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quarta-feira, 9 de maio de 2012


Edição 136-Abril/2012
Poeira, barulho e alta velocidade em Tejuco
Moradores reclamam de Mineração Tejucana  
   

Moradores da localidade de Tejuco reclamam da Mineradora Tejucana. Segundo eles,  a empresa seria a responsável por uma série de transtornos pelos quais estariam passando. Um deles seria a grande quantidade de poeira, levantada pelos caminhões de minério que passam o tempo todo. Outra reclamação é quanto ao barulho intenso. ‘De um certo tempo para cá, eles estão descriminando qualquer lei ambiental, além da poluição visual, sonora, poeira em excesso. E por ser um bairro residencial, tem comprometido a nossa saúde e tranquilidade, não há um minuto sequer do dia e da noite que eles fazem alguma interrupção, eles funcionam 24 horas por dia, só ficaram parados por alguns dias por causa da chuva, reclama uma moradora. A moradora acha que o órgão competente da Prefeitura deveria fazer uma vistoria ‘e uma adequação por parte deles em relação aos sons emitidos pelo britador que é enlouquecedor.’
Moradores reclamam ainda da velocidade desenvolvida pelos caminhões. “De seis até 18 horas é muita correria da caminhão”, conta um morador. Segundo ele, a estrada é estreita e a correria se torna mais perigosa por causa disso. “Eu estava indo de carona de Brumadinho para o Tejuco e um caminhão quase bateu na gente”, relata o morador. Os moradores reclamam ainda do que eles chamam de falta de contrapartida da empresa, dizendo que a ela não ajuda a comunidade, nem com empregos.

Outro lado

A reportagem do jornal de fato procurou a empresa Tejucana para ouvir sua versão dos fatos. O  jornal foi recebido por uma pessoa que se identificou como gerente, trajando um uniforme com a inscrição Lion Ore, e disse se chamar Ricardo de Souza Nunes. Depois de uma vigilante proibir que o jornal fotografasse o trabalho da empresa, o gerente recebeu a reportagem, e negou todas as reclamações.
Segundo ele o barulho é um “barulho normal mineração” e disse que tinha alvará para fazê-lo. Quanto á poeira, disse que não era culpa da Tejucana e que a empresa teria pago o calçamento de um trecho para evitar poeira mas mesmo assim pessoas continuavam reclamando. Segundo ele, a empresa mantém um caminhão-pipa que água e até lava certos trechos da estrada. “Mas alguma poeira tem mesmo, até bicicleta faz poeira”, disse. Disse também que não era culpa da Tejucana. “A empresa não tem um caminhão que é nosso. Nós só produzimos minério! É das transportadoras que carregam para as siderúrgicas”, explicou ele. Mas ao ser questionado pela reportagem sobre quem eram essas transportadoras disse que não se lembrava o nome de nenhuma delas, que quem saberia informar era um rapaz que não estava na empresa naquele momento. E conclui dizendo que outros caminhões passam pela estrada mas que “a culpa cai sempre em cima da Tejucana.” Acrescentou que a empresa construiu quebra-molas e que a estrada tem muitas árvores dos lados, o que obriga as carretas a irem para o centro da pista, coisa que a reportagem do jornal não comprovou.

Empregos

Questionado sobre a contrapartida da empresa para a localidade, Souza Nunes disse que a Tejucana possui 83 funcionários e que 90% destes são do Tejuco, com qualificação ou não. E acrescentou que a empresa ajuda muito, que ajuda na Igreja Católica, faz “tudo” pela escola. “Ajudamos com tudo que a escola pede. Agora mesmo o pipa estava lavando o pátio da escola”, falou. Disse ainda que construiu três bocas de lobos para evitar que as enxurradas continuassem fazendo estragos, que há 4 anos faz festa para a comunidade. “Eu tenho um compromisso com a comunidade. O sustento de muitos sai daqui!” E encerrou dizendo que duvidava que as reclamações fossem coletivas.

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