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domingo, 16 de janeiro de 2022

 

Edição 249 – Dezembro 2021

ELA VOLTOU!

foto: reinaldo fernandes / Jornal de fato

Chuvas castigam Brumadinho, transbordam o Paraopeba, o Rio Manso, o Águas Claras, desabriga em torno de 1500 pessoas e traz incalculáveis prejuízos econômicos, sociais e ambientais para o município e seus moradores. A situação foi agravada por um rio mais assoreado ainda pelos crimes cometidos pela mineradora VALE em 2019 e que deixou lama tóxica para os moradores e pela incompetência e descaso da COPASA e da CEMIG, que deixaram a população sem água e sem energia elétrica. Nesta edição, o Jornal de fato traz a “Cobertura Especial – Enchente 2022 – Brumadinho”, fazendo um registro histórico dos principais acontecimentos vistos por nossa reportagem. 

Edição 249 – Dezembro 2021

Editorial:

Este é o nosso ano! Tem luz no fim do túnel! Vamos reconquistar nosso Brasil!

Ano novo, vida nova! Ano de eleições para deputados, governadores, senadores e Presidente do Brasil. Ou seja: dessa turma que decide a vida da gente. Tem gente que não gosta de política. Eu entendo: com tantos políticos safados, aqui em Brumadinho e Brasil afora, é pra ter raiva mesmo! Só que, a gente gostando ou não gostando, são os políticos que decidem boa parte de nossa vida. Vejam só:

Neste ano de 2021, o preço da gasolina disparou; o gás de cozinha, as contas de água e luz, a alimentação, a maior inflação dos últimos 21 anos! Milhares de mortes pela COVID-19, polícia matando negros, perseguições a quem pensa diferente, a cadela do fascismo rondando nossas portas. E quem decidiu isso?

O preço dos combustíveis é resultado da política do presidente, que nivela nossos preços internacionalmente; Zema cobra 42% de impostos na conta de luz de MG, a maior taxa do Brasil; sem governo, sem controle da inflação, ela chegou a mais de 10% e o aluguel vai ter reajuste de mais de 20%! O presidente atrasou o quanto pode as vacinas, não usa máscara, incita o ódio, ataca indígenas, patrocina a destruição do meio ambiente, quer impedir a vacinação de nossas crianças contra a pandemia, e não fica, um dia sequer, sem falar asneiras!

Então, qual a  solução? A solução é discutir política, estudar política, participar da política, votar em candidatos que têm passado de luta ao lado do povo, que melhorou a vida do povo, que criou empregos, que investiu em Educação e Saúde, que controlou a inflação, que aumentou os salários, que ajudou o homem do campo, que construiu casas para a população. Que levou luz para todos, que deixou o filho do pobre se formar na faculdade e a empregada doméstica ir para a Disney.

Reinaldo Fernandes
Editor
Podemos decidir, neste novo ano, qual Brasil nós queremos.  O Brasil do amor e da solidariedade ou o Brasil do ódio.  O Brasil que valoriza as ciências ou o Brasil das fakes news, da mentira deslavada e da cara de pau.

Precisamos de empregos decentes, de direitos trabalhistas, de nossas empresas estatais funcionando bem. Precisamos defender as riquezas do Brasil, todas elas!  Este País precisa voltar a ser respeitado no mundo inteiro! Precisamos ter orgulho de nossa bandeira verde-amarela.   

A esperança tem nome. É só olhar para trás. Tem luiz no fim do túnel!         

Edição 249 – Dezembro 2021


ELA VOLTOU!

Chuvas castigam Brumadinho, transbordam o Paraopeba e desabriga em torno de 1500 pessoas



Pelo menos 145 cidades mineiras foram terrivelmente castigadas pelas chuvas e enchentes neste janeiro de 2022. Brumadinho foi uma delas, situação agravada por um rio mais assoreado ainda pelos crimes cometidos pela mineradora VALE em 2019 que deixou lama tóxica para os moradores.

“Mais uma vez as fortes e contínuas chuvas que vem caindo sobre Brumadinho desde o final de dezembro até o presente momento fizeram com que as águas do Rio Paraopeba, que corta a cidade, transbordassem inundando várias comunidades e desalojando muitos moradores”, escreveu no dia 9 de janeiro o jornalista Valdir de Castro Oliveira em artigo publicado no facebook.

História das enchentes

“Na história de Brumadinho esse fenômeno já foi registrado várias vezes, trazendo incalculáveis prejuízos econômicos, sociais e ambientais para o município e seus moradores.

A primeira enchente registrada por nossa história se deu em 1925 e foi magnificamente relatada pelo ex-prefeito de Brumadinho, Abelardo Passos, conforme livro publicado por sua família em 2019.

A segunda foi em 1949.

A terceira veio com muita intensidade em 1997 na passagem do ano coincidindo com o primeiro dia do mandato do prefeito (1º de janeiro de 1997) que montou um gabinete de emergência nas proximidades onde atualmente está instalada a Caixa Econômica Federal.

Em 2008 tivemos mais uma enchente, embora mais atenuada que as anteriores, mas que também causou prejuízos à cidade”, relatou Castro de Oliveira.

“Em 2011, ela teve início no dia 2 de janeiro. No dia 3, às 17:30 horas, as águas estavam a uns 20 centímetros para cobrirem a ponte do Paraopeba. No dia 4 de janeiro, por volta de 7 horas da manhã, na Praça da Bandeira, as águas já cobriram o asfalto, aproximou-se da Farmácia São Geraldo, invadiu a Padaria Copacabana e estavam próximas a ponto de táxi.”

