.Edição 129-Outubro/2011
Poetas do V
Concurso de Poesias do jornal de fato são premiados
Vinte
e seis trabalhos concorreram no V Concurso de Poesias do jornal de fato. Os
poemas foram enviados por nove poetas, sendo 5 de Brumadinho e 4 de outras
cidades e estados do Brasil (1 de São Paulo e 1 do Paraná, das cidades de
Guaratinguetá e Campo Largo, respectivamente), 1 do interior de Minas Gerais
(da cidade de Pirapetinga) e 1 de Belo Horizonte.
Após
o recebimento dos trabalhos, um a “Comissão
Julgadora” fez a escolha dos 10 “melhores” trabalhos.
Entrega dos
certificados
Os poetas que se
inscreveram recebem Certificado de Participação. Veja abaixo a relação dos
poetas e suas poesias.
Vencedores do
prêmio “As 10 Melhores”
O Jornal de fato agradece e parabeniza a todos os poetas participantes
do seu V Concurso de Poesias, lembrando que, sem eles, não aconteceria o
concurso. Estão de parabéns mesmo! Não foi fácil para nossos jurados fazer a
escolha. Das 26 poesias, 24, ou seja, 92%, ficaram entre as 10 melhores de
acordo com este ou aquele jurado. Para se ter uma ideia da dificuldade de se
fazer a escolha, basta lembrar que 4 das poesias que ficaram fora das “10
melhores” receberam nota 10 de 2 dos 5 jurados. Tivemos, inclusive, que procura
rum sexto jurado para fazer um desempate! É nesta questão que reside a beleza
da poesia: se determinada poesia não agrada a um, agrada a outro e assim vai.
Da mesma forma, houve 5 poesias que não receberam notas de todos os
jurados, ou seja, que não ficariam entre as 10 melhores na opinião de alguns
jurados, mas que foram bem pontuadas pelos outros jurados e, na contagem geral,
ficaram entre “as 10 melhores”. As 10 melhores, portanto, são melhores do ponto
de vista dos 5 jurados e todos estão de parabéns.
Cinco poetas
“faturaram” o prêmio “As 10 Melhores”: Amélia Marcionila Raposo da Luz, Maria
Gertrudes Horta Greco, Sinval Guedes da Silva, Nídia Maria de Jesus e Isael Pereira da Silva.
Amélia Marcionila
Raposo da Luz
Amélia Marcionila
Raposo da Luz concorreu com três poesias, e emplacou todas as três entre as “10
Melhores”: “Celeiro do tempo”, “O fotógrafo” e “Mulheres camponesas”. Amélia Luz, 66, é moradora de Pirapetinga. O município localiza-se na Zona da Mata mineira, junto à divisa com o
Estado do Rio de Janeiro. A poeta escreve também crônicas, contos, e já recebeu
várias premiações. Participa de periódicos e antologias diversas, no Brasil e
no exterior. É membro da várias entidades culturais, faz oficinas de versos e é
autora do livro “Pousos e Decolagens”.
Maria Gertrudes
Horta Greco
A poeta de
Guaratinguetá, localizada na região do Vale do Paraíba, em SP, já publicou 3
livros de poesias e sonetos, intitulados “Vida... Paraíso...”, “Como água...” e
“Buscando Eternamente”, além de ter publicações em várias coletâneas
literárias. Escreve também trovas e contos. Técnica em enfermagem, Gertrudes é,
além de tudo, pianista. Concorreu com “Constantemente”, “Vida” e “Paciente” e
emplacou as duas primeiras entre as “10 melhores”.
Sinval Guedes da
Silva
O belorizontino
Sinval Guedes, formado em Educação física, é da comunidade Cabana de Pai Tomás,
e trabalha em um centro de internação de adolescentes em conflito com a lei,
privados de liberdade, onde desenvolve atividades lúdicas, esportivas,
culturais e outros. Atua também como professor, e está preparando um livro de
poesias para lançamento em breve. Se inscreveu no concurso com três poemas:
“Primeiro Olhar”, “Parte de mim”, “Saudades do que sou!". As duas últimas
foram escolhidas como “As 10 melhores”.
