Edição 154 – Setembro/2013
Editorial
Prisão para
o Presidente da COPASA: o que você acha?
Defendo a tese de que a Justiça deveria
mandar prender o Presidente da COPASA. Alguns podem achar isso exagero,
radicalismo ou coisa parecida. Mas vejamos as razões.
Resumidamente, podemos dizer que a relação
da COPASA com o Município e sua gente, e suas autoridades, é uma relação de
inteiro desprezo. É como se a Presidência da COPASA e as chefias logo abaixo se
sentissem como reis soberanos, desses há 50 anos no poder, e que acham que
podem tratar a população como se ela fosse a plebe que só tem direito a pagar
impostos, no caso, a pagar Taxa de Esgoto e conta de água.
A COPASA assinou em 2008, com a assinatura
inclusive do então governador Aécio Neves (PSDB), um Contrato de Programa com
Brumadinho. Nesse documento, a COPASA se comprometeu a levar água tratada a
todas as localidades do Município, como Suzana, Casa Branca, Parque da
cachoeira, Tejuco, Aranha, Brumado, etc etc. Todas as localidades deveriam ter
tido acesso à agua da COPASA até, quase todas, 2011, e Brumado em 2012. E o que
aconteceu? NENHUMA dessas localidades recebeu a água tratada e farta da
empresa.
No mesmo contrato, a COPASA se comprometeu
a construir ETE’s – Estações de Tratamento de Esgoto – aqui e a tratar nosso
esgoto ao invés de lançá-lo em nossos rios. E o que aconteceu? NENHUMA ETE foi
construída. E o pior: nenhuma ETE teve ao menos sua construção iniciada. Por
outro lado, a COPASA cobra, religiosa e mensalmente, a Taxa de Esgoto da
população. Ilegal e cara!
Neste ano, e já estamos em outubro, a
COPASA não fez sequer um centímetro de obra em Brumadinho no que diz respeito
ao tratamento de esgoto.
Mas as razões para prender o Presidente da
COPASA, seu representante legal, não são apenas essas. É o jeito que ele trata,
ou melhor, que NÃO trata com o Município. A COPASA mantém com o município um relacionamento
absurdamente desrespeitoso, como se fosse aquele rei soberano acima de todos e
de tudo – inclusive dos documentos que assina -, recusando-se a dialogar e,
quando supostamente se dispõe ao diálogo, envia pessoas sem nenhum poder de
decisão. Ela simplesmente
se recusa a travar o diálogo com as autoridades de Brumadinho para reiniciar as
obras do Contrato, ou seja, de tratamento de esgoto e de fornecimento de água
para nosso interior. A COPASA não respeita prefeito, nem secretários
municipais, nem população, nem vereadores.
Reinaldo Fernandes Editor |
Para
se ter ideia de como a empresa age, em maio deste ano, um grupo de nove dos
treze vereadores enviou, ou melhor, protocolou lá em Belo Horizonte, na
Diretoria da COPASA, um documento de 7 páginas
em que eram elencados os problemas da empresa com o Município. Ao final
do documento, os vereadores exigiam a imediata presença do Presidente aqui na
cidade para discutir, “em caráter de urgência”, as questões “para que os
inúmeros problemas provocados pela empresa tenham a necessária solução.” E sabe
o que aconteceu? NADA! O Presidente simplesmente ignorou o documento, nem mesmo
um telefonema, nem mesmo uma desculpa esfarrapada foi dada aos representantes
da população.
Então,
devemos ou não devemos prender o Presidente? A COPASA está ou não está levando
ilegalmente nosso dinheiro por um tratamento de esgoto que não existe?
Talvez
a prisão do Presidente seja o que falta para que a COPASA mude sua postura,
respeite as leis e os contratos que assina. Quem sabe, se for preso, mesmo que
por uns poucos meses, o Presidente não teria uma oportunidade de refletir sobre
a relação da empresa com o Município?
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