O dia 5 de janeiro, quarto dia da então terceira maior enchente dos últimos 60 anos, teve início a limpeza” (informações de Jornal de fato, Edição 132-Dezembro/2011 - 2ª Edição)

Durante a semana, o Jornal de fato fez a “Cobertura Especial – Enchente 2022 – Brumadinho”, produziu e postou nas redes vários boletins diários, informando à população da sede e do interior sobre os principais acontecimentos. Veja abaixo uma linha do tempo preparada pelo Jornal, relatando os principais acontecimentos vistos por nossa reportagem. 

9 de janeiro de 2022 – Domingo

Chuvas deixam milhares de pessoas ilhadas e centenas de desabrigados


As chuvas em Brumadinho não param! Depois de uma trégua de madrugada, as chuvas voltaram a cair na manhã / início de tarde de domingo, 9 de janeiro.

Muitas pessoas conseguiram tirar seus pertences de casas e lojas do município antes que a enchente chegasse em suas propriedades. Para isso, contaram coma solidariedade que tomou conta de Brumadinho. Nas palavras de Valdir de Castro: “Apesar de tudo foi confortável saber que as pessoas afetadas ou vítimas das várias situações provocadas pelas atuais chuvas encontraram a solidariedade de outras pessoas que a elas deram abrigo ou as ajudaram a se deslocar para lugares mais seguros”: jipeiros, donos de caminhões-baús e camionetas, e de mãos retirando móveis, pertences alimentos.

No entanto, muita gente não teve tempo e foi surpreendida pela elevação muito rápida das águas: “Quase perdi dois filhos”, contou à reportagem do jornal de fato um morador da COHAB, bairro que ficou isolado e com várias casas debaixo de água. Em todas as regiões do município, casas ficaram debaixo de água

À noite, já não dava pra passar pela Ponte do Caminhoneiro para chegar em bairros do distrito de Conceição de Itaguá, como Progresso e Grajaú.

Centenas de desabrigados

A reportagem do jornal de fato apurou que havia, nesse domingo, em torno de 300 famílias desabrigadas. A maior parte, do bairro Santo Antônio – parte baixa do canto do Rio -, que ficou alojada no Santuário Nossa Senhora do Rosário (Antigo Centro de Líderes), na sede, e no distrito de Aranha. Em Piedade do Paraopeba, 9 famílias saíram de suas casas com medo de um possível rompimento da barragem de rejeitos de mineração Santa Bárbara, da Vallourec.

A aldeia Naô Xohã da Comunidade Pataxó e Pataxó Hã Hã Hae ficou ilhada em São Joaquim de Bicas, assim como o Acampamento Pátria Livre, do MST, ambos na divisa com Brumadinho.  

Milhares de pessoas ilhadas

Já não tinha como passar  pela ponte do rio Paraopeba, tomada pelas águas.

Milhares de pessoas ilhadas no distrito de Conceição de Itaguá (bairros Progresso e Progresso II, Grajaú, Dom Bosco, Residencial Bela Vista, Brumado, COHAB etc), em Soares, Zé Henriques, Águas Claras e Eixo Quebrado,  Assentamento Pastorinhas, Tejuco, Monte Cristo, próximos à sede de Brumadinho. E no interior: Marques, Pires, Ponte das Almorreimas, Parque da Cachoeira; Quilombos de Sapé, Rodrigues, Marinhos e Ribeirão; Cachoeira de Santa Cruz, São José do Paraopeba, Aranha, Massangano, Gomes, Piedade do Paraopeba, Melo Franco, entre outros.

Massangano, na área rural de
Brumadinho, também ficou
debaixo de água

Rede de solidariedade

Pelo aplicativo whatsapp, várias pessoas pediam ajuda para desabrigados: “Estamos precisando de alimentos, água, leite, colchão e cobertor aqui na Cachoeira da Santa Cruz, antiga Cachoeira dos Papudos. Estamos com 10 crianças, 3 idosos, uma com alzemier, diabética e um senhor cego, são 6 famílias desabrigadas em uma única casa. Total de 23 pessoas abrigadas em uma única casa.”

A RENSER – Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário -, comandada pelo bispo Dom Vicente Ferreira, foi uma das instituições que se organizou para ajudar. Forneceu informações em boletins diários, locais para doações, telefones úteis, conta corrente para contribuições em dinheiro Veja baixo como ajudar.


 10 de janeiro de 2022 – Segunda-feira

População continuou sem água


Depois de mais uma trégua das chuvas de madrugada, o rio Águas Claras baixou. A população já estava sem água nas torneiras desde o sábado, por causa de um problema na captação da COPASA, causada pelas cheias do Rio Águas Claras. Nessa segunda-feira, a COPASA ainda não tinha previsão de conserto do maquinário para regularizar a captação /distribuição de água.

As informações foram dadas ao Jornal por Luiz Fernando, o Gagarin, responsável da COPASA em Brumadinho. Segundo Luiz Fenando, faltava um componente para efetuar o conserto. Para isso, precisavam de acessar o Sistema Rio Manso. A represa fica em Conceição de Itaguá, e não havia passagem na ponte do Lavrado e nem no campo de futebol. Para chegar à represa, precisam de barco ou helicóptero. Gagarin informou que estavam tentando ajuda com barco.    

Questionado pela reportagem do Jornal de fato sobre previsão para regularização, Luiz Fernando disse que não havia precisão. A previsão anterior, de regularizar até terça-feira não valia mais.

