Edição 161 – Abril/2014
Escrever sobre assuntos técnicos é
cansativo. Mas, assim como para o rei da França, Paris vale uma missa, o
Deputado José Genoíno, pelo que representa para a democracia brasileira, vale o
esforço do debate. Vamos lá:
Qual a importância das doenças “nobres” ou
doenças especificadas em lei?
Se você é o infeliz – ou feliz?- doente de
algumas doenças chamadas “doenças especificadas em lei”, você tem alguns
direitos que os outros não têm, seja você servidor público (RJU) ou trabalhador
segurado do INSS (RGPS). A Lei garante esses direitos não só para o petista
José Genoíno, mas também para aqueles torturadores que quebraram os dentinhos e
torturaram o filhinho de dois anos do Sr. Dermi Azevedo em São Paulo, assim
como para qualquer cidadão brasileiro.
Médico José Gomes, médico do trabalho, oftalmologista e com muitos anos de experiência em
perícia médica, no blog do Nassif, no texto “A
cardiopatia grave do Deputado José Genoíno – Palpites”
Isso faz do seu gesto uma lição de humildade, já que parar,
pensar e refletir antes de opinar está cada dia raro. Em tempos em que a Copa
do Mundo parece ser culpada de todos os problemas do país, a verborragia
virtual sobre o assunto está cada dia mais desinformada, preconceituosa,
rancorosa e, pior, violenta.
Jornalista Maria Carolina Lopes, referindo-se ao escritor Eduardo
Galeano, respondendo a um repórter quando lhe perguntou o que ele pensa sobre
os protestos contra a Copa do Mundo
“Estou
aqui para aprender, não para ensinar.”
Do
escritor uruguaio Eduardo
Galeano, na Bienal do Livro em Brasília, na mesma entrevista
Matéria da Folha
de São Paulo sobre a comitiva de deputados federais que foi investigar as
condições de encarceramento de José Dirceu no presídio da Papuda, em Brasília,
publicada na terça-feira passada no UOL e no dia seguinte no jornal impresso,
produziu um factoide asqueroso que tenta enganar a sociedade enquanto infringe
descaradamente a lei. Comecemos pela lei. O inciso VIII do artigo 41 da lei
7.210/84, que regula a Execução Penal no país, é claro quanto à exploração da
imagem de pessoas mantidas em regime de privação de liberdade: é garantido aos
presos “proteção contra qualquer forma de sensacionalismo”.
Ora, o que foi a
matéria da Folha sobre as condições de encarceramento de José Dirceu se não uma
clara violação da lei 7.210/84, que proíbe que sejam feitas e divulgadas
imagens de presos no ambiente de confinamento? (...)
Se a Folha deu
uma banana para a lei e publicou vídeo gravado ilegalmente por algum membro da
comitiva que adentrou o presídio, parte dessa comitiva esbofeteou o país com
relatos sobre regalias de Dirceu que foram contestados não por partidários do
ex-ministro, mas por deputados de oposição ao PT que também participaram da
visita.
Eduardo
Guimarães, do “Blog da Cidadania”
Quatro membros
daquela comitiva se destacaram pelas declarações sobre o que viram na Papuda: a
deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), a deputada
Luiza Erundina (PSB-SP) e o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). Detalhe: os quatro
deputados são de partidos de oposição ao governo Dilma e ao PT. Contudo,
diferenciaram-se entre si por demonstrarem ou não espírito público e
entendimento do que é fazer oposição.
A deputada Mara
Gabrilli (PSDB-SP) disse que Dirceu recebe tratamento diferenciado por sua cela
ser “mais ampla e iluminada”, por ter televisão e micro-ondas, utensílios que
afirmou que outros presos não têm e que, depois se soube, é mentira, pois
vários presos com “bom comportamento” têm esses e outros utensílios. Inclusive,
Dirceu tem uma pequena tevê antiga e há presos com tevês de plasma.
Já o deputado
Arnaldo Jordy (PPS-PA) relatou à imprensa, em tom de denúncia, que Dirceu assistia
ao jogo entre Bayern de Munique e Real Madrid no momento em que os deputados
chegaram à sua cela…
As declarações
desses deputados ganharam as manchetes principais dos jornais do dia seguinte à
visita (quarta-feira). Contudo, havia as declarações de Erundina e Wyllys, que
foram solenemente ignoradas pelos repórteres que esperavam a comitiva
parlamentar na saída da Papuda.
Do mesmo Eduardo Guimarães, do “Blog
da Cidadania”
“A
gente veio verificar se havia regalias. Pela nossa visita, que a gente fez às
celas, e pelas conversas que nós tivemos com os agentes penitenciários, os
gestores e o diretor do complexo, a gente viu que não há regalias. Não há
privilégio [a Dirceu]”.
Deputado Federal Jean Wyllys do PSOL-RJ,
partido
de oposição ao PT
“Uma cela modesta, uma cela malconservada,
cheia de infiltrações, gotejando água no corredor, na porta da cela”. E que o
tratamento que dão a Dirceu na Papuda lhe tira “Aquilo que é dado a outros
presos”.
Deputada Luiza Erundina, do PSB-SP, partido
de oposição ao PT
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