Edição 134-Fevereiro/2012
Editorial
Dia
Internacional da Mulher: PARABÉNS, mulheres brumadinenses!
“A participação
feminina cresceu 2,2 pontos nas empresas (de 11,5 para 13,7%). Em 2001, o
avanço foi de 7,7 pontos”, informa a Mátria, 8/3/11, revista da CNTE – CUT. Já
é possível ver mulher no comando da PM, pilotando Boeing de grandes companhias
áreas e até estacionando navios. Se no governo Collor de Melo havia uma
ministra, Lula empossou 5, e, agora, Dilma Rousseff (PT) já conta com 11, além de mulheres em inúmeros outros
cargos importantes do Governo, como na presidência da Petrobrás. Além de Dilma,
a América Latina também tem avançado na participação política das mulheres,
elegendo-as para a Presidência da República de seus países como Isabel Perón e
Cristina Fernandez Kirchner, na Argentina; Michelle Bachelet, no Chile; Laura
Chinchilla (atual presidenta da Costa
Rica).
Em Brumadinho já
podemos ver trocadoras em ônibus da Saritur, gerentes femininas no Superluna,
motorista feminina em ônibus escolar, mulheres ensinando em autoescola, duas
secretárias municipais de governo, duas vereadoras. São ocupações
historicamente dominadas pelos homens. Enfim, o mundo passa por um fenômeno de
feminização do mercado de trabalho.
Apesar dos avanços,
motivo de comemoração neste 8 de março de 2012, a luta das mulheres ainda é
necessária e longa. A própria entrada das mulheres nas profissões masculinas é
muito mais relevante do que na década passada, mas isso ainda não se reverteu
em igualdade salarial nem na ascensão dessas mulheres. Mulheres ganham menos em
quase todas as profissões, apenas 71% dos salários dos homens.
Mas é no campo da
violência doméstica que o Brasil apresenta vergonhosos números. O país ocupa o
12º lugar no ranking dos países que
registram mais mortes violentas de mulheres. A violência contra meninas, mães,
esposas e companheiras é uma triste realidade que o país enfrenta diariamente.
A cada, pasmem!, 15 segundos, uma mulher sofre algum tipo de agressão
doméstica. “A cada 2 horas, no Brasil, uma mulher é assassinada por motivo
passional”, registra Mátria. A agressão contra a mulher é um ciclo longo, a
vitima não é morta de uma hora para a outra. Trata-se de uma terrível cultura
machista que precisa ser atacada seriamente. Tão machista, tão arrasadora que,
segundo levantamento da Delegacia de Defesa da Mulher da cidade de São Paulo,
70% das mulheres voltam a viver com o agressor. Submetidas a uma vida de
servidão e dependência financeira, além da obrigação de cuidar dos filhos, se
veem obrigadas a manter o relacionamento, apesar das agressões. Daí que não
basta a inserção no mercado de trabalho, é necessária, também, a igualdade de
oportunidades para possibilitar à mulher sua independência, inclusive,
financeira.
Ainda no campo das
agressões, se os quase 6 anos de vigência da Lei Maria da Penha é mais um
motivo para se comemorar, há de se constatar que ainda há muita impunidade. O
uso do telefone 180, que recebe denúncias, pode contribuir.
Por fim, resta clara a
necessidade de organização das mulheres do Brasil. Bom exemplo de reivindicação
é a politica de cotas. Combinada com outras políticas de gênero, a política de
cotas é significativa para o avanço da luta das mulheres, como defende Rosane
Silva, da Secretaria Nacional Da Mulher Trabalhadora, da CUT.
Em Brumadinho, estão
de PARABÉNS todas as mulheres. PARABÉNS pelo espaço que já ocupam, pelos avanços
já conquistados. E que possam, cotidianamente, se organizarem cada vez mais,
lutando por dias melhores. É o nosso desejo em mais um DIA INTERNACIONAL DA
MULHER.
Reinaldo Fernandes
Editor
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