As informações foram confirmadas por Braga, responsável regional pela COPASA. Segundo ele, a COPASA tentava, junto à prefeitura, um barco para acessar a peça necessária.

Enquanto a COPASA não resolvia, a solução foi apostar na solidariedade. Empresas e instituições doando água mineral. Muita gente economizando. Coleta água da chuva que podia ser usada em alguns casos.

“O Lar dos Idosos Padre Vicente Assunção de Brumadinho está sendo muito afetado pela falta de água em nosso município, estamos precisando de água potável para lavar vasilhas, hidratar nossos idosos e para preparar as refeições, os banhos estão sendo realizados com águas da chuva, precisamos do máximo de apoio que conseguirmos”, informava numa rede social uma dirigente.

11 de janeiro de 2022 – Terça-feira

População continuou sem água e sem previsão de regularização


Até o dia 11 de manhã a COPASA ainda não tinha resolvido o problema da captação e a população seguia sem água nas torneiras e sem previsão de regularização.  

As informações foram dadas à reportagem do Jornal de fato às 9H36 por Alexandre Costa, engenheiro de captação da COPASA. Segundo Costa, “as equipes conseguiram transportar o material necessário mas o nível do Rio Águas Claras voltou a subir”. Ainda segundo o engenheiro, “a equipe está de pés e mãos atados”. De acordo com suas informações, a montagem era demorada, depois precisavam conferir se funcionou, testar etc e temiam montar, o nível do rio subir mais e perderem a aparelhagem, ficarem sem as peças.

Por outro lado, o rio Paraopeba continuava subindo. O momento era de precaução e paciência. “O volume de chuva esperado para hoje, terça-feira (11/01), é extremamente alto durante o dia, sendo que à noite tende a diminuir e estabilizar-se”, informava em texto nas redes socais a jornalista Kenia Tinôco.

O supermercado BH estava isolado no canto do Rio, o Fonseca debaixo de água e, no Luna, já faltavam muitas mercadorias.

Desabastecimento no Superluna







12 de janeiro de 2022 – Quarta-feira

A água voltou!

Mas não para todo mundo!

A COPASA terminou os trabalhos para regularizar a captação /distribuição de água em Brumadinho. A água voltou a cair nas caixas no dia 12/1, às 5H45 (bairro de Lourdes). No entanto, até às 8H55 outros locais, como São Conrado e Grajaú ainda não tinham recebido água.

Deslizamento de terra no bairro São Conrado

A lição que ficou

O episódio da falta de água em Brumadinho deixou algumas lições valiosas. A primeira delas é a constatação da incompetência e descaso com a população pelo governador Zema (NOVO) e prefeito Nenen da ASA (PV): a COPASA gastou em torno de um dia inteiro para transportar um componente do Brumado (Sistema Rio Manso) para a sede do Município, em torno de 5 km! Isso porque a COPASA  não possui um barco ou um helicóptero à sua disposição. A COPASA tem valor de mercado de R$ 1,5 (um bilhão e meio) e teve faturamento líquido em 2020 de em torno de R$ 1 bilhão, aumento de 66% em relação ao ano anterior.   

Já a administração de Nenen da ASA (PV), a mesma que gastou mais de um milhão de reais na Vila de Papai Noel, não teve competência e/ou boa vontade para conseguir rapidamente um barco para o transporte. Numa cidade que vive de enchentes, o prefeito gasta mais de 1 milhão numa Vila de Papai Noel mas não é capaz de ter um barco para um momento desses, ficando dependendo da boa vontade de algum dono de embarcação. O prefeito estava tão sumido dos problemas da população até segunda-feira à noite que virou motivo de chacota nas redes socais onde rolaram montagem de memes como “Onde está Nenen da ASA?” (“Onde está Wally?”) e “Procurando Nenen da ASA” (“Procurando Nemo”).


Água da chuva

Sem água em casa e até nos supermercados, a população se virou como pôde. Uma das saídas foi usar água da chuva mesmo, para lavar louças, por exemplo. E até para tomar banho.  

Não faltou também ajuda de instituições. A Ingá, empresa de água mineral com sede no Município, por exemplo, doou milhares de garrafas, o que ajudou a muita gente, especialmente os mais isolados e desabrigados.

Águas baixam e trazem esperança

A madrugada desse dia 12 foi sem chuvas em todo o município, desde a noite anterior, conforme apurou a reportagem do jornal de fato.  As águas começaram a baixar. Algumas pessoas, como da rua Amianto já começaram a pensar na limpeza das casas. A ponte sobre o Rio Paraopeba também já dava passagem e tirava o Canto do Rio do isolamento. Mas ainda não havia saídas para BH. “Funil ainda não [dá para passar]”, informava num grupo de whatsapp um internauta, às 7H56. “Muito barranco desmoronou,  além do rio que está bem alto”, completava ele.

À noite voltou a chover forte mas por pouco tempo.

13 de janeiro de 2022 – Quinta-feira

Falta água para todos - Canto do Rio, São Conrado e outros bairros no seco

O Canto do Rio no dia 9 de janeiro

Foi o primeiro dia sem nenhuma chuva.

A água da COPASA voltou às caixas no dia de ontem, 12/1. No entanto, vários bairros só conseguiram ter acesso a ela no fim da noite e alguns bairros nem isso. Nesse dia 13 pelo menos quatro bairros estavam sem água, o bairro São Conrado; e Santa Cruz e Santo Antônio (Canto do Rio), o São Judas Tadeu, no distrito de Conceição de Itaguá. Assim, as pessoas ficavam impedidas de fazer a limpeza de suas casas e lojas.

Como vários bairros ficaram sem água no dia anterior, a COPASA fazia um tipo de revezamento para atender a todos minimamente. No caso do São Conrado e Canto do Rio ainda havia problemas de vazamento.  

“Esses bairros receberam água ontem. Agora, só devem voltar a receber no fim do dia, depois das 17 horas”, explicava Luiz Fernando à reportagem do Jornal de fato

Vergonha

Havia, com certeza, um esforço dos trabalhadores da COPASA para resolver os problemas de abastecimento. No entanto, a postura da direção da COPASA é vergonhosa e criminosa. A COPASA teve faturamento líquido em 2020 de em torno de R$ 1 bilhão. Mesmo assim, a empresa não investe em tecnologia que daria conta dos problemas como os de Brumadinho. O lucro de 1 bilhão foi dividido entre os acionistas. O governo mineiro, apesar de ainda ter controle da “estatal”- 50,04% das ações -, já privatizou metade da COPASA.

Lama e ausência da Prefeitura em excesso

Nesse dia 13, a população lutava para limpar a lama tóxica da mineradora VALE.

Já a administração de Nenen da ASA (PV) não tem nenhum planejamento que minimize os problemas da população. Nenen da ASA gastou mais de um milhão de reais na Vila de Papai Noel. Naquela época, todo mundo já previa enchente. Por que esse dinheiro não foi gasto, por exemplo, em material de limpeza e EPI’s para ajudar a população agora? Por que não cobrou da COPASA – que fatura milhões em Brumadinho – um sistema de captação mais decente para enfrentar a enchente? Por que esse dinheiro não foi guardado para ajudar as pessoas que estão perdendo tudo agora? Ou essa Administração incompetente, com todas as informações de que hoje se dispõe, não sabia que poderia acontecer novamente uma enchente?

Agora, a população tem que se virar sozinha. E nem água tem!  

Acesso a BH


Pela manhã, a população ainda não tinha acesso a BH pela principal via, a MG 040. Ainda havia barreiras caídas e muita água na região de Funil, impedindo a passagem. A saída era passar pelo Tejuco, saindo em Sarzedo; ou por Casa Branca, mas via Tejuco.

Por volta das 16H15 já dava para passar pela MG 040. Porém, no meio do dia, um poste caíra na ponte sobre o rio Paraopeba e ela foi interditada.

Auxílio Emergencial: serão antecipadas 2 (duas) e não 1  parcela


A mobilização de atingidas e atingidos na Bacia do Paraopeba garantiu o direito de adiantar duas parcelas do PTR - Programa de Transferência de Renda - para aproximadamente 100 mil pessoas vítimas do transbordamento do rio e das enchentes causadas pelas fortes chuvas nas comunidades da região. Além disso, novas pessoas
serão incluídas no PTR).

A FGV informou que faria o pagamento antecipado de 2 parcelas do PTR na segunda-feira, dia 17, nas contas cadastradas.

A notícia da noite anterior era de que seria apenas uma parcela. As informações são da AEDAS, Assessoria Técnica Independente.

14 de janeiro de 2022 – Sexta-feira

Parou de chover mas os problemas continuam

Casa na Rua República da Argentina, no bairro Santo
(no Canto do Rio) depois da enchente 

Sextou! O dia amanheceu com neblina, sinal de que seria de muito sol. Dia de limpar casas, lojas, ruas. A ponte sobre o rio Paraopeba ainda permanecia interditada.  

Agora, a prefeitura de Brumadinho, uma das mais ricas de Minas Gerais, precisa instituir um programa de ajuda às famílias. Muitas famílias perderam tudo: moveis, camas, roupas, alimentos e, até, a esperança. A hora não é de gastar 1 milhão em vilas de papai noel, mas de investir me nossa sofrida população. 

As lições que ficam

“De tudo isso que estamos vivendo, devemos extrair a lição de que isso não é um castigo da natureza, como muitos supõem, mas uma consequência lógica de nossa interferência nela. O assoreamento dos nossos rios tem a ver cada vez mais com a crescente impermeabilização do solo e rareamento de vegetação provocadas pelas atividades das mineradoras, pelas pastagens para criação de gado, pelos crescentes desmatamentos e pela maneira como fazemos uso e ocupação do solo através da crescente e rápida urbanização do município em que as casas, o asfalto ou o calçamento impedem que a água se infiltre no solo”, escreveu Valdir de Castro de Oliveira.

Fica também a lição de que é necessário que as cidades tenham administrações capazes de enxergar um palmo além do dia-a-dia. Que sejam capazes, e, principalmente, tenham vontade política, de planejar os municípios para momentos como esse.

A mesma casa no Canto do Rio

Edição 249 – Dezembro 2021




Mineradora Tejucana derrama lama pelo Córrego do Barro

No dia dez de janeiro, e dia seguinte, pela manhã, moradores de Montecristo vivenciaram uma situação de calamidade: com as fortes chuvas e o descumprimento de regras ambientais pela Mineradora Tejucana, uma torrente de água e lama desceu pelo leito do córrego que corta a comunidade.

A lama assoreou o leito do córrego e cobriu as terras às margens. Houve vários danos às propriedades, derrubada de muros, trincas em construções e queda parcial de um galpão.

A passagem da água foi obstruída pelo lamaçal na ponte sobre o córrego e o resultado foi que água e lama passaram a fluir por dentro do lote de um morador, vindo a atingir sua residência de forma dramática e assustadora. A família viveu momentos de pânico e desespero, tendo que sair da casa em meio à chuva.

