Edição 136-Abril/2012
Poeira,
barulho e alta velocidade em Tejuco
Moradores reclamam
de Mineração Tejucana
Moradores da
localidade de Tejuco reclamam da Mineradora Tejucana. Segundo eles, a empresa seria a responsável por uma série
de transtornos pelos quais estariam passando. Um deles seria a grande quantidade
de poeira, levantada pelos caminhões de minério que passam o tempo todo. Outra
reclamação é quanto ao barulho intenso. ‘De um certo tempo para cá, eles estão
descriminando qualquer lei ambiental, além da poluição visual, sonora, poeira
em excesso. E por ser um bairro residencial, tem comprometido a nossa saúde e
tranquilidade, não há um minuto sequer do dia e da noite que eles fazem alguma
interrupção, eles funcionam 24 horas por dia, só ficaram parados por alguns
dias por causa da chuva, reclama uma moradora. A moradora acha que o órgão
competente da Prefeitura deveria fazer uma vistoria ‘e uma adequação por parte
deles em relação aos sons emitidos pelo britador que é enlouquecedor.’
Moradores reclamam ainda
da velocidade desenvolvida pelos caminhões. “De seis até 18 horas é muita
correria da caminhão”, conta um morador. Segundo ele, a estrada é estreita e a
correria se torna mais perigosa por causa disso. “Eu estava indo de carona de
Brumadinho para o Tejuco e um caminhão quase bateu na gente”, relata o morador.
Os moradores reclamam ainda do que eles chamam de falta de contrapartida da
empresa, dizendo que a ela não ajuda a comunidade, nem com empregos.
Outro lado
A reportagem do
jornal de fato procurou a empresa Tejucana para ouvir sua versão dos fatos.
O jornal foi recebido por uma pessoa que
se identificou como gerente, trajando um uniforme com a inscrição Lion Ore, e
disse se chamar Ricardo de Souza Nunes. Depois de uma vigilante proibir que o
jornal fotografasse o trabalho da empresa, o gerente recebeu a reportagem, e
negou todas as reclamações.
Segundo ele o
barulho é um “barulho normal mineração” e disse que tinha alvará para fazê-lo.
Quanto á poeira, disse que não era culpa da Tejucana e que a empresa teria pago
o calçamento de um trecho para evitar poeira mas mesmo assim pessoas
continuavam reclamando. Segundo ele, a empresa mantém um caminhão-pipa que água
e até lava certos trechos da estrada. “Mas alguma poeira tem mesmo, até
bicicleta faz poeira”, disse. Disse também que não era culpa da Tejucana. “A
empresa não tem um caminhão que é nosso. Nós só produzimos minério! É das
transportadoras que carregam para as siderúrgicas”, explicou ele. Mas ao ser
questionado pela reportagem sobre quem eram essas transportadoras disse que não
se lembrava o nome de nenhuma delas, que quem saberia informar era um rapaz que
não estava na empresa naquele momento. E conclui dizendo que outros caminhões
passam pela estrada mas que “a culpa cai sempre em cima da Tejucana.”
Acrescentou que a empresa construiu quebra-molas e que a estrada tem muitas
árvores dos lados, o que obriga as carretas a irem para o centro da pista,
coisa que a reportagem do jornal não comprovou.
Empregos
Questionado sobre a
contrapartida da empresa para a localidade, Souza Nunes disse que a Tejucana
possui 83 funcionários e que 90% destes são do Tejuco, com qualificação ou não.
E acrescentou que a empresa ajuda muito, que ajuda na Igreja Católica, faz
“tudo” pela escola. “Ajudamos com tudo que a escola pede. Agora mesmo o pipa
estava lavando o pátio da escola”, falou. Disse ainda que construiu três bocas
de lobos para evitar que as enxurradas continuassem fazendo estragos, que há 4
anos faz festa para a comunidade. “Eu tenho um compromisso com a comunidade. O
sustento de muitos sai daqui!” E encerrou dizendo que duvidava que as
reclamações fossem coletivas.
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