Edição 214 – Outubro 2018
Editorial:
A eleição das Fake News
Quem for estudar História do Brasil daqui pra frente descobrirá que a
última eleição presidencial foi a mais violenta desde a redemocratização do
Brasil. Ameaças, mentiras, agressões, invasões de universidades com censura por
parte de TRE’s, e pelo menos dois assassinatos cometidos por eleitores do
capitão reformado.
Aqui em Brumadinho, houve ameaças feitas a homossexuais, além de
agressões a rodo nas redes sociais. Já no dia da eleição, à noite, após o
resultado, o Presidente do PT foi “homenageado” por um grupo de eleitores do
capitão: por inúmeras vezes, passaram em frente à sua casa em seus carros,
pararam, soltaram foguetes em seu terreiro, buzinaram e gritaram “chupa PT”. A “homenagem”
durou até de madrugada.
Foi a eleição das fake news (notícias mentirosas da internet), criando,
nos incautos e ingênuos, um ódio cego contra o PT, pura repetição da grande
mídia ou da campanha do capitão, como o famoso “kit gay”, que, todos sabem,
nunca existiu. Eleições fraudulentas desde que Lula foi impedido de
candidatar-se, mesmo com uma determinação da ONU – Organização das Nações
Unidas. E como o Golpe de Estado teve – e continua tendo – um papel central do
Supremo (“Com o Supremo e com tudo”, como diria o “filósofo” Romero Jucá –
pMDB), de nada adiantaram as denúncias feitas pelo Jornal Folha de São Paulo
sobre os crimes de Caixa Dois praticados pelo militar: o TSE fingiu que, no
caso do capitão, não era crime.
O homem que defende abertamente a tortura; que se orgulha de ter votado
– duas vezes, como ele diz – contra as empregadas domésticas; que defende
metralhar um aglomerado urbano; que insinua que negros são animais ao dizer que
quilombolas são muito gordos e deveriam ser pesados no arroba; que defende a
perseguição aos adversários e o ataque aberto a trabalhadores rurais sem terra;
que disse publicamente a uma deputada que só não a estuprava porque ela era
feia; que disse ter usado o dinheiro do “auxílio-moradia” para “comer gente” –
dentre outras coisitas mais! – foi eleito por 39% dos eleitores.
Reinaldo Fernandes
Editor
|
O anúncio de suas primeiras medidas, como a Reforma da Previdência; o
fim dos Ministérios do Meio Ambiente, do Esporte e da Cultura; o convite ao
juiz de 1ª instância que dizia que nunca entraria para a política para
Ministro; a volta da CPMF; o aumento de imposto para a classe média; e a
taxação das igrejas já causaram grande impacto negativo, e o número dos arrependidos
aumenta a cada dia.
Preocupando o mundo inteiro por causa de suas posições consideradas
fascistas, o capitão toma posse em janeiro, para um mandato de quatro anos.
Enquanto isso, os movimentos sociais recordam a “Bella Ciao”. E preparam a resistência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário