Edição 153 –
Agosto/2013
Direto dos States
Jovem Marina
Oliveira fala sobre intercâmbio cultural
Marina - última à direita - num passeio do grupo de teatro da escola |
Seu nome é Marina Paula Oliveira, completa 18
anos no próximo dia 23, cursa o 3º ano na escola Paulo Neto Alkmim, no 3º 3,
filha de José Geraldo de Oliveira e Natalina Maria de Paula, e chegou
recentemente dos Estados Unidos da América onde esteve participando de
“intercâmbio cultural” por um ano. Em entrevista ao de fato, Marina nos falou
de Educação, choque cultural, sua relação com o inglês. E mesmo correndo o
risco de termos nossa entrevista espionada pelos norte-americanos, que se
preparam para fazer mais uma guerra, pedimos a
ela para falar sobre a política externa daquele país.
Com vocês, Marina Paula.
de fato:
Você esteve recentemente nos Estados Unidos. Resumidamente, como
foi essa experiência?
Marina: O intercâmbio foi uma fase de muito conhecimento para mim, não
apenas para aprender a língua inglesa. Quando você chega lá, vê que a língua
não é o mais importante, mas a adaptação a uma cultura nova, a pessoas que têm
mentalidade diferente da sua. Adaptação, pra mim, é uma das características
mais belas do ser humano. Adaptação nos ajuda no trabalho, no meio escolar,
acho muito importante.
de fato:
Você falava fluentemente a língua inglesa? Como foi essa questão
de estar num país de língua diferente?
Marina: Eu não falava. Comecei estudar inglês apenas 10 meses antes da
viagem, em agosto de 2012. Nos primeiros dias foi difícil. Mas sou muito
falante, então, para continuar sendo falante, tive que aprender rápido, eu
perguntava muito. E a mímica também foi muito importante. Agora eu consigo
conversar numa boa em inglês, o que não quer dizer que eu não tenha
dificuldades com a língua.
de fato:
Como você avalia a Educação norte-americana, as escolas?
Marina: A estrutura física é muito melhor do que a de nossas escolas, até
das escolas particulares. Quanto ao ensino em si, não vejo um nível maior. Acho
que brasileiro tem mania de achar que tudo lá é melhor do que aqui. Mas não
achei. A grade curricular é muito diversificada, o aluno faz o que gosta, e a
gente aqui tem que fazer o que gosta e o que não gosta. Aqui a gente aprende às
vezes umas coisas que não vai usar com tanta frequência mas que vai fazer parte
de nossa inteligência daqui pra frente como cidadão. Lá, se você não gosta,
você não faz e depois pode nem saber opinar sobre certas questões.
de fato:
E o currículo, era muito diferente do nosso, das escolas
brasileiras?
Marina: O currículo é mais diversificado. O professor tem mais tempo para
aprofundar os conteúdos. Mas às vezes sinto que algumas coisas, que certas
partes do conteúdo, como o de química, eu não vi lá. O tempo de apresentação
aos alunos de certos conteúdos é diferente.
de fato:
E a cultura, como foi conviver em uma cultura diferente?
Marina: Foi muito legal! O que mais me chamou a atenção no início foi a
relação das pessoas, por exemplo, eles não se abraçam como a gente. No início
fiquei muito “no vácuo”, depois, inverteu, parece que aprenderam o meu jeito,
eles passaram a me abraçar, a cumprimentar. A gente venceu essa diferença. Eles
são mais taxativos, a coisa com eles é “sim” ou “não”. Nós temos um jeitinho
brasileiro, no sentido positivo, de resolver as cosias, usamos um meio termo, a
gente sempre tenta chegar num acordo que seja bom pra todo mundo.
de fato:
Os Estados Unidos estão, no momento, querendo atacar mais um país
fazer mais uma guerra, agora contra a Síria. O que você acha da política
externa norte-americana?
Marina: Eu acho que eles se perdem às vezes nesta tal responsabilidade
mundial que eles dizem que têm. Acho que eles podem se preocupar com outros
países sem prejudica-los, sem tirar o direito desses países. Acho que a ONU não
dá certo porque países como os Estados Unidos têm privilégios na Organização.
de fato:
Você sentia muita saudade do Brasil? De que, mais precisamente?
Marina: Sim, principalmente da Sociedade São Vicente de Paula de que eu
participo e que me fez muita falta lá. A Sociedade São Vicente de Paula tem
muito contato com os pobres, muitos jovens trabalhando pela mesma causa. Senti
saudades de participar das reuniões semanais, da Conferência (de São Vicente), dos meus amigos e,
especialmente, de minha mãe.
de fato: Uma mensagem
para os leitores, especialmente os leitores jovens do de fato.
Marina: Não é preciso ir longe para você experimentar coisas novas. Que os
jovens digam sim para as oportunidades, as experiências te enriquecem, te
mostram diferentes ângulos. Vamos experimentar coisas diferentes, ir onde nunca
fomos, fazer o que nunca fizemos. Aprender que seu jeito de viver não é melhor
do que do outro, é só diferente.
Marina e as crianças da família que a recebeu |
Nenhum comentário:
Postar um comentário