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quinta-feira, 20 de outubro de 2011


Edição 127-Agosto/2011
Vale terá que explicar compra de terreno público

A mineradora Vale está às voltas com o Ministério Público Estadual.  Matéria publicada pelo jornal O TEMPO, em 23/09/2011, relata que a empresa está sendo acusada de grilar terras públicas (nome bonito para chamar roubo de terra sob aparência legal). Com o título “GRILAGEM - Vale terá que explicar compra de terreno público”, matéria assinada pelo jornalista Joelmir Tavares informa sobre o inquérito que apura transação de R$ 41 milhões. Nove pessoas estão presas por suspeita de participação no esquema. Veja abaixo a matéria:  

Indaiabira. O Ministério Público Estadual (MPE) vai convocar a mineradora Vale para prestar esclarecimentos no inquérito que apura o suposto envolvimento da empresa na compra de terras pertencentes ao Estado e destinadas à reforma agrária em cidades no Norte de Minas. A empresa teria pago, em espécie, R$ 41 milhões pela transação.
Segundo o MPE, a operação era feita com a ajuda de uma empresa "fantasma" que funcionava em Janaúba e seria a responsável por reunir os títulos de legitimação das terras em nome de "laranjas".
Segundo o promotor Bruno Oliveira Muller, da comarca de Taiobeiras, no Norte de Minas, o valor supostamente pago pela mineradora era depositado na cidade Uruguaia de Montevidéu, local considerado paraíso fiscal. "Acreditamos que a remessa do dinheiro para fora era uma tentativa de esconder a fraude das autoridades brasileiras e encobrir o esquema", afirmou Muller. 
A Polícia Federal apura o envio do dinheiro para o exterior. Em nota, a Vale informou que não tem conhecimento, até o momento, sobre o inquérito e não foi convocada para prestar informações sobre o assunto. A empresa informou ainda que está à disposição das autoridades competentes.

Prisões. De acordo com Muller, os nove acusados de envolvimento no esquema, todos presos em Montes Claros, seguem prestando depoimento. Os pedidos de prisão temporária têm duração de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Depois desse prazo, conforme o andamento das investigações e o teor dos depoimentos, poderá ser pedida a prisão preventiva de alguns dos suspeitos. Um dos que poderão permanecer detidos durante as investigações é o policial civil Douglas Moisés Quintiliano, que teria expulsado posseiros de um terreno em Salinas, área que depois foi transferida para o nome de "laranjas". "A apuração do Ministério Público mostra que ele (Quintiliano) usou força e violência para ameaçar os moradores.” (...)
Também deverá ser solicitada a prisão preventiva do empresário Altemar Alves Ferreira, único acusado que continuava foragido até a noite de ontem. (...)”


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