Edição 134-Fevereiro/2012
Preservação da Serra da Moeda pode contar com investimento
internacional
Conjunto montanhoso poderá integrar lista mundial de
patrimônios em perigo
A
preservação da Serra da Moeda poderá contar com recursos internacionais. A
área, localizada entre os municípios de Nova Lima e Jeceaba, Região Central de
Minas, é cotada para integrar a lista de Monumentos Mundiais em Perigo da World
Monumenst Fund (WMF). No Brasil, apenas o Centro Histórico de Salvador foi
incluído na lista da entidade, que é organização privada sem fins lucrativos
dedicada à preservação da arquitetura histórica e sítios de interesse histórico
ao redor do mundo por meio de trabalho de campo, advocacia, doações, educação e
treinamento.
Uma
organização civil de Minas Gerais indicou a Serra da Moeda para integrar a
Lista. Em visita a Belo Horizonte, a diretora de programas do World Monuments
Fund (WMF) para América Latina, Espanha e Portugal, Norma Barbacci, informou
que o dossiê sobre a Serra da Moeda deixou evidentes a relevância da proteção
do conjunto montanhoso e as ameaças que o cercam. Segundo ela, é quase certa a
aprovação para ingresso da área na próxima lista de bens mundiais em perigo.
Além
de rica fauna e flora, a Serra da Moeda reúne sítios arqueológicos
pré--históricos com pinturas rupestres e cerâmicas; dezenas de grutas e
cavernas em canga de minério de ferro e ruínas históricas, como o Forte de
Brumadinho, a Fábrica de Moedas Falsas de São Caetano e a Fábrica de Ferro
Patriótica. O turismo na região conta ainda com o Clube do Voo do Topo do
Mundo. O conjunto montanhoso foi descoberto pelos bandeirantes paulistas, no
início da constituição de Minas Gerais, que lá encontraram muito ouro.
A
exploração mineral na região é a principal ameaça à Serra da Moeda. Marcos
Paulo de Souza Miranda, coordenador da Promotoria Estadual de Defesa do
Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, destaca a tentativa de
exploração, pela empresa Vale, de minério de ferro na Serra da Calçada, repleta
de cavernas, vestígios arqueológicos e área de mananciais. Outra empresa que
ameaça a Serra é a Ferrous, que trava uma luta com militantes ecológicos e
comunidades reunidas em torno da ONG “Abrace a Serra”.
"Entendemos
a importância da mineração na Serra da Moeda (...) mas não podemos admitir a
destruição de locais dotados de excepcional valor, como é o caso da Serra da
Calçada e do Pico do Engenho. É preciso encontrar um “ponto de equilíbrio” e
iremos atuar forte nesse sentido. O interesse internacional pelo problema é um
indicativo de que esse patrimônio pertence a todos os habitantes do planeta e
não pode ficar sujeito a meros interesses econômicos e políticos locais.",
destaca o promotor de Justiça William Garcia.
As informações são
do jornal HOJE EM DIA, de 18 de outubro, em matéria assinada por
Daniel Silveira.
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