Edição 134-Fevereiro/2012
Espaço
Poético
Trazemos nesta
edição mais 3 poesias do V Concurso de Poesias do Jornal de fato. Desta vez trazemos os trabalhos da poeta de Ribeirão das
Neves, Dirlaine Mayre; e da brumadinense Juliana Aparecida Gomes Oliveira.
Dirlaine Mayre é
graduanda do 8º período do Curso de Relações Públicas da Faculdade Anhanguera
de BH. Além de amante do cinema, adora ver desenhos animados ao lado do filho,
trabalha com recreação infantil e tem como um dos hobbies preferidos a dança.
Participou pela segunda vez do Concurso de Poesias do de fato, desta vez com o
poema “Eu me basto”.
Juliana Aparecida
Gomes Oliveira é bacharel em Direito e participou com três poesias,
“Brumadinho” (publicada na edição especial 131, dez/2011) , “Tempo” e “Língua”,
que publicamos agora.
Vamos aos poemas.
Eu
me basto!
Poeta:
Dirlaine Mayre
Nem
sei por onde começar...
Mas
de início queria entender!
Entender
o que faz uma pessoa entrar na vida de outra e simplesmente sair, sem a menor
satisfação...
Entender
que realmente a “outra” não precisa de satisfação...
E
mesmo que merecesse não obteve nem um telefonema sequer...
Entender
por que alguém consegue espontaneamente ser tão doce e gentil...
Entender
os abraços envolventes e apertados...
Entender
os calorosos beijos...
Entender
os sorrisos simultâneos...
E
entender o porquê de uma efusão de “amor tão grande”...
Pra
nada...
Seja
como for...
Fiz
valer quem sou.
Não
quis ser quem não sou, fui autêntica, fui eu o tempo todo!
Entendo-me
sempre, mas nem sempre me faço entender!
Pode
ser este um grande defeito entre minhas qualidades...
DOU-ME
DEMAIS!
Dou
os sentimentos que cultivo...
Dou
as carícias que dedico...
Dou
os beijos que tenho guardados...
Dou
a atenção despretensiosa...
Dou
o corpo que queima em desejos...
Dou
o coração rastelado...
Perdi-me,
e não sei onde estou
Não
no meu caminho
Mas
no caminho de que atravessou o meu
Entre
iniciar, entender e doar
Algo
de mim se perdeu...
Perdi
a confiança no ser humano
Por
ser o “ser” tão falso e medíocre
Perdi
a fé nas citações de Clarice Lispector
Por
achar que ela “viaja” demais.
Perdi
a vontade de ouvir Paula Fernandes
Por
achar cada nota um hino à falsidade!
Enfim
Faço
das minhas palavras meus sentimentos
E
dos meus sentimentos, minha atitudes
Que
a felicidade me espere em algum lugar
Mas
que não dependa de um ser pra se instalar
Pois
que se há necessidade de alguém para desejar ser feliz...
Já
sou,
Pois
já me tenho e isso me basta!
Língua
Poeta:
Juliana Oliveira
Palavras
são só palavras,
Mas
ela, tudo pode mudar
Bastam
alguns movimentos
E
o mundo pode desmoronar
Ele
pode agradecer,
Também
pode exaltar,
Ela
pode ferir
E
também magoar
Ela
é bem pequena,
E dentro de nós está,
Indomável,
envenena
Pode
amaldiçoar
Usada
de um jeito torto,
Faz
perder a calma,
Contamina
todo o corpo
Corrompe
a alma
Varão
perfeito,
É
aquele que de algum jeito,
Consegui-la
domar
Podendo
bater no peito
Se
conseguir domesticar
Está
dentro de todos nós
E
faz uso da voz
Para
se pronunciar
Par
ter calma, ter paz
Basta
a Língua dominar
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