Nídia Maria de
Jesus
A
poeta Nídia Maria de Jesus é a pessoa que mais participou de concursos do
jornal de fato: de todos! Grande poeta, fatura agora o 7º prêmio,
com o poema “Interrogação”. Enviou ainda os poemas “Quem sabe um
dia” e “A pedra”. Aposentada pela Secretaria de Estado da fazenda, 71 anos, 3
filhas e 5 netos, participante da 3ª edição do Belô Poético e no livro “Poertas
em cena”, com os poemas “Brumadinho”, “Anelo” (vencedor de concurso do de fato)
e “Intuição”. Participante do livro de Paulio Viotti, “Ser poeta mineiro,
uai!”, com o poema “Meu querer”, o soneto “Rogativa” e trova com o tema “Deus”.
A poeta Nídia gosta da vida em sua plenitude em qualquer idade, vivendo, amando
e aprendendo com suas alegrias e tristezas, retratando o amor e a dor em seus
trabalhos poéticos.
Isael Pereira da Silva
Isael participou do
concurso do jornal de fato pela segunda vez. Na primeira, faturou dois prêmios
com três poemas inscritos. Isael é um poeta de muita qualidade. Desta vez,
repetiu a dose: três poesias inscritas, duas delas classificadas entre “As 10
melhores”: “Fogão à lenha” e “Canção das águas”. O
terceiro era “Acorde
da Esperança”.
Isael mora em Inhotim, na
rua José Moreira, nº 40, trabalha como vigilante, adora escrever e tem paixão
pela Bíblia Sagrada.
Jurados
A escolha das 10
melhores poesias foi feita por um grupo de jurados formado por 5 pessoas:
Armando Sérgio de Souza, o Serginho; Valdir de Castro de Oliveira, Elaine de
Castro, Cássio Vilela Prado e Reinaldo Fernandes. Armando Sérgio de Souza,
o Professor Serginho, leciona Língua Portuguesa em escolas municipais de
Brumadinho, é poeta, compositor, já escreveu dezenas e dezenas de trabalhos
literários e já foi vencedor de concurso de poesias do jornal de fato.
Valdir de Castro de
Oliveira, jornalista, editor do Tribuna – Jornal da ASMAP, professor
Universitário, palestrante, é poeta de mão cheia, autor do livro “Réquiem para
Inhotim”, co-autor de outros, prepara mais um para lançamento breve.
A dentista e empresária Elaine de Castro é
leitora apaixonada, amante da língua portuguesa e da leitura. Em outra
oportunidade já colaborou com nosso
concurso, ajudando-nos a julgar os trabalhos, como desta vez.
Reinaldo Fernandes foi o quinto jurado. Editor
do jornal de fato, ele é professor
universitário e da Rede Municipal de Belo Horizonte, graduado em Letras pela
PUC Minas, especialista em Lingüística pela mesma Universidade, Mestre em
Lingüística pela FALE – Faculdade de Letras – da UFMG e autor do livro de
poesias Trilhas (Editora Por Ora,
1996), além de vencedor do Concurso de Poesias da E. M. Antônio Salles Barbosa
(1995) e de vários festivais de música, além de concurso de contos.
Na escolha de duas poesias que
completariam “As 10 melhores”, aconteceu um empate na pontuação. Para decidir,
o Jornal contou com a ajuda do agitador cultural Paulo Viotti. Viotti, que também
já venceu vários concursos, inclusive do de fato, é um mecenas das artes em
Brumadinho. Criou o Encine – Instituto de Cultura Internacional Esperanto; é
Presidente Emérito da UBT, pintor de “mão cheia”, escreveu histórias infantis,
contos, é membro da academia Mineira de Trovas, teve trovas premiadas em MG, RJ
e RN. Autor, dentre outros, do livro “Mineirices e Mineiridades”.
