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quarta-feira, 9 de maio de 2012


Edição 136-Abril/2012
Ferrous pode ter negócios obscuros com o Poder Executivo

A bola da vez é o esquema de corrupção comandado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira. Basta ligar a TV ou um rádio, abrir um jornal para ter acesso a mais uma informação sobre o esquema criminoso. Mas nem só de Cachoeira vive a corrupção no Brasil. O ex-governador do ES, Paulo Hartung, tem agora seu nome envolvido em um esquema de que faz parte a mineradora Ferrous. A Ferrous enfrenta em Brumadinho uma oposição ao seu projeto de expansão da mina Serrinha (ver matéria nesta página).  
Para o delegado PF responsável pela investigação, Álvaro Rogério Duboc Fajardo, "a Ferrous, ao que parece, nada mais é do que uma empresa de fachada da Conexão Presidente Kennedy, que ganhou valorização artificial no mercado pela concessão da privilegiada área do Sul do estado, para instalar uma pelotizadora e um porto de águas profundas". Paulo Hartung é acusado de lavagem de dinheiro e compra de terrenos no município de Presidente Kennedy, concessão de benefícios fiscais às empresas Ferrous Resources do Brasil S/A, ZMM Empreendimentos e Participações LTDA e BK Investimentos e Participações Ltda. 
O delegado da PF destaca que "o esquema passava informações privilegiadas para empresas que compravam terras a preço de mercado para, depois do anúncio de intenções de compra, venderem as mesmas terras com lucros estratosféricos de mais de três mil por cento em alguns casos, numa evidente "moeda de troca" pelos benefícios concedidos". 
O ex-secretário de Fazenda do ES, José Teófilo, de acordo com o inquérito, "fez uma série de concessões a empresa Ferrous, e se tornou, encerrando o governo, sócio do ex-governador Paulo Hartung na consultoria Econos. 
Num curto intervalo de tempo o grupo negociou 29 áreas em Presidente Kennedy, totalizando 18 milhões de metros quadrados." 
No esquema, a empresa ZMM fazia a venda e transmissão das terras, a BK dava suporte com a presença do advogado Fabrício Cardoso e do corretor Paulo Sardemberg, enquanto José Teófilo cuidava das questões tributárias.

Supervalorização de 150 vezes
 
O delegado mostra a cronologia de um dos casos, onde, "no Cartório de Registro Geral de Imóveis de Presidente Kennedy, em 09 de julho de 2008, uma área de 61,9 alqueires foi avaliada por R$ 180 mil. No dia 16 de julho de 2008, a área foi comprada pela empresa paulista Tríade Importação por R$ 600 mil. No dia 25 de julho de 2008 a mesma área foi comprada pela ZMM por R$ 12 milhões, no dia 04 de agosto de 2008, quatro dias depois do protocolo de intensões selado em Palácio, a ZMM vendeu a área para a Ferrous por R$ 27,9 milhões. O terreno teve uma valorização de 150 vezes do seu valor inicial em apenas 25 dias". 
De acordo com o inquérito, "todas as operações realizadas, em um período de 90 dias, pela "Conexão Presidente Kennedy", resultaram, estimadamente, em um lucro de R$ 50 milhões para os envolvidos". 
O delegado garante que "todos os indícios são de lavagem de dinheiro, com danos ao erário, com evidências de um esquema montado na Secretaria da Fazenda, através do ex-secretário José Teófilo de Oliveira, a sr. Mônica Bragatto e do governador da época, Paulo Hartung, dando celeridade e sigilo nos deferimentos aos incentivos fiscais aos negócios da Ferrous Resources do Brasil S/A". 

A Ferrous em Brumadinho e o envolvimento dos políticos

Em Brumadinho, a ONG “Abrace a Serra da Moeda” denunciou recentemente que os vereadores rejeitaram o Projeto de Lei que cria o Monumento Natural da Mãe D'Água, na Serra da Moeda. E levantou suspeitas de que a Ferrous estaria fazendo aos políticos “promessa de financiamento na campanha eleitoral como forma de desarticular a aprovação do Projeto”. Segundo a entidade, “os vereadores da base aliada ao Prefeito Nenem da Asa (PV) - que voltou atrás ao compromisso assumido da criação do monumento - estiveram durante muito tempo empenhados em barrar a votação do projeto, por meio de inúmeras manobras políticas.”
Em dezembro de 2011, a ONG promoveu uma passeata em protesto a atitude do prefeito de tentar barrar a aprovação do projeto que feria interesses da Ferrous (ver de fato nº 132). 

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