Edição 145 - Dezembro/2012 - 2ª edição
Editorial
Acabou
a lua de mel! Agora é trabalho!
A
noite de 7 de outubro é um momento de glória para os eleitos, vereadores,
prefeito e vice. Passado o primeiro momento de euforia, de surpresa, de intensa
comemoração, a partir do dia 8, o eleito passa a viver uma espécie de lua de
mel com o eleitor e a cidade. Tudo é alegria, festa, elogios, “parabéns” pra
lá, “parabéns” pra cá. E este amor sem problemas, essa doce relação, esse
“êxtase eleitoral” dura até o dia da posse, com mais cumprimentos, mais abraços
e beijos, mais parabéns.
E
no dia 2 de janeiro, os vereadores e, especialmente, o prefeito, descobrem que,
agora, é trabalho pra valer. É como se o domingo acabasse e a segunda nos
batesse à porta, dura, cheia de “pepinos” para serem resolvidos. O “Agora é
Brandão” passou; agora é trabalhar. O
que sobrou, ou deve sobrar, é o lema da campanha: “Honestidade e
Transparência”.
Agora
é fazer as novas contratações e ter que dizer a centenas de pessoas que não
terão seus contratos renovados; agora é atender às súplicas dos aliados, todos
– ou melhor, 99% deles – ávidos “por um lugar ao sol”... ou um cargo na
Administração, mesmo que seja assim mais inferior, se não puder ser secretário
ou secretária municipal. Agora é encontrar a Prefeitura com seus documentos
roubados, não encontrar um veículo que custou vários milhares de reais aos
cofres públicos e descobri-lo numa oficina, todo batido; agora é descobrir que
faltam fiscais na prefeitura para coibirem a parcela da população e dos
construtores desconhecedores das leis ou metidos a espertos que invadem área
verde, passeios e ruas e metem suas construções onde quer que queiram; agora é
entender que a UPA está longe demais da população mais carente, que,
diferentemente da classe média ou alta, não possui carros à sua disposição a
qualquer hora do dia, da noite e madrugada para irem, doentes, a tão longe.
Agora é perceber que o trânsito está cada dia pior, e que é preciso
intervenções rápidas e sérias. Agora é conviver com as críticas feitas no facebook, nos jornais, nas ruas, e
entender que, fora da lua de mel, os cidadãos têm direito a questionamentos.
Agora
é lutar para que as pessoas não morram de câncer enquanto esperam o tratamento
que nunca chega; é cuidar dos bueiros, da limpeza da cidade, das estradas do
interior diante das chuvas que podem cair a qualquer momento. Agora é colocar
na ordem do dia o Programa Minha Casa, Minha Vida porque nossos irmãos mais
carentes não aguentam mais viver de bairro em bairro, pagando alugueis tão
caros. Agora é fazer licitações sem cartas marcadas, respeitar o Poder
Legislativo, investir em agricultura familiar, resolver o absurdo que é ter
irmãos, em pleno século XXI, numa cidade que exporta água, tendo que brigar por
falta de água em suas torneiras. Agora é ter coragem de realizar concurso
público e não usar o sagrado trabalho como moeda de troca política. Agora é
mostrar para as mineradoras, para a CEMIG, COPASA, SARITUR e outras quem é que
manda.
Agora
é trabalhar!
Reinaldo
Fernandes
Editor
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