMINUINDO o Salário Mínimo. O
presidente não esperou nem o dia seguinte à posse, mandando um recado aos
trabalhadores mais sofridos deste país, muito que votaram nele. Com a
diferença, o governo prevê economizar R$ 3,4 bilhões à custa dos trabalhadores.
São 48 milhões de trabalhadores brasileiros que vivem de salário mínimo.
O valor ficou abaixo do que foi aprovado no último dia 19 pelo congresso nacional, para o Orçamento de 2019, o que é um segundo recado, agora para os deputados: ele tá pouco se lixando para o Congresso Nacional.
E ainda tem gente achando que se deve torcer a favor do governo!
O valor ficou abaixo do que foi aprovado no último dia 19 pelo congresso nacional, para o Orçamento de 2019, o que é um segundo recado, agora para os deputados: ele tá pouco se lixando para o Congresso Nacional.
E ainda tem gente achando que se deve torcer a favor do governo!
[1] Fragmento da pesquisa
denominada “A Memória dos Antigos Moradores de Casa Branca: uma Contribuição à
História do Povoado” desenvolvida por Bernadetth Maria Pereira, pesquisadora do
Grupo de Estudos e Pesquisa em Diferenciação Sociocultural-GEPEDISC - Faculdade
de Educação-Unicamp.
[2] Moradora de Casa
Branca, Brumadinho, Graduada em Português, Inglês e suas Literaturas pela UFMG.
Especialista em Língua Inglesa pela PUC-Minas. Especialista e Mestra em
Psicopedagogia da Educação pela Universidad de La Habana-Cuba. Doutora em
Educação pela Unicamp-SP.
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