Edição 154 – Setembro/2013
OPINIÃO
“Eleições 2014 –
Quem se prepara larga na frente”.
O advogado de Direito Eleitoral Dr. Luiz
Gustavo Scarpelli alerta partidos políticos e pré-candidatos a cargos eletivos
sobre os desafios e dificuldades a serem enfrentados nas Eleições 2014
Já bate à nossa
porta mais um processo eleitoral. Em 2014, os cidadãos brasileiros elegerão
seus representantes a cargos eletivos dos poderes executivo e legislativo, para
as esferas estaduais e federal, são eles: deputados estaduais, deputados
federais, governadores, senadores e Presidente da República.
É comum nesse
período pré-eleitoral, diretórios municipais e estaduais de partidos políticos
buscarem em seus quadros, e também fora, cidadãos que tenham interesse em se
candidatar a um cargo eletivo.
Entretanto, na
fase preparatória e pré-eleitoral ocorrem muitas falhas, uma vez que vários
pré-candidatos são impedidos de disputar a eleição por terem pendências com a
Justiça Comum e Eleitoral, principalmente após o advento da conhecida Lei Ficha Limpa.
Tal fato pode
acarretar uma série de consequências desastrosas para os partidos e para os
candidatos integrantes da “chapa”, já formada e registrada perante a Justiça
Eleitoral, que antes considerada “forte”, passa a não poder contar com número
expressivo de votos. Assim, a estatística de possíveis eleitos cai
expressivamente.
Nesse campo,
especificamente, falta atuação preventiva dos diretórios dos partidos políticos
que deveriam verificar e pesquisar profundamente a real viabilidade ou não das
candidaturas muito antes da fase de convenção partidária e registro. Tal
atitude economizaria tempo, dinheiro e evitaria uma séria de demandas
judiciais.
É de conhecimento
público e notório, que o Ministério Público Eleitoral, bem como os Juízes e as
Cortes Eleitorais dos TRE’s por todo o país, atuarão nas Eleições 2014 com
extremo rigor, principalmente após a histórica onda de protestos populares que
tomaram conta de nosso país. O povo
clama cada vez mais por Justiça, exige o cumprimento das leis, e o Poder
Judiciário tem mostrado o peso da mão do Estado.
Teremos sem dúvida,
no campo jurídico, a eleição mais rigorosa da história de nosso país. O Ministério Público Eleitoral e a Polícia
Federal atuarão firmemente para que as leis eleitorais sejam cumpridas e
respeitadas. Os Juízes Eleitorais não medirão esforços para cassar os mandatos
daqueles que descumprirem a lei ou que cometerem ilícitos nas Eleições 2014,
e as punições, sem dúvida alguma, serão severas e exemplares.
Partidos
Políticos e candidatos que desejam obter sucesso no pleito de 2014 precisam e
devem se organizar. Não basta apenas
registrar os pretendentes e suas chapas na Justiça Eleitoral, é preciso
orientar os pré-candidatos sobre todos os procedimentos e responsabilidades que
envolvem uma campanha, como: propagandas eleitorais vedadas e permitidas,
ilícitos eleitorais civis e criminais, prestação de contas, responsabilidade
trabalhista nas eleições, movimentação bancária, gastos de campanha, captação
de recursos, etc.
É comum vermos
candidatos participando de pleitos eleitorais sem qualquer orientação, recebendo multas elevadas por
representações propostas pelo Ministério Público, e devido à atuação firme das
Comissões de Fiscalização, além das punições que ocasionam inelegibilidade,
responsabilidade civil, execuções fiscais e consequências até criminais.
Partidos políticos organizados, preparados e com um
corpo jurídico preventivo atuante e à disposição dos candidatos antes, durante
e após a eleição, bem como pré-candidatos bem selecionados, orientados e
assessorados juridicamente, são um passo fundamental
para que possamos um dia celebrar procedimentos eleitorais realmente
democráticos, com igualdade na disputa, sem desequilíbrios e com pouca demanda
judicial, poupando o Poder Judiciário, já tão sobrecarregado, e respeitando o
eleitor.
Infelizmente, nas
últimas eleições de 2010 e 2012, assim como nos de anos anteriores, vimos inúmeros prefeitos, deputados e
vereadores legitimamente eleitos, perderem seus mandatos por irregularidades
cometidas no pleito eleitoral, problemas esses que poderiam ter sido perfeitamente
evitados caso a candidatura contasse com assessoria jurídica competente, antes,
durante e após a eleição.
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