Edição 193 – Dezembro 2016
Vereadores votam contra projeto que acabava com a Taxa ilegal
de Iluminação Pública
Projeto apresentado por Reinaldo Fernandes foi rejeitado pelos
vereadores Alessandra do Brumado, Ninho, Denilson Fontoura, Cuecão, Carlos
Mendes e Betinho; Renata Parreiras se manteve calada e se omitiu; Hideraldo
disse ser a favor
Quando chegar em sua casa, caro leitor, a próxima conta de luz,
lembre-se desses nomes: Alessandra do Brumado (PPS), Ninho
(PP), Denilson Fontoura (PSB), Cuecão (PSB), Betinho (SD); Carlinhos do Brumado
(PDT) e Renata Parreiras(PPS). Os cinco
primeiros votaram contra o fim da Taxa Ilegal de Iluminação Pública. Já
Carlinhos do Brumado se comprometera junto ao autor do Projeto a “trabalhar
pela sua aprovação”. No entanto, manteve-se calado durante as discussões para,
no fim, dizer que ia se abster de votar, ou seja, não se posicionou a favor da
população. A vereadora Renata Parreiras, que gosta tanto de falar, se manteve
muda, também não se posicionando ao lado da população. Na mesma noite, Renata
Parreiras discursou contra outros dois projetos de Reinaldo Fernandes, que
homenageava duas pessoas simples da cidade, já falecidas: d. Lina, do bairro
Santa Efigênia; e Geraldo Bartolomeu, pai de um trabalhador da Câmara, Robson
Laia.
Hideraldo
(PSC) disse que se o projeto fosse a Plenário, votaria a seu favor “por causa
de como as coisas estão em Brumadinho”. Os demais vereadores (Xodó, Crentinho,
Lucas Machado e Aurélio do Pio), não compareceram à reunião.
No mês
seguinte, a conta da CEMIG chegará em sua casa, novamente com a Taxa Ilegal de
Iluminação Pública. Novamente você deverá se lembrar desses nomes: Alessandra
do Brumado, Ninho, Denilson Fontoura, Cuecão, Betinho, Carlinhos do Brumado e
Renata Parreiras.
Manobras
Logo no
início da reunião, o então Presidente da Câmara, Henerson Rodrigues de Faria, o
Ninho, nomeou para Relatora do Projeto a vereadora Alessandra do Brumado. Ninho
nem participara da reunião anterior que discutira por mais de hora e meia o
projeto, o que levou o vereador Denilson a “brincar”: “O que você está fazendo
aqui?”.
Logo
que foi nomeada, Alessandra do Brumado pediu oito dias para Relatar, o que
nunca aconteceu na Legislatura nos últimos quatro anos, mesmo previsto no
Regimento: era uma tentativa da vereadora para impedir que o Projeto fosse
decidido em 2016 e fosse arquivado. Em seguida Alessandra descobriu que não
podia ser relatora e a Relatoria foi passada a Denilson Fontoura. Alessandra já
tentara anteriormente impedir que o projeto fosse votado, com outra manobra
regimental: pedindo informações que já sabia à Prefeitura.
Discursando
sobre o projeto, Alessandra do Brumado pediu sua rejeição. Como é de seu
costume, a vereadora fez o que em política se chama de “bate e assopra”. Por um
lado, falou que a iniciativa do então Vereador Reinaldo Fernandes (PT) era
“louvável”, para, depois, insinuar que seria “politicagem” dele.
Cuecão
vota contra
Já o
vereador Cuecão “mudou” de ideia, ou foi mudado, não se sabe. Na reunião anterior
garantiu ao autor Reinaldo Fernandes que ia votar a favor do projeto, mas votou
contra. Na mesma reunião não quis votar a favor de outros dois projetos de
Reinaldo Fernandes, que homenageava duas pessoas simples da cidade, já
falecidas: d. Lina, do Santa Efigênia; e Geraldo Bartolomeu, pai de um
trabalhador da Câmara, Robson Laia.
Vereadores
“não dão a mínima” para a população
Em sua
argumentação a favor do projeto que acabava com a Taxa Ilegal de Iluminação
Pública (ver edição de nº 192 do de fato), Reinaldo Fernandes apresentou aos
colegas vereadores um abaixo-assinado com centenas de brumadinenses apoiando o
Projeto. Os vereadores não deram a mínima para a população e reprovaram o projeto, ficando a favor da Prefeitura.
Prefeitura
arrecada R$ 1,572 milhão por ano e só gasta R$ 516 mil com iluminação pública
Fernandes
lembrou aos colegas que a própria Prefeitura informara que arrecada muito mais
do que ela precisa para custear a iluminação pública. Documento do Prefeito Municipal enviado à
Câmara registra que a Prefeitura arrecada por mês R$ 131.054,50 (cento e trinta
e um mil, cinqüenta e quatro reais e cinquenta centavos) e gasta apenas R$
43.000,00 (quarenta e três mil reais). Isso quer dizer R$ 1.572.000 por ano
contra gastos de apenas menos de um terço, R$ 516.000,00. Reinaldo argumentou
que, conforme ele já defendera anteriormente, a Prefeitura explora o cidadão,
cobrando dele uma taxa ilegal que deveria ser toda revertida em iluminação
pública para a população mas é usada em outros setores, inclusive na corrupção.
Mas isso também não tocou o coração dos vereadores Alessandra do Brumado (PPS),
Ninho (PP), Denilson Fontoura (PSB), Cuecão (PSB), Betinho (SD), Carlinhos do
Brumado (PDT) e Renata Parreiras (PPS).
Reinaldo
Fernandes ainda tentou convencer os colegas de que eles tinham a oportunidade
de devolver aos cidadãos de Brumadinho a quantia referente aos oito meses que a
população pagou pela Taxa Ilegal sem ter o serviço. Mas isso também não tocou o
coração de Alessandra do Brumado, Ninho, Denilson Fontoura, Cuecão, Betinho,
Carlinhos do Brumado e Renata Parreiras.
Entenda porque a Taxa é ilegal
A Taxa é ilegal porque "a doutrina administrativista, de
forma quase uníssona, classifica o serviço de iluminação pública como aquele
prestado pelo Estado indiscriminadamente, de forma geral e universal, portanto
remunerável apenas por impostos.” Mas a iluminação pública beneficia a
coletividade indiscriminadamente’. O Supremo Tribunal Federal decidiu que “o
serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”, editando,
inclusive, a Súmula n° 670, notadamente por se tratar de serviço imensurável,
que não atende aos critérios de divisibilidade e especificidade, conforme
previsto no art. 145, II, da CF/88 e no art. 77 do Código Tributário Nacional -
CTN.
A iluminação pública não é um serviço público específico e
divisível, utilizado pelo contribuinte.
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