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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Edição 161 – Abril/2014


Escrever sobre assuntos técnicos é cansativo. Mas, assim como para o rei da França, Paris vale uma missa, o Deputado José Genoíno, pelo que representa para a democracia brasileira, vale o esforço do debate. Vamos lá:
Qual a importância das doenças “nobres” ou doenças especificadas em lei?         
Se você é o infeliz – ou feliz?- doente de algumas doenças chamadas “doenças especificadas em lei”, você tem alguns direitos que os outros não têm, seja você servidor público (RJU) ou trabalhador segurado do INSS (RGPS). A Lei garante esses direitos não só para o petista José Genoíno, mas também para aqueles torturadores que quebraram os dentinhos e torturaram o filhinho de dois anos do Sr. Dermi Azevedo em São Paulo, assim como para qualquer cidadão brasileiro.
Médico José Gomes, médico do trabalho, oftalmologista e com muitos anos de experiência em perícia médica, no blog do Nassif, no texto “A cardiopatia grave do Deputado José Genoíno – Palpites”

Isso faz do seu gesto uma lição de humildade, já que parar, pensar e refletir antes de opinar está cada dia raro. Em tempos em que a Copa do Mundo parece ser culpada de todos os problemas do país, a verborragia virtual sobre o assunto está cada dia mais desinformada, preconceituosa, rancorosa e, pior, violenta.
Jornalista Maria Carolina Lopes, referindo-se ao escritor Eduardo Galeano, respondendo a um repórter quando lhe perguntou o que ele pensa sobre os protestos contra a Copa do Mundo

“Estou aqui para aprender, não para ensinar.”
Do escritor uruguaio Eduardo Galeano, na Bienal do Livro em Brasília, na mesma entrevista

Matéria da Folha de São Paulo sobre a comitiva de deputados federais que foi investigar as condições de encarceramento de José Dirceu no presídio da Papuda, em Brasília, publicada na terça-feira passada no UOL e no dia seguinte no jornal impresso, produziu um factoide asqueroso que tenta enganar a sociedade enquanto infringe descaradamente a lei. Comecemos pela lei. O inciso VIII do artigo 41 da lei 7.210/84, que regula a Execução Penal no país, é claro quanto à exploração da imagem de pessoas mantidas em regime de privação de liberdade: é garantido aos presos “proteção contra qualquer forma de sensacionalismo”.
Ora, o que foi a matéria da Folha sobre as condições de encarceramento de José Dirceu se não uma clara violação da lei 7.210/84, que proíbe que sejam feitas e divulgadas imagens de presos no ambiente de confinamento? (...)
Se a Folha deu uma banana para a lei e publicou vídeo gravado ilegalmente por algum membro da comitiva que adentrou o presídio, parte dessa comitiva esbofeteou o país com relatos sobre regalias de Dirceu que foram contestados não por partidários do ex-ministro, mas por deputados de oposição ao PT que também participaram da visita.
Eduardo Guimarães, do “Blog da Cidadania”

Quatro membros daquela comitiva se destacaram pelas declarações sobre o que viram na Papuda: a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) e o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). Detalhe: os quatro deputados são de partidos de oposição ao governo Dilma e ao PT. Contudo, diferenciaram-se entre si por demonstrarem ou não espírito público e entendimento do que é fazer oposição.
A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) disse que Dirceu recebe tratamento diferenciado por sua cela ser “mais ampla e iluminada”, por ter televisão e micro-ondas, utensílios que afirmou que outros presos não têm e que, depois se soube, é mentira, pois vários presos com “bom comportamento” têm esses e outros utensílios. Inclusive, Dirceu tem uma pequena tevê antiga e há presos com tevês de plasma.
Já o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) relatou à imprensa, em tom de denúncia, que Dirceu assistia ao jogo entre Bayern de Munique e Real Madrid no momento em que os deputados chegaram à sua cela…
As declarações desses deputados ganharam as manchetes principais dos jornais do dia seguinte à visita (quarta-feira). Contudo, havia as declarações de Erundina e Wyllys, que foram solenemente ignoradas pelos repórteres que esperavam a comitiva parlamentar na saída da Papuda.
Do mesmo Eduardo Guimarães, do “Blog da Cidadania”

 “A gente veio verificar se havia regalias. Pela nossa visita, que a gente fez às celas, e pelas conversas que nós tivemos com os agentes penitenciários, os gestores e o diretor do complexo, a gente viu que não há regalias. Não há privilégio [a Dirceu]”.
Deputado Federal Jean Wyllys do PSOL-RJ, partido de oposição ao PT

“Uma cela modesta, uma cela malconservada, cheia de infiltrações, gotejando água no corredor, na porta da cela”. E que o tratamento que dão a Dirceu na Papuda lhe tira “Aquilo que é dado a outros presos”.

Deputada Luiza Erundina, do PSB-SP, partido de oposição ao PT

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