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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Edição 115-Julho/2010
NACIONAL

O Brasil está na moda, diz estudo da 'Economist'


A Economist Intelligence Unit (EIU), centro de pesquisas da reputada revista britânica homônima, divulgou no último 26 de julho estudo inédito sobre o Brasil, patrocinado pelo HSBC, afirmando que o País "está na moda" e no caminho para um crescimento sustentado da economia acima de 5% ao ano.
Na onda do otimismo em relação ao País, a revista cita a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada em 2016 e prevê crescimento de 7,8% para 2010, acima dos 7,3% projetados pelo Banco Central.
A pesquisa, no entanto, feita com 535 executivos de grandes empresas e de diferentes países, diz que o País só conseguirá manter o nível elevado de crescimento no longo prazo caso vença quatro desafios básicos. Além de investimentos em infraestrutura e educação, gargalos bastante debatidos internamente, a Economist também aponta a inovação e o reconhecimento internacional como cruciais no processo.
"A pesquisa confirma carências muito conhecidas no Brasil e muito claras aos olhos dos que podem ajudar a investir mais", diz o economista-chefe do HSBC no Brasil, André Loes. "Os desafios na educação são óbvios, e na infraestrutura nem se fala. Mas me chamou a atenção os desafios em inovação e imagem de marca."
De acordo com o relatório de 27 páginas intitulado "Como investidores veem o Brasil e como o Brasil vê o mundo", 84% dos entrevistados afirmaram que marcas brasileiras não são muito reconhecidas ou muito consideradas em outros países. Apenas 3% dos entrevistados americanos acreditam que as marcas brasileiras são altamente reconhecidas e consideradas.
Apesar dos avanços nas chamadas "tecnologias verdes", o investimento em inovação é apontado como relativamente baixo e insuficiente. E mesmo os pequenos investimentos de hoje poderiam produzir resultados significativamente melhores, segundo o estudo. "Os brasileiros são vistos como muito bons em relação à sua capacidade de adaptar experiências internacionais, mas como profissionais que pouco produzem inovação", diz Loes.
Cerca de 57% dos entrevistados brasileiros não têm um programa de pesquisa e desenvolvimento ou sequer planos para criar um em breve no País. Enquanto isso, 49% dos entrevistados descreve como "muito boa" ou "excelente" a capacidade dos negócios baseados no Brasil de se integrarem com as últimas tecnologias internacionais.
O tom geral do estudo, no entanto, é de otimismo. Os analistas da Economist listam o que consideram ser conquistas importantes, como uma moeda estável desde 1994 e a significativa expansão de comércio com a China, que aumentou mais de 50% desde 2007.
"O Brasil está na moda. Sediar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 parecem ser um arremate final para as importantes mudanças econômicas testemunhadas nas últimas duas décadas", diz o texto. 
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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