Amizade e claro conflito de interesses

Os donos da mineradora possuem relação de amizade e de negócios com familiares do prefeito Neném da ASA: eles compartilham a sociedade em algumas empresas. Precisamente este entrelaçamento de interesses e negócios, tendo a administração municipal a competência delegada pelo estado de proceder à fiscalização ambiental, é objeto da desconfiança dos moradores de Montecristo.  Caberá a subalternos do prefeito proceder à fiscalização de sócios e amigos de seus familiares, um claro conflito de interesses!

 

Edição 249 – Dezembro 2021



Dique da barragem da mineradora Vallourec rompe e mostra descaso da mineração com a população

Dique de barragem da mineradora Vallourec rompeu e inundou trecho da BR-040, BH-RJ, em Nova Lima (MG) no dia 8/1. O evento paralisou a BR, parou a viagem de milhares de pessoas e causou a morte de uma família de 5 pessoas que tentaram um desvio passando pelo Topo do Mundo, em Brumadinho, na região do condomínio Retiro do Chalé.

Após a desgraça, por determinação da Agência Nacional de Mineração (ANM), a barragem passou para o nível 3 de emergência no dia seguinte. Esse é o nível mais alto de risco e indica a possibilidade de rompimento da barragem. O trecho da MG 040 foi liberado somente no dia 10.

Após transbordamento, associações pedem bloqueio de bens e contas de empresa

Associação Nacional dos Atingidos por Barragens (Anab) e a Associação dos Atingidos por Barragens do Leste de Minas Gerais (Aba-Leste) pediram à Justiça Estadual de Minas Gerais no dia 10/1, uma liminar para bloqueio de bens e contas da Vallourec.

Em outro processo, a Justiça Estadual determinou no sábado, 8, à noite, a suspensão das atividades da mina. Essa medida vigorará até que a empresa apresente documentos que comprovem sua estabilidade. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Advocacia-Geral do Estado de Minas Gerais (AGE) também pediram o bloqueio de R$ 1 bilhão e multa diária para a compensação de danos socioeconômicos e socioambientais.

 

Edição 249 – Dezembro 2021

Nenen da ASA quer expulsar feirantes

Que a prefeitura não ajuda os feirantes, todo mundo sabe. Mas também não precisa atrapalhar! Diz o ditado popular que “muito ajuda quem não atrapalha.” Os feirantes que trabalham na Av. do Bananal (Vigilato Braga), correm o risco de serem expulsos pela administração de Nenen da ASA (PV). Querem tirar os poucos feirantes da Avenida e mandá-los para outro lugar. Longe de onde a população transita.   

Importância da Av. do Bananal

Os feirantes vendem seus produtos (verduras, legumes etc da Agricultura Familiar; guloseimas, artesanato etc) em um local importante: é por ali que as pessoas transitam, para irem aos bancos, farmácias, supermercados, floriculturas, lojas de telefonia etc, ou seja, local por onde as pessoas precisam passar. E, ao passar, podem comprar produtos frescos, de qualidade, mais baratos. A mineração mata! Os pequenos negócios familiares não matam! A administração deveria colaborar, porque a feirinha gera trabalho e renda e ainda ajuda a população. No entanto, a administração quer expulsá-los dali.

Contradição

A mesma administração que quer expulsar os feirantes é a mesma que permite outros tipos de comércio na região. Enquanto a ferinha funciona na calçada ou áreas particulares, há comércios funcionando na rua, atrapalhando o trânsito, ocupando vagas de estacionamento numa área onde fica cada vez mais difícil estacionar. Inclusive de pessoas de outra cidade. É claro que a Prefeitura deve deixar esse pessoal lá, eles precisam ganhar a vida. Mas tem que deixar também os feirantes.       

 

Edição 249 – Dezembro 2021

Vila do Papai Noel custa mais de 1 milhão aos cofres municipais e é fechada antes da hora

Além do absurdo do valor, com cheiro de superfaturamento, prefeito patrocina aglomeração quando a COVID ainda não acabou


A Prefeitura de Brumadinho publicou o extrato do contrato n° 135/2021, sobre o aluguel da estrutura que vai abrigar a Vila do Papai Noel. O valor do contrato é de 1 milhão e 50 mil reais, para o período que seria de 10 a 25 de dezembro. Seriam apenas 16 dias de exposição. Isso significa que, por dia, os brumadinenses pagaram quase 66 mil reais para manter a casa do Papai Noel.

Um levantamento feito com especialistas na área de engenharia, aponta que, com esse dinheiro gasto na vila do Papai Noel, a prefeitura poderia construir pelo menos 17 casas populares, ao custo médio de aproximadamente R$ 62.000,00 cada residência, valores de acordo com a tabela do Sindicato da Indústria da Construção Civil, isso levando em consideração a mão de obra e os materiais. O custo médio da construção popular, o chamado padrão social, gira em torno de R$ 1.258,29 o metro quadrado.

Segundo o extrato do documento, além da estrutura, a Vila teria um caminhão do Noel e apresentação teatral. A empresa responsável pela montagem e ornamentação é a Mais Serviços e Locações Ltda.

Visitação interrompida: dinheiro jogado fora ou será devolvido?

