Edição 194 – Janeiro 2017
Saúde
Fundação do câncer dá dicas de prevenção ao câncer de pele
Com
a chegada do verão, é preciso redobrar os cuidados com a pele. A exposição
solar sem proteção e fora dos horários recomendados é a principal causa de
câncer de pele não-melanoma, o mais comum na população brasileira. Segundo o
Instituto Nacional de Câncer (Inca), corresponde a 30% de todos os tumores
malignos registrados no país.
Para
o biênio 2016-2017, de acordo com o Inca, são estimados 175.760 novos casos da
doença. Apesar de ser o que acomete mais pessoas, o câncer de pele é o tipo com
mais baixa mortalidade e altos índices de cura, podendo chegar a 90%, se
diagnosticado precocemente, aliado ao tratamento adequado.
A
boa notícia é que com a adoção de medidas simples no dia a dia e acompanhamento
médico regular é possível prevenir o câncer de pele. Confira as dicas do médico
epidemiologista e do oncologista clínico da Fundação do Câncer,
Alfredo Scaff e Frederico Müller.
Horários recomendados para exposição ao sol
Deve
ser antes das 10h e após as 16h. Fora desses períodos, a radiação solar é muito
perigosa, pois favorece o envelhecimento precoce e aumenta os riscos de
desenvolver câncer de pele. Com o banho de sol nos horários recomendados é
possível garantir ainda boa absorção de vitamina D, que, entre os benefícios,
fortalece os ossos.
Cuidados na praia ou piscina
Na
praia, na piscina ou em qualquer outro local onde haja exposição ao sol, a
proteção é sempre a melhor opção. Por isso, use sempre chapéus, bonés, roupas
com proteção UV e guarda-sol (feito de algodão ou lona, evitando barracas de
nylon). É essencial o uso de filtro solar com, no mínimo, FPS 30, contra
radiação UVA e UVB, no corpo e nos lábios. Reaplicar o produto a cada duas
horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Eles ajudam a bloquear a
ação dos raios solares. Também é importante a utilização de óculos escuros com
filtro ultravioleta, que previnem lesões oculares.
Profissionais que trabalham ao ar livre
Os
tumores de pele estão relacionados a alguns fatores de risco e, principalmente,
à exposição aos raios ultravioletas do sol. Pessoas que trabalham sob o sol são
mais vulneráveis ao câncer de pele não-melanoma. Além dos cuidados básicos de
proteção, quem trabalha ao ar livre durante o dia deve usar camisas de manga
longa e calças compridas e buscar abrigo na sombra. O protetor solar deve ser
repassado na frequência indicada pelo profissional de saúde. Vale ressaltar
que, fora do prazo, eles não oferecem proteção. Essas orientações também são
válidas para quem pratica atividades físicas ao ar livre.
Sintomas que podem indicar câncer de pele
Feridas
na pele que demoram a cicatrizar (em um período maior que quatro semanas),
variações na cor de sinais que já existiam, manchas que coçam ou sangram e o
surgimento de pintas com bordas irregulares podem ser indicativos da doença.
Importante
destacar o chamado “ABCD” da transformação de uma pinta em melanoma. Ou seja:
Assimetria – uma metade diferente da outra; Bordas irregulares – contorno mal
definido; Cor variável – várias cores em uma mesma lesão; Diâmetro – maior do
que seis milímetros. Caso perceba algum desses sintomas em você ou alguém da
sua família, procure um profissional de saúde o mais rápido possível. O
diagnóstico precoce é um bom aliado no tratamento da doença. Por isso, é fundamental
o acompanhamento médico periódico.
Grupos de risco na população
O
câncer de pele se manifesta, na maioria dos casos, em pessoas com mais de 40
anos, de pele clara, olhos azuis ou verdes, cabelos loiros ou ruivos, pessoas
albinas, histórico de câncer de pele pessoal ou na família e em forma de
feridas, nódulos ou pintas em qualquer parte do corpo. A doença é relativamente
rara em crianças e pessoas de pela negra, com exceção dos portadores de lesões
cutâneas anteriores.
Riscos do bronzeamento artificial
As
câmaras de bronzeamento artificial trazem riscos comprovados à saúde, e, em
2009, foram reclassificadas como agentes cancerígenos pela Organização Mundial
de Saúde (OMS), no mesmo patamar do cigarro e do sol. A prática de bronzeamento
artificial antes dos 35 anos aumenta em 75% o risco de câncer de pele, além de
acelerar o envelhecimento precoce e provocar outras dermatoses.
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