Edição 145 - Dezembro/2012 - 2ª edição
Renata
Marilian Parreiras e Soares é a Presidenta da Câmara
Logo em seguida à
posse dos vereadores – antes da posse de prefeito e vice - foi feita a eleição
da Presidência da Câmara. Diante de uma população perplexa, que não entendia o
que estava acontecendo, foi eleita a vereadora Renata Marilian Parreiras e
Soares (PSB), que obteve 274 votos nas urnas, a 11ª entre os 13 vereadores. Se
tivesse tido um voto a menos teria perdido a vaga para o Ex-secretário Adjunto
de Obras, José Eustáquio, que obteve 273
votos (o ex-secretário de Agricultura, Juca Dornas, obteve 270). Os votos de
Renata vieram de várias localidades do Município, mais de 50 da área rural, um
número muito expressivo para quem disputava a primeira eleição e porque os
moradores do interior, geralmente, não votam em quem não é de sua comunidade. Em
Melo Franco, Renata obteve 15 votos, número também importante para quem não é
da comunidade. Apresentou à Justiça Eleitoral o valor de R$ 260.000,00
(duzentos e sessenta mil reais) como limite de gastos em sua campanha. Disse também ao Tribunal Eleitoral que seus
bens somavam R$ 175.000,00 (cento e setenta e cinco mil reais), referentes a uma
casa, dois carros de passeio e um terreno na localidade de Ponte das
Almorreimas.
Renata foi eleita pela
coligação PTC/PSB, partidos da base de sustentação do ex-prefeito Nenen da ASA,
com o apoio de Nenen e de sua família. Em sua campanha eleitoral, pelo menos em
parte dela, foi de casa em casa acompanhada por Maria Helena Barcelos, a Lena
Barcelos, irmã do prefeito. Ex-membro da diretora do Sind-UTE – Sindicato dos
Trabalhadores em Ensino de Minas Gerais, subseção Brumadinho –, Renata tem 42
anos, é professora, é nascida em Rio Manso e casada.
A eleição de Renata
Parreiras
O jornal de fato, em
sua edição de outubro/2012, apresentou aos leitores dois nomes que eram cotados
para ocupar o cargo de Presidente da Câmara, Reinaldo Fernandes, do PT (eleito
com 518 votos) e Carlos Mendes, do PDT (418 votos), “ambos da coligação
vitoriosa que elegeu Brandão prefeito”. O jornal registrou também que “há
sempre um mistério nas eleições no Legislativo Municipal, quase sempre
decididas nos últimos minutos; certeza mesmo de quem será o Presidente apenas
no dia 1º de janeiro de 2013, por volta das 19 horas” (ver de fato nº 142, ed.
de Outubro/2012). E foi exatamente o que aconteceu.
A primeira a votar
foi Alessandra Cristina (PPS), eleita pela coligação de seu partido PPS com o
PV, partido de Nenen da ASA. Alessandra votou em Renata. O segundo a votar foi
Aurélio do Pio (PDT), seguindo a ordem alfabética dos nomes dos vereadores
eleitos. Aurélio foi eleito na base de apoio do prefeito Brandão, em coligação
formada pelo PDT/PR/PSD e ainda o PSDB de José Paulo e o PMDB do vice-prefeito
Breno Carone. Foi a partir deste voto que se deu início ao burburinho de
estranhamento das centenas de pessoas que lotavam a Casa. Olhos arregalados,
espantados, as pessoas viram Carlos Mendes – até então candidato – votar em
Renata, seguido por Daniel dos Reis, o Daniel Crentinho (PTC), e por seu
companheiro (de Carlos) Denilson Fontoura (PTB). Os votos seguintes foram todos em Renata
Parreiras, que totalizou 13.
Explicação
O vereador Reinaldo Fernandes explicando seu voto |
O vereador Reinaldo
Fernandes (PT), logo após o resultado da votação para a Mesa Diretora
(Presidente, vice-presidente e Secretário) dirigiu-se à tribuna para fazer “declaração
de voto”, ou seja, explicar rapidamente porque tinha votado em Renata Parreiras
para presidenta da Câmara. “Meu voto em Renata Parreiras se justifica pelo fato
de que tínhamos apenas 5 vereadores eleitos pelas coligações que apoiaram
Brandão, e, depois, com a vinda de Vanderlei Xodó, apenas 6 votos, e o Brandão,
para eleger alguém que se comprometesse a apoiá-lo, se viu obrigado a convidar
a Renata que aceitou desde que fosse a candidata a presidente”, explicou o
vereador petista. Reinaldo Fernandes disse que esperava que ela honrasse o voto
que ele e os colegas lhe deram e esperava que ela trabalhasse para que a
Câmara, ao mesmo tempo em que ajudasse o Brandão a cumprir seu projeto de
governo - para honrar “a belíssima vitória que Brandão e nós obtivemos em 7 de
outubro”-, esperava que a Câmara seja independente.
Ao terminar sua
“declaração de voto”, o petista foi muito aplaudido, ao mesmo tempo em que os
presentes gritavam seu nome, ao dizer que esperava “que a Câmara, depois de 4
anos de inteira submissão ao Executivo, seja independente, autônoma e não vote
contra a população e a favor da corrupção”.
Renata
Parreiras é a segunda mulher de Brumadinho a ocupar o cargo de Presidenta do
legislativo municipal. A primeira foi Meire de Melo e Silva.
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