Edição 193 – Dezembro 2016
O que vimos em
Brumadinho
Brumadinho completou 77 anos em dezembro de 2016. Conhecido nacionalmente por causa de Inhotim, o Município é mais do que o belo Museu Parque. Essa é, por exemplo, a opinião de Luanna Avelar e Bárbara, dosite “Das Minas” (www.dasminasweb.com.br). As duas minas visitaram Brumadinho em setembro de 2016. Vejam o que Luana registrou.
Nossa visita à Brumadinho estava marcada para um sábado, a
previsão do tempo indicava muita chuva, a Bárbara havia recém chegado de uma
viagem e no domingo ambas tinham compromissos logo cedo, ou seja, tudo parecia
conspirar contra esta data. Mas olha, que bom que ignoramos tudo isso. Venha
aqui ler o que temos para contar que garantimos: Brumadinho vai te surpreender.
Havíamos decidido sair cedo de
casa para aproveitar o dia e, principalmente, para tomar café
da manhã na
própria cidade, assim já
começávamos a conhecer o pessoal local em busca de boas dicas do que fazer por
lá. Pegamos estrada e foi difícil chegar cedo lá, afinal,
queríamos parar toda hora para fotografar as estradas cheias de plantações e um
céu que estava maravilhoso (ou seja, nada de chuva).
Passadas as sessões
fotográficas pelas estradas, seguimos
rumo a cidade. Ah, mas
antes de dar sequência ao texto, precisamos reforçar: somos um desastre no
quesito localização geográfica, por isso o das Minas tem nos ajudado muito, e o GPS também.
Chegamos pelo centro de Brumadinho e, acredite, nos perdemos algumas
vezes porque o GPS estava um pouquinho lento para atualizar (e eu como
co-piloto sou uma negação também). Pegamos algumas ruas erradas, pedimos
indicação de local para tomar o café da manhã e, por fim, paramos numa padaria
no centro da cidade.
Assim que entramos já avistamos
um casal com duas crianças tomando café, tinha uma mesinha do lado, onde
sentamos e ficamos esperando a oportunidade de puxar papo. Ele se levantou e
foi andando em direção ao caixa e ela ficou com as crianças, lógico que não
resisti e discretamente cutuquei o ombro dela que, gentilmente, se virou para
me atender. Ela é a Diana e o marido o Luiz, perguntamos o que achavam da
cidade e o que tinha de legal para fazer e eles nos deram uma excelente
dica: visitar os vilarejos que ficam a poucos quilômetros do
centro da cidade. Sugeriram
que visitássemos Aranha, São
José do Paraopeba e
continuássemos sentido Casa Branca.
Enquanto refletiam sobre lugares legais para visitar o Thiago, filho mais velho
do casal, nos contava sobre sua máquina fotográfica de brinquedo, mas que
tirava fotos de verdade, e sobre o sítio onde iam passar o sábado.
O papo foi rápido, mas as dicas
foram valiosas. Decidimos ali seguir o trajeto sugerido por eles e ao se despedirem
ela deu mais uma dica que neste blog ganhará post especial: o restaurante Rapa
de Angú. Sério, vocês vão ler post exclusivo sobre o lugar, mas
já adianto aqui, quem for à Brumadinho almoce
nesse lugar. Lá, aquele papo de que mineiro é acolhedor ganha uma proporção
inimaginável – beijos para a Eliane e para o Jorge, que fizeram a gente se
sentir em casa, literalmente.
Dicas recebidas, hora de seguir estrada,
certo? Não, errado! A Bárbara me fez parar na entrada principal da cidade e
tirar foto nas típicas letras gigantes, no M E I O do trecho onde o tráfego de carros é contínuo. Sim gente, sei que é
importante, é pela causa, é pelo projeto, mas estou
com vergonha até agora. Eis o resultado (essa foto foi postada por livre e
espontânea pressão):
Bom, depois de todo o dilema
para tirar a foto nas letras, perdi até o rumo, literalmente. Seguimos estrada e logo paramos na entrada de uma casa
que, confesso, atraiu meu olhar pela plantação de verduras que tinha como
quintal. Um moço estava mexendo na tal plantação, achei a cena bonita e quis
parar para fotografar e aproveitar para perguntar se
estávamos no caminho certo. Era uma porteira que dava acesso ao local, batemos
palma e uma moça saiu da casa, acompanhada de uma criança com olhar curioso e
ao mesmo tempo simpático. A moça era a Larissa e a fofura do menino era o
Pablo. Ela começou a nos orientar sobre os tais vilarejos,
disse que tínhamos muita coisa para ver. Já o Pablo tinha os olhos fixos na
câmera, até que perguntou:
– Que é isso aí moça?
Aproveitei o ensejo para pedir
(porque sou dessas):
– Ah, é minha câmera,
quer que eu tire uma foto sua?
Ele fez uma cara de muito
sapeca e de quem esperava exatamente esse convite. Acenou positivamente com a
cabeça. Tirei várias, mas a foto do rostinho dele com o sorriso tímido vai
ficar guardado em nossos registros e lembrança, por aqui vamos divulgar só esta
fotinha abaixo, com a vista que tivemos da plantação e dele de costas mesmo.
A Larissa sorriu pela
espontaneidade do Pablo, nos deu mais orientações, bati a foto, apertei as
bochechas dele e seguimos viagem.
Chegamos em Aranha, paramos na
praça em frente a Igreja
Matriz Jesus Maria e José e ficamos sentindo aquele clima
de cidade pequena. Logo um senhor de um comércio local saiu na porta para nos
observar, afinal não tinha quase movimento nenhum por ali. Mas, não foi com ele
que nossa conversa rendeu, mas sim com o Igor, um garoto que estava sentado
próximo de onde paramos o carro. Ele falou sobre a cidade, sobre o vilarejo,
sobre a infância divertida nas cachoeiras, sobre os luaus com os amigos na “Laje”.
– Oi, Laje?
– Sim, um lugar aqui perto, tem
uma pedra super alta que o pessoal daqui costuma ir, ver o pôr-do-sol e
admirar. A vista é bonita de lá.
– Ah, legal! Como chegamos lá?
– É só seguirem em frente, vão
pegar um trecho de estrada de terra, mas é rápido. Logo vão ver uma pedra
enorme e saberão que chegaram lá.
Inocentes que somos acreditamos
que, no auge da nossa falta de senso de direção, conseguiríamos chegar ao local
com essa perfeita descrição do caminho. Resultado: carro quase atolado, carros de boi no
caminho, nós duas cobertas de poeira, e uma pausa para gargalhar da nossa falta
de noção. Lógico que tivemos foto aleatória na estradinha que pegamos, que por
sinal era linda e merecia nosso registro.
Como nos apaixonamos por Brumadinho,
pela recepção de todos que conversamos e pelas comidinhas deliciosas, até esse
percurso desastroso valeu a pena. Mas, não dá para contar tudo agora, pois
ainda seguimos rumo à Casa Branca. Como
nossa experiência nesse momento também foi muuuuuuito maravilhoso, resolvemos
contar em partes para esse texto não virar um livro! Então, nas próximas
semanas contaremos para vocês sobre:
– O Barracão (um antiquário
fofíssimo de Casa Branca)
– O
pior Buteco do Mundo
– O restaurante Rapa de Angú
Ufa! Esse foi o resumão mais
longo da história. Continuem por aqui que continuaremos proseando.
Até!
Luanna!
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