Edição 129-Outubro/2011
Moradora pede
socorro
Romilda Aparecida
Ferreira mora a pouco mais de 1 km do Centro de Brumadinho, no bairro Silva
Prado II, no final da rua Maria de Lourdes Pereira, 498. É um lugar tranquilo,
distante apenas 200 metros de uma igreja; 500 metros de uma academia de
ginástica; 800 metros de uma escola, e mais 200 de outra; 400 metros de uma
padaria. Mas, há 7 anos, desde que mudou para o bairro, Romilda, seu filho
pequeno, seu esposo não possuem um bem importantíssimo na vida de qualquer
pessoa: eles não têm água encanada.
Quase três anos atrás, o
jornal de fato denunciou essa situação (ver de fato nº 98, março de 2009).
Segundo ela, a COPASA – responsável por levar a água até a rua das pessoas –
disse que, se ela quisesse, teria que pagar uns 3 mil reais”, e que, quando a COPASA
é procurada, diz que quem tem que resolver o problema é a Prefeitura. E quando
a Prefeitura é procurada, diz que quem tem de resolver é a COPASA. Quando a
reportagem do de fato procurou a COPASA, Aloísio Eustáquio de Souza Fernandes,
o Zinho, responsável pela COPASA em Brumadinho, que “a rede não foi feita
porque não tem acesso ao local” e que isso é responsabilidade da Prefeitura.
Passados esse tempo todo,
pelo menos uma coisa mudou: no ano em que a inflação foi de 3,5%, o valor do
IPTU de Romilda, que era de R$ 70,00, passou para R$ 460,00, um aumento de
560%. Mas a situação da rua não mudou: a rua continua sem pavimentação.
No entanto, não há
dificuldade alguma para entrada e saída de veículos. Apesar disso, Romilda
continua sem água. Segundo a moradora, ela pega água de um vizinho, que é
transportada por uma mangueira até sua casa. Quando há problemas na mangueira e
é tarde da noite, fica sem água, para não incomodar ao vizinho.
COPASA e Prefeitura
continuam enrolando
Recentemente a prefeitura
asfaltou, por cima do calçamento, uma rua na cidade. Foi a rua Artur Bernardes,
no Centro. Porém, Romilda Aparecida Ferreira, sua família e vizinhos continuam
sofrendo, ora com a poeira, ora com o barro deixado após a chuva. E continua
sem água. Segundo Romilda, há aproximadamente um ano atrás ela procurou
novamente a COPASA e a empresa manteve o mesmo discurso, dizendo que ele deve
pagar canos e trabalho de máquina para abrir a rede, só assim a COPASA
colocaria a sua água.
COPASA e Município
Em 2008, o Município
assinou contrato com a empresa estatal para que ela pudesse explorar os
serviços de água e esgoto. Nos termos do contrasto, a COPASA responsabiliza-se
por fornecer água e coleta de esgoto, que deverá ser tratado, à população. Para
isso, basta que no mínimo 100 pessoas de uma localidade ou bairro queira esses
serviços e, obviamente, pague por eles. Em troca desse contrato, a população
passou a pagar 40% a mais em sua conta de água. O então candidato a prefeito,
Nenem da ASA (PV), em sua campanha eleitoral, prometeu acabar com a taxa de
40%, mas essa promessa também não foi cumprida. E Romilda Aparecida Ferreira
continua sem água. Mas a população continua pagando a taxa de 40% a mais em sua
conta.
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