Quem foi visitar a casa de Papai Noel no dia 24 ou 25, Natal, deu com os burricos n’àgua: tudo fechado! É que no dia 21 de dezembro, o mesmo prefeito que pagou mais de 1 milhão pela Casa, que funcionaria até o dia 25, fechou a casa.  E, o mais “interessante”: um dia depois de publicar o Decreto Municipal n° 224, “que proíbe qualquer tipo de evento público ou privado, até o dia 15 de fevereiro de 2022”, a própria Prefeitura realizou um evento natalino, na noite de ontem 22, na Vila do Papai Noel, com centenas de pessoas, entre elas, crianças que ainda não foram vacinadas. Quem vai respeitar um prefeito que não cumpre nem as suas próprias determinações? Provavelmente, apenas os que lucram com a prefeitura, muitos que recebem salários sem trabalhar adequadamente, como acontece na Secretaria de Saúde, para citar só uma secretaria.

“Eu sou uma pessoa que gosta demais do Nenen... mas, gente, eu estou sem entender como é que funciona o sistema público!  Meu Deus do céu, o negócio [Vila do papel Noel] ia até domingo, dia 26. E hoje, quinta-feira, faltando 4 dias para terminar, baixou um decreto (...) eu fico sem entender, tudo foi feito quando essa ômicron já estava chegando aí. Não tinha COVID quando começou essa bota de negócio, não? Aí vai lá, gasta o dinheiro, e de repente baixa um decreto. Sinceramente, dá até para pensar que tem trem errado nesse trem mesmo. É tentar me fazer de otária! Tem umas coisas que me indigna. Estou indignada! Dizer que é prevenção contra a COVID/ Agora passou dos limites. Ah, vai pra pqp! Esse dinheiro foi pago. Vai devolver? É isso que eu quero saber!”. O desabado circulou em um grupo de whatsapp de Brumadinho.  

A publicação do Decreto ocorreu na última terça-feira, 21, data em que entrou em vigor. No documento, a prefeitura suspende em especial as festividades e comemoração de fim de ano em todo o território do município, inclusive réveillon.

A justificativa para a vedação dos eventos é o aparecimento da nova variante da covid-19, Ômicron, constatada pela Organização Mundial da Saúde, em vários países e com casos já confirmados em Belo Horizonte. Mas a nova variante já havia aparecido antes. Por que, então, o prefeito Nenen  da ASA gastou mais de 1 milhão? Quem são os verdadeiros donos da empresa “vencedora” da licitação? O dinheiro referente aos dias em que a “Vila” não funcionou será devolvido aos brumadinenses? Se não vai,. Irá pra o bolso de quem?    

Superfaturamento

Em 2020,  a Prefeitura gastou pouco mais de 600 mil na estrutura de Papai Noel. Neste ano, R$ 1.050.000,00 (um milhão e cinquenta mil reais). O valor, pelo que foi apresentado, parece ser superfaturado. Provavelmente quem faria o mesmo se estivesse no lugar do prefeito, vai defender e dizer que não. Quem é desonesto defende o desonesto, se espelha nele. O Jornal de fato conversou com algumas pessoas ligadas à promoção de eventos culturais para saber suas opiniões. Segundo eles, o valor aponta realmente para superfaturamento. “Essa verba é um absurdo, não existe isto, Um evento com muito mais, com programação cultural muito maior, com muito mais investimentos do que estás endo proposto para Brumadinho custa 350 mil reais”, disse uma das pessoas consultadas pelo Jornal, citando eventos de duas cidades. Tiradentes e Carandaí. “Trezentos e cinquenta por mês inteiro, com banda, com palhaços, com teatro, papai noel, iluminação,  palco, com som, com tudo. Com mais de 1 milhão daria para fazer três eventos natalinos”, completou. “A proposta não especifica nada, que tipo de apresentação, quantas, se ia ter shows etc”, finalizou.       

 

Edição 249 – Dezembro 2021

Barragem da Vallourec (Santa Bárbara) – Piedade do Paraopeba

Estudo conclui que barragem pode romper

Rompimento pode significar a morte de 400 pessoas da localidade

Igreja de mais de 300 anos pode ser varrida pela
lama da Vallourec

Recentemente a mineradora Vallourec noticiou que  sua barragem em Piedade do Paraopeba “retornou ao nível zero de criticidade”. Seguindo a mineradora, “isso atesta a estabilidade da barragem”. Mas há um problema: mineradoras mentem descaradamente! Como fez a VALE, que mentiu sobre as condições da barragem B1, e matou quase 300 pessoas. 

Estudo elaborado por Frederico Augusto Alves Gonçalves diz outra coisa sobre a barragem da Vallourec. O estudo conclui que “é urgente a adoção de ações para o imediato descomissionamento da barragem de rejeitos Santa Bárbara”. Frederico Augusto Alves Gonçalves é Geógrafo, Mestre e doutorando em geografia e análise ambiental do Instituto de Geociências da UFMG.

O rompimento da barragem pode significar a morte de em torno 400 moradores e pessoas que transitam em Piedade do Paraopeba. Dentre essas, dezenas e dezenas de crianças que estudam na Escola Municipal Padre Xisto, que fica bem debaixo da mina.

O estudo foi concluído em agosto deste ano. Apesar disso, nem o Prefeito Nenen da ASA (PV), nem o Ministério Público ou outras autoridades tomaram as medidas para que fosse iniciada a descaracterização da barragem de rejeitos. No Córrego do Feijão, a barragem B1, da VALE, ao romper, matou quase 300 pessoas, e provocou destruição por onde a lama de rejeitos passou em toda a bacia do Rio Paraopeba.

descaracterização consiste em esvaziar as áreas que armazenam rejeitos, encerrando o uso da barragem e reincorporando a estrutura ao relevo e ao meio ambiente. A Lei 23.291/2019 foi aprovada um mês após os crimes da VALE em Brumadinho, quando o rompimento de uma barragem da Vale matou 273 pessoas, em janeiro de 2019.

