Edição 139-julho/2012
Opinião
Petulância
Por Walter Matosinhos
Em meio ao ardor do
embate político provocado pelo ambiente eleitoral, alguém soltou a detestável
pérola: “o pessoal da prefeitura está em nossas mãos”, querendo com isso dizer
que os servidores públicos não têm dignidade porque podem ser manipulados.
Há um terrível
engano. Em primeiro plano, verifica-se a absurda falta de respeito com as
pessoas e com as famílias dos servidores e, em plano outro, contata-se o
terrível dano que o poder e os seus fragmentos provocam
nas pessoas psicológicas e moralmente desestruturadas.
Há, sem dúvida, os
pusilânimes, aquelas pessoas que são facilmente cooptadas, não para servir o
povo, mas para agir como “pau mandado”, invertendo a lógica prevalente do
servidor público, que é a de prestar os seus conhecimentos e o seu valoroso
trabalho em benefício da população.
Certamente
desconhecem o importante trabalho de muitas pessoas, a maioria submetida a
concurso público honesto e outras tantas que pela especialidade de sua formação
profissional são contratadas com a mesma finalidade: atender o contribuinte com
presteza, lealdade e, acima de tudo, com eficiência. Desconhecem também o
caráter dessas pessoas, o esforço delas, pais e mães de família, jovens
esperançosos, que buscam, pelo trabalho sério, crescer na vida e se tornarem
pessoas úteis à sociedade.
Os meios de comunicação
não se ocupam da maioria dos servidores públicos, pessoas naturalmente
honestas, mas são fartos em noticiar as atividades daqueles que
levianamente mancham a reputação da categoria, enriquecendo-se
ilicitamente.
Está longe a época
em que o poder amedrontava as pessoas fazendo-as massa de manobra. Hoje,
com o incrível avanço das comunidades pelas amplas oportunidades de acesso aos
vários campos do conhecimento, as pessoas podem, com tranquilidade e sem
receios, exercer o livre arbítrio na condução de suas vidas.
Equivocam-se os que
pensam que o coronelismo está de volta. Está sepultada a época do exercício do
poder pela força, pela falta de respeito, pela descompostura, pela arrogância e
pela submissão ao
poder financeiro. Hoje, a sociedade está submetida ao império da lei e há
juízes para aplicá-la.
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