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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Edição 158 – Janeiro/2014
População é ignorada e o bairro COHAB continua alheio às políticas públicas
Por Gibran Dias
Trânsito de caminhões das mineradoras

No dia 16 de dezembro do ano passado, o atual prefeito de Brumadinho assinou o Decreto 323, revogando o famoso Decreto 094/2011 – que determinava a não circulação de caminhões das mineradoras na cidade, salvo exceções – ignorando os mais de trezentos cidadãos das comunidades do Progresso e Cohab que assinaram uma petição pública solicitando maior rigor com esta questão. De nada adiantaram as faixas erguidas nos muros das casas, os textos publicados na mídia local, o apelo de alguns vereadores da Câmara e a reportagem da Rede Record em frente à Secretaria de Obras. O novo Decreto determina que os caminhoneiros possam trafegar normalmente em Brumadinho, observados os critérios estabelecidos em seu curto texto. Algumas vias foram “salvas” deste ato, como as ruas Chicona e Itaguá. Mas o X da questão é a Avenida Inhotim e a Estrada Conquistinha. Agora que estes caminhões podem transitar tranquilamente nestas duas vias a situação parece ter piorado. Circulando em “comboio”, os caminhões com placa de Congonhas, Itabirito e até mesmo do Espírito Santo e Rio de Janeiro, vão deixando para traz poeira de minério, rachaduras nas casas e ruas, barulho e muito incômodo pra quem vive ali.  No ano em que o IPTU foi reduzido e algumas propostas de melhorias no trânsito central da cidade estão sendo executadas, centenas de moradores da Cohab e do Progresso respirarão um ar mais poluído, enfrentarão mais sujeira e barulho dia e noite. Poderíamos considerar tais atitudes da atual administração como um “balanço” no estilo “tira daqui e põe ali”? Afinal, a permissão para o trânsito de caminhões das mineradoras nestas principais vias – Inhotim e Conquistinha – seria uma compensação pelo aumento dos alvarás pela exploração mineral? Não podemos afirmar, senão dizer que mais de trezentos cidadãos foram ignorados e que esta questão não sairá da pauta política e social tão cedo.

Bairro Cohab continua alheio às ações do poder público


Logo na entrada do bairro pó de minério e lixo disputam o mesmo espaço. Um pouco mais adiante, na denominada “Praça da COHAB”, o esgoto é despejado in natura no pobre rio Manso e o cheiro não é muito agradável. Existem seis pontos de ônibus circular na COHAB, mas apenas um dispõe de um modesto banco de metal, quase ou nada coberto, que serve para três pessoas se sentarem. Não podemos nos esquecer de que agora a Estrada Conquistinha voltou a seu papel de via do minério e, por esse motivo, as casas do bairro, seus muros e passeios estão ainda mais sujos de poeira do que de costume. Não é estranho andar pelas ruas da COHAB e ver as janelas das casas fechadas e seus moradores sufocados nos cômodos. Quem quer comer poeira? Um pouco mais à frente, na Rua A, encontramos o CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados) com as obras paralisadas; situação que não mudou desde novembro de 2012. Mesmo assim, as crianças do bairro dão um jeito de jogarem futebol e brincarem no campo Canelão que, acompanhando o ritmo do Centro de Artes e Esportes Unificados, também está com as obras paralisadas. A sensação de qualquer cidadão da COHAB preocupado com o meio onde vive é de desleixo, esquecimento, falta de políticas públicas. Mas não podemos nos permitir que isso nos coloque à mercê do desgosto, da revolta. Enquanto nada é feito, vamos vivendo e pagando nossos impostos. Quem sabe essa cisma do poder público - em deixar as coisas como estão - um dia acabe?

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