Risco de vida

O estudo, logo de início, afirma de forma taxativa:

“As pessoas que vivem e transitam pela comunidade de Piedade do Paraopeba (Brumadinho, Minas Gerais) estão em risco de vida. Esse risco é devido à presença da barragem de rejeitos Santa Bárbara, sob responsabilidade da empresa Vallourec Mineração.  A implementação de ações imediatas para a interrupção das atividades da barragem é a solução para que as vidas das pessoas sejam preservadas.”

Mentiras da mineração

Durante o estudo,  Gonçalves teve muita dificuldade em encontrar as informações, como se a mineradora estivesse escondendo dados para que a população não pudesse perceber o risco de vida que corre. Ao aprofundar os estudos, o geógrafo percebeu que a empresa registra informações incorretas para, ao que parece, esconder o risco de vida da ´população.

Um exemplo disso são as informações sobre os objetivos da barragem. Enquanto a Vallourec informa que  “a finalidade é a contenção de sedimentos de drenagem pluvial”, e que o volume se encontra em mais de 711 mil metros cúbicos, o Sistema Nacional  de Informações sobre Segurança de Barragens - SNISB – declara que a finalidade é “contenção de rejeitos de mineração” e que a capacidade é menos, 690.000 m³ (páginas 2 e 3 do estudo). Ou seja, a barragem já ultrapassou sua capacidade e pode se romper a qualquer momento se não for descaracterizada.

Assim como a VALE, Vallourec sabe que a barragem pode se romper e matar

A mineradora VALE sabia que a barragem B1 poderia se romper e matar mais de uma centena de pessoas: ela estimava 150 pessoas. A Vallourec também, sabe. Segundo o Sistema de Gestão de Segurança de Barragem de Mineração - SIGBM –, órgão da Agência Nacional de mineração – ANM -, o reservatório possui “Volume de projeto licenciado de 938.159,53m³”. Segundo o estudo, “esse valor é cerca de 30% superior ao valor do volume considerado em um dos cenários de ruptura considerado no estudo realizado por empresa contratada pela Mineração Vallourec”.  

Ainda segundo o SIGBN, existem estruturas “com problemas identificados, com redução de capacidade vertente e sem medidas corretivas”.

Estudo de 2018, contratado pela própria empresa, atesta que  “verifica-se a possibilidade de funcionamento hidráulico da galeria de fundo como conduto forçado”, etc etc, concluindo que “podendo resultar em ruptura da galeria e desencadear  um processo de ruptura do maciço.”

“O Reconhecimento deste contexto por parte do empreendedor evidencia o fato de que há um risco iminente de ruptura da barragem e contradiz (...) a informação da Vallourec de que ‘a barragem Santa Bárbara não apresenta riscos para a população’”.   

Estudo conclui pela necessidade do descomissionamento para não acontecer outra desgraça em Brumadinho

Gonçalves conclui seu estudo afirmando que “as análises realizadas permitem concluir que as informações apresentadas pelo empreendedor sobre os reais riscos às vidas de pessoas que vivem e transitam na comunidade de Piedade do Paraopeba não são confiáveis.” Já no ano de 2018 o empreendedor reconhecia o risco da barragem romper, mas, ainda assim, “a estrutura possuía sua estabilidade atestada”, o que foi contestado em 2021.

Ainda segundo as “Conclusões”, “Existem evidências que apontam para a possibilidade das obras iniciadas no mês de junho de 2021 serem, na realidade, o início de um processo relacionado ao projeto de alteamento da barragem” e não obras para salvaguardar a população.”

“Considerando  as análises realizadas conclui-se que é urgente a adoção de ações para o imediato descomissionamento da barragem de rejeitos Santa Bárbara” - ou a descaracterização -, são as últimas palavras do estudo técnico.

 

Edição 249 – Dezembro 2021

Poucas e Boas

“1 milhão e 50 mil reais para “enfeite de natal”? Não é possivel que estou lendo certo…

Imaginem este montante investido no que realmente precisamos, infraestrutra, políticas públicas de assistência social, investimento em emprego e renda para sair da minero dependência , preservação de nascentes….

Sinceramente, é de se pensar é muito o quanto temos que participar da vida política municipal e incidir sobre orçamentos …”

Uma internauta no whatsapp, sobre a “Vila de Papai Noel”< em que o prefeito Nenen da ASA (PV) gastou R$ 1.050.000,00 (um milhão e cinquenta mil, que era parar durar até dia 26 e ele decretou que só duraria até 21/12.

 

“Triste , esse comunicado, estamos de cabeça virada, pobre prefeito, não respeita os sentimentos natalinos.”

Outro internauta, sobre o mesmo assunto da Vila de 1 milhão

 

“Lavagem [de dinheiro]?”

Outra internauta, sobre a mesma Vila de 1 milhão

 

“Na certa.”

Resposta à pergunta anterior no mesmo grupo de whatsapp

 

“E parece que o tal PAPAI NOEL, está super faturado. Brumadinho neste momento não tem jeito.”

Outra internauta, sobre a mesma Vila de 1 milhão e 50 mil reais

 

Edição 249 – Dezembro 2021

COVID em Brumadinho

Casos de contaminação aumentam assustadoramente

Nas últimas semanas, os casos de COVID-19 decorrentes da variante ômicron aumentaram assustadoramente no mundo todo. A agência de notícias EFE indica que a curva de infecções continua em ascensão, sendo que o máximo registrado quase que triplica o anterior valor de abril de 2021, de 900 mil casos, quando a variante Delta ainda era a dominante no mundo.

