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quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Edição 139-julho/2012
Ameaças sofridas pelo Editor do fato
Inquérito policial apura crime
Marca do 2º tiro dado na residência do Editor, Reinaldo Fernandes

Continua em andamento o inquérito policial aberto na Delegacia de Polícia de Brumadinho que investiga os atentados sofridos pelo editor do jornal de fato, Reinaldo Fernandes, e sua família em 16 de maio e 10 de junho deste ano. O Editor e sua família foram atacados com tiros e pedradas em sua residência. O Editor acionou diversas entidades e o atentado foi denunciado em Brumadinho, Minas e no Brasil. O Ministério Púbico Estadual, após reunião com o Editor, colheu seu depoimento e determinou ao Delegado de Polícia, Dr. Otávio Luiz de Carvalho, que o inquérito policial que investiga o atentado seja concluído em no máximo 90 dias. O caso deve será acompanhado pelo promotor Dr. William Garcia Pinto Coelho, que exerce também o cargo de Controle Externo da Polícia Civil.
No dia 10 de julho, um mês depois do último crime, Reinaldo Fernandes e sua esposa participaram de um depoimento na Delegacia de Polícia, quando os suspeitos dos atentados foram apontados, considerando ameaças sofridas anteriormente pelo Editor e pelo jornal de fato.

Solidariedade e defesa da liberdade de imprensa

“Recebemos dezenas e dezenas de telefonemas, e-mails e mensagens de solidariedade”, relatou Reinaldo Fernandes. Além das pessoas em particular, o jornal Tribuna da ASMAP tratou do assunto por duas vezes seguidas em suas páginas. Na edição de nº 75, junho de 2012, trouxe uma matéria relatando os acontecimentos, mas foi além. Em contundente editorial, o jornalista e Editor do Tribuna, Valdir de Castro Oliveira, condenou os atentados, acusando os criminosos de “despreparados”, e lembrando que eles, atentando contra o jornal de fato, ofendem “precipuamente, um dos princípios da convivência coletiva democrática que é a liberdade de imprensa como contrapeso a qualquer forma de poder absoluto.”  "Significa que quem fez isto não é apenas um fora-da-lei, mas também pessoa (ou pessoas) mentalmente despreparada para contra-argumentar ou para exercer o princípio do contraditório requerido pela sociedade democrática. Ou pessoas que tem algo a esconder que não pode ser desvelado pelas luzes da imprensa e nem da lei. Daí também que temos de considerar este atentado como um ato que ofende, precipuamente, um dos princípios da convivência coletiva democrática que é a liberdade de imprensa como contrapeso a qualquer forma de poder absoluto”, registrou o Editor do Tribuna, indo mais fundo na questão: “Ora, na sociedade democrática, o melhor contrapeso diante da tendência absolutista do poder, é a imprensa plural, como uma espécie de poder moderador. E a história política do Brasil tem mostrado de como ela tem contribuído para mostrar desmandos e malfeitos daqui e dali. E isto incomoda todo detentor de poder com tendências absolutistas ou de pessoas despreparadas para o convívio democrático ligadas ou não ao poder público ou privado."

O jornal de fato agradece

O jornal de fato agradece ao Tribuna da ASMAP pela solidariedade e posicionamento político a favor da liberdade de imprensa e de expressão. “É muito importante saber que não estamos sozinhos na defesa das liberdades fundamentais e na mais fundamental delas que o direito constitucional de pensar e de expressar nossos pensamentos”, ressalta Reinaldo Fernandes. “Valdir escreveu um texto contundente, se posicionando claramente, mostrando que a defesa da liberdade de imprensa não pode ser uma questão de oportunismo, que a gente só deve defender na hora que nos interessa”, completou.

Estranho silêncio dos demais meios de comunicação de Brumadinho

Em sua nova edição, a de nº 76, julho/2012, o jornal Tribuna da ASMAP voltou a tratar dos atentados, cobrando “que tão logo as autoridades tenham algo de concreto a respeito deste caso, que comuniquem à população tanto para tranquiliza-la quanto para resguardar a liberdade de imprensa, um dos pilares de nossa democracia que, não obstante seus defeitos, ainda é a melhor forma de governo que temos.”
Por outro lado, causa estranheza o perigoso silêncio dos demais meios de comunicação de Brumadinho. O jornal Circuito Notícias não gastou uma linha sequer no assunto. O Folha de Casa Branca, do editor Renato  Quintino, também ignorou as pedradas e os tiros que alvejaram a casa do Editor do jornal de fato. Outro veículo que se manteve perigosamente mudo foi a Rádio Regional, ex-Inter FM.
Lideranças políticas, da situação ou da chamada oposição, também mantiveram um estranho silêncio. A manifestação pública ficou reduzida praticamente ao vereador Itamar Franco.   

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