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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Edição 193Dezembro 2016

O que vimos em Brumadinho

Brumadinho completou 77 anos em dezembro de 2016. Conhecido nacionalmente por causa de Inhotim, o Município é mais do que o belo Museu Parque. Essa é, por exemplo, a opinião de Luanna Avelar e Bárbara, dosite “Das Minas” (www.dasminasweb.com.br). As duas minas visitaram Brumadinho em setembro de 2016. Vejam o que Luana registrou.

Nossa visita à Brumadinho estava marcada para um sábado, a previsão do tempo indicava muita chuva, a Bárbara havia recém chegado de uma viagem e no domingo ambas tinham compromissos logo cedo, ou seja, tudo parecia conspirar contra esta data. Mas olha, que bom que ignoramos tudo isso. Venha aqui ler o que temos para contar que garantimos: Brumadinho vai te surpreender.
Havíamos decidido sair cedo de casa para aproveitar o dia e, principalmente, para tomar café da manhã na própria cidade, assim já começávamos a conhecer o pessoal local em busca de boas dicas do que fazer por lá. Pegamos estrada e foi difícil chegar cedo lá, afinal, queríamos parar toda hora para fotografar as estradas cheias de plantações e um céu que estava maravilhoso (ou seja, nada de chuva).
 
As minas Luanna e Bárbara
Passadas as sessões fotográficas pelas estradas, seguimos rumo a cidade. Ah, mas antes de dar sequência ao texto, precisamos reforçar: somos um desastre no quesito localização geográfica, por isso o das Minas tem nos ajudado muito, e o GPS também. Chegamos pelo centro de Brumadinho e, acredite, nos perdemos algumas vezes porque o GPS estava um pouquinho lento para atualizar (e eu como co-piloto sou uma negação também). Pegamos algumas ruas erradas, pedimos indicação de local para tomar o café da manhã e, por fim, paramos numa padaria no centro da cidade.
Assim que entramos já avistamos um casal com duas crianças tomando café, tinha uma mesinha do lado, onde sentamos e ficamos esperando a oportunidade de puxar papo. Ele se levantou e foi andando em direção ao caixa e ela ficou com as crianças, lógico que não resisti e discretamente cutuquei o ombro dela que, gentilmente, se virou para me atender. Ela é a Diana e o marido o Luiz, perguntamos o que achavam da cidade e o que tinha de legal para fazer  e eles nos deram uma excelente dica: visitar os vilarejos que ficam a poucos quilômetros do centro da cidade. Sugeriram que visitássemos Aranha, São José do Paraopeba e continuássemos sentido Casa Branca. Enquanto refletiam sobre lugares legais para visitar o Thiago, filho mais velho do casal, nos contava sobre sua máquina fotográfica de brinquedo, mas que tirava fotos de verdade, e sobre o sítio onde iam passar o sábado.
O papo foi rápido, mas as dicas foram valiosas. Decidimos ali seguir o trajeto sugerido por eles e ao se despedirem ela deu mais uma dica que neste blog ganhará post especial: o restaurante Rapa de Angú. Sério, vocês vão ler post exclusivo sobre o lugar, mas já adianto aqui, quem for à Brumadinho almoce nesse lugar. Lá, aquele papo de que mineiro é acolhedor ganha uma proporção inimaginável – beijos para a Eliane e para o Jorge, que fizeram a gente se sentir em casa, literalmente.

Dicas recebidas, hora de seguir estrada, certo? Não, errado! A Bárbara me fez parar na entrada principal da cidade e tirar foto nas típicas letras gigantes, no M E I O do trecho onde o tráfego de carros é contínuo. Sim gente, sei que é importante, é pela causa, é pelo projeto, mas estou com vergonha até agora. Eis o resultado (essa foto foi postada por livre e espontânea pressão):

Bom, depois de todo o dilema para tirar a foto nas letras, perdi até o rumo, literalmente. Seguimos estrada e logo paramos na entrada de uma casa que, confesso, atraiu meu olhar pela plantação de verduras que tinha como quintal. Um moço estava mexendo na tal plantação, achei a cena bonita e quis parar para fotografar e aproveitar para perguntar se estávamos no caminho certo. Era uma porteira que dava acesso ao local, batemos palma e uma moça saiu da casa, acompanhada de uma criança com olhar curioso e ao mesmo tempo simpático. A moça era a Larissa e a fofura do menino era o Pablo. Ela começou a nos orientar sobre os tais vilarejos, disse que tínhamos muita coisa para ver. Já o Pablo tinha os olhos fixos na câmera, até que perguntou:
– Que é isso aí moça?
Aproveitei o ensejo para pedir (porque sou dessas):
– Ah, é minha câmera, quer que eu tire uma foto sua?
Ele fez uma cara de muito sapeca e de quem esperava exatamente esse convite. Acenou positivamente com a cabeça. Tirei várias, mas a foto do rostinho dele com o sorriso tímido vai ficar guardado em nossos registros e lembrança, por aqui vamos divulgar só esta fotinha abaixo, com a vista que tivemos da plantação e dele de costas mesmo.  
A Larissa sorriu pela espontaneidade do Pablo, nos deu mais orientações, bati a foto, apertei as bochechas dele e seguimos viagem.

Chegamos em Aranha, paramos na praça em frente a Igreja Matriz Jesus Maria e José e ficamos sentindo aquele clima de cidade pequena. Logo um senhor de um comércio local saiu na porta para nos observar, afinal não tinha quase movimento nenhum por ali. Mas, não foi com ele que nossa conversa rendeu, mas sim com o Igor, um garoto que estava sentado próximo de onde paramos o carro. Ele falou sobre a cidade, sobre o vilarejo, sobre a infância divertida nas cachoeiras, sobre os luaus com os amigos na “Laje”.
– Oi, Laje?
– Sim, um lugar aqui perto, tem uma pedra super alta que o pessoal daqui costuma ir, ver o pôr-do-sol e admirar. A vista é bonita de lá.
– Ah, legal! Como chegamos lá?
– É só seguirem em frente, vão pegar um trecho de estrada de terra, mas é rápido. Logo vão ver uma pedra enorme e saberão que chegaram lá.
Inocentes que somos acreditamos que, no auge da nossa falta de senso de direção, conseguiríamos chegar ao local com essa perfeita descrição do caminho. Resultado: carro quase atolado, carros de boi no caminho, nós duas cobertas de poeira, e uma pausa para gargalhar da nossa falta de noção. Lógico que tivemos foto aleatória na estradinha que pegamos, que por sinal era linda e merecia nosso registro.


Como nos apaixonamos por Brumadinho, pela recepção de todos que conversamos e pelas comidinhas deliciosas, até esse percurso desastroso valeu a pena. Mas, não dá para contar tudo agora, pois ainda seguimos rumo à Casa Branca. Como nossa experiência nesse momento também foi muuuuuuito maravilhoso, resolvemos contar em partes para esse texto não virar um livro! Então, nas próximas semanas contaremos para vocês sobre:
– O Barracão (um antiquário fofíssimo de Casa Branca)
 O pior Buteco do Mundo
– O restaurante Rapa de Angú

Ufa! Esse foi o resumão mais longo da história. Continuem por aqui que continuaremos proseando.
Até!

Luanna!

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