Em Brumadinho não é diferente.  Brumadinho iniciou o mês de dezembro com 91 mortos, 85 casos confirmados e 76 em investigação. No dia 13/12 aconteceu mais uma morte.

Já no dia 13/1, um mês depois, a situação piorou muito. Nesse dia os casos confirmados tinham mais do que duplicado, chegando a 212 e havia 494 casos em investigação, um aumento de 550%.

Enquanto isso, muita gente relaxou com o uso de máscaras e os outros cuidados, como se a pandemia tivesse acabado. É sempre bom lembrar que, embora morram menos pessoas por causa da vacinação, a contaminação sempre pode deixar sequelas importantes nas pessoas.  

 

Edição 249 – Dezembro 2021

Social:

Nossos parabéns bem grandão para nosso novo advogado Lucas Marques Kennedy Silva.


“Finalmente a formatura chegou e você está pronto para colher os frutos de todas as belas sementes que plantou. Acompanhei de perto todo o seu esforço e toda a sua sede por conhecimento. Sei que agora a vida lhe reserva uma série de recompensas. O mundo é seu, meu filho, pode pegar!”, disse o pai, Ronnie Kennedy, cheio de orgulho.

O garoto acaba de se formar em direito e passou logo na prova da OAB. Parabéns, Lucas! E que, na sua vida profissional, você possa defender os mais pobres e excluídos da sociedade e ajudar a construir “Outro Mundo Possível”.

 

Parabéns também para Anna Olivia Kennedy

, que completou 16 anos no último 28 de dezembro. Vida longa e cheia de amor ao próximo, com muita empatia e solidariedade pra você, Anna.

 

Edição 249 – Dezembro 2021

A pergunta que não quer calar

A Vila (aparentemente superfaturada) de Papai Noel ia durar até o da 26 de dezembro mas foi fechada no dia 22. A empresa, que levou mais de 1 milhão de reais, vai devolver o dinheiro dos brumadinenses ou vai levar de graça?

 

Edição 249 – Dezembro 2021

“Brisa no Rosto” para cadeirantes

Projeto é patrocinado pela RENSER


Dinheiro arrecadado pela RENSER – Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário – junto aos fieis permitiu o patrocínio de vinte e nove projetos de coletivos e entidades sociais da bacia do Paraopeba. Um desses projetos foi o “Brisa no Rosto”, coordenado por Maria dos Anjos.

Segundo dos Anjos, “o projeto “Brisa no Rosto” visa oferecer melhor integração desportiva, social e bem estar à pessoa com deficiência, através da doação de triciclos especiais Handbyk, que são conduzidos e movimentados com as mãos”.

“A prática desportiva tem se destacado nas Olimpíadas porque promovem um auxílio na circulação sanguínea, liberação de hormônios do bem e eliminação dos radicais livres, trazendo benéficos ao praticante”, completa ela.

O projeto está em andamento. No momento já foram atendidos três pessoas ,uma criança e dois adultos: David Jerri Lopes da Silva (36 anos), Washington Santos Moura (41 anos) e Kaique Augusto de Alcântara Souza (13 anos).

A RENSER é comandada pelo bispo Dom Vicente Ferreira, que tem feito um belíssimo trabalho na região, pautado na opção preferencial pelos pobres, como definido em Puebla, 1968 (neste ano a Igreja Católica realizou a Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, em Medellín, na Colômbia, definindo por estar especialmente ao lado dos pobres, a exemplo de Jesus Cristo).

 

Edição 249 – Dezembro 2021

PT aprova projeto de lei para revogar aumento da Taxa de Esgoto

O PT – Partido dos Trabalhadores - apresentou um projeto de lei para obrigar a COPASA a voltar atrás no aumento da Taxa de Esgoto.  A COPASA, que não trata o esgoto de Brumadinho, aumentou absurdamente o valor da Taxa de Esgoto de 50 para 74% do valor da água. Diante disso, o PT, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais – ALMG – apresentou o projeto. A proposta já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, deve passar por outras comissões e ir à Plenário.

“É o PT sendo PT”, comentou Reinaldo Fernandes, Presidente do Partido em Brumadinho. “Nosso Partido tem essa preocupação com a população. Tem gente que diz que nós gostamos de pobreza. Não! Nós queremos acabar com a pobreza! Num momento de inflação altíssima, gás de cozinha a 120 reais, luz que sobe quase todo mês e gasolina já a 8 reais, não tem cabimento mais esse aumento”, completou o petista.


Galeria

A enchente em Brumadinho pelas lentes de
Reinaldo Fernandes (Jornal de fato)  9.1.22


9.1.22 - Domingo


9.1.22 - Domingo


9.1.22 - Domingo


9.1.22 - Domingo


9.1.22 - Domingo


9.1.22 - Domingo - Lavrado 


9.1.22 - Domingo - Rela 


10.1.22 - Segunda-feira


10.1.22 - Segunda-feira


11.1.22 - Terça-feira


A COHAB no dia 9.1.22




9.1.22 - De manhã - Sábado - In´cio da enchente - Rela


12.1.22 - Terça-feira


9.1.22 - Domingo


9.1.22 - Domingo


14.1.22 - Sexta-feira, segundo dia da limpeza


14.1.22 - Sexta-feira, segundo dia da limpeza


14.1.22 - Sexta-feira, segundo dia da limpeza




   

 

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