Edição 154 – Setembro/2013
Pesquisa de
qualidade de vida insere Brumadinho no contexto mundial
Qualidade de vida
é um conceito amplo que inclui a percepção subjetiva do indivíduo sobre seu
bem-estar através de todos os domínios da vida, incluindo àqueles relacionados
à saúde física e emocional, assim como o contexto social. Este conceito foi
criado pelo economista J.K. Galbraith, em 1958, que veicula uma visão diferente
das prioridades e efeitos dos objetivos econômicos de tipo quantitativo. De
acordo com este conceito, as metas político-econômicas e sociais não deveriam
ser perspectivadas tanto em termos de crescimento econômico quantitativo e de
crescimento material do nível de vida, mas sim de melhoria em termos
qualitativos das condições de vida dos homens. Isso só seria possível através
de melhor desenvolvimento de infraestrutura social, ligado à supressão das
disparidades, tanto regionais como sociais, à defesa e conservação do meio
ambiente, entre outros.
Para garantir boa
qualidade de vida, devem-se ter hábitos saudáveis, cuidar bem do corpo, ter uma
alimentação equilibrada, relacionamentos saudáveis, ter tempo para lazer e
vários outros hábitos que façam o indivíduo se sentir bem, que tragam boas
consequências, como usar o humor para lidar com situações de stress, definir
objetivos de vida que fazem com que a pessoa sinta que tem controle sobre sua
própria vida.
Os pesquisadores na foto: Dra Isabela Almeida
Pordeus, Dra Andréa Antônia Costa, Dr Saul Martins Paiva, Dra Júnia Maria Cheib Serra-Negra |
Brumadinho
Foi nesse
contexto que Brumadinho tornou-se palco de uma pesquisa que teve como objetivo
avaliar se as condições bucais como má oclusão (dentes fora do alinhamento,
tortos) e/ou o uso de aparelhos ortodônticos prejudicassem a qualidade de
vida de adolescentes. Umas das profissionais envolvidas na pesquisa foi a Dra
Andréa Antônia Costa. Cirurgiã-dentista graduada pela UFMG, mestre e doutoranda
em Odontologia pelo Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da Faculdade
de Odontologia da UFMG, com extensão em disciplinas pela USP, Dra. Andréa atua
como dentista na empresa Clisil Odontológica em Brumadinho.
A partir de uma
parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais e as Secretarias Estadual
e a Municipal de Educação de Brumadinho, foi realizada pesquisa entre
adolescentes de 11 a 14 anos que estivessem estudando em escolas públicas e
particulares do Município.
A amostra constou
de 728 adolescentes de ambos os sexos, em sua maioria de escolas públicas e
observou-se que a má oclusão interferiu negativamente na qualidade de vida dos
adolescentes principalmente no seu bem estar emocional (ficou irritado, com
vergonha de falar, etc). O uso do aparelho ortodôntico interferiu negativamente
nas limitações funcionais (dificuldade em morder, comer ou dizer alguma
palavra, etc), no bem estar emocional e no bem estar social (evitou dar risada,
chamaram por apelido, etc).
Dra Andréa
Antônia Costa, juntamente com outros pesquisadores da UFMG, Dra Júnia Maria
Cheib Serra-Negra, Dra Isabela Almeida Pordeus e Dr Saul Martins Paiva, já
registraram os resultados em revistas científicas nacionais e internacionais e
em congressos no Brasil, Europa e EUA. A pesquisa acaba de receber uma
premiação com menção honrosa em uma apresentação oral, na 30ª Reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO) no Estado de SP,
concorrendo com pesquisadores de todo Brasil.
Apresentação que resultou na premiação em São Paulo |
Em outubro a
pesquisa será apresentada na 20th Annual Conference ISOQOL, Conferência
Internacional de Pesquisa sobre Qualidade de Vida em Saúde, em Miami (EUA), e
concorrerá também a uma premiação. Em novembro os resultados serão levados para
o 44º Encontro de Professores de Ortodontia e Odontopediatria em Belém/PA. Essa
perfeita sintonia entre universidade, município e população promove o
estreitamento da relação pesquisa e conhecimento, e coloca a cidade de
Brumadinho no cenário científico nacional e internacional.
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