Edição 127-Agosto/2011
Vale terá que explicar compra de terreno público
A mineradora Vale
está às voltas com o Ministério Público Estadual. Matéria publicada pelo jornal O TEMPO, em 23/09/2011, relata que a empresa está sendo acusada de grilar
terras públicas (nome bonito para chamar roubo de terra sob aparência legal).
Com o título “GRILAGEM - Vale
terá que explicar compra de terreno público”, matéria assinada pelo jornalista
Joelmir Tavares informa sobre o inquérito que apura transação de R$ 41 milhões. Nove
pessoas estão presas por suspeita de participação no esquema. Veja abaixo a
matéria:
“Indaiabira. O
Ministério Público Estadual (MPE) vai convocar a mineradora Vale para prestar
esclarecimentos no inquérito que apura o suposto envolvimento da empresa na
compra de terras pertencentes ao Estado e destinadas à reforma agrária em
cidades no Norte de Minas. A empresa teria pago, em espécie, R$ 41 milhões pela
transação.
Segundo o MPE, a
operação era feita com a ajuda de uma empresa "fantasma" que
funcionava em Janaúba e seria a responsável por reunir os títulos de
legitimação das terras em nome de "laranjas".
Segundo o promotor
Bruno Oliveira Muller, da comarca de Taiobeiras, no Norte de Minas, o valor
supostamente pago pela mineradora era depositado na cidade Uruguaia de
Montevidéu, local considerado paraíso fiscal. "Acreditamos que a remessa
do dinheiro para fora era uma tentativa de esconder a fraude das autoridades
brasileiras e encobrir o esquema", afirmou Muller.
A Polícia Federal
apura o envio do dinheiro para o exterior. Em nota, a Vale informou que não tem
conhecimento, até o momento, sobre o inquérito e não foi convocada para prestar
informações sobre o assunto. A empresa informou ainda que está à disposição das
autoridades competentes.
Prisões. De acordo com Muller, os nove acusados
de envolvimento no esquema, todos presos em Montes Claros, seguem prestando
depoimento. Os pedidos de prisão temporária têm duração de cinco dias,
prorrogáveis por mais cinco. Depois desse prazo, conforme o andamento das
investigações e o teor dos depoimentos, poderá ser pedida a prisão preventiva
de alguns dos suspeitos. Um dos que poderão permanecer detidos durante as
investigações é o policial civil Douglas Moisés Quintiliano, que teria
expulsado posseiros de um terreno em Salinas, área que depois foi transferida
para o nome de "laranjas". "A apuração do Ministério Público
mostra que ele (Quintiliano) usou força e violência para ameaçar os moradores.”
(...)
Também deverá ser
solicitada a prisão preventiva do empresário Altemar Alves Ferreira, único acusado
que continuava foragido até a noite de ontem. (...)”
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