UBE pede ao
Tribunal Penal Internacional de Haia a abertura de investigação criminal contra
Bolsonaro
A UBE - União
Brasileira de Escritores solicitou hoje ao Tribunal Penal Internacional sediado
em Haia, nos Países Baixos, que tenha início a investigação criminal proprio
motu por crimes contra a Humanidade, contra o deputado federal Jair
Messias Bolsonaro (PP).
Bolsonaro elogiou
um dos mais notórios torturadores da ditadura militar, no dia da votação (17/04/16)
sobre o processo de Golpe de Estado contra a presidente Dilma Roussef (PT),
transmitida ao vivo em rede nacional.
Disse ele na
ocasião: "Nesse dia de glória para o povo brasileiro tem um nome que
entrará para a história nessa data, pela forma como conduziu os trabalhos nessa
casa. Parabéns, presidente Eduardo Cunha. Perderam em 1964. Perderam agora em
2016. Pela família e pela inocência das crianças em sala de aula que o PT nunca
teve (sic!), contra o comunismo, pela
nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos
Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo Exército de Caxias,
pelas nossas Forças Armadas, por um Brasil acima de tudo e por Deus acima de
todos, o meu voto é sim."
Apologia
ao crime de tortura
A União
Brasileira de Escritores (UBE) entende que, pela homenagem ao coronel Ustra, e,
por extensão, às suas obras e ações voltadas à prática da tortura, o deputado
Jair Bolsonaro é um apologista evidente do crime de tortura.
"Essa
conduta de Jair Bolsonaro representa o ato desumano de infligir dor intencional
e sofrimento mental sobre as vítimas do coronel Ustra e aos membros da família
dessas vítimas, assim como a toda a comunidade brasileira" comentou o
presidente da UBE, Durval de Noronha Goyos.
Segundo Noronha,
tal conduta deve ser qualificada como crime contra a Humanidade pelo qual o
deputado Jair Bolsonaro deve ser investigado e chamado a prestar contas ao
Tribunal de Haia. Segundo a nota da UBE, além de ser apologista implacável do
regime militar, Bolsonaro se autodeclara preconceituoso, racista, homofóbico e
opositor aos direitos indígenas e homossexuais, bem como um debochado
proponente de um sistema de quotas para congressistas negros.
O Supremo
Tribunal Federal abriu processo contra o deputado por apologia ao crime de
tortura.
Bolsonaro
responderá também processo no Supremo por apologia ao estupro
Em 2014,
Bolsonaro afirmou, na Câmara e em entrevista a jornal, que a deputada Maria do
Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada porque ele a considera "muito
feia" e porque ela "não faz" seu "tipo".
Ao analisar
denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) e queixa da própria deputada,
a Primeira Turma da Corte entendeu, por quatro votos a um, que além de incitar
a prática do estupro, Bolsonaro ofendeu a honra da colega.
A declaração de
Bolsonaro que motivou a denúncia foi feita após discurso de Maria do Rosário em
defesa das vítimas da ditadura militar (1964-1985). Bolsonaro, que é militar da
reserva, subiu à tribuna da Câmara para criticar a fala da deputada.
Em nota, Maria do
Rosário afirmou que a decisão do STF é uma "vitória" contra a
impunidade para as mulheres e para as vítimas de violência. A deputada
agradeceu à bancada feminina do Congresso e aos movimentos feministas que a
apoiaram diante da declaração de Bolsonaro.
Voto do relator
Relator do caso,
o ministro Luiz Fux argumentou que as falas de Bolsonaro representam desprezo
pelas vítimas de estupro, no sentido de que teriam sido violentadas porque
mereceriam. Em seu voto, ele também citou frases de apoiadores do deputado
publicadas em redes sociais afirmando que estuprariam a deputada.
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