Cada um dos jurados, ao serem procurados pelo
Jornal, mostrou imensa boa vontade em ajudar na escolha, de forma gratuita,
abrindo mão de parte de seu precioso tempo. A eles e a ela o agradecimento
sincero do jornal de fato pelo carinho, pela dedicação e pela boa vontade com
que analisaram os poemas. Muito obrigado a todos eles!
Conjunto dos poemas
O V Concurso DE POESIAS do JORNAL de fato quis “contribuir no aquecimento, na divulgação e na ampliação das
manifestações culturais de Brumadinho, dando oportunidade aos nossos leitores e
artistas de mostrarem sua arte, e oferecendo aos cidadãos oportunidade de
alimentar de emoção e beleza a alma e espírito.” O Jornal de fato quer que as
pessoas escrevam, as que sempre escrevem e as que querem começar a escrever.
Que elas possam publicar seus versos, que possam encantar as outras pessoas,
que possam se orgulhar dos versos que escrevem. Porque, acredita o Jornal, a
vida precisa de arroz com feijão mas precisa também de música da boa, de muita
arte e de poesia. A gente precisa alimentar o corpo, mas precisa também
alimentar o espírito: são as duas coisas que mantém a gente vivo, de pé.
Agradecemos mais uma vez a todos que participaram. Todos terão seus
poemas publicados nas edições do de fato a partir desta edição. Assim, para
além dos jurados, todos nossos leitores terão acesso aos textos e poderão beber
desses maravilhosos poemas. Afinal, a “a gente não quer só comida!” A gente
quer comida, diversão, poesia e arte!
No ano que vem, se Deus quiser, tem mais!
Entrega dos certificados e premiação
A Coordenação do V Concurso DE
POESIAS do JORNAL de fato optou pela não-realização da Cerimônia de Premiação e
entrega dos Certificados. Isso se deu pelo fato de que metade dos participantes
deste Concurso serem pessoas de outras cidades, 3 delas vencedoras do concurso
e que, provavelmente, não viriam a Brumadinho participar da cerimônia. Por
isso, a Coordenação optou por fazer a entrega dos prêmios na residência dos
poetas ou pelos Correios, o que acontecerá nas próximas semanas.
Veja abaixo os 3
primeiros dos 10 poemas vencedores.
Espaço
poético
Abaixo, e na página ao lado, três das 10 poesias que faturaram o prêmio de “As 10
Melhores”, pela ordem alfabética dos poemas. Na próxima edição, publicaremos outras, até que possamos
publicar todas. É um belo conjunto que merece ser lido por todos os leitores.
V Concurso de Poesias do Jornal de
fato – 2011
Canção das águas
Pseudônimo: Pássaro livre
Poeta: Isael Pereira da Silva
Vencedora do prêmio
“As 10 Melhores”
Ouço bramidos de chuvas
Na terra
Regando os cachos de uvas
Na serra
Ouço gemidos de amores
Na alva
É a chuva aplacando as dores
Da alma
Ouço a tempestade
É verão
Chuva de felicidade
No sertão
Ouço ruídos das aguas
É a redenção
Chuva lava as mágoas
Purifica o coração
Ouço o rio em melodia
Recebendo as aguas
Uma imensa alegria
No mar deságua
Em perfeita harmonia
O verde começa brotar
Eu busco companhia
Pra um novo amor gerar
Celeiro do tempo
Pseudônimo: Amapola
Poeta: Amélia Luz
Vencedora do prêmio
“As 10 Melhores”
No
celeiro do tempo
Guardei
a chama da vida
Esculpida
em barro fresco...
Cunhei
em papel meus versos coloridos
Em
letras estrelas que faiscavam...
No
celeiro do tempo
Guardei
minhas emoções sentidas
O
brilho do último diamante
Do
teu beijo amante!
Reservei
o rugido da solidão,
Verruma
e punhal ferino
Rasgando-me
as vísceras inocentes...
Guardei
no celeiro do tempo a areia do relógio
A
luz, o olho e a mão que criava...
Ocultei
a hóstia sagrada da redenção
Que
alcançarei um dia!
Sim,
ali repousa o silêncio dos sábios
Fincado
com profundas raízes...
Libertarei
o guerreiro anônimo
Ali
aprisionado para defender
A
crença da bondade e da pureza espiritual...
Com
o arpeu de Posseidon
Dizimará
os males da humanidade
Golpeando
com seus braços fortes...
Impossível
ignorar que a missão do celeiro,
Qual
a da caixa de Pandora,
É
guardar, sobretudo,
A
esperança para recriar a vida!
Constantemente
Pseudônimo: Ge
Poeta: Maria Gertrudes Horta
Greco
Vencedora do prêmio
“As 10 Melhores”
Publicamos também nesta edição o inteligente poema O Mundo está mais “ácido”..., de Gabriela Rios. Gabi é filha da professora Rosilene e de Gerson Rios, participante e vencedor de concurso de poesias do de fato. É com imenso prazer que publicamos o poema de Gabi e esperamos que ela participe da próxima edição do nosso Concurso, nos oferecendo mais de suas belas palavras.
O Mundo está mais “ácido”...
O Mundo de hoje está como a distribuição
eletrônica por subníveis.
Elétrons, injustiças, violências repartidas por aí.
Cada vez mais impossíveis de impedir.
As pessoas estão como os prótons.
Nunca mudam, ficam sempre na mesma situação,
E nem se quer mudam de opinião.
Talvez seja a alienação.
É claro, que ainda temos pessoas como as ligações covalentes.
Que ao invés de compartilharem elétrons,
Compartilham amor, solidariedade,
E até dinheiro para os mais carentes.
Na política, temos pessoas que se identificam com a Alotropia.
Com algumas mudanças na teoria,
Temos uma pessoa formando duas ou mais “caras”.
Talvez seja a falsidade, ou até mesmo a falta de personalidade.
Oh tremenda Nostalgia...
De quando o pH do nosso Mundo não estava tão mal.
Quando todo povo agia, sem interesses e egoísmo.
Será que todos acham que está tudo normal?
Drogas, bebidas, internet, enfim, coisas do “mundo sensível”.
Estão iguais às ligações de hidrogênio.
Cada vez mais difíceis de se quebrar, tirar,
Do nosso jovem ingênuo.
Talvez tenhamos que fazer uma neutralização.
Afinal, ninguém quer que continuemos assim...
Mas o que realmente falta, é a colaboração.
O Mundo de hoje está como a distribuição
eletrônica por subníveis.
Elétrons, injustiças, violências repartidas por aí.
Cada vez mais impossíveis de impedir.
As pessoas estão como os prótons.
Nunca mudam, ficam sempre na mesma situação,
E nem se quer mudam de opinião.
Talvez seja a alienação.
É claro, que ainda temos pessoas como as ligações covalentes.
Que ao invés de compartilharem elétrons,
Compartilham amor, solidariedade,
E até dinheiro para os mais carentes.
Na política, temos pessoas que se identificam com a Alotropia.
Com algumas mudanças na teoria,
Temos uma pessoa formando duas ou mais “caras”.
Talvez seja a falsidade, ou até mesmo a falta de personalidade.
Oh tremenda Nostalgia...
De quando o pH do nosso Mundo não estava tão mal.
Quando todo povo agia, sem interesses e egoísmo.
Será que todos acham que está tudo normal?
Drogas, bebidas, internet, enfim, coisas do “mundo sensível”.
Estão iguais às ligações de hidrogênio.
Cada vez mais difíceis de se quebrar, tirar,
Do nosso jovem ingênuo.
Talvez tenhamos que fazer uma neutralização.
Afinal, ninguém quer que continuemos assim...
Mas o que realmente falta, é a colaboração.
Gabriela Rios
Constantemente |
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