Edição 128-setembro/2011
Editorial
Empregar cabos eleitorais é crime!
As eleições estão batendo à nossa porta. O mês
de setembro, especialmente, foi de intensa movimentação dos partidos – os reais
e os de aluguel. A preocupação era filiar os possíveis candidatos mais
interessantes para formar uma boa chapa em 2012. Daí, o troca-troca, muitas
vezes, indecente. Mas a movimentação não para aí. E a população precisa ficar
atenta ao que é legal, lícito, e ao que é ilegal, ilícito.
Atenção especial deve-se ter com a Prefeitura
municipal e a câmara de vereadores. Por estarem atualmente no poder, prefeito e
vereadores podem querer usar o dinheiro púbico em benefício próprio, usando-o
para, de alguma forma, comprar votos desde já, fazendo ”favores” a este ou
àquele, como maneira de garantir o voto dessas pessoas.
Uma das formas mais usadas por quem está no
poder é a oferta de emprego. E o emprego, às vezes, não chega nem mesmo a ser
um trabalho, é só uma forma de repassar dinheiro público a um cabo eleitoral. A
população precisa ficar atenta. E denunciar os abusos.
A prefeitura municipal, por exemplo, não é “casa
de mãe Joana”. Muito menos a casa do Prefeito ou uma empresa de sua família
onde ele pode fazer tudo, administrar do jeito que quiser. Na Prefeitura, o
Prefeito não pode fazer nada que as leis não permitam e, diferentemente da
empresa particular, só pode fazer o que a lei lhe permite. Portanto, o Prefeito
é obrigado a respeitar as leis. No caso
de emprego na Prefeitura, existe lei que define quantos são os cargos e quais
são eles. O Prefeito tem que obedecer essa lei e só pode empregar o número de
pessoas que constam da lei, para os cargos que constam da lei. Além disso, a
Constituição Brasileira é clara –art. 37 – quando diz que a forma de entrar
para um cargo público é através de concurso público. Tudo isso impede – ou
deveria impedir - que o prefeito fique colocando cabos eleitorais na
prefeitura, inventando para eles cargos de “chefe”, “coordenador” disso ou
daquilo.
O mesmo vale para a Câmara, onde a Mesa Diretora
deve respeitar as leis.
É hora, portanto, de todos ficarmos muito
atentos. Se alguém sabe – ou se ficar sabendo – de uso de dinheiro público para
“comprar votos”, deve denunciar: à imprensa local e regional, às instituições,
aos amigos, à Controladoria Geral da União, à Justiça. O Ministério Público é
órgão privilegiado nesse sentido. E existe para defender a população contra
possíveis ataques do Estado, inclusive o de inchar a prefeitura e câmara com
cabos